Cinco meses após voltar a voar após dois acidentes fatais, a Boeing voltou a pedir aos seus clientes que imobilizassem algumas das suas aeronaves para corrigir um “possível problema elétrico”.
De acordo com a AFP, esta sexta-feira, a Boeing que pediu a 16 empresas não identificadas que operam o 737 MAX que parassem de usar esses modelos para resolver um potencial “problema”.
“A recomendação é feita para permitir a verificação de que há ligação de solo suficiente para um componente do sistema de energia elétrica”, explicou o fabricante de aeronaves norte-americana, sem especificar o número de aeronaves afetadas.
Num circuito, a aterragem permite evitar uma possível sobrecarga elétrica quando o dispositivo está mal isolado.
A Boeing indicou que vai avisar os clientes sobre a aeronave afetada. “Vamos dar instruções sobre as medidas corretivas”, acrescentou, sem dar mais detalhes.
Desde a entrada em serviço deste modelo, cerca de 450 Boeing 737 MAX já foram entregues a 49 empresas e grupos de locação. Outras 400 aeronaves encontram-se atualmente nos estacionamentos da Boeing, pois não puderam ser entregues devido à proibição de voo.
A Boeing vai entregá-los aos seus clientes apenas em 2022.
O 737 MAX, uma nova versão da lendária aeronave de médio alcance lançada em 1967, mergulhou a fabricante aeronáutica Boeing em profunda crise, afetando a sua reputação de qualidade e que lhe custou milhares de milhões de dólares.
O Boeing 373 MAX deixou de voar em março de 2019, após alguns acidentes fatais, na Indonésia e na Etiópia, que vitimaram 346 pessoas.
Os acidentes revelaram um defeito no software de controle de voo MCAS.
A crise custou vários mil milhões de dólares à Boeing, incluindo as compensações a pagar às vítimas e às companhias aéreas. O caso também levou à demissão do diretor executivo da empresa, levantou dúvidas sobre a solvência da empresa e suspeitas em relação à supervisão relacionadas com com a velocidade com que foi aprovado o Max.