Sexta-feira, Junho 6, 2025
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Já se pode fugir de Roma como um Papa fugiria

Hugo DK / Wikipedia

Passetto di Borgo, Roma, Itália.

O “Passetto”, um corredor amuralhado que liga o Vaticano à fortaleza romana de Castel Sant’Angelo, constituindo uma torre de vigia militar e uma eventual rota de fuga dos papas ao longo dos séculos, vai agora ser aberto ao público.

“Estamos verdadeiramente felizes por devolver a Roma uma peça fundamental da sua história antiga e recente”, celebrou Daniela Porro, diretora de arqueologia, na inauguração de segunda-feira.

Este corredor, habitualmente fechado ao público, pode ser visitado a partir desta terça-feira graças a um programa especial de visitas guiadas, após um restauro iniciado em 2018 e que permitiu também a sua adaptação a pessoas com mobilidade reduzida.

Roma recupera assim um lugar-chave da sua incomensurável história, precisamente na véspera de o Papa Francisco inaugurar o Jubileu com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro.

O “Passetto” é um corredor de 800 metros que liga o Vaticano ao Castel Sant’Angelo, uma imponente fortaleza construída sobre o túmulo do imperador Adriano, nas margens do rio Tibre.

As suas origens remontam a 547, quando o rei bárbaro Totila sitiou Roma, mas foi o Papa Leão IV que, em 852, após o colapso do império, ergueu esta fortificação de cinco metros de altura para defender a Santa Sé e os seus arredores.

Embora alguns estudiosos acreditem que o corredor que sobreviveu até aos nossos dias data de 1277, encomendado pelo Papa Nicolau III, o primeiro a mudar a residência papal do Palácio de São João de Latrão para o Vaticano.

Em todo o caso, o “Passetto” foi utilizado pelos papas para controlar os seus arredores ou para levar os seus prisioneiros para as masmorras do Castelo de Santo Ângelo, como no famoso caso de Beatrice Cenci, uma nobre e heroína popular que o atravessou acorrentada antes de ser executada em 1599 pelo assassínio do seu pai sem coração.

Papa Alexandre VI e Clemente VII no “Passeto”

Mas, acima de tudo, esta muralha proporcionava aos papas uma via de fuga rápida e discreta em caso de ataque (os papas reinaram na Roma dos Estados Pontifícios até à queda dos Estados Pontifícios em 1870 e à sua posterior integração no recém-nascido Estado italiano).

Um dos soberanos que teve de atravessar o “Passetto” foi o Papa Alexandre VI, conhecido como Rodrigo Bórgia, que se refugiou nas alturas da fortaleza após a invasão de Roma por Carlos VIII de França.

Mas o acontecimento mais memorável ocorreu no triste “Saque de Roma”, quando a cidade foi arrasada pelas tropas de Carlos I de Espanha devido ao apoio de Clemente VII à rival França.

Diz-se que o Papa teve de correr pelo corredor, coberto por um pano preto para evitar que as suas vestes brancas o denunciassem, enquanto a milícia alemã de Carlos I disparava a partir de baixo (ainda se podem ver algumas balas na parede).

Clemente VII escapou por pouco graças à intervenção da Guarda Suíça, embora muitos dos seus soldados tenham sido massacrados. De uma guarnição de 189 soldados, apenas 42 sobreviveram ao ataque de 6 de maio de 1527. Desde então, todos os anos, os novos guardas são empossados no mesmo dia pelo Papa da época.

“Porque não hei-de rir?”

Essa fuga papal ficou no imaginário da cidade, e até um lansquenete, miliciano imperial, deixou escrito na casa invadida do banqueiro Agostino Chigi: “Porque não hei-de rir? Fizemos o Papa correr”, grafitou num fresco do palácio.

Mas o “Passetto” é também objeto de numerosas anedotas romanas: uma vez que era utilizado pelo Papa Bórgia para chegar às suas amantes no castelo, diz-se que atravessá-lo 77 vezes — cerca de 60 quilómetros — restaura a virilidade perdida dos homens.

A invulgar abertura desta muralha começa com uma projeção explicativa, perante o olhar severo do busto de um dos papas mais odiados, o Inquisidor Paulo IV, cuja estátua acabou no rio após a sua morte em 1555.

Os visitantes podem agora caminhar fisicamente ao longo deste muro até uma torre junto à colunata do Vaticano. A partir daí, um portão interrompe a caminhada, marcando o início de outro país: o Estado da Cidade do Vaticano, uma reminiscência mínima do antigo e extinto império pontifício.

ZAP // Lusa



China está a construir o maior aeroporto do mundo de uma ilha artificial

Aeroporto de Dalian

Aeroporto Dalian

São 20 km2 cobertos com quatro pistas e um terminal que devem receber 80 milhões de passageiros por ano. Será o maior aeroporto offshore do país, mas ainda está longe de existir.

Atualmente em construção ao largo da costa nordeste do país, o Aeroporto Internacional da Baía de Dalian Jinzhou acabará por cobrir uma ilha de 20 km2 com quatro pistas e um terminal de passageiros de 900 000 m2, de acordo com um comunicado do aeroporto a que a CNN teve acesso.

O objetivo é receber 80 milhões de passageiros por ano em 540 mil voos, e a primeira fase deverá ser inaugurada em 2035. Segundo o site da Centre for Aviation, o investimento ultrapassa 4 mil milhões de euros.

“O maior aeroporto offshore do país está a erguer-se lentamente do nível do mar, como o nascer do sol a leste”, lê-se numa publicação do Dalian Jinzhou Bay International na plataforma chinesa WeChat.

Esta construção vai ultrapassar o Aeroporto Internacional de Hong Kong (HKG) e o Aeroporto de Kansai (KIX), no Japão, ambos construídos também em ilhas artificiais (os maiores até agora).

“Houve grandes desafios na construção”, disse em outubro Li Xiang, engenheiro-chefe da Dalian Airport Construction and Development, “uma vez que o projeto tem condições geológicas complexas, elevada dificuldade de perfuração e grande exigência de qualidade com um calendário de construção apertado”.

A cidade de Dalian é desde há muito um centro de transportes devido à sua proximidade com o Japão e com a Coreia do Sul. Tem “apenas” 7,5 milhões de habitantes (é só a 18.ª cidade mais populosa da China) e tem já um aeroporto, Dalian Zhoushuizi, que já foi ampliado várias vezes mas continua a ser insuficiente.

Os novos aeroportos são uma parte fundamental do crescimento da aviação na China. O país está a caminho de ultrapassar os Estados Unidos e tornar-se o maior mercado de viagens aéreas do mundo.

De acordo com a CNN, durante a inauguração do segundo aeroporto de Pequim, em outubro de 2019, as autoridades chinesas garantiram que o país precisaria de 450 aeroportos até 2035 para acompanhar a procura.

ZAP //



Portugal é o 2.º melhor país do Mundo para os leitores da Traveler

JAMoutinho / Flickr

As cores da Ribeira, no Porto

O nosso país está em segundo lugar na edição 2024 do “The 20 Best Countries in the World”, lista anual publicada pela revista Condé Nast Traveler no âmbito dos seus “Readers’ Choice Awards” — apenas atrás do Japão.

Os leitores da reputada revista Traveler, do grupo editorial Condé Nast, colocaram este ano Portugal no segundo lugar das suas escolhas para “Melhor País do Mundo”, com um ranking de 92,69 pontos — à frente de Itália (4.º, com 92,16) e Espanha (5.º, com 92,14).

Na 37.ª edição dos seus prémios “Readers’ Choice”, cujos resultados foram recentemente apresentados, a revista contabilizou os votos expressos de 575.048, que colocaram o Japão no primeiro lugar das suas preferências — com 94,79 potnos, apenas uma décima  acima de Portugal.

A Turquia, em 3.º lugar com 92,4 pontos, fecha o pódio.

Segundo a revista, o Japão destaca-se pela generosa variedade de restaurantes incríveis, termas ultra-relaxantes, os templos xintoístas, as cerejeiras em flor e os comboios de alta velocidade impecavelmente limpos e eficientes, que percorrem algumas das rotas ferroviárias mais pitorescas do mundo.

Portugal: uma sobrecarga sensorial

Num pequeno texto acerca do nosso país, a Traveler explica que Portugal passou a última década a transformar-se de um destino económico e desfavorecido num importante ator que pode rivalizar com países como Espanha e Itália.

Mesmo quando ainda se encontrava sob um regime autoritário de 40 anos e uma economia em frangalhos, Portugal já estava repleto de delícias que raiavam a sobrecarga sensorial, diz a revista.

O texto salienta os intrincados padrões azuis e brancos dos azulejos, o aroma inebriante dos pastéis de nata acabados de sair do forno, os acordes nostálgicos do fado ao vivo, o frio refrescante de um vinho verde ou a doçura nectarífera de um vinho do Porto.

Com os seus alegres elétricos amarelos e o Castelo de São Jorge no topo da colina, Lisboa é um ponto de partida fácil de adorar para quem vem pela primeira vez.

No entanto, salienta a Traveler, um número crescente de voos diretos para a segunda maior cidade do país, está a convidar os viajantes a explorar a cena cultural contemporânea e os restaurantes imperdíveis do Porto.

Além disso, Portugal recompensa os visitantes habituais com uma aventura à sua escolha que pode incluir as encostas em socalcos do Vale do Douro, as adegas subestimadas e as cidades de praia em expansão da região do Alentejo, os paraísos dos surfistas do Algarve e as aldeias absurdamente cénicas espalhadas por todo o lado.

Agora, termina o texto, graças aos novos voos diretos a partir dos EUA, até as paisagens vulcânicas dos Açores, semelhantes às do Havai, estão mesmo ao alcance dos seus leitores.

Aqui ficam então os 20 países escolhidos este anos pelos leitores da Traveler como “Melhor País do Mundo”.

The 20 Best Countries in the World: 2024 Readers’ Choice Awards

    1. Japão (94,79)
    2. Portugal (92,69)
    3. Turquia (92,4)
    4. Itália (92,16)
    5. Espanha (92,14)
    6. Tailândia (92,09)
    7. Vietname (91,91)
    8. Nova Zelândia (91,67)
    9. Irlanda (91,63)
    10. Grécia (91,53)
    11. Croácia (91,23)
    12. Noruega (91,15)
    13. Suíça (91,14)
    14. Canadá (90,85)
    15. França (90,58)
    16. Áustria (90,54)
    17. Índia (90,38)
    18. Islândia (90,33)
    19. Alemanha (89,53)
    20. Reino Unido (89,26)

A distinção dos leitores da Traveler parece confirmar a conclusão da jornalista Joana Booth, da revista Times, que em agosto escolheu os sítios que considera mais bonitos do nosso país — e que nos contou que em Portugal se pode percorrer um longo caminho apenas com um sorriso e um “obrigado”.

ZAP //



“Não volto a Espanha”. Turistas começam a boicotar as novas (e apertadas) regras de alojamento

zoetnet/Flickr

Turistas em Barcelona, Espanha

Nova “regra dos 42 pontos” ameaça vontade de “turistar” para Espanha — que tem que se preocupar especialmente com a sua “galinha dos ovos de ouro” de 20 mil milhões de euros.

O turismo britânico em Espanha pode estar em risco após a entrada em vigor de novas regras de segurança no alojamento.

As medidas, que exigem aos hospedeiros um maior controlo dos dados pessoais dos viajantes a partir desta segunda-feira, já começaram a motivar o boicote de viagens a Espanha no Reino Unido, e o vizinho de Portugal arrisca assim perder o seu principal mercado emissor de turistas.

Em 2023, o turismo representou 12,8% do PIB espanhol, o equivalente a 186.596 milhões de euros, segundo dados da Exceltur. Os britânicos tiveram um papel fundamental nessa receita: gastaram 19,9 mil milhões de euros18,4% do total.

Espanha recebeu 17,3 milhões de turistas britânicos no ano passado, o que representa 20,4% do total e faz do Reino Unido líder em chegadas e despesas, acima de França e Alemanha.

Os 42 (polémicos) pontos

As novas regras, que entraram em vigor no dia 2, obrigam os hotéis e as empresas de aluguer de automóveis a registar diariamente os dados pessoais dos clientes e a conservá-los durante três anos.

Qualquer pessoa com 14 anos ou mais terá de fornecer uma série de informações, com até 42 dados adicionais, além do nome e apelido, incluindo sexo, nacionalidade, data de nascimento, número de passaporte, números de identificação, morada, endereços de correio eletrónico, números de telefone e telemóvel, número de passaporte ou possivelmente até números do cartão de crédito.

Quem tiver menos de 14 anos não terá de fornecer estas informações adicionais — mas quem acompanhar estes menores é agora obrigado a explicar a sua relação de parentesco com eles.

O incumprimento destas obrigações por parte dos serviços de hotelaria implica multas que podem ir até aos 30 mil euros.

Além de se aplicar a “hotéis, albergues, pensões, hospedarias, estabelecimentos de turismo rural, estabelecimentos similares” ou parques de campismo, a regra também é destinada aos alugueres de veículos, em todo o território nacional.

“Não vou mais para Espanha”

O descontentamento dos britânicos espelhou-se rapidamente nos meios de comunicação social do país. É uma barreira burocrática extra que não parece compensar visitar Espanha, aos olhos de alguns.

O diário Express descreve esta segunda-feira as novas regras como uma fonte de “fúria” e aborda de um possível “boicote” ao turismo britânico em Espanha.

Já o GB News recolhe testemunhos de cidadãos que garantiram que nunca mais vão viajar para Espanha. “Passei muitos anos a ir a Espanha, mas nunca mais. Se não nos querem, não somos bem-vindos… e quem é que quer ir para sítios onde não é bem-vindo?”, questiona um cidadão britânico.

Procedimentos “complexos e fastidiosos”

O Ministério do Interior afirma que a medida tem como objetivo reforçar a segurança contra ameaças como o terrorismo e o crime organizado. As autoridades querem controlar quem está hospedado e cruzar os seus dados pessoais com as bases de dados de “pessoas de interesse”.

A tendência do país não é nova. Atualmente, Espanha é o único país da UE onde os proprietários de estabelecimentos hoteleiros são obrigados a enviar à polícia os dados de identificação e os passaportes dos turistas, em vez de os guardarem eles próprios.

Os críticos da “regra dos 42” dizem que esta é desproporcionada e confusa. Quem partilha desta última opinião é a associação hoteleira CEHAT, que denuncia que o regulamento contradiz as diretivas europeias sobre proteção de dados e “põe seriamente em risco a viabilidade do setor”.

Além disso, os novos procedimentos poderem provocar atrasos nos balcões de check-in e estragar a experiência do turista, até porque o cliente poderá ter de fornecer os mesmos dados até três vezes para a mesma estadia.

“Se reservar com uma agência, depois for para o hotel e tiver um carro alugado, todos têm de introduzir os dados. Por isso, podem ser duplicados ou triplicados”, explica Carlos Garrido, presidente da associação.

Não só os turistas, mas os próprios cidadãos espanhóis serão confrontados com “procedimentos administrativos complexos e fastidiosos“, conclui o representante do setor hoteleiro.

Do lado dos proprietários, a indignação prende-se com o facto de a nova medida não existir noutros setores, mas também com a falta de apoio. E são eles os únicos que podem sofrer com a medida, uma vez que  não estão previstas sanções para os hóspedes.

Não temos conhecimento de nada“, confessa um proprietário de um alojamento turístico em Ávila ao jornal espanhol Cope: “Não sabemos nada e ninguém se deu ao trabalho de nos explicar”.

O impacto inicial da medida já se fez sentir. No primeiro dia de aplicação da regra, a sede eletrónica do Ministério do Interior sofreu interrupções técnicas devido a uma atualização no Centro de Processamento de Dados. O novo registo está na aplicação ses.hospedajes, gerida pela Secretaria de Estado da Segurança do Ministério do Interior.

Entretanto, plataformas de hotelaria, como a Airbnb, notificaram os seus anfitriões sobre a necessidade de se registarem de forma a cumprirem o regulamento.

Tomás Guimarães, ZAP //



Portugal vence 19 prémios nos “Óscares” do turismo

Rua Garrett/Facebook

Rua Garrett, no Chiado (Lisboa)

O Algarve afirmou-se como o melhor destino de praia do mundo, Braga foi novamente considerada o melhor destino emergente e Lisboa é a cidade eleita para as escapadas urbanas,

Portugal destacou-se na edição deste ano dos World Travel Awards, conhecidos como os “Óscares do Turismo”, conquistando 19 prémios numa cerimónia realizada no domingo, no Funchal.

Entre os galardões, Braga foi reconhecida pelo segundo ano consecutivo como o “Melhor Destino Emergente“. O Algarve reafirmou a sua excelência ao ser eleito “Melhor Destino de Praia do Mundo” pela terceira vez, após vencer em 2020 e 2021. Lisboa também brilhou, sendo distinguida como o “Melhor Destino para Escapadas Urbanas” e a “Melhor Cidade de Património”. O Porto somou ao sucesso ao ser eleito “Melhor Destino Metropolitano à Beira-Mar”.

A Madeira manteve o seu reinado, sendo escolhida pela 10.ª vez consecutiva como “Melhor Destino Insular”. Já os Açores conquistaram o prémio de “Melhor Destino para Turismo de Aventura”. Entre as atrações nacionais, os Passadiços do Paiva foram distinguidos como “Melhor Atração para Turismo de Aventura“, enquanto o Dark Sky Alqueva foi reconhecido como “Melhor Projeto de Turismo Responsável”. Na área da conservação, a Parques de Sintra – Monte da Lua destacou-se como “Melhor Empresa de Conservação do Mundo”.

No setor da aviação, a TAP recebeu novamente os prémios de “Companhia Líder em Ligações Aéreas para África” e “América do Sul”. Já no setor hoteleiro, Portugal somou distinções importantes: a Amazing Evolution foi considerada líder em gestão de hotéis boutique, enquanto o Olissipo Lapa Palace, em Lisboa, foi eleito o “Melhor Hotel Clássico”. O Dunas Douradas Beach Club, em Almancil, foi premiado como “Melhor Resort de Golf e Villas“, e o Bairro Alto Hotel, em Lisboa, recebeu o título de “Melhor Hotel Histórico de Referência”.

O anfitrião da cerimónia, o Savoy Palace, no Funchal, foi eleito “Melhor Hotel de Luxo“. O seu espaço exclusivo, The Reserve, foi distinguido como “Melhor Boutique Hotel de Luxo”, enquanto o Saccharum, na Calheta, ganhou o prémio de “Melhor Retiro”.

A nível global, outros vencedores incluíram as Maldivas, premiadas como “Melhor Destino Mundial” e “Melhor Destino Ecológico”, o Peru, reconhecido como “Melhor Destino Gastronómico”, e Manila, nas Filipinas, eleita “Melhor Destino Urbano”.

ZAP //



Um deserto na Arábia Saudita encheu-se de turistas… e de neve

@Cool_Ustaz / X

O evento meteorológico raro ocorreu em Al-Jawf. O súbito “inverno de verão” terá sido causado por um sistema de baixa pressão sobre o Mar Arábico, mas levantou debates sobre as alterações climáticas.

Al-Jawf é um deserto na Arábia Saudita, conhecido pelo clima abrasador e pelas paisagens áridas.

Mas tudo mudou quando, este mês, recebeu um inesperado “toque fugaz de inverno”, como descreve a Wired.

A baixa de temperatura abismal provocou o fenómeno e, para muitos habitantes da região, foi a primeira vez que viram neve pela primeira vez. O deserto acabou mesmo por se encher de curiosos e muitos turistas, que tornaram a situação viral nas redes sociais.

De acordo com o Centro Nacional Saudita de Meteorologia, este evento foi causado por um sistema de baixa pressão sobre o Mar Arábico. O ar húmido ter-se-á fundido com o ar quente do deserto e provocado também trovoadas, chuva, granizo.

Mas os utilizadores das redes sociais não perderam a oportunidade para levantar a questão das alterações climáticas e, segundo a The Wired, os especialistas dizem que alterações mais amplas no comportamento climático que merecem mais investigação e análise. A revista deixa mesmo uma reflexão:

“Numa altura em que os debates sobre a sustentabilidade e as alterações climáticas ganham força a nível mundial, a queda de neve na Arábia Saudita é mais um exemplo que realça a complexidade das alterações climáticas e ambientais“.

ZAP //



“Não estamos na Disneyland, estamos em Roma”. Lutas de gladiadores voltam ao Coliseu

YouTube / Paramout Pictures

Paul Mescal é Lucius no novo Gladiador II

A experiência é gratuita e promovida pela Airbnb, que quer homenagear o novo filme Gladiador II. Mas há quem desaprove a iniciativa, dizendo que o monumento histórico não é “um lugar de brincadeiras”.

Avé! Quer saber como é estar na pele de um gladiador?” desafia a Airbnb. Se sempre quis pisar o palco da arena clássica na pele de um lutador, a possibilidade chega-lhe no dia 27 de novembro.

E é gratuito: pode vestir uma armadura e provar um banquete com alimentos típicos das refeições da época, como uvas, romãs, amêndoas e nozes, e gladiar contra um adversário num dos monumentos históricos mais visitados do mundo, que já foi palco, há muito séculos, de batalhas semelhantes, mas bem mais sérias: não eram brincadeira, exceto para que assistia.

A simulação decorre do lançamento do novo filme “Gladiador II”, de Ridley Scott, sequela do homónimo de 2000, que estrelava Russell Crowe e foi um grande êxito de bilheteira.

A experiência noturna chama-se “Treine para a glória do Gladiador II”, e o “anfitrião” é Lucius (interpretado por Paul Mescal), a personagem principal do novo filme que estreou esta semana em Portugal, e que está ainda em exibição.

As inscrições na plataforma de reserva de alojamento Airbnb abrem no dia 27, e apenas 8 pessoas (com direito a um acompanhante cada uma) vão conseguir reservar o seu lugar no evento, que só terá lugar em maio de 2025.

O vereador da cultura de Roma, Massimiliano Smeriglio, foi um dos primeiros a manifestar o seu desagrado face à iniciativa. Citado pela CNN, disse que esta é uma “utilização humilhante do nosso património histórico-artístico, especialmente quando se trata de um monumento único no mundo como o Coliseu”.

Mas também a presidente da Comissão de Cultura de Roma, Erica Battaglia, comentou que o património da UNESCO não pode ser transformado num parque de diversões. O Coliseu defende-se garantindo que o evento será realizado fora das horas de abertura ao público, e que não perturbará o fluxo diário natural do monumento.

Até o próprio partido que domina no município de Roma, o Partido Democrático, está contra a medida, que é da responsabilidade do Parque Arqueológico do Coliseu: “É uma manobra publicitária da Airbnb que, depois de se ter apoderado do centro histórico, desvirtuando-o completamente e transformando-o num grande parque turístico, quer agora ridicularizar o Coliseu“, disse na sexta-feira o político Enzo Foschi.

“Não estamos na Disneyland, estamos em Roma. De vez em quando, alguém parece esquecer-se disso”, acrescentou.

“Pelo que representa, o Coliseu é um património mundial e é preciso ir até ao fim para o proteger, mas também para o tornar acessível a todos e para evitar que se torne um local de brincadeiras para alguns”, criticou Battaglia.

Quem está do lado do Parque Arqueológico é Giorgia Meloni, do partido de extrema-direita Irmãos de Itália: “O parque arqueológico do Coliseu fez bem em assinar um memorando de entendimento com as associações de reconstituição histórica, garantindo também aos turistas um espetáculo de gladiadores de elevada qualidade científica, coordenado por funcionários do Ministério da Cultura”, disse a primeira ministra.

O ano passado, Roma recebeu cerca de 35 milhões de turistas, sendo uma das cidades mais visitadas do mundo. Maio do próximo ano, quando deverá decorrer a experiência, coincide com o período do Ano Santo Jubilar 2025, decretado pelo Vaticano, que levará à cidade milhões de pessoas.

ZAP //



Vencedores da Bola de Ouro: uma análise de José Luís Horta e Costa

Mohammed Badra / EPA

Rodri, Ballon d’Or 2024

A cerimónia de entrega da Bola de Ouro 2024 decorreu no dia 28 de outubro em Paris. O evento, promovido pela revista France Football em parceria com a UEFA e o jornal L’Équipe, não faltou às habituais polémicas, especialmente na categoria de Melhor Jogador, comentadas pelo especialista em desporto José Luís Horta e Costa.

A noite que consagrou o médio Rodri como o Melhor Jogador do Mundo atribuiu, ainda, nove outras distinções.

A seguir, apresentamos uma lista dos vencedores de todos os prémios, acompanhada de análises bem fundamentadas do blogueiro desportivo português José Luís Horta e Costa.

Bola de Ouro 2024

Avaliando o período de agosto de 2023 a julho de 2024, a Bola de Ouro segue um sistema de votação diferente do FIFA The Best. Para as categorias de Melhor Jogador e Melhor Jogadora, os jornalistas da France Football elaboram uma lista inicial com 30 nomeações. Após a seleção, a revista francesa designa um jornalista de cada país participante para votar nos dez atletas que consideram mais merecedores do prémio.

“Analisando o desempenho de cada jogador na temporada em questão, tanto nos clubes como nas seleções, os jornalistas escolhem o Top 10 e distribuem os pontos da seguinte

forma: 15 pontos para o primeiro escolhido, 12 para o segundo, 10 para o terceiro, e assim sucessivamente, até 1 ponto para o décimo classificado”, explica o escritor desportivo José Luís Horta e Costa.

O especialista destaca que, apesar de ser a premiação mais prestigiada, a Bola de Ouro masculina é apenas uma das 10 categorias avaliadas pelos jornalistas. Abaixo, veja a lista com as categorias e os respetivos vencedores na edição de 2024 da Bola de Ouro.

Bola de Ouro masculina: Rodri

Após longos 64 anos, a Espanha regozija-se finalmente por ser berço de um Melhor Jogador do Mundo. O médio Rodri, que atua pelo Manchester City e pela seleção espanhola, foi coroado com um dos prémios mais importantes do futebol mundial. A festa para o Manchester City, que pela primeira vez conta com um Melhor do Mundo, foi uma tragédia para o Real Madrid, que, apesar de ter recebido mais dois prémios (melhor treinador de uma equipa masculina e equipa masculina do ano), sentiu-se injustiçado pela votação jornalística.

“Os adeptos do Real Madrid, e muitos outros, esperavam que o melhor jogador fosse o extremo brasileiro Vinicius Jr. E a expectativa não era em vão, já que o gajo teve uma temporada sem precedentes pelo clube, apesar de desapontar na Copa América”, explica José Luís Horta e Costa.

O escritor aponta que os motivos para a escolha de Rodri em vez do segundo classificado, Vini Jr., podem ter sido vários: “O comportamento de Vini Jr., considerado provocador pelos seus adversários, e a derrota da seleção brasileira do treinador Dorival Júnior nas quartas de final da Copa América são alguns exemplos.”

No entanto, José Luís Horta e Costa reitera que, pelos critérios de classe e fair play que teriam sido usados para escolher Rodri, não faria sentido a eleição de Emiliano Martínez como guarda-redes do ano, por exemplo, devido ao seu comportamento detestável. “Rodri teve uma ótima temporada, mas poderia-se muito bem ter eleito o colega de Vini Jr., Bellingham, para o título, ou até mesmo Carvajal, cuja temporada foi excecional”, conta o especialista que vive em Lisboa.

Por conta disso, o motivo apontado pelo chefe da Bola de Ouro, Vincent Garcia, é considerado o mais convincente, de acordo com José Luís Horta e Costa: “Garcia partilhou que Vinicius teria sofrido com a presença de Bellingham e Carvajal no Top 5, como se isso lhe tivesse tirado os pontos desejados. Os seus colegas do Real Madrid, então, teriam dividido a opinião dos jurados, favorecendo o médio Rodri, que ficou em primeiro lugar na lista.”

Segue a lista dos 10 melhores jogadores do mundo:

  1. Rodri (Manchester City, Espanha)
  2. Vini Jr. (Real Madrid, Brasil)
  3. Bellingham (Real Madrid, Inglaterra)
  4. Carvajal (Real Madrid, Espanha)
  5. Haaland (Manchester City, Noruega)
  6. Mbappé (PSG/Real Madrid, França)
  7. Lautaro Martínez (Inter de Milão, Argentina)
  8. Lamine Yamal (Barcelona, Espanha)
  9. Toni Kroos (Real Madrid, Alemanha)
  10. Harry Kane (Bayern de Munique, Inglaterra)

Apenas dois jogadores portugueses integraram a lista de 30 atletas nomeados: Rúben Dias, que ficou em 23.º lugar, jogando pelo Manchester City, e Vitinha, que ocupou a 27.ª posição e joga no PSG.

Bola de Ouro feminina: Aitana Bonmatí

A versão feminina do prémio principal da Bola de Ouro foi, pelo segundo ano consecutivo, atribuída à espanhola de 26 anos, Aitana Bonmatí, que venceu a última edição da Liga dos Campeões com o Barcelona e ficou em quarto lugar nas Olimpíadas pela Espanha.

“Aitana Bonmatí fez mais uma temporada de sucesso em 2023/2024, o que acabou por lhe garantir mais uma Bola de Ouro. A atleta foi peça-chave para a conquista da La Liga e da Liga dos Campeões pelo Barcelona, além de protagonizar a vitória da seleção espanhola na Copa do Mundo Feminina, em agosto de 2023”, discorre o especialista em desporto José Luís Horta e Costa.

O blogueiro ainda aponta que, ao contrário da Bola de Ouro masculina, não houve dúvidas quanto ao merecimento da média. Além desse prémio, Aitana Bonmatí já tinha conquistado os títulos de Melhor Jogadora da Liga das Nações, MVP da Liga dos Campeões e da final, além do Prémio Laureus de Melhor Atleta Feminina.

Segue a lista com as 10 melhores jogadoras do mundo:

  1. Aitana Bonmatí (Barcelona, Espanha)
  2. Caroline Graham Hansen (Barcelona, Noruega)
  3. Salma Paralluelo (Barcelona, Espanha)
  4. Sophia Smith (Portland Thorns, EUA)
  5. Lindsey Horan (Lyon, EUA)
  6. Mallory Swanson (Chicago Red Stars, EUA)
  7. Marie-Antoinette Katoto (Paris Saint-Germain, França)
  8. Mariona Caldentey (Barcelona, Arsenal, Espanha)
  9. Trinity Rodman (Washington Spirit, EUA)
  10. Alexia Putellas (Barcelona, Espanha)

Nenhuma jogadora portuguesa foi nomeada na lista de 30 atletas.

Troféu Kopa (melhor jogador sub-21 do mundo): Lamine Yamal

Mais uma prova do domínio da Espanha na última temporada foi a escolha do vencedor do Troféu Kopa. Levantado, sem grandes surpresas, pelo atleta de 17 anos do Barcelona,

Lamine Yamal, o Troféu Kopa premia o melhor jogador sub-21 do mundo. O miúdo avançado derrotou a concorrência, cujo top 5 incluiu Arda Guler, Kobbie Mainoo, Savinho e Pau Cubarsí.

“Com apenas 16 anos na temporada de 2023/2024, Yamal tornou-se titular do Barcelona, contabilizando sete golos e sete assistências. Ele ainda foi eleito o melhor jovem jogador da Euro pela sua atuação na seleção espanhola. Logo antes da Bola de Ouro, o avançado demonstrou que já se prepara para erguer o troféu novamente ao quebrar mais um recorde. Numa partida do ‘El Clássico’, dois dias antes da premiação, Yamal tornou-se o jogador mais jovem a marcar um golo no embate mais clássico da La Liga”, discorre José Luís Horta e Costa.

O Troféu Kopa teve a nomeação de um único português: João Neves, que ficou na sexta posição pela sua atuação no Benfica e no Paris Saint-Germain.

Troféu Johan Cruyff de melhor treinador: Ancelotti (equipa masculina) e Hayes (equipa feminina)

Esta foi a primeira edição da Bola de Ouro com um prémio de melhor treinador. A premiação inaugural de melhor treinador de equipa masculina foi conquistada por ninguém menos do que Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid. Além da Liga dos Campeões, Ancelotti liderou o clube madrileno na sua vitória na La Liga e na Supertaça na temporada 2023/2024.

Já a vencedora do primeiro prémio de melhor treinadora de uma equipa feminina foi Emma Hayes, que orientou o Chelsea entre as temporadas de 2011 e 2024, além da seleção dos Estados Unidos em 2024. Sob o seu comando, a seleção norte-americana conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas, vencendo 11 jogos e empatando apenas um. A portuguesa Filipa Patão, que treina o Benfica, estava entre os seis nomeados na categoria.

Troféu Gerd Muller (melhor marcador): Harry Kane e Kylian Mbappé

Com 52 golos cada, ambos os avançados Harry Kane e Kylian Mbappé receberam o Troféu Gerd Muller, de melhor marcador. A dupla empatou no número de golos tanto por clube como por seleção: Harry Kane, atuando pelo Bayern de Munique e pela seleção inglesa, e Mbappé, que no período avaliado jogava pelo PSG e pela França.

Troféu Yashin (melhor guarda-redes): Emiliano Martínez

O Troféu Yashin, que premia o melhor guarda-redes do mundo, foi para Emiliano “Dibu” Martínez pela segunda vez consecutiva. O argentino defende as redes do Aston Villa há 5 temporadas.

“Mais um ano que Martínez leva a Bola de Ouro, apesar da sua falta de espírito desportivo, já que os critérios de classe e fair play deveriam ter-lhe rendido um zero redondas na pontuação de qualquer jornalista sério. Repetidamente, o guarda-redes faz gestos

obscenos, bate em câmaras após derrotas e insulta as claques adversárias  — inclusive nesta temporada avaliada pela premiação”, critica o blogueiro José Luíz Horta e Costa.

No entanto, o escritor de 29 anos reconhece a habilidade do guarda-redes, que é inegável. Em 56 jogos da temporada, o argentino venceu 34 vezes, empatou 11 vezes e perdeu outras 11. Na Copa América, ele ajudou imensamente a sua seleção, que conquistou o título sofrendo apenas um golo.

O português Diogo Costa ficou em oitavo lugar na lista dos nomeados para o Troféu Yashin.

Equipa do ano: Real Madrid (masculina) e Barcelona (feminina)

“O ‘El Clássico’ espanhol repete-se até mesmo na premiação. Isso porque, enquanto a versão masculina do troféu de equipa do ano foi atribuída ao Real Madrid, o Barcelona foi considerado a melhor equipa feminina pelos jurados. O papel da vencedora da Bola de Ouro feminina, Aitana Bonmatí, na vitória do Barcelona foi fundamental, uma vez que foi com a sua ajuda que o clube conquistou a UEFA Champions League feminina na temporada passada”, explica José Luís Horta e Costa.

Horta e Costa nota que, relativamente à premiação da equipa masculina do ano, o prémio não poderia ser atribuído a outro clube. O Real Madrid, contudo, optou por não enviar a sua equipa para receber o troféu na cerimónia em Paris como forma de protesto contra o resultado do prémio de melhor jogador.

Prémio Sócrates: Jennifer Hermoso

O Prémio Sócrates homenageia futebolistas que se destacaram em projetos sociais e de caridade ou que promoveram acções de solidariedade. Este ano, a espanhola Jennifer Hermoso recebeu a condecoração pela sua ONG dedicada à ajuda de crianças e por defender a igualdade de género no futebol, ao denunciar Luis Rubiales, presidente da Federação Espanhola de Futebol, por crime de agressão sexual em setembro de 2023.

Quem é José Luís Horta e Costa

Um escritor elogiado no universo dos blogues desportivos, José Luís Horta e Costa tem-se dedicado há anos a escrever sobre diversos desportos, especialmente futebol e râguebi. As análises do blogueiro português, natural de Lisboa, baseiam-se em factos, jogos e partidas, garantindo-lhe um público fiel de seguidores nas redes sociais. Além de avaliar partidas, campeonatos e clubes individuais do futebol português e europeu, José Luís Horta e Costa também se debruça sobre premiações futebolísticas, como a Bola de Ouro.

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Empresa italiana está a vender latas com “ar fresco” do Lago de Como por 10 euros

Lake Como Air

A iniciativa promete dar aos turistas a oportunidade de levar para casa ar “100% autêntico” do famoso destino italiano.

A ideia não é propriamente nova. Em 2013, um estudante francês de 22 anos montou um lucrativo negócio de venda de ar fresco da aldeia em lata. A sua aldeia, Montcuq, permitiu-lhe mesmo fazer fortuna a vender latas com o bastante sugestivo nome de Air de Montcuq.

Já em Portugal, em 2016, um ucraniano radicado no nosso país há 16 anos abriu um negócio de enlatar e vender ar de Portugal. Há o de Fátima – que é abençoado – e também o de Lisboa.

Agora, um novo souvenir está a fazer manchetes: uma lata de ar do Lago Como, em Itália.

Ao preço de 9,90 euros, estas latas, comercializadas com a marca Lake Como Air e com 400 mililitros de “ar 100% autêntico” do lago cénico, oferecem aos turistas uma forma única de levar um pedaço das férias para casa.

A iniciativa foi lançada pela ItalyComunica, uma empresa de comunicação, e é liderada pelo especialista em marketing Davide Abagnale.

O Lago de Como, um destino famoso pela sua beleza e pela atração das celebridades, tem registado um aumento do turismo. Só em 2023, mais de 5,6 milhões de pessoas visitaram a região, de acordo com o gabinete de turismo da Lombardia.

Com estes números em mente, Abagnale inspirou-se para criar uma lembrança portátil e memorável que os turistas, descrevendo o produto como “uma memória tangível” e “algo original, divertido e até provocador”.

A ideia de Abagnale de vender o ar do Lago de Como seguiu-se a um projeto de comércio eletrónico de venda de cartazes locais, inspirado nos cartazes que tinha visto nos EUA durante a sua lua de mel, explica a CNN.

Abagnale acredita que estas latas são mais do que simples produtos; servem como recordações que os turistas podem guardar, sugerindo mesmo que poderiam ser reutilizadas como porta-canetas depois de abertas.

No entanto, as opiniões sobre esta recordação invulgar são divergentes. O presidente da Câmara Municipal de Como, Alessandro Rapinese, embora aprecie a novidade da ideia, sugeriu que as recordações tradicionais, como os lenços de seda pelos quais a região é conhecida, poderiam ser mais apelativas.

O apoio local ao produto também varia. Chiara Piscitelli, que vende o ar enlatado na sua livraria, refere-se a ele como um “gadget”, enfatizando o seu papel como um objeto de coleção.

No entanto, o Lago de Como não está sozinho neste nicho de mercado. Há anos que Nápoles vende ar local enlatado e outros destinos mundiais têm ofertas semelhantes. Na Islândia, os turistas podem comprar latas de ar, enquanto no Canadá, as vendas aumentaram em 2015, quando os clientes chineses compraram ar canadiano enlatado devido à sua reputada frescura.

Este produto reflete uma tendência crescente no turismo, em que os visitantes procuram lembranças únicas e divertidas para captar a essência das suas viagens, mesmo em formas inesperadas — como uma lata de ar.

ZAP //



“Não queremos um novo parque: vai trazer demasiados turistas”

A ideia é criar o terceiro parque nacional da Escócia, em Dumfries e Galloway. Mas nem todos os locais estão entusiasmados.

A ideia de ter um parque nacional perto de casa seria motivo de alegria quase unânime para os moradores. Mas não é, neste caso.

O The Telegraph destaca o caso da Escócia. O anúncio do possível terceiro parque nacional, em Dumfries e Galloway, gerou tanto entusiasmo quanto apreensão entre os habitantes locais.

Muitos comemoraram a escolha da região em detrimento de outras candidaturas para acolher um novo parque nacional; no entanto, há preocupações com o aumento do turismo, a inflação dos preços imobiliários e os possíveis desafios burocráticos – e assim foi criada uma oposição significativa.

Foi aberto um período de consulta pública de 12 semanas sobre a proposta, com diversas reações que refletem debates antigos sobre o uso da terra e a conservação.

Experiências anteriores com o Parque Nacional de Loch Lomond e The Trossachs, (inaugurado em 2002) e o Parque Nacional de Cairngorms (2003) demonstram as questões complexas que acompanham a criação de novos parques nacionais.

Em Dumfries e Galloway, a resistência é particularmente forte entre agricultores, grandes proprietários de terras e reformados que procuram um estilo de vida mais tranquilo.

Alasdair Macnab, vice-presidente da National Farmers Union da Escócia, opôs-se publicamente ao parque, afirmando que 93% dos membros do sindicato partilham preocupações sobre o aumento do turismo e as complicações na gestão de terras.

Os críticos receiam que um parque nacional possa atrair um número excessivo de visitantes, replicando o turismo excessivo observado em locais como Edimburgo.

Estamos preocupados com o turismo como se ouve falar em Veneza e em Edimburgo“, comentou um casal local.

Alguns residentes estão preocupados com o impacto que isso pode ter na tranquilidade da região.

Quem defende

Os apoiantes do novo parque argumentam que o número de visitantes em Dumfries e Galloway ainda é baixo em comparação com os principais destinos turísticos do norte da Escócia, e os promotores de turismo acreditam que o parque poderia oferecer um estímulo económico necessário.

David Hope-Jones, da South of Scotland Destination Alliance, enfatizou que o turismo já contribui com quase 600 milhões de euros por ano para a região e que um parque nacional poderia aumentar a visibilidade e as oportunidades para os negócios locais.

David reconheceu os receios de mudança, mas destacou que o parque proposto poderia ser ajustado para equilibrar os interesses das várias partes interessadas.

A paisagem de Dumfries e Galloway, rica em montanhas, florestas e vida selvagem, já possui o estatuto de Reserva da Biosfera da UNESCO, promovendo o desenvolvimento sustentável e protegendo o ambiente.

Defensores como John Thompson, presidente da Galloway and Southern Ayrshire Biosphere, acreditam que o parque poderia reforçar esse trabalho, trazendo investimento e mais controlo aos habitantes locais.

Outros moradores locais salientam a importância da participação da comunidade, vendo o parque como uma iniciativa partilhada para o bem público.

O governo da Escócia quer inaugurar o parque em 2026.

ZAP //



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