Quase uma década depois de ter aterrado em solo francês, o avião presidencial do ex-ditador líbio continua parado num aeródromo no sul do país, estando no meio de vários processos judiciais que parecem não ter fim.
Em agosto de 2011, as imagens captadas no Aeroporto Internacional de Trípoli, na Líbia, tornaram-se prova da queda do regime de Muammar al-Gaddafi, ditador que governou o país durante mais de 40 anos.
Além de capturarem o próprio Gaddafi, que acabaria por ser morto em outubro desse mesmo ano, as forças opositoras assumiram o controlo do aeroporto e ainda conquistaram um “prémio”, um dos maiores símbolos de poder do ditador.
Estamos a falar do seu avião presidencial, o Airbus A340-200 que, embora do lado de fora se parecesse com mais um avião da companhia aérea líbia Afriqiyah Airways, no seu interior possuía, entre outros luxos, uma banheira de hidromassagem e até um cinema.
Tal como recorda a CNN, as novas autoridades do país viram-se a braços com um dilema: qual o destino a dar a esta luxuosa aeronave que, no fundo, representava tão intimamente os excessos do falecido ditador.
Foi então que, em 2012, o avião voou para as instalações da EAS Industries (atual Sabena Technics), uma empresa de manutenção de aeronaves subcontratada pela Air France, sediada no sul de França. A aeronave foi reparada e, um ano depois, estava pronta para ser usada novamente, tendo ficado na posse do Governo líbio para uso próprio.
De acordo com a mesma cadeia televisiva, acabou por ser uma viagem curta. Em março de 2014, e com a situação do país a deteriorar-se novamente, o avião voltou a solo francês. Mas, desta vez, a sua chegada marcou o início de um imbróglio judicial internacional que o mantém parado até hoje, sete anos depois.
O Airbus A340 foi comprado por Gaddafi, em 2006, por cerca de 100 milhões de euros. No mesmo ano desta aquisição, o Governo líbio assinou um acordo com o grupo Al Kharafi, empresa com sede no Kuwait, para desenvolver um resort em Tajura, perto de Trípoli.
Não demorou muito para o negócio começar a ir por água abaixo e, em 2010, foi cancelado por parte do Executivo. O grupo privado respondeu, tendo processado o país num tribunal do Cairo, no Egipto, que, em 2013, decidiu que a empresa devia ser indemnizada em quase 800 milhões de euros.
O grupo Al Kharafi também processou o estado líbio em França, por isso, quando o avião aterrou, houve uma tentativa de apreensão. Porém, em 2015, um tribunal francês decidiu que a aeronave pertencia a uma nação soberana e, por isso, gozava de imunidade para uma ação judicial desta natureza. A empresa recorreu desta decisão, os anos foram passando e o avião continuou abandonado à sua sorte.
Em 2016, os custos de manutenção do Airbus A340 já ascendiam a quase três milhões de euros, o que fez com que a Air France também se tornasse parte do processo judicial, dando uma nova complexidade ao caso.
Apesar de tudo, parece que a aeronave continua a ser cuidada. No ano passado, observadores locais viram os seus motores a trabalhar, um procedimento regular entre aviões que estão parados há muito tempo. Contudo, no meio de vários processos judiciais que parecem não ter fim à vista, é difícil dizer o que o futuro lhe reserva.
Aeroportos não servem de casa apenas para os sem-abrigo. Há pessoas que, involuntariamente ou não, ficam lá durante meses e, em alguns casos, até mesmo anos.
Em janeiro, as autoridades de Chicago prenderam um homem de 36 anos chamado Aditya Singh depois de este ter passado três meses a morar no Aeroporto Internacional O’Hare. Desde outubro, Singh contava com a gentileza de estranhos para lhe comprar comida, dormindo nos terminais e usando as várias casas de banho. Só depois de um funcionário do aeroporto pedir para ver a sua identidade é que percebeu a jogada.
Singh, no entanto, está longe de ser o primeiro a conseguir uma estadia prolongada. Há pessoas que conseguiram fixar residência em terminais por semanas, meses e às vezes anos. Curiosamente, porém, nem todos os que vivem num aeroporto fazem-no por vontade própria.
Aeroportos são como “mini cidades”. Têm locais de culto, policiamento, hotéis, bons restaurantes, lojas e transportes públicos, entre outras coisas.
É possível morar em aeroportos porque eles oferecem muitas das comodidades básicas necessárias para a sobrevivência: comida, água, casas de banho e abrigo. E embora as operações aeroportuárias não funcionem necessariamente 24/7, os terminais aeroportuários geralmente abrem muito cedo pela manhã e permanecem abertos até de madrugada.
Muitas das instalações são tão grandes que aqueles que estão decididos a ficar – como o homem em O’Hare – podem encontrar maneiras de evitar serem apanhados durante algum tempo.
Uma das maneiras de os aspirantes a residentes de aeroporto evitarem deteção é simplesmente misturarem-se com a multidão. Antes da pandemia, os aeroportos dos EUA recebiam entre 1,5 e 2,5 milhões de passageiros por dia.
Com a pandemia, os números caíram drasticamente para menos de 100.000 durante as primeiras semanas da crise na primavera de 2020. Notavelmente, o homem que morou em O’Hare por pouco mais de três meses chegou em meados de outubro de 2020 à medidas que os números de passageiros estavam a recuperar. Singh foi descoberto e apreendido apenas no final de janeiro de 2021.
A viver no limbo
Claro, nem todos aqueles que dormem num terminal necessariamente querem estar lá. Viaje bastante de avião e é provável que, num momento ou outro, você se encontre na categoria de residente involuntário de curto prazo no aeroporto.
Enquanto algumas pessoas podem reservar voos que as obriguem a pernoitar no aeroporto, outras ficam presas nos aeroportos por causa de ligações perdidas, voos cancelados ou mau tempo. Estas circunstâncias raramente resultam em mais de um ou dois dias de residência num aeroporto.
Depois, há aqueles que involuntariamente se encontram numa estadia prolongada e indefinida. Talvez o residente involuntário de longo prazo mais famoso em aeroportos tenha sido Mehran Karimi Nasseri, cuja história supostamente inspirou o filme “O Terminal”, com Tom Hanks.
Nasseri, um refugiado iraniano, estava a caminho de Inglaterra, via Bélgica e França, em 1988, quando perdeu os papéis que comprovavam a sua condição de refugiado. Sem os seus documentos, ele não poderia embarcar no seu avião para Inglaterra. Nem foi autorizado a deixar o aeroporto de Paris e entrar em França.
Assim, tornou-se uma batata quente internacional à medida que o seu caso se espalhava entre autoridades em Inglaterra, França e Bélgica. A certa altura, as autoridades francesas ofereceram-lhe permissão para residir em França, mas Nasseri recusou a oferta, alegadamente porque queria chegar ao seu destino original, Inglaterra.
Foi desta forma que ficou no aeroporto Charles de Gaulle durante quase 18 anos. Saiu apenas em 2006, quando o seu estado de saúde exigiu hospitalização.
Outros residentes de longo prazo de aeroportos incluem Edward Snowden, o denunciante da NSA, que passou mais de um mês num aeroporto russo em 2013 antes de receber asilo.
Há ainda a saga de Sanjay Shah, que viajou para Inglaterra em maio de 2004 com um passaporte de cidadão britânico no estrangeiro. No entanto, a sua entrada foi recusada quando ficou claro que ele pretendia imigrar para Inglaterra, não apenas ficar lá os poucos meses que o seu tipo de passaporte permitia.
Mandado de volta para o Quénia, Shah temia deixar o aeroporto, pois já tinha renunciado à cidadania queniana. Ele finalmente foi capaz de sair após uma residência no aeroporto de pouco mais de um ano, quando as autoridades britânicas lhe concederam cidadania total.
Mais recentemente, a pandemia criou novos residentes involuntários em aeroportos. Por exemplo, um estónio chamado Roman Trofimov chegou ao Aeroporto Internacional de Manila num voo de Banguecoque a 20 de março de 2020. No momento da sua chegada, as autoridades filipinas pararam de emitir vistos de entrada para limitar a disseminação da covid-19. Trofimov passou mais de 100 dias no aeroporto de Manila até que a embaixada da Estónia finalmente conseguisse um assento para ele num voo de repatriação.
Embora a maioria dos residentes involuntários de aeroportos anseie deixar as suas casas temporárias, alguns tentaram voluntariamente fazer do aeroporto a sua residência de longo prazo. Os principais aeroportos dos Estados Unidos e da Europa há muito funcionam – embora em grande parte informalmente – como refúgio para os sem-abrigo.
Uma das maiores camas no céu deverá estrear dentro de alguns meses, quando a JetBlue começar a voar com os seus A321neo de Boston e Nova Iorque a Londres.
No dia 26 de fevereiro, a norte-americana JetBlue apresentou o primeiro avião A321neo, com a mais recente classe executiva da empresa. Segundo a CNN, a companhia aérea apostou num design de interior luxuoso, para aumentar o conforto dos passageiros, e em assentos na transversal, para garantir a privacidade.
Das 24 suites da cabine JetBlue Mint, duas são uma espécie de mini-quartos situados no início da aeronave que contam, cada um, com um assento que se transforma numa cama totalmente plana. Os “quartos” têm também uma porta que garante a privacidade do passageiro e um banco que, tal como o assento, se “deita”.
Em conjunto e deitados, o assento e o banco formam uma das maiores camas do céu.
As duas suites Mint Studio podem acomodar dois passageiros e contam também com uma televisão de 17 polegadas, que gira e se inclina para proporcionar ao passageiro o melhor ângulo de visão.
Os detalhes também captam a atenção dos mais exigentes. Cada suite tem iluminação ambiente; carregamento sem fio e vários pontos de energia; muito espaço de armazenamento, como um cubículo para sapatos e uma gaveta para portátil; e um suporte para o smartphone.
Estas características e elementos de design, combinados com o serviço da tripulação, vão oferecer aos passageiros uma experiência de voo premium.
O lançamento da nova cabine JetBlue Mint está previsto para este verão.
A companhia aérea australiana Qantas anunciou “voos mistério”, nos quais os passageiros não fazem ideia para onde vão, numa tentativa de atrair mais clientes.
As fronteiras internacionais da Austrália estão atualmente fechadas e parece improvável que reabram para viagens de lazer em grande escala até 2022. Por isso, a companhia aérea de bandeira australiana Qantas teve de ser criativa para atrair passageiros.
De acordo com o jornal britânico The Independent, a Qantas anunciou que os seus novos voos domésticos partirão de Sydney, Brisbane e Melbourne, voarão para um destino desconhecido a não mais de duas horas de distância e oferecerão uma experiência em terra antes do voo de volta.
As experiências podem incluir produção de vinho, um almoço gourmet ou mergulho numa ilha tropical, enquanto o voo do Boeing 737 fará voos de baixa altitude para permitir ver pontos turísticos famosos.
“O lançamento da vacina está a trazer muito mais certeza e as restrições nas fronteiras domésticas devem em breve ser uma coisa do passado”, disse Stephanie Tully, diretora de clientes do Qantas Group, em declarações à Traveller. “Enquanto isso, estes voos transformam esse mistério em algo positivo, criando uma experiência única para muitas pessoas que desejam começar a viajar novamente”.
“Além de ajudar a trazer mais pessoas de volta ao trabalho, estes voos misteriosos são outra forma de apoiar as operadoras de turismo em áreas regionais, especialmente, que foram atingidas de forma particularmente dura pelas várias ondas de restrições”, continuou Tully.
As tarifas económicas para os voos começarão a partir de 737 dólares australianos (equivalente a 475 euros) e os passageiros não saberão para onde estão a ir até pousarem – embora recebam uma pista quando forem avisados sobre o que levar na bagagem de mão.
Em outubro, a Qantas lançou um “voo para lugar nenhum” – uma rota panorâmica de sete horas ao redor do país que não pousava em lugar nenhum – que esgotou em apenas 10 minutos. Havia 134 assentos disponíveis na aeronave Boeing 787, com preços entre 575 2.765 dólares australianos (equivalente a 371 e 1.784 euros, respetivamente), dependendo da classe do bilhete.
Posteriormente, a companhia aérea lançou um novo pacote de voos panorâmicos composto de voos domésticos e pernoite, bem como “voos espetaculares de baixa altitude” sobre alguns dos pontos turísticos mais populares da Austrália.
O primeiro desses “voos panorâmicos” foi uma viagem de Sydney a Uluru, que descolou em 5 de dezembro.
Fechado em casa a sonhar com a próxima viagem? Esqueça as praias paradisíacas ou as grandes metrópoles. As férias do futuro podem vir a ser no Espaço.
Tudo começou em 2019, quando a empresa californiana Gateway Foundation começou a desvendar os seus planos para a construção de um hotel no Espaço ao estilo dos navios de cruzeiro, então chamado Estação Von Braun.
Agora, conta a cadeia televisiva CNN, este conceito futurista ganhou um novo nome – “Voyager Station” – e será construído pela Orbital Assembly Corporation, uma nova empresa de construção do ex-piloto John Blincow, que também lidera a Gateway Foundation.
Em entrevista ao canal norte-americano, Blincow explicou que a pandemia da covid-19 gerou alguns atrasos, mas que a construção está prevista para arrancar em 2026. Se tudo correr como planeado, o hotel estará totalmente operacional em 2027.
“Estamos a tentar fazer com que o público se aperceba que esta era de ouro das viagens espaciais está mesmo ao virar da esquina. Está a chegar. E rápido”, disse o responsável.
A equipa pretende que este hotel leve um bocadinho da Terra para o Espaço, através de quartos cómodos e aconchegantes e bares e restaurantes com classe. Mas isso não significa que se vá ignorar a novidade que é estar por lá. Há planos, por exemplo, para servir “comida espacial” tradicional (como gelados liofilizados).
Além disso, haverá atividades para tirar partido da possibilidade de poder “fazer coisas que não se podem fazer na Terra”, explica também Tim Alatorre, arquiteto sénior da Orbital Assembly Corporation.
“Por causa da leveza e da gravidade reduzida, os hóspedes serão capazes de saltar muito mais alto, erguer coisas que habitualmente não conseguem, correr de outra forma”, lembrou.
Segundo o designer, a “Voyager Station” terá a forma de uma enorme roda, que vai girar constantemente, criando uma gravitação simulada que vai tornar a estadia muito mais confortável do que na Estação Espacial Internacional (EEI).
A presença de gravidade significa que muitos dos problemas que afetam os astronautas da EEI não vão aparecer neste hotel. Os hóspedes poderão ir à casa-de-banho normalmente, os chuveiros usarão água reciclada e os alimentos serão servidos em restaurantes comuns.
Para já, os responsáveis do projeto não querem adiantar qual será o preço médio da estadia. No entanto, esperam que este se possa equiparar ao custo de uma “viagem num cruzeiro ou à Disneyland“.
Os certificados de imunidade à covid-19 vão precisar ainda de meses para serem emitidos na União Europeia (UE), ameaçando mais uma temporada de turismo para os setores da aviação, hotelaria e restauração.
Segundo noticiou a Bloomberg esta quarta-feira, a Comissão Europeia está a trabalhar no “estabelecimento de um quadro de confiança e de uma infraestrutura digital que facilite a autenticação” dos documentos, de acordo com uma nota informativa.
“O trabalho técnico que sustenta tal plataforma pode levar de três a quatro meses”, de acordo com o memorando datado de 02 de março havendo ainda questões legais que podem representar um obstáculo a estes certificados de imunidade.
O sistema passará por atribuir este “passaporte” a quem teve resultado negativo no teste realizado recentemente, esteja completamente vacinado ou recuperados do coronavírus.
Contudo, os Estados-membros estão em desacordo, com a Grécia a querer acelerar a sua introdução para o regresso de atividades e a França e a Bélgica invocando argumentos de privacidade e equidade.
A Comissão Europeia propôs esta quarta-feira a criação de um Cartão Europeu de Deficiente que seja mutuamente reconhecido pelo conjunto dos Estados-membros e que facilite a livre circulação de pessoas com deficiência na União Europeia.
“Pessoas com deficiência têm o mesmo direito que os outros cidadãos europeus de mudarem-se para outro país ou participar na vida política. (…) No final de 2023, a Comissão Europeia irá propor um Cartão Europeu de Deficiente que irá facilitar o reconhecimento mútuo do estatuto de deficiência entre Estados-membros, e ajudará pessoas com deficiência a beneficiarem do seu direito de livre circulação”, lê-se num comunicado da Comissão Europeia.
A proposta do executivo comunitário encontra-se num novo plano de ação apresentado esta quarta-feira, intitulado Estratégia para os direitos das pessoas com deficiência 2021-2030, e que procura “garantir a participação total” destas pessoas “na sociedade, de forma igual à dos outros cidadãos na Europa e além”.
“As pessoas com deficiência têm o direito de participar em todas as áreas da vida, tal como outra pessoa qualquer. Ainda que as últimas décadas tenham trazido progressos no acesso aos cuidados de saúde, educação, emprego, atividades de recreação e participação na vida política, permanecem muitos obstáculos. É a altura de aumentar a ação europeia”, frisa o executivo no plano de ação.
A estratégia apresentada foca-se assim em três pilares: os direitos das pessoas com deficiência, a capacidade para viverem de forma independente e autónoma, e a igualdade de oportunidades e de não-discriminação.
No âmbito do fortalecimento dos direitos das pessoas com deficiência, onde consta a proposta da criação de um Cartão Europeu de Deficiente, o executivo frisa também que irá colaborar com os Estados-membros para garantir a participação destas pessoas nos processos eleitorais europeus.
“O direito de votar e de ser um candidato nas eleições para o Parlamento Europeu ou nas eleições municipais quando se vive fora do seu próprio país são um direito assegurado pela lei europeia. No entanto, na prática, pessoas com deficiência têm dificuldades em exercer esses direitos devido ao acesso limitado ou a restrições nas suas capacidades legais (…) A estratégia procura assegurar que as pessoas com deficiência possam exercer o seu direito de participar em processos eleitorais”, sublinhou a comissária para a Igualdade, Helena Dalli, em conferência de imprensa de apresentação do plano.
No que se refere à capacidade de viver de maneira autónoma, o executivo frisa que as pessoas com deficiência têm “o direito de escolher onde e com quem querem viver”, e aponta que irá “desenvolver orientações” e lançar uma iniciativa para “melhorar os serviços sociais para as pessoas com deficiência”.
Informando ainda que 52% destes indivíduos se sentem discriminados, a Comissão prevê também combater a desigualdade que afeta estas pessoas ao procurar “garantir oportunidades iguais no acesso à justiça, educação, cultura, desporto e turismo”.
“As crianças com deficiência têm de aprender e desenvolver o seu potencial num plano de igualdade com as outras crianças, incluindo, e é algo importante, durante a educação infantil. Há uma necessidade crucial de agir visto que um em cada cinco jovens com deficiência abandona a escola prematuramente, comparado com um em cada dez jovens sem deficiência”, informou Dalli.
Segundo o executivo, cerca de 87 milhões de pessoas na UE têm algum tipo de deficiência, sendo que 28,4% dessas pessoas correm o risco de pobreza ou de sofrer exclusão social, quando comparado com a média geral de 17,8%.
Além disso, o executivo informa também que apenas 50,8% de pessoas com deficiência na UE estão empregadas, relativamente a 75% para a população geral.
O Cartão Europeu de Deficiente hoje proposto baseia-se num projeto piloto que tinha sido lançado em fevereiro de 2016 em oito Estados-membros da UE (Bélgica, Chipre, Estónia, Finlândia, Itália, Malta, Roménia e Eslovénia).
Em 2019, a Comissão tinha iniciado uma avaliação do projeto piloto em questão, informando hoje que, “baseando-se na experiência” que ocorreu nos oito Estados-membros, pretende avançar com o projeto.
A proposta prevê preencher a ausência de um reconhecimento mútuo do grau de deficiência na UE o que, segundo a Comissão, “gera dificuldades para as pessoas com deficiência, uma vez que os seus cartões nacionais nem sempre são reconhecidos noutros Estados-membros”.
Israel está fechado em casa e viajar para este país não faz parte dos planos de muitas pessoas. No entanto, este período de acalmia pode mesmo ser o melhor momento para planear uma viagem – e de preparar um país para o receber.
O Ministério do Turismo de Israel acredita que o país vai receber turistas norte-americanos e canadianos assim que a pandemia de covid-19 terminar. Os responsáveis políticos defendem que o número de projetos novos a nascer no país vai incentivar os turistas a visitá-lo no pós-pandemia.
De acordo com o Travel and Leisure, este ano, chegar a Israel vindo dos Estados Unidos será mais fácil do que nunca.
A American Airlines anunciou recentemente o lançamento de um voo direto diário do Aeroporto Internacional John F. Kennedy, na cidade de Nova York, para Tel Aviv a partir de 6 de maio de 2021, assim como um voo sem escalas de Miami para Tel Aviv, três vezes por semana a partir de junho. As companhias Delta, United Airlines e EL AL Airlines também têm algumas opções diárias.
Este ano, também novos hotéis serão inaugurados. É o caso do Six Senses Shaharut, que vai abrir portas no Vale Arava do Deserto de Negev. O hotel oferece 58 suites luxuosas e sustentáveis, além de uma vista deslumbrante do deserto.
O Soho House chegará a Tel Aviv na primavera de 2021. O resort e spa foi erguido num antigo convento no bairro histórico de Jaffa. O Nobu Hotel Tel Aviv, o Sofia Sea of Galilee Hotel (que foi construído numa histórica casa de pedra do século XIX), e o contemporâneo Port Tower Hotel, são outros hotéis que serão inaugurados ainda este ano no país.
Alguns lugares turísticos foram também renovados. É o caso da Torre de David, que foi alvo de um projeto de renovação e conservação de vários milhões de dólares.
O Museu Terra Sancta, uma rede de museus que reúne todos os locais de conservação do património histórico, artístico e arqueológico da Custódia da Terra Santa, também está a ser remodelado. Já o Magdala, um local sagrado junto ao mar da Galileia, tem organizado peregrinações virtuais ao longo da pandemia.
As autoridades de saúde israelitas têm implementando novas estratégias com o objetivo de garantir a saúde e a segurança dos viajantes no rescaldo da pandemia, criando o chamado “Padrão Roxo” para protocolos de saneamento. No que ao turismo diz respeito, o futuro vislumbra-se risonho.
A Ponta do Sol, na Madeira, acolhe aquela que é a primeira Vila Nómada Digital em Portugal. Um projecto-piloto que visa “criar uma comunidade de nómadas digitais”, como explica ao ZAP o mentor da ideia, Gonçalo Hall, também ele um nómada digital que considera que “Portugal tem tudo para ser o líder”.
A pandemia está a dar visibilidade ao fenómeno dos nómadas digitais, pessoas que trabalham de forma remota enquanto aproveitam para viajar e conhecer outros lugares.
Para alimentar este movimento, o nómada digital Gonçalo Hall avançou, em parceria com a Startup Madeira e com o Governo Regional da Madeira, com o projecto de uma Vila Nómada Digital na Ponta do Sol, município madeirense.
Há 60 nómadas digitais (e mais 4200 interessados)
A Vila Nómada Digital arrancou oficialmente neste mês de Fevereiro e a ideia é “criar uma comunidade de nómadas digitais” num “sítio incrível”, uma vila “lindíssima” e onde a “Internet é muito boa”, como destaca Gonçalo Hall ao ZAP.
O projecto vai acabar também por trazer “uma nova fonte de rendimentos para os negócios locais”, pois os “os nómadas consomem muito mais e por muito mais tempo” do que os turistas habituais, destaca ainda.
É nesse contexto que se justifica o envolvimento do Governo Regional e da incubadora de empresas Startup Madeira.
O investimento público é da ordem dos 15 mil euros, segundo Gonçalo Hall, mas o apoio ao projecto passa ainda pela cedência do Centro Cultural John dos Passos, onde os nómadas digitais podem trabalhar, com Internet gratuita.
“Às vezes, as pessoas pensam que é mentira que estamos a oferecer o espaço de trabalho”, constata o mentor do projecto, frisando que “normalmente, cobram entre 150 a 200 euros”.
Actualmente, já há 60 nómadas digitais instalados na Ponta do Sol. Em toda a ilha, estão a viver cerca de 250. São sobretudo estrangeiros, mas também há alguns portugueses que moram no estrangeiro, segundo Gonçalo Hall.
Não fosse a pandemia e o facto de as fronteiras estarem fechadas, haveria muitos mais, uma vez que existem 4.200 pessoas inscritas que estão interessadas em ficar na Vila Nómada Digital na Madeira.
O projecto também firmou parcerias com espaços de alojamento local para terem “preços competitivos” para os nómadas. Mas, nesta altura, “o número de casas no mercado não é suficiente na Ponta do Sol para tanta gente”, pelo que as pessoas têm-se espalhado pela ilha, o que acaba por beneficiar o Arquipélago no seu todo.
Gonçalo Hall e o Governo Regional da Madeira já estão a estudar a implantação de mais uma Vila Nómada Digital na ilha, provavelmente em Porto Santo.
“Portugal tem tudo para ser o líder deste mercado”
Entretanto, Gonçalo Hall refere que tem sido “contactado por vários países” para desenvolver projectos semelhantes, mas “curiosamente, o meu próprio país não é um deles”, lamenta em declarações ao ZAP.
Para o nómada digital, esta é uma “oportunidade única”, pois “os nómadas gostam muito de Portugal, por tudo, pela cultura, pelo tempo”, considera.
A título de exemplo, Gonçalo Hall nota que no site Nomadlist.com que inclui o ranking dos locais preferidos dos nómadas digitais, “o número 1 é quase sempre Lisboa” e a “Ericeira chegou a estar em número 3 no ano passado”.
Nesta altura, Lisboa aparece de facto em primeiro lugar, o Porto é 10.º, a Ericeira é 20.ª e o Funchal é 45.º. Lagos (86.º) e Ponta Delgada (88.ª) aparecem também na lista dos 100 locais mais populares, sendo que Braga surge em 124.º lugar.
Desta forma, Gonçalo Hall acredita que “Portugal tem tudo para ser o líder” deste “mercado novo e muito mais sustentável” e que, além disso, promove um “impacto económico muito mais interessante para as economias locais do que o turismo de massas”. Mas “falta uma estratégia a sério”, salienta.
Gonçalo Hall, o mentor da Vila Nómada Digital na Ponta do Sol, Madeira.
“O visto nómada dava muito jeito”
No pós-pandemia, Hall espera uma “explosão” de visitantes, sobretudo de norte-americanos e britânicos que são os “dois grandes mercados” deste sector.
Cerca de 40% dos 4.200 inscritos no projecto são dos EUA e do Reino Unido e “muita gente queria viajar já” para a Madeira, mas “neste momento, é impossível”, constata.
E se Portugal tivesse um “visto específico” para nómadas digitais, como já acontece em países como a Croácia e a Grécia, as limitações da pandemia até poderiam ser contornadas.
“O visto nómada dava muito jeito”, aponta Hall, considerando que facilitaria as questões burocráticas, nomeadamente para a “legalização” destes trabalhadores remotos.
A questão da renovação dos vistos é uma das grandes dificuldades dos nómadas digitais e que o próprio Gonçalo Hall viveu na pele depois de ter passado por locais como Bali (Tailândia), Vietname, Malásia, Budapeste (Hungria) e Las Palmas (Espanha).
“Bali oferece um visto de 30 dias para turistas e depois temos de sair e de voltar” e as pessoas podem ficar “ilegais” a trabalhar a partir destes países, nota.
“O Governo tailandês já fez algumas apreensões e já mandou pessoas para a prisão, durante uma noite, por estarem a trabalhar em espaços de coworking que eles proibiram”, acrescenta ainda.
Hall destaca que o Governo Regional está “receptivo” a implementar este tipo de vistos especiais, mas frisa que a questão terá de passar pelo Governo central, onde não encontrou ainda receptividade nesse sentido.
Ser nómada digital mesmo com filhos
O profissional de Marketing e nómada digital Manuel Manero.
O fenómeno dos nómadas digitais é habitualmente associado a pessoas mais novas, mas Manuel Manero contraria essa ideia. Este profissional de Marketing, formador e autor, constata ao ZAP que “há muita gente que vive este estilo de vida, mesmo tendo filhos”.
Ele próprio é pai de duas meninas, com 12 e 4 anos, e, mesmo assim, continua a ser “nómada a tempo parcial”, coordenando as viagens com os períodos lectivos.
Claro que com filhos, “a logística é muito mais exigente”, mas seria “um contra-senso não conhecermos este mundo onde vivemos”, realça.
Manero é uma espécie de “activista” do nomadismo digital e, portanto, é um defensor desta “forma de estar na vida” que passa por “viajar devagar e não a correr”, o que permite “conhecer os locais e as culturas”.
O autor do livro “Empreender como um nómada digital” começou nesta vida há 5 anos depois de ter tido “duas falências empresariais” e seguindo uma “sede” de “conhecer o mundo”.
A quem sonha ser nómada digital recomenda que “desenhem muito bem a vida antes de o fazer”, pois “custa dinheiro”. “Pior do que ser nómada é ser nómada sem recursos nenhuns”, analisa, frisando a importância de “fazer um plano a 90 dias ou 6 meses ou um ano”.
“Aproveitar trabalho remoto para ser mais livre”
A pandemia atirou muitas pessoas para o regime de teletrabalho e já se começa a especular como será o mercado de trabalho quando a covid-19 passar à história.
É neste âmbito que o Colectivo de Nómadas Digitais Portugueses pretende “empoderar as pessoas que estão a ter experiências de teletrabalho” e “inspirar e ajudar as empresas a implementarem a flexibilidade no trabalho”, como explica ao ZAP o fundador deste grupo, Diogo Reffóios Cunha.
O gestor de comunicações e ex-concorrente do Big Brother aponta que o Colectivo junta uma “série de pessoas que já estão habituadas a ter essa flexibilidade” para partilha de “projectos e de experiências”. Assim, a ideia passa por “inspirar os outros para aproveitarem o trabalho remoto para serem mais livres“.
O gestor de comunicações e nómada digital Diogo Reffóios Cunha.
Diogo Reffóios Cunha atesta que o confinamento levou muitas empresas a um processo de aprendizagem, onde tiveram que “organizar-se” em termos da “forma de comunicação entre equipas” e de hierarquias, de “quem é responsável pelo quê”. No fundo, “tiveram que aprender a trabalhar remotamente“, diz.
O Colectivo intervém neste âmbito, mas também no sentido de promover a mudança de mentalidades. Para Diogo Reffóios Cunha as empresas que estão organizadas em função de horários rígidos em vez de “objectivos ” são “geridas pelo medo”.
Estas empresas têm “um modus operandis semelhante ao das indústrias agro-pecuárias que colocam animais dentro de uma cabine” para os “encher com rações e ficarem crescidos rapidamente”, acrescenta.
Uma realidade “retrógrada”, como diz Diogo Reffóios Cunha, e que está em contraciclo com os novos paradigmas da gestão que defendem a liberdade e a flexibilidade dos colaboradores como motores da produtividade. A isso, o gestor de comunicações e outros activistas do nomadismo digital acrescentam o “sonho de viajar e trabalhar ao mesmo tempo”.
A casa onde foi filmado o filme “O Silêncio dos Inocentes” (“The Silence of the Lambs”, em inglês) pode ser aberta aos visitantes e tornar-se uma casa de aluguer e um ponto turístico.
De acordo com agência France-Press(AFP), esse é o plano de Chris Rowan, um desenhista de produção, que recentemente comprou a casa por 290 mil dólares (equivalente a 240 mil euros).
O interior do edifício continua igual ao do famoso filme premiado com 5 Óscares. O prédio de três andares, com área total de 215 metros quadrados, foi construído em 1910 num subúrbio de Pittsburgh, no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Rowan planeia transformar a infame casa num destino turístico, com o objetivo de alugar estadias aos visitantes.
Está previsto que os inquilinos vão ter acesso ao porão onde “Buffalo Bill” mantinha as mulheres sequestradas.
Além disso, o atual proprietário, especialista em decoração de cenários de filmagem, pretende recriar a oficina do criminoso e fazer uma réplica do poço em que o vilão do filme deixou as suas vítimas.
Rowan já criou um site que promete “o destino dos sonhos de um verdadeiro amante do cinema” com algumas das “oportunidades de fotografiass mais exclusivas”.
Os futuros arrendatários podem fazer um tour virtual pela casa no YouTube.
Ainda não se sabe quanto custaria o aluguer de todo o edifício ou de um dos quatro quartos da casa.
Lançado em 1991, “O Silêncio dos Inocentes” é um filme norte-americano de suspense, drama e terror, realizado por Jonathan Demme e estrelado por Jodie Foster, Anthony Hopkins, Ted Levine e Scott Glenn. O filme apresenta o doutor Hannibal Lecter, um brilhante psiquiatra e assassino canibal em série. No trama, Clarice Starling, uma jovem estagiária do FBI, pede ajuda do prisioneiro Hannibal Lecter para prender outro assassino em série, conhecido apenas como “Buffalo Bill”.
“O Silêncio dos Inocentes” ganhou vários prémios, incluindo Óscar e Globo de Ouro.