Há mais asiáticos que portugueses a visitar a Universidade de Coimbra

Paulo Novais / Lusa

Uma turista asiática tira fotografias na Universidade de Coimbra

Desde a classificação como Património Mundial que os turistas na Universidade de Coimbra têm vindo a crescer, entre eles os asiáticos, que já suplantaram o número de visitantes portugueses quando se retiram às contas as visitas escolares.

Os asiáticos, japoneses, na maioria, já representam 8% dos visitantes que fazem o circuito turístico da Universidade de Coimbra, movidos pela História presente nas paredes desta instituição com 725 anos de vida, que, em alguns pontos, se cruza com culturas do continente asiático.

Apesar de um forte interesse pela cultura e património, muitos chegam a Coimbra não por vontade própria, mas por esta estar integrada na rota turística que fazem por Portugal, normalmente em grupo, sendo a cidade dos estudantes um ponto de passagem na viagem entre Porto e Lisboa.

Eles adoram Coimbra“, diz à agência Lusa Kuniko, guia japonesa que já esteve em Portugal “mais de 15 vezes”, e que sublinha a “História em torno da Universidade”.

Teerachai Jungwiwattanaporn, turista de 63 anos, da Tailândia, tinha chegado apenas há dez minutos a Coimbra, mas já se mostrava encantado, recorrendo a um efusivo “uau” para descrever aquilo que sentia ao estar no Paço das Escolas da universidade

“É enorme. É muito bonito”, diz Teerachai, explicando que decidiu vir a Portugal por haver uma relação “histórica” entre os dois países e por conhecer a arquitetura portuguesa em Macau, querendo ver “o original”.

Outra turista tailandesa, de 58 anos, deixou-se impressionar pela arquitetura da Faculdade de Direito e pela paisagem que encontra no Paço das Escolas, em que se pode ver o rio Mondego.

Paulo Novais / Lusa

Desde a classificação como Património Mundial, que os turistas na Universidade de Coimbra têm vindo a crescer, entre eles os asiáticos, que já suplantaram o número de visitantes portugueses

Desde a classificação como Património Mundial, que os turistas na Universidade de Coimbra têm vindo a crescer, entre eles os asiáticos, que já suplantaram o número de visitantes portugueses

“Já fui a Espanha e ouvi muito sobre Portugal e a sua cultura e o facto de ter estado por todo o mundo“, durante os Descobrimentos, também reforça o interesse, aponta, salientando estar a adorar, não só os monumentos, mas também as pessoas: “vocês são tão simpáticos”.

Segundo o vice-reitor da Universidade de Coimbra (UC), Luís Menezes, o turista asiático tem aumentado “ao mesmo nível” que os restantes visitantes estrangeiros, sublinhando que, caso se retirem “as visitas escolares, que são a maioria das visitas de portugueses [9% no total]”, este continente está mais representado que Portugal.

“A UC, com 725 anos, tem de facto um detalhe que é fantástico: há sempre uma história para contar para qualquer cultura que nos visite. A nossa ligação com a China é imensa, a nossa ligação com o Japão é imensa e conseguimos durante a visita fazê-la dirigida à cultura de quem nos visita, o que é representativo da diversidade” presente na própria instituição, realça.

Luís Menezes exemplifica com uma exposição colocada na Biblioteca Joanina, sobre o livro “A Peregrinação” de Fernão Mendes Pinto, da qual detém a obra original: “Os asiáticos ficam encantados com ela” e com a própria biblioteca, “com toda a decoração em ‘chinoiserie'”.

O visitante asiático “gosta de facto da História e do património“, procurando “aprender sobre uma cultura completamente diferente”, constata, frisando que este tem interesse “em perceber a capa dos estudantes” e o seu motivo ou em “ouvir fado” de Coimbra.

São particularmente bem-vindos. Vêm numa viagem bem programada, em grupos organizados, e têm normalmente um poder de compra acima da média”, afirma o presidente da Turismo Centro, Pedro Machado,

Segundo Pedro Machado, o mercado asiático, enquanto consumidor, deverá crescer “acima dos 4%” ao ano, sendo necessário a região captar visitantes desse continente, articulando o turismo cultural de Coimbra ao religioso de Fátima.

/Lusa

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