A pandemia trouxe consigo a inibição de viajar de avião, e há quem esteja a passar por uma verdadeira “febre da cabine”. Os sintomas são um desejo incontrolável de fazer uma viagem de avião com tudo a que se tem direito — incluindo pagar para comer a bordo — mas sem levantar voo. O fenómeno está a crescer.
Podia tratar-se de um restaurante, mas não, estamos mesmo a falar de um avião. Em Singapura, uma aeronave parada esgotou a sua lotação para jantar, e os “passageiros” pagaram cerca de 398 euros por uma refeição a bordo. Tudo para recriar a experiência de viajar.
A ideia surgiu da companhia Singapore Airlines e, apesar de parecer estranha, teve muita adesão acabando por esgotar em menos de meia hora. Segundo o The Guardian, num curto espaço de tempo, todos os bilhetes para o “pop-up Restaurante A380” estavam vendidos.
Durante dois fins-de-semana, metade dos 471 assentos disponíveis em cada um dos aviões estacionados no aeroporto de Changi foram ocupados. No final do jantar, os participantes da experiência podiam ainda assistir a um filme.
A oferta da transportadora aérea apresentava duas opções: uma refeição do menu padrão, no valor de 398 euros por pessoa com serviço de suite, ou 33 euros para a bandeja em classe económica.
Devido ao sucesso da iniciativa, a companhia aérea teve de abrir listas de espera. Para os que não puderam comer a bordo, a empresa preparou uma refeição de primeira classe a ser desfrutada em casa, mas para isso, os interessados tinham de pagar 554 euros.
Esta é a última de uma série de iniciativas de aumento de receita por parte de companhias aéreas que sofreram quedas financeiras abruptas com o confinamento causado pela pandemia de covid-19.
Os “voos para lugar algum” são uma tendência com elevada adesão na Ásia, incluindo em Taiwan e no Japão. Na Austrália, a Qantas esgotou recentemente uma “viagem paisagística” num 787 Dreamliner, que voou pelo país, partindo e chegando a Sydney.