Segunda-feira, Junho 2, 2025
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Uma ilha paradisíaca em Malta tornou-se um “inferno na Terra”

Meehowu / Wikipedia

Lagoa Azul em Comino, em Malta

O pequeno paraíso mediterrânico de Comino foi durante muito tempo invadido por turistas, muitos deles atraídos pelas redes sociais para fotografar a sua icónica Lagoa Azul. Agora, a ilha está a ripostar.

Sentado num café na Baía de Marfa, em Malta, Colin Backhouse olha para uma pequena massa de terra no horizonte: o ilhéu de Comino, com 3 km por 5 km, uma laje de rocha queimada pelo sol, rodeada por um mar cintilante que muda de azul profundo para turquesa brilhante. Outrora um refúgio quase vazio, é hoje um dos destinos turísticos mais disputados do arquipélago maltês.

Com mais de 51  000 seguidores na sua popular página do Facebook, Malta Holiday Experiences, Backhouse dedica o seu tempo a recomendar os melhores locais para explorar nas ilhas maltesas. Mas há um sítio que ele se recusa a recomendar.

“É maravilhoso nesta altura do ano”, diz, acenando com a cabeça para a ilhota sem carros situada entre Malta e Gozo. “Mas no verão? Nem me pagavam para me aproximar. É o inferno na Terra”.

Atraindo anualmente dezenas de milhares de visitantes de todo o mundo, a Lagoa Azul de Comino é o sonho de qualquer fotógrafo e um dos destinos mais emblemáticos do Mediterrâneo. A tonalidade vívida da baía, causada pelo reflexo da luz do sol no fundo do mar de calcário branco, brilha sob o sol do Mediterrâneo, tornando-a um tema perfeito para fotografias deslumbrantes.

Na época baixa, de dezembro a fevereiro, as águas da baía permanecem pouco agitadas, exceto pela suave ondulação de uma gaivota a pousar. O litoral é silencioso, a linha costeira intocada. Mas o verão conta uma história diferente. As multidões, ombro a ombro, disputam o espaço, o lixo derrama-se dos caixotes do lixo que transbordam e emaranha-se nos arbustos de esteva pisados, enquanto as lanchas a gasolina tocam música e deixam um rasto de danos ambientais.

Backhouse lembra-se de uma altura em que Comino parecia um refúgio isolado. “Visitei-o pela primeira vez em 1980. Nessa altura, podia-se ter o lugar todo só para nós. Infelizmente, vi em primeira mão a destruição ao longo das décadas. Já não sei porque é que as pessoas se dão ao trabalho”.

E não é o único a sentir o mesmo. A frustração com o excesso de turismo em Comino tem vindo a crescer há anos, com alguns visitantes desiludidos a chegarem ao ponto de apelidar a experiência de um dia de viagem a partir de Malta de “fraude”. Os barcos sobrelotados, as comodidades limitadas e o agravamento da degradação ambiental têm levado a uma pressão crescente sobre as autoridades para que atuem.

Em resposta, os ativistas entraram em ação. Em 2022, um grupo local chamado Movimenti Graffiti tomou o assunto nas suas próprias mãos, despojando a ilha das suas espreguiçadeiras e espreguiçadeiras, protestando contra o que consideravam ser uma exploração do espaço público para fins lucrativos privados. A sua mensagem era clara: Comino deve ser protegida, não pilhada.

A ascensão da ilha a um destino de sonho é interessante. Tendo servido de pano de fundo em filmes e séries como O Conde de Monte Cristo, Troia e até mesmo brevemente em Game of Thrones, a Lagoa Azul já era uma joia cinematográfica bem conhecida. Mas as redes sociais fizeram disparar a sua popularidade. As suas águas surreais e iridescentes começaram a atrair viajantes de todo o mundo em busca da fotografia perfeita.

“Está no topo da lista de desejos de muitos visitantes quando vêm às ilhas maltesas”, diz Rebecca Millo, diretora de marketing e comunicação empresarial da KM Malta, a companhia aérea nacional do país. “Muitas pessoas só querem ir diretamente para lá.”

Mas a mudança está finalmente a chegar. Este ano, num esforço para refrear o turismo de massas e aliviar a pressão sobre o ilhéu, que é um sítio designado Natura 2000, as autoridades maltesas estão a introduzir um limite máximo de visitantes diários – reduzindo o número de excursões de barco de 10 000 para 5000. É um passo significativo na direção certa, mas para os defensores do ambiente, como Mark Sultana, Diretor Executivo da BirdLife Malta, é apenas uma solução parcial.

“Limitar o número de aves é um bom começo”, diz. “Mas precisamos de um plano de sustentabilidade pública que não se concentre apenas no controlo das multidões, mas também na preservação do frágil ecossistema de Comino. Insistimos que deve haver um sistema de controlo de bilhetes, em que só pode ser emitido um número máximo de bilhetes por dia”.

As dificuldades de Comino não são únicas. Em todo o Mediterrâneo, os governos estão a apertar os regulamentos para combater o excesso de turismo. Veneza introduziu taxas de entrada para os visitantes de um dia, enquanto Atenas limitou o número de visitantes diários da Acrópole. Estas mudanças assinalam um impulso mais alargado no sentido de viagens mais sustentáveis.

A experiente guia turística de Malta, Joanne Gatt, ouve uma queixa recorrente dos turistas: visitar a pequena ilha não é a experiência que pretendiam. “Vão para Comino à espera de um paraíso e saem desiludidos”, diz. “Estão sobrelotados, são caóticos. Esperemos que o limite de visitantes faça uma verdadeira diferença.”

Com as novas regras em vigor, a esperança é que Comino possa recuperar algum do seu encanto perdido, oferecendo uma experiência mais agradável e salvaguardando o seu ecossistema. Mas há quem sinta que o mal já está feito. “Com tanta gente a desgastá-lo ano após ano, só espero que reste algo para as gerações futuras desfrutarem”, reflecte Gatt.

ZAP // BBC



Montanhas arco-íris são um tesouro escondido na China e no Peru

ChinaImages / Depositphotos

Um curioso fenómeno químico faz das Montanhas Arco-Íris uma paisagem que parece saída de uma pintura. Foram formadas na mesma altura que os Himalaias e são uma verdadeira maravilha geológica.

Ficam no Parque Geológico Zhangye Danxia Landform, na província de Gansu, e são uma atração turística frequentada por muitos chineses. Em 2009, tornaram-se Património Mundial da UNESCO.

São fantásticas montanhas coloridas, às riscas e de cores bem vivas, e já existem há muitos milhões de anos. Na verdade, são, tal como os Himalaias, produto da colisão da placa indiana com a placa euro-asiática há cerca de 55 milhões de anos, explica a Live Science. Mas a sua base colorida tem origem ainda antes disso.

As placas que formam estas montanhas especiais são compostas por arenito e siltito. A paleta de cores advém da presença de minerais como o ferro, só que cada faixa tem uma composição diferente, que lhe dá uma determinada cor.

A cor primária é um arenito vermelho profundo, explica ainda a revista Forbes. Esta coloração existe devido a um revestimento de óxido de ferro e cimentação, conhecido como hematita (Fe2O3).

Já a faixas amarelas, são ricas em sulfureto de ferro, enquanto nas verdes predominam clorite e silicatos de ferro.

Vinicunca: as 7 cores do Peru

Se ficou a achar que esta é uma beleza inigualável no mundo, temos outras notícias: existe uma montanha semelhante no Peru. 

Sim — a Vinicuca, também conhecida por Montanha das Sete Cores, fica na Cordilheira do Vilcanota, 5,2 mil metros acima do nível do mar. O tesouro só foi descoberto pelo turismo nos últimos anos: antes, recebia poucas dezenas de visitantes por dia, e em 2018 esse número já tinha passado para mil, noticiava a BBC.

Esta estrutura ter-se-á formado ainda nos períodos períodos Terciário ou  Quaternário através de sedimentos marinhos transportados pela água que antes ocupava o espaço.

Esses sedimentos foram formando camadas, que com a oxidação dos diferentes minerais adquiriram diferentes cores, e hoje são “franjas” ainda mais organizadas que no caso das montanhas chinesas. A sua paleta de cores é tão viva que parece também uma montagem — é um dos monumentos naturais mais incríveis do mundo, e imperdível para os fãs de geoquímica: ou apenas de paisagens de tirar o fôlego.

Carolina Bastos Pereira, ZAP //



Sudão: um país esquecido com mais pirâmides que o Egito

É dono da maior congregação de pirâmides do mundo, mas enfrenta uma das guerras mais sangrentas dos últimos anos. O país esquecido pelos fãs de faraós tem muita história para contar, mas falta oportunidade para a ouvir.

É Património Mundial da UNESCO, mas recebia em 2021 apenas 6% dos turistas do Egito. Agora, quem lá vai arrisca a vida. Falamos do Sudão, um país esquecido por décadas de colonialismo, guerra e fome.

Desde1882 a 1956 o Sudão esteve sob domínio da Grã-Bretanha colonial. Ao alcançar a independência, país mergulhou numa guerra civil profunda, que acabou por resultar na criação do Sudão do Sul.

Atualmente, desde 2023, uma das guerras mais sangrentas do mundo tem como palco o Sudão. Há estimativas que apontam para mais de 40 mil pessoas mortas no conflito entre as forças armadas e as Forças de Apoio Rápido (RSF) que se defrontam no país.De acordo com a Euronews, mais de 14 milhões de pessoas foram deslocadas e o país está submerso numa crise humanitária profunda.

Mas o que é facto é que este país é rico em cultura — só é arriscado visitá-la. Isto porque o Sudão, milhares de anos antes de todos os conflitos que enfrenta, pertenceu ao Egito, depois a invasão do seu território por Mentuhotep II, no século XXI a.C., recorda o The Telegraph.

O país tem, na verdade, mais pirâmides que o Egito — são centenas, e as pirâmides de Meroë, que foi capital de uma das primeira civilizações de África — o Reino de Kush, cujos reis, os Faraós Negros, conquistaram o Egito em 747 a.C —, são consideradas por muitos “as maravilhas das maravilhas”.

São mais de 200 estruturas espalhadas pelo areal, e segundo conta o arqueólogo e diretor do sítio de Meroë, Mahmoud Suliman, à National Geographic, “É a maior congregação de pirâmides do mundo”, e as paredes estão repletas de desenhos bem conservados de elefantes, girafas e gazelas.

Ao longo de toda a região que ladeia o rio Nilo, há vastos conjuntos de pirâmides bem conservadas, com túmulos de faraós egípcios.  No interior dos túmulos, encontra-se uma característica que no Egito não existe: as esculturas dos reis são mais altas do que as dos deuses. Os reis dominavam tudo.

“Estes reis e rainhas eram muito populares”, conta Aya Allam, uma artista sudanesa que vive em Cartum. “São um lembrete de que já fomos uma grande nação e que podemos voltar a ser grandes“.

Resta saber quanto tempo falta para esse momento. As pirâmides, essas, continuam a assistir aos conflitos e a toda a resistência do povo sudanês — são testemunhas silenciosas da História.

Carolina Bastos Pereira, ZAP //



Portugueses passam a precisar de uma ETA para visitar o Reino Unido. O que é e quanto custa?

Não é um visto, não é um passaporte estranho. É uma Autorização Eletrónica e se não ativer pode ser multado. Quando viajar para o Reino Unido, junte mais 19€ às previsões de despesas.

A partir desta quarta feira, cidadãos europeus que visitem o Reino Unido vão precisar de apresentar uma ETA (Autorização Eletrónica de Viagem).

Não se trata de um visto — não permite ou deixa de permitir a entrada no país —, mas sim de uma autorização. Quem tem um visto, aliás, não precisa de uma ETA. Aqui está a lista dos países que passam a ter de a pedir.

A ETA pode ser pedida através de uma aplicação ou de uma candidatura online. Não precisa de introduzir dados de viagem, mas precisa de deixar um endereço de correio eletrónico, o seu número de passaporte, uma fotografia e um cartão de crédito/débito.

O pedido está associado a uma taxa de 12 euros, que no dia 9 de abril passa a subir para 19 euros. Depois de concluir o processo, pode desinstalar a aplicação, assegura a Euronews: a ETA fica associada ao seu passaporte (sim, tem sempre de ter um passaporte para viajar para lá).

No momento de embarcar, não deverá ter de mostrar mais nada que não a ETA. Mas se mudar de passaporte, terá de mudar a ETA.

O governo britânico afirma, no entanto, que é possível viajar para o Reino Unido mesmo que ainda não tenha o processo concluído: “Deve solicitar uma ETA antes de viajar para o Reino Unido. Pode viajar para o Reino Unido enquanto espera por uma decisão“.

Ainda assim, o pedido deverá por norma ser aprovado num espaço de 3 dias, pelo que deve solicitá-la 3 dias antes do seu voo. Deverá receber uma confirmação por e-mail.

Se não fizer o pedido, o governo britânico afirma que pode ser multado, mas não avança a quantia.

A ETA é válida por um período de dois anos, e permite a estadia por 6 meses no Reino Unido a quantidade de vezes que quiser. Se viajar com bebés ou crianças, estes também precisam de uma ETA. É possível submeter o pedido por outra pessoa, mas separadamente.

Carolina Bastos Pereira, ZAP //



Madeira lidera ranking europeu de destino de praia mais desejado

bartb_pt / Flickr

Praia do Funchal, Madeira

Areia fofa, como a ‘malta’ gosta, (quase) nem vê-la. Mesmo assim, a Madeira é o destino de praia mais desejado para o verão de 2025. Cascais fecha o top-5.

A Madeira lidera o ranking dos destinos de férias europeus mais procurados para o verão de 2025.

Mesmo estando praticamente desprovida de praias com areia natural, a ilha portuguesa supera destinos como Maiorca (Espanha), Sicília (Itália) ou Naxos (Grécia).

O ranking foi feito pela Reboot Online, que recolheu dados sobre o número médio de pesquisas mensais globais para cada uma das cidades.

A Madeira tem uma média de 1.320.000 pesquisas mensais na Internet – a mais elevada de todas as cidades do estudo – o que contribuiu para uma pontuação de 9,4/10.

Contudo, uma das falhas apontadas ao estudo é não detalhar se a investigação incide apenas na ilha da Madeira ou se também inclui a ilha de Porto Santo. Nesse caso, a surpresa já não seria tão grande, uma vez que esta isto do arquipélago da Madeira foi considerado o melhor destino de praia da Europa em 2025.

No que toca às pesquisas online, a Madeira é a única que supera a marca do milhão, das cidades analisadas. Para se ter uma noção da grandeza deste número, a segunda classificada – Sorrento – teve, em média, 349.300 pesquisas mensais. Ainda assim, a pontuação final desta cidade no sudoeste da Itália foi de 9,3/10.

Em terceiro lugar, com uma pontuação de 9,2/10, vem outra cidade italiana: Taormina, na Sicília. Como detalha o comunicado enviado ao ZAP, a média de pesquisas mensais para esta cidade é de 273.000 – tendo beneficiado muito da popularidade da segunda temporada da série The White Lotus.

Em quarto lugar vem Palma, Maiorca, com 8,7/10 de pontuação e uma média de 295.000 pesquisas mensais online.

E a fechar o top-5, mais uma surpresa para Portugal: Cascais. A vila portuguesa da sub-região da Área Metropolitana de Lisboa teve uma pontuação final de 8,6/10.

E, aqui sim, há areia fofa como a ‘malta’ gosta. A média de pesquisas mensais em Cascais é 188.800 pesquisas.

O estudo, que detalha também os preços em cada local, nota que, embora não seja tão popular como a Madeira, o custo de uma estadia de sete noites em Cascais é mais elevado: 656 € – mais 122 € do que na Madeira.

ZAP //



Uma capital conhecida tem o maior nome do mundo: 168 letras. O menor tem apenas 1

anekoho / Depositphotos

Banguecoque, capital da Tailândia

O nome oficial de Bangkok tem 168 letras. A abreviatura é um pouco mais curta, apenas 111: krungthephphr amahanak honbowonratanakosi nmahinthara yuthayamah adilokphiph obnovphara dradchata niburiro mudomsantisug. Já o nome mais curto tem apenas uma: Y, o “Lugar da Morte”, em França.

Os nomes muito muito compridos não são nada invulgares na língua tailandesa.

Mas a capital do país exagera: o seu nome oficial, que detém o recorde do Guiness de “nome de localidade mais comprido do mundo”, tem nada menos do que 168 letras:

krungthepmaha nakhonamonrattanak osinmahintharaa yuthayamahad ilokphopnoppha ratratchathaniburiromu domratchaniwetma hasathanamonpiman awatansathitsakkath attiyawitsanukamprasit.

Assim mesmo, sem maiúsculas — que não existem na língua tailandesa. Mas sem espacinhos, que temos que acrescentar para que a palavra não extravase o seu ecrã.

Naturalmente, este nome é impronunciável, e a cidade tem uma abreviatura mais curta – com apenas 111 caracteres: krungthephphramahanak honbowonratanakosi nmahintharayuthayamah adilokphiphobnovphara dradchataniburiro mudomsantisug.

Mas este nome é ainda um pouco grande para usar em certas situações, como documentos oficiais ou matrículas de automóveis, diz o Readers Digest.

Assim, em 2022 o governo tailandês anunciou que é aceitável que quem usar o alfabeto romano se refira à capital como krung thep maha nakon — ou, simplesmente, Bangkok. Apenas sete letrinhas (onze, se quisermos muito usar o termo em português, Banguecoque).

O nome oficial da cidade tem origem nas línguas sagradas Pali e Sânscrito, utilizadas nos textos budistas e hindus, e traduz-se por “a Cidade dos Deuses, a Grande Cidade, a Residência do Buda de Esmeralda, a Cidade Impregnável de Ayutthaya do Deus Indra, a Grande Capital do Mundo Dotada de Nove Gemas Preciosas, a Cidade Feliz Abundante em Enormes Palácios Reais Que Se Assemelham à Morada Celestial Onde Habitam os Deuses Reencarnados, uma Cidade Dada por Indra e Construída por Vishnukarm“.

A versão curta do nome abreviado da cidade, krung thep maha nakhon, significa “grande cidade dos anjos” em tailandês — e, segundo algumas interpretações, o termo Bangkok remonta ao tempo em que a cidade, antes de o ser, era conhecida como a aldeia ou distrito (bang) das ameixas silvestres (makok).

Naturalmente, não podemos encerrar este assunto sem aqui deixar o vídeo de um conhecido sucesso musical dos anos 1980, de Murray Head: “One night in krungthephphramahanak honbowonratanakosi nmahintharayuthayamah adilokphiphobnovphara dradchataniburiro mudomsantisug”.

O Lugar da Morte é o nome mais curto

Várias localidades partilham o título de “cidade com o nome mais curto do mundo”, e dificilmente algum dia perderão esse título: o seu nome tem apenas uma letra.

Segundo o Guiness, há exemplos de localidades com nomes de apenas uma letra em vários países pelo mundo, incluindo na Dinamarca, Noruega e Suécia. Aparentemente, ao contrário do tailandês, que tem queda para nomes grandes, as línguas eslavas dão-se melhor com eles pequenos.

Uma destas localidades é a vila de Y, em França — que, para fazer jus ao tamanho do nome, é uma minúscula comunidade com 90 habitantes no distrito de Somme, no norte do país.

O nome da localidade tem origem na configuração em forma de Y da sua rua principal (sim, a vila tem mais quatro ruas e uma travessa).

Normalmente, uma pequena e estranha aldeia como esta passaria quase despercebida, mas, explica o Atlas Obscura, devido a um erro técnico, Y acabou por chamar a atenção de vários entusiastas de genealogia no final da década de 2000.

Ao rastrear os antepassados até aos locais da sua morte no Ancestry, um popular site de genealogia, todos os caminhos pareciam levar a Y — ou pelo menos no caso de uma quantidade invulgarmente grande deles.

Parecia que o número de pessoas que supostamente lá tinham morrido era gigantesco em comparação com o número de pessoas que realmente ali tinham chegado a viver.

Como é que tantas pessoas de todo o mundo deram por si a encontrar os seus ancestrais na pequena comuna francesa?

O mistério ficou resolvido quando um utilizador reparou que no formulário usado no site para adicionar novos antepassados, todos os campos tinham de ser preenchidos.

O utilizador deduziu que os genealogistas menos atentos podiam não saber o “local de morte” dos seus ancestrais, e, perante a obrigatoriedade de ter de colocar alguma coisa no campo, acrescentavam apenas um “X” ou “Y”.

Ora, no caso de Y, o site encontrava na base de dados de localidades uma correspondência perfeita: “Y, Somme, Picardie, France”.

“O Mistério de Y” foi assim decifrado, o site corrigiu a falha, os utilizadores limparam as suas bases de dados — e a pequena vila de Y ficou livre da sua mórbida alcunha de “O Lugar da Morte“.

Armando Batista, ZAP //



10 das atrações mais desejadas desiludem os turistas (e duas são Maravilhas do Mundo)

Foi divulgada uma lista dos destinos mais dececionantes para os turistas. E o top-10 é bastante surpreendente (incluindo duas das 7 Maravilhas do Mundo).

A CasiMonka fez uma lista das atrações turísticas mais desejadas do mundo e que mais desiludem os visitantes.

O ranking foi feito base nas avaliações e comentários no Google, Tripadvisor e Reddit – detalham os autores do estudo em comunicado enviado ao ZAP.

O Times Square é a maior desilusão dos viajantes. Descrito como demasiado “turístico” (que gera grande confusão) e “caro” (243 vezes), a pontuação deste destino icónico localizada no coração de Manhattan, em Nova Iorque (EUA), em termos de negatividade, foi de 82,39/100.

O Hollywood Walk of Fame (Passeio da Fama), na Califórnia (EUA), ficou com o segundo lugar, com um grau de negatividade de 80,56/100. O local é conhecido por homenagear as estrelas mais bem-sucedidas de Hollywood, mas não tem muito boa fama entre os turistas.

Inesperadamente, o pódio é completo por um dos locais que maior curiosidade suscita em todo o mundo: Stonehenge. Localizado em Salisbury, em Inglaterra, o local em uma pontuação de 73,86/100 para a maior desilusão de uma atração turística. Grande parte dos comentários negativos prende-se com o facto de ser um sítio com pouca acessibilidade.

Em quarto lugar, surge o Mar Morto, na Jordânia, com 73,57/100 de pontuação. A principal atração do Mar Morto é a sua elevada salinidade, o que significa que os visitantes são capazes de flutuar sem esforço na sua superfície. Mas é “chato” de lá chegar e, quando lá se chega, é caro.

E é no quinto lugar que surge a primeira atração dececionante que é, curiosamente, uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.

O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro (Brasil), teve um grau de negatividade de 71,41/100. Há sempre muita confusão e nem sempre é fácil lá chegar, aponta o comunicado.

Outra Maravilha do Mundo que surge no top-10 é o Coliseu de Roma, em Itália. Surpreendentemente, aquele que é um dos monumentos mais admirados do mundo aparece em oitavo lugar com 65,36/100 de grau de negatividade.

Os monumentos que completam o top-10 de desilusões são o Manneken Pis, na Bélgica, a Praia de Copacabana, no Brasil, o Four Corners Monument, nos EUA, e o Lago Ness, na Escócia.

Miguel Esteves, ZAP //



De Portugal ao Reino Unido, Ucrânia ou Turquia. Metro Europeu quer ligar 39 cidades

21st Europe

Ir de Lisboa a Kiev “num tirinho”? Pode ser possível já em 2024. O objetivo é reduzir a pegada ecológica e acelerar as viagens, para unir os europeus cada vez mais.

A empresa Starline quer ligar toda a Europa até 2040, num ambicioso Metro Europeu. E, para quem quiser circular de metro de Lisboa até Kiev, na Ucrânia, pode fazê-lo de forma direta: a Linha B começa em Portugal e só acaba na Ucrânia. Ao todo, são 39 cidades europeias ligadas por um único sistema de metro.

No total, são 5 linhas, do A ao E. Algumas são mais complexas, como é o caso da linha C, que vai de Madrid a Istambul, na Turquia, mas passa ainda pelo Luxemburgo e circula um pouco pela Europa de Leste.

Quem estiver em Portugal e queira viajar até Istambul, só tem de trocar de linha, da A para a C, em Lyon, França. Mais complicado é por exemplo ir até Londres ou Liverpool: terá de trocar de linha em Lyon, para a C, e voltar a trocar em Paris para a linha D. Ou então fazer uma visita a Kiev, e só então mudar para a linha verde, direta para o Reino Unido.

Na linha vermelha Lisboa-Kiev, há vários destinos turísticos que, se viver em Portugal, vai poder passar a visitar sem trocar de linha (alguns, como França., Itália e Espanha, são os prediletos dos portugueses). As paragens da linha portuguesa são: Lisboa, Madrid, Bordéus, Lyon, Milão, Roma, Zagreb, Sarajevo, Tirana, Atenas, Sofia, Bucareste, Chisinau e Kiev. Muitos destes destinos não têm, atualmente, voos diretos desde Portugal.

“Concebida como um sistema de metro, a Starline muda a forma como os europeus vêem o seu próprio continente — não como um conjunto de capitais distantes, mas como uma rede única e rápida, onde todas as ligações, quer de pessoas quer de mercadorias, são de fácil acesso”, reflete o think-tank 21st Europe.

O projeto tem também em conta a vertente ambiental. O 21st Europe afirma que “uma mudança corajosa para o caminho de ferro de alta velocidade pode ser a melhor oportunidade para a Europa atingir os seus objetivos de emissões líquidas nulas até 2050, assegurando ao mesmo tempo uma mobilidade rápida e ecológica”.

Numa altura em que há países a proibir voos domésticos, poderá ser possível para franceses, espanhóis, alemães e britânicos viajar dentro dos próprios países através desta rede. O objetivo é reduzir os voos de curta distância em 80%.

Segundo noticia a Euronews, o novo metro será 30% mais rápido do que o atual transporte rodoviário e ferroviário, com comboios a operar a 300-400 km/h. Será, por exemplo, possível ligar Berlim, a capital alemã,  a Helsínquia, na Finlândia, numas breves 5 horas de viagem.

As carruagens serão azuis e as estações serão construídas nos arredores das grandes cidades europeias (não apenas em capitais, como é o caso de Istambul — este metro não existe em Ancara, a capital da Turquia — ou Munique, na Alemanha). estas estações deverão tornar-se centros culturais urbanos, com restaurantes, lojas e até salas de concertos, museus, e recintos desportivos.

De acordo com a Euronews, os veículos não serão divididos por classes, mas sim por espaços adequados a diferentes necessidades, como um espaço para trabalho ou um espaço para famílias. Os bilhetes vão poder ser adquiridos online.

Carolina Bastos Pereira, ZAP //



O Porto faz bem ao stress (quem diria)

Trânsito, buzinões, sempre muita pressa e intensidade, com alguns palavrões (ou vírgulas) pelo meio… mas isso é só para quem está no Porto todos os dias.

O Porto está no top-5 das cidades europeias para se viajar sem stress.

Quem vive o quotidiano da cidade Invicta pode não compreender muito bem. Mas, para quem está descomprometido com o dia-a-dia portuense, há poucos sítios na Europa melhores para se relaxar.

Melhores só mesmo Nice, Oslo, Viena e Marselha. É o que mostra o ranking dos “destinos de viagem menos stressantes da Europa”, divulgado esta segunda-feira pela Haypp UK.

Em comunicado enviado ao ZAP, os investigadores esclarecem que se basearam em sete fatores-chave relacionados com o stress, desde os níveis de congestionamento até às paisagens naturais e locais de bem-estar, em 25 cidades europeias.

Transportes públicos são o segredo

Nice, em França, ocupa o primeiro lugar como o destino de viagem mais livre de stress, com uma impressionante pontuação de relaxamento de 75,36/100.

“Nice oferece uma extensa rede de transportes públicos, tornando fácil e simples a navegação pela cidade. Com 49 locais de natureza e 97 instalações de bem-estar, os visitantes têm uma série de opções para relaxar, enquanto desfrutam do encanto da costa”, justifica o estudo.

Logo atrás, em segundo lugar, está Oslo, na Noruega, com uma pontuação de relaxamento de 75,18/100.

“Com 95,3% dos residentes com acesso conveniente a transportes públicos, explorar a cidade é fácil. No entanto, passear pela cidade dá aos visitantes a oportunidade de respirar a Oslo em flor nesta primavera”, lê-se.

Viena, na Áustria, fecha o pódio, com uma pontuação de 70,88/100.

“A capital austríaca tem 97,3% de acessibilidade aos transportes públicos, garantindo uma deslocação sem stress durante a exploração. Os visitantes também podem desfrutar 83 locais de natureza, o maior número de cidades entre as dez primeiras classificadas”, aponta.

Em quarto lugar, surge Marselha, em França, com 68,15/100 pontos e também com referência aos transportens públicos: “Com 98,1% da sua população a ter acesso fácil a transportes públicos, o stress de se deslocar é mínimo em Marselha“.

É mais do que notório que a mobilidade influência o grau de stress de uma cidade. Ou seja, nas cidades mais tranquilizantes da Europa, os transportes públicos são o segredo…

Menos no Porto…

Chegados ao Porto, salta à vista algo curioso. É a primeira cidade do ranking a que os especialistas não fazem referência aos transportes públicos – e, talvez, os portuenses sejam capazes de adivinhar porquê…

Em contrapartida, o Porto ganha pela sua área costeira, com 6,88 km² de área de praia – mais do que as outras cidades costeiras do ranking juntas (6,45 km²) – “proporcionando muitas oportunidades de relaxamento à beira-mar”.

“Com 52 locais de natureza e 69 instalações de bem-estar, o Porto é um excelente destino para quem procura descontrair na costa, ao mesmo tempo que pode explorar uma história rica e paisagens cativantes”, acrescenta a Haypp.

Posto isto, apesar da imperfeita rede de transportes, do trânsito e respetivos buzinões, do estilo de vida apressado e intenso, com alguns palavrões (ou meras vírgulas) pelo meio, o Porto consegue a proeza de completar o top-5 com uma pontuação de relaxamento de 65,47/100.

Miguel Esteves, ZAP //



Férias da Páscoa: os destinos dos portugueses são cada vez mais exóticos

Este ano, os portugueses voltam a viajar mais na Páscoa e para destinos cada vez mais diversificados. Senegal, Maldivas, São Tomé, Egito, Tunísia, Maurícias, Seicheles são alguns dos favoritos.

Os portugueses continuam a priorizar viajar nas festividades. Nesta Páscoa, que cola vários feriados, fizeram mais reservas, com mais antecedência e para destinos cada vez mais diversificados.

“Podemos dizer que, à data de hoje, este ano está a ser o melhor de sempre, se pensarmos em reservas efetuadas. Há um movimento muito significativo de antecipação de reservas, provocando crescimentos muito significativos, que necessariamente abrandarão ao longo do ano”, disse o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens (APAVT) à Lusa.

Pedro Costa Ferreira sublinha que há um crescimento visível de destinos com oferta charter, como Caraíbas, Cabo Verde, Tunísia ou Marrocos.

Destinos exóticos entusiasmam

Sobre o excelente período que o setor vive, quer a agência de viagens Solférias, quer o operador turístico Lusanova corroboram a opinião.

O diretor de operações da Lusanova, Tiago Encarnação, disse à Lusa que as reservas para a Páscoa estão “a correr muito bem, com muitos portugueses a aproveitarem o feriado do 25 de Abril para prolongar as suas férias”.

Um crescimento que o presidente executivo (CEO) da Solférias, Nuno Mateus, diz ser mais fácil de materializar, para já, comparando com o ano passado. “As vendas já estão 25% acima […]. Resumindo, as vendas para o período da Páscoa estão excecionais”.

Em termos de destinos mais vendidos para a Páscoa, no caso da Solférias são “Cabo Verde, Paris, Brasil – que tem estado numa recuperação extraordinária nos últimos dois anos -, mas também o Senegal, as Maldivas, São Tomé, Egito, Tunísia, Maurícias, Seicheles.

Já a Lusanova diz que, no que toca a destinos de longo curso, Japão e Tailândia destacam-se entre as opções mais procuradas”, afirmou Tiago Encarnação.

Os preços subiram

“Os preços subiram em alguns casos, acompanhando a inflação e a procura, mas há muitas opções no mercado para diferentes tipos de orçamento”, afirmou o responsável da Lusanova.

Por seu turno, Nuno Mateus diz que a tendência de aumento dos preços existe, mas também porque se estão a vender “mais algumas longas distâncias”, como Maurícias ou Seicheles, e com isso o custo médio das viagens sobe.

Nuno Mateus lembra que reservar com “muita antecedência é sinónimo de pagar muito menos”, até porque “as tarifas cada vez estão mais dinâmicas” e que “o que está realmente a fazer diferença é a reserva antecipada”.

Viajar: um bem essencial

“Viajar tem ganhado um papel cada vez mais importante na vida dos portugueses, tornando-se um bem essencial. Essa tendência reflete-se nas reservas, que já superam em 10% as do mesmo período do ano passado”, disse Tiago Encarnação.

Os dois responsáveis notaram ainda que, este ano, as viagens de última hora – chamados last minutedeixou de ser tendência.

ZAP // Lusa



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