Se no pós-pandemia as companhias aéreas forem obrigadas a aplicar um distanciamento físico a bordo entre os passageiros, o preço das viagens aumentará e a “era” das viagens baratas na aviação poderá acabar.
O alerta é deixado por Alexandre de Juniac, presidente da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), em declarações ao jornal britânico The Guardian.
Segundo o especialista, se este isolamento vier a ser decretado na aviação, pelo menos um terço dos lugares ficará por ocupar, levando, consequentemente, as empresas a aumentar o preço dos bilhetes para valores pelo menos 50% mais caros.
Caso não aumentem o preço dos bilhetes, estarão destinadas à falência.
“Isto significa que, se o distanciamento social for imposto, as viagens baratas acabarão”, concluiu Alexandre de Juniac, citado pelo mesmo diário britânico.
A par do turismo, a aviação é um dos setores mais afetados com a pandemia de covid-19, que já matou mais de 170.000 pessoas e infetou quase 2,5 milhões em todo o mundo, desde que surgiu em dezembro passado na China.
A crise causada pelo novo coronavírus deverá privar o setor mundial de transporte aéreo de 252 mil milhões de dólares de receitas este ano, mais do dobro do previsto anteriormente (113 mil milhões dólares).
“Trata-se da crise mais profunda de sempre para a nossa indústria”, disse em meados de março Juniac, apelando a governos para ajudarem quando se aproxima “uma crise de liquidez”. “Precisamos desesperadamente de dinheiro”, adiantou.
A crise causada pela pandemia de covid-19 afeta agora 98% do tráfego de passageiros em todo o mundo, de acordo com a IATA, precisando que no início do ano uma companhia aérea dispunha de uma margem de dois meses de tesouraria.
“Para as companhias aéreas, o Apocalipse é agora. E há uma pequena e cada vez menor janela para que os Governos nos forneçam uma linha de apoio financeiro para impedir que uma crise de liquidez feche o setor”, disse ainda, citado pelo portal Techxplor.