Forças egípcias matam 12 turistas por engano

oxfamnovib / Flickr

Militar das forças anti-motim do Egipto

As forças de segurança egípcias mataram “por engano”, pelo menos, doze turistas de nacionalidade mexicana e egípcia e feriram outras dez pessoas, aos confundirem os veículos em que viajavam com os de terroristas, informou esta segunda-feira o Ministério do Interior.

O incidente ocorreu no domingo, quando as forças de segurança egípcias alvejaram, por engano, os carros nos quais se encontravam os turistas, numa área próxima ao oásis de Bahariya, avança a BBC.

Em comunicado emitido pouco depois da meia-noite, o Ministério do Interior do Egito sustenta que uma patrulha conjunta da polícia e do exército estava a perseguir “elementos terroristas” na região do deserto ocidental, cujo acesso está proibido.

“As forças conjuntas da polícia e do Exército, que perseguiam terroristas no deserto ocidental, abriram fogo por engano contra quatro ‘pickups’ que transportavam turistas mexicanos”, informou o ministério em nota.

O engano resultou na morte de dez turistas e dois guias, entre eles pelo menos dois turistas mexicanos, e dez feridos. O ministério das Relações Exteriores do país ainda não confirmou as identidades de todas as vítimas.

O presidente do México, Enrique Pena Nieto, já reagiu ao incidente e exigiu uma investigação rigorosa. Já o embaixador mexicano no Cairo, Jorge Alvarez Fuentes, visitou os turistas mexicanos feridos que se encontram ainda no hospital.

Segundo a porta-voz do Ministério do Interior, Rasha al Azizi, a empresa de turismo responsável pelos passeios não informou as autoridades que viajaria para aquela região. Para além disso, acrescentou que o grupo se encontrava numa zona de acesso proibido e que a empresa não tinha autorização para operar na região.

“Foi constituído um grupo de trabalho para apurar as causas e as circunstâncias do incidente, assim como a razão para a presença de um grupo de turistas numa região de acesso proibido”, diz o comunicado.

Porém, uma fonte ouvida pela BBC disse que a empresa não apenas tinha obtido permissão das autoridades como ainda contava com uma escolta policial.

O Deserto Ocidental é um destino famoso para turistas que visitam o Egito mas é também um dos principais esconderijos de muitos militantes islâmicos, entre eles a fação do Estado Islâmico que decapitou, em agosto passado, o croata Tomislav Salopek.

Nos últimos meses, o Egito tem sido alvo de uma série de incidentes levados a cabo por extremistas, em especial na região do Sinai.

ZAP / BBC

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