Um restaurante chamado “Immigrant Food” (“Comida de Imigrante”) abriu a um quarteirão da Casa Branca. O local quer fazer com que ajudar imigrantes seja tão fácil como pedir comida de um menu.
Assim, além de comida, o restaurante propõe aos clientes um conjunto de atividades que vão desde visitas a centros de detenção de imigrantes até aulas de inglês e outras formas de apoio às pessoas que chegam à América em busca de refúgio ou de uma vida melhor.
Os pais de um dos fundadores, Peter Schechter, nasceram na Alemanha e na Áustria. Durante as suas atividades como consultor político em Washington, foi ficando chocado com o discurso cada vez mais duro em relação aos imigrantes nos Estados Unidos.
A sua resposta foi, segundo o semanário Expresso, abrir um restaurante. Inicialmente não era suposto ficar tão perto da Casa Branca, mas as localizações antes pensadas não se puderam concretizar. Ironicamente, o restaurante foi aberto num lugar onde é bastante provável que tenha clientes que trabalham na administração Trump.
“Esta não é a América que reconheço. Tornou-se normal maltratar, sentir que podemos falar de alto com os imigrantes, como se eles não fossem bons para este país. Eles têm sido a base do crescimento e da vibração”, disse Schechter à CNN, notando que os imigrantes se encontram profundamente envolvidos em todas as fases da indústria alimentar americana, desde a produção à distribuição e ao serviço. “Este país tem sido sempre e sempre e sempre grande por causa dos imigrantes”, conclui.
Juntamente com o cardápio de alimentos, com uma fusão de 40 cozinhas diferentes de todo o mundo, há “menus” que informam os clientes sobre as formas específicas de apoiar qualquer uma das cinco ONGs focadas na imigração que o restaurante tem como parceiros – Centro de Recursos Legais da Ásia-Pacífico, Ayuda, a Coalizão de Direitos dos Imigrantes da Área da Capital, CARECEN e CASA.
De acordo com a revista Forbes, os “menus” mudam frequentemente, às vezes até diariamente, para atender às necessidades das ONG afiliadas. Alguns estão à procura tradutores ou paralegais, enquanto outros simplesmente precisam de voluntários para ajudar imigrantes a aprender a navegar no sistema de metro.
Os clientes também têm a opção de adicionar uma doação à sua conta, que o restaurante mais tarde divide entre as organizações.
Durante o horário comercial, o restaurante transforma-se num centro de trabalho para essas organizações sem fins lucrativos receberem eventos como aulas de inglês e serviços de busca de emprego.
O combate à imigração tem sido destaque do discurso de Donald Trump. A construção de um muro na fronteira com o México foi umas das principais promessas eleitorais do Presidente norte-americano, Donald Trump, nas eleições de 2016. Trump justifica a construção do muro com a necessidade de travar os imigrantes na fronteira e acabar com a atividade de traficantes de droga e contrabandistas.
No final de 2018, o muro provocou a paralisação do Governo, devido à ausência dos fundos necessários para a sua construção no Orçamento de 2019. O shutdown prolongou-se durante 36 dias, tempo recorde na História dos EUA.
Em fevereiro, declarou o estado de emergência nacional na fronteira entre os EUA e o México. A medida teve como objetivo direcionar milhares de milhões de dólares do Orçamento americano para a construção do muro, depois de o Congresso se ter recusado a desbloquear a verba pedida pelo Presidente.
Em julho, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos confirmou que a Administração Trump tinha à sua disponibilidade 2,5 mil milhões de dólares para o muro. Donald Trump prometeu construir mais de 800 quilómetros durante o primeiro mandato.
Dados da agência responsável pela proteção fronteiriça mostram que foram edificados pouco mais de 96 quilómetros, com previsões de que o muro atinja os 724 quilómetros no final de 2020.
Recentemente, Donald Trump prometeu construir um muro no Estado de Colorado, argumentando com a prioridade do combate à imigração clandestina. Este Estado do centro dos EUA, situado entre o Utah e o Kansas, não tem fronteira com o México, mas sim com o Estado norte-americano do Novo México.