Sábado, Junho 7, 2025
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Não há melhor que Portugal para turistar de copo na mão

Melhor do que Itália, França ou Espanha: Portugal é o melhor país do mundo para enoturismo, de acordo com novo índice da Bounce.

Portugal é o melhor país do mundo para enoturismo, de acordo com o mais recente Índice de Amantes de Vinho 2023.

Com uma pontuação de 8.83/10, Portugal posiciona-se à frente da Moldávia (8.16/10), Itália (7.86/10), Espanha (7.18/10) e Geórgia (7.05/10), num Top 5 exclusivamente europeu.

O índice da Bounce destaca, além da “extensa história de vinicultura” portuguesa, uma “gama diversificada de castas autóctones únicas”, com destaque para o Vinho do Porto.

“Talvez a região vinícola mais famosa seja o Vale do Douro, localizado no norte do país, com outras incluindo as regiões do Dão, Alentejo e Vinho Verde.”

Com 58 litros consumidos por pessoa, 25,5 excursões e provas de vinho por milhão de pessoas e 2,09% do país coberto por vinhas, Portugal — que consome 600 milhões de litros de vinho — é o campeão do enoturismo. Apesar de consumir menos do que países como França e Itália, consome mais por pessoa.

Nas exportações, Portugal só aparece na 9.ª posição, com 3.3 milhões de hectolitros de vinho exportado por ano.

França, com uma pontuação de 6.87/10, só aparece no 6.º lugar no ranking de melhores destinos para apreciar vinho. Segue-se, no Top 10, a Hungria (6.52/10), a Nova Zelândia (5.97/10), a Grécia (5.32/10) e o Chile (5.31/10).

Os melhores destinos foram selecionados com base em cinco indicadores: consumo de vinho no país, produção de vinho no país, área de vinha (em percentagem do país), número de visitas e provas/custo médio de uma garrafa.

A Itália lidera a produção de vinho, com 84 litros produzidos por pessoa por ano. É também o maior produtor global e o maior exportador, com pouco menos de cinco mil milhões de litros produzidos em Itália anualmente.

No entanto, é na Argentina que uma garrafa de vinho fica mais económica, onde cada garrafa custa, em média, 3 euros, principalmente devido aos custos mais baixos de transporte e importação.

No ano de 2022, Portugal foi eleito o segundo maior destino mundial de enoturismo, com base em dados da Associação Portuguesa de Enoturismo (APENO). À frente de Portugal neste “campeonato”, surgiu apenas Itália, enquanto países como Espanha, França, Nova Zelândia, Argentina ou Austrália, ficaram atrás.

ZAP //



Afastar turistas? Na Nova Zelândia, o imposto triplicou

Roderick Eime / Flickr

Turistas na Nova Zelândia

Para manter serviços públicos e preservar património, o Governo da Nova Zelândia anunciou aumento de 285% na taxa de entrada de turistas.

O turismo continua a dividir opiniões e reacções. Se, por um lado, melhora o negócio de muita gente, por outro já começa a ser um exagero para muitas outras pessoas – incluindo governantes.

Em Portugal, o excesso de turistas está a perturbar a vida de muitos portugueses que estão cada vez mais fartos do turismo. Dezenas de municípios já cobram uma taxa turística.

Em Itália, há proibições de levar toalhas para a praia ou semáforos para evitar o congestionamento de turistas a tirar selfies, no meio de regras caricatas.

Em Espanha, uns começaram a disparar na direcção de turistas (com água!) e outros preferiram colocar… fezes em cofres.

O excesso de turistas contribui para a degradação de locais históricos, o entupimento dos transportes públicos, mais poluição, aumento de preços e redução da oferta de habitações para os residentes.

Foi parcialmente por estes motivos que o Governo da Nova Zelândia anunciou nesta terça-feira um aumento de 285% na taxa de entrada de turistas a partir de outubro.

É um imposto destinado a ajudar a manter os serviços públicos e a preservar o património.

Os visitantes que chegarem ao país a partir de 1 de outubro vão ter de pagar 100 dólares neozelandeses (56 euros) pela taxa de conservação e turismo para visitantes internacionais, em vez dos atuais 35 dólares neozelandeses (20 euros).

Este imposto, adicional às taxas de visto, vai cobrir parte dos custos do turismo no país, justificou o ministro do Turismo e da Hotelaria, Matt Doocey, de acordo com um comunicado oficial.

“O turismo internacional tem custos para as comunidades locais, incluindo uma pressão adicional sobre as infraestruturas regionais e o aumento dos custos de manutenção e conservação em toda a nossa área de conservação”, afirmou Doocey, salientando a contribuição significativa do setor do turismo para a economia local.

Cerca de 4,9 milhões de turistas visitaram a Nova Zelândia em 2023 e contribuíram com cerca de 11 mil milhões de dólares neozelandeses (6,17 mil milhões de euros) para a economia, de acordo com dados oficiais.

Doocey disse que, apesar do aumento da taxa, implementada a partir de 2019, o Governo da Nova Zelândia está empenhado em continuar a desenvolver o setor e que o novo imposto, que representa menos de 3% do gasto total por visitante, “é improvável” que tenha um impacto significativo no número de visitantes.

No entanto, Rebecca Ingram, diretora executiva da Aotearoa Indústria Turística, associação que representa vários setores da indústria do turismo, disse acreditar que este aumento vai afastar cerca de 48 mil visitantes e reduzir os gastos dos turistas, de acordo com declarações à emissora pública Radio New Zealand.

ZAP // Lusa



Sicília declara guerra a Don Corleone

Paramount Pictures

Marlon Brando no papel de Vito ‘Don’ Corleone em O Padrinho

Cidade siciliana quer tudo ‘limpo’ antes de se tornar Capital da Cultura de 2025 e já publicou uma proposta irrecusável: produtos a vangloriar a Cosa Nostra estão banidos.

A próxima Capital Italiana da Cultura falou: já não queremos ‘esta nossa coisa’.

A cidade siciliana de Agrigento fartou-se de ser associada a associações criminosas e proibiu a venda de lembranças com a temática da Máfia.

Reconhecida como Património Mundial pela UNESCO, Agrigento, que se vai tornar a Capital Italiana da Cultura 2025, é conhecida pela sua rica história arqueológica que remonta ao século VI a.C, mas o seu tesouro é há muito — pelo menos, desde o século XIX — ofuscado pela associação de Sicília à Máfia, que ainda hoje opera na maior ilha do Mediterrâneo.

Nos últimos anos, as lojas locais lucram com a venda de lembranças que ilustram personagens do famoso filme “O Padrinho”, um símbolo da cultura mafiosa italo-americana que foi gravado, parcialmente, na ilha italiana.

De ímanes a cerâmicas ou t-shirts, os padrinhos da trilogia estão em todo o lado naquela ilha que é o berço da Máfia, segundo o jornal italiano Sky TG24. A ‘souvenir’ mais comum é a que retrata o estereótipo clássico do siciliano, vestido de preto, com uma coppola e uma lupara e com u mafiusu escrito. E não só.

Nas ruas de Sicília veem-se frequentemente estatuetas de um casal num carro com as cores italianas, ambos com uma caçadeira de canos serrados aos ombros, ou as estatuetas de pai, mãe e filho com a legenda “família mafiosa”. Tudo isso vai acabar.

O Presidente da Câmara Francesco Miccichè está a fazer uma proposta irrecusável: declarou “em todo o território municipal, a proibição da venda de qualquer tipo de objeto, lembranças ou dispositivos que glorifiquem ou simplesmente se refiram ’em termos positivos’, de qualquer modo ou forma à máfia e ao crime organizado”.

O objetivo é deixar claro que o grupo de crime organizado não é bem-vindo nem celebrado na pequena cidade, combater os estereótipos negativos e reduzir o impacto cultural da máfia — mas os seus não são os primeiros passos de combate siciliano à ‘cosa nostra’.

Nas lojas de recordações dos aeroportos e ferries que atracam em Sicília, a venda de artigos que ilustrem Don Corleone e companhia já são proibidos desde 2023 pelo governo regional, de acordo com os meios de informação locais.

Quem for visto a vender produtos que glamourizem a Máfia, arrisca-se agora a ser multado.

“Considerando que a venda de tais produtos no território de Agrigento mortifica a comunidade de Agrigento, que desde há anos se empenha em difundir a cultura da legalidade, ordena-se que seja proibida a venda de qualquer tipo de objeto que glorifique ou recorde, de qualquer forma ou maneira, a Máfia e o crime organizado. Não faltarão controlos e, em certos casos, até multas. A polícia municipal terá de supervisionar a aplicação da medida”, escreve o autarca.

A declaração de guerra à vangloriação do crime organizado não acontece só em Itália. No mês passado, um novo projeto de lei na Colômbia visou as t-shirts, chapéus, quadros, copos de shots e ímanes com o icónico líder do cartel de Medellín, Pablo Escobar.

Serão cerca de 150 euros de multa para quem continuar a vender produtos relacionados com narcotráfico, caso os legisladores aprovem um projeto de lei apresentado no Congresso.

Os turistas não se livram: os que forem vistos a usar algum destes produtos poderão ser abordado pelas autoridades, mas ainda não se sabem mais contornos sobre a atuação da polícia sobre os viajantes infratores.

Tomás Guimarães, ZAP //



A tendência está a inverter. Os europeus do sul vão agora de férias para o norte da Europa

pug_girl / Flickr

Copenhaga, na Dinamarca

Há cada vez mais europeus de países como França ou Espanha a fugir das ondas de calor no sul e optar por passar férias na Dinamarca.

Enquanto o sul da Europa se debate com ondas de calor implacáveis, as temperaturas amenas do verão dinamarquês e as horas de luz do dia alargadas estão a atrair um número crescente de turistas de todo o continente.

Com a temperatura média de julho de 2024 a situar-se nos confortáveis 16,2°C, a Dinamarca está a tornar-se um refúgio preferido para aqueles que procuram alívio do calor sufocante de países como Itália, França e Espanha, onde as temperaturas ultrapassaram os 40°C.

No movimentado bairro de Nyhavn, em Copenhaga, a presença de turistas franceses, espanhóis e italianos é mais notória do que nunca. Sagrario e a sua filha Sofia, de visita de Madrid, estão entre os que fogem do calor extremo que se faz sentir no seu país, onde as temperaturas se situam entre os 30°C e os 40°C há semanas. “Em Madrid, tivemos uma onda de calor durante três semanas seguidas”, partilhou Sofia.

Esta tendência não se limita apenas à capital. Na Zelândia do Sul, a cerca de 80 quilómetros de Copenhaga, os tradicionais B&B dinamarqueses, como o Jungshoved Præstegaard, estão a assistir a um aumento de visitantes do sul da Europa.

Filip Rasmussen, o proprietário, notou um aumento dramático de hóspedes de Itália, Espanha e do sul da Suíça, com a proporção de visitantes do sul da Europa a aumentar de 5% para 30-35% em apenas alguns anos. Muitos destes hóspedes citam as ondas de calor atuais como a principal razão para escolherem a Dinamarca como destino de verão, escreve a Euronews.

A indústria hoteleira de Copenhaga também observou esta mudança. Karim Nielsen, Diretor Executivo dos Hotéis Kolpin, relatou um aumento significativo de turistas do sul da Europa. “Assistimos a um grande aumento do turismo do sul da Europa”, afirmou Nielsen, referindo que a proporção de hóspedes de Espanha e Itália no seu Hotel Sanders aumentou de 3-4% para aproximadamente 10% da ocupação total”, refere.

A tendência é ainda apoiada por dados da Visit Denmark, que mostram um aumento de 23% nos turistas italianos e franceses que visitam a região da capital em junho deste ano, em comparação com 2019.

Embora o clima frio seja um grande atrativo, as partes interessadas na indústria do turismo da Dinamarca enfatizam que os visitantes também são atraídos pelas ofertas culturais do país, pela cena culinária e pela experiência única das “noites brancas” da Dinamarca, onde a luz do dia se estende até a noite.

Com a crescente popularidade de destinos como Copenhaga e a Zelândia do Sul, o sector do turismo dinamarquês está pronto para crescer ainda mais, impulsionado por este afluxo de viajantes cansados do calor.

ZAP //



“Não digam a ninguém”. Restaurantes têm preços diferentes para portugueses e estrangeiros

Em época alta do turismo em Portugal, há restaurantes que têm menus diferentes para clientes portugueses e estrangeiros, cobrando preços diferentes. A prática é ilegal.

Há restaurantes com preços demasiado elevados para as carteiras de muitos portugueses. Isso costuma verificar-se em zonas muito procuradas por turistas, onde os estabelecimentos se aproveitam dos visitantes estrangeiros para cobrarem valores mais altos

Mas, para não perderem clientes, alguns restaurantes estão a aplicar preços mais baixos aos portugueses por estes não terem a mesma capacidade financeira dos estrangeiros.

O Expresso verificou esta prática em vários espaços de comida tradicional no centro histórico de Lisboa.

Nalguns locais, “há um preço para turistas, assinalado em ementas escritas em várias línguas e à vista de todos”, e outro para os clientes portugueses e que é “transmitido verbalmente, à boca pequena, ou apontado em menus colocados em zonas pouco visíveis ou mesmo escondidos”, relata o jornal.

O semanário dá ainda o exemplo de um restaurante da Baixa lisboeta que é muito procurado por turistas, e onde um bitoque custa 15 euros para os estrangeiros enquanto os portugueses pagam apenas 9,90 euros por uma refeição que inclui bebida, sobremesa e café.

“Aos turistas não dão este menu. Os empregados entregam-lhes a lista normal, que tem preços que nós não conseguimos pagar“, conta ao Expresso a funcionária de uma ourivesaria que almoça regularmente naquele local.

“Não digam a ninguém”, apela o dono de outro restaurante após ter dito, bem baixinho, que cobra “10 euros com tudo” aos portugueses, conforme relata o mesmo jornal.

Entretanto, já há turistas a queixarem-se em plataformas nas redes sociais, dos preços exorbitantes praticados em restaurantes portugueses devido à especulação que é feita em alguns espaços, com o intuito de aproveitar o boom turístico e a carteira mais confortada de visitantes de países como EUA, França e Reino Unido.

“É uma tremenda ilegalidade”

Esta prática de discriminar preços é ilegal, como diz ao Expresso o advogado Marcelino Abreu. “Os restaurantes não podem discriminar as pessoas em função da nacionalidade, cobrando preços diferentes a portugueses e a turistas estrangeiros”, salienta, concluindo que é “uma tremenda ilegalidade”.

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) refere ao mesmo jornal que desconhece esta situação, mas reforça que os preços devem ser iguais e devem estar afixados “com toda a transparência” nos espaços comerciais.

O aumento do turismo tem levado a uma inflação de preços em várias áreas, incluindo na restauração. Por outro lado, a subida generalizada dos preços, devido à inflação, atinge também os restaurantes devido ao aumento do custos dos produtos.

O aumento dos gastos na matéria-prima reflecte-se sempre no consumidor, com o aumento de preços, e muitos portugueses já evitam comer fora de casa.

ZAP //



App para reservar as praias e semáforos para selfies. Itália impõe regras caricatas para turistas

Kristoffer Trolle / Flickr

Turistas em Veneza, Itália

Desde proibições de levar toalhas para a praia ou semáforos para evitar o congestionamento de turistas a tirar selfies, várias cidades italianas estão a tentar controlar o excesso de visitantes com medidas inusitadas.

Com um enorme fluxo de visitantes estrangeiros e mais de 13 milhões de italianos que viajaram pelo país no âmbito das festas do Ferragosto, várias cidades italianas decidiram implementar medidas rigorosas e caricatas para gerir o caos causado pelo excesso de turistas.

Destinos turísticos populares em todo o país, desde as praias da Sardenha até às ruas de Roma, Florença e Veneza, estão a introduzir novas regras e tecnologias para controlar as multidões e garantir a segurança pública, revela a CNN.

Na Sardenha, por exemplo, o acesso à praia está agora a ser regulado através de uma aplicação e foram proibidos os plásticos, o tabaco e até a utilização de toalhas e cadeiras em determinadas praias. A ilha também proibiu o banho noturno, o campismo na praia e as fogueiras, num esforço para travar as festas noturnas, com multas que podem chegar aos 500 euros em caso de incumprimento.

Em grandes cidades como Roma, Florença e Veneza, foram instalados semáforos temporários em zonas pedonais de elevado tráfego para evitar engarrafamentos causados por turistas que param para tirar selfies. Entretanto, na Costa Amalfitana, as autoridades estão a limitar o acesso de veículos em ruas movimentadas, alternando entre matrículas pares e ímpares.

A ilha de Capri seguiu o exemplo das recentes medidas turísticas de Veneza, duplicando as taxas de desembarque para o fim de semana do Ferragosto para gerir o afluxo de visitantes. A região de Trentino, no Norte de Itália, está a empregar monitores de trilhos para fechar os percursos pedestres que se tornem demasiado concorridos e, ao longo da costa da Ligúria, os hotéis registaram uma taxa de ocupação de 99%, esgotando efetivamente a região para o Ferragosto.

Recentemente, Milão também baniu a venda de gelados, pizza e outros produtos após a meia-noite. A lei abrangeu 12 distritos e proíbe a venda de todos os alimentos para consumo fora dos estabelecimentos, incluindo pizzas e bebidas, depois da meia-noite, num esforço para reprimir os grupos ruidosos que se aglomeram nas ruas da cidade italiana, mantendo os residentes locais acordados.

O Ministro do Turismo de Itália, Daniele Santanché, reconheceu os desafios do excesso de turismo, descrevendo-o como uma “blasfémia”, mas mostrou-se confiante nos esforços do governo para gerir a situação.

ZAP //



A galinha dos ovos de ouro tornou-se um problema. E agora, o que fazer?

Estela Silva / Lusa

Um casal de turistas observa a montra da Porto Gift, uma das muitas lojas de lembranças que surgiram no Porto com o aumento de visitantes

O excesso de turistas está a perturbar a vida de muitos portugueses que estão cada vez mais fartos do turismo. Mas como é que se pode resolver o problema?

O turismo é uma actividade económica essencial para um país como Portugal – e muitas vezes, se tem dito que é a “galinha dos ovos de ouro“.

Em 2023, Portugal teve o melhor ano da sua história no que se refere ao turismo, com um crescimento de 18,5% em relação a 2022, e de 37% face a 2019. O fluxo de visitantes garantiu receitas de 25.000 milhões de euros.

Mas o turismo de massas acaba por diminuir a qualidade de vida dos residentes, e também afecta a experiência dos visitantes.

Isto porque o excesso de turistas contribui para a degradação de locais históricos, o entupimento dos transportes públicos, mais poluição, aumento de preços e redução da oferta de habitações para os residentes.

Deste modo, várias cidades europeias já estão em guerra ao turismo de massas, tomando medidas como a proibição de novos hotéis ou de novos alojamentos locais.

Mas também há medidas como a limitação diária do número de turistas e a aplicação de taxas.

“Isto tornou-se numa confusão”

Portugal tem resistido à aplicação de medidas para controlar o turismo, mas há cada vez mais portugueses a pedirem para que sejam implementadas.

“Nos últimos cinco, seis anos, isto tornou-se numa confusão“, queixa-se à Euronews a moradora do bairro da Graça, em Lisboa, Rosa Alves, de 78 anos. “Em toda a Graça, houve uma mudança séria para pior e não para melhor”, lamenta esta residente na capital.

Já a activista pelo turismo sustentável Madalena Martins, residente em Sintra, refere à Euronews que o objetivo não é “hostilizar os turistas”. “Queremos que os turistas se tornem nossos aliados e que percebam que há aqui um problema“, considera.

O vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia, fala à Euronews da possibilidade de limitar a quantidade de tuk-tuk que circulam em Lisboa como uma solução para resolver os problemas de trânsito, realçando que permitiria conciliar os interesses dos turistas com “os interesses de uma cidade onde as pessoas vivem e precisam de viver, com equilíbrio, paz, qualidade de vida”.

Excesso de turistas nota-se mais em Lisboa e Algarve

Só em Junho deste ano, Portugal recebeu três milhões de turistas, um aumento de 6,7% em relação a Maio, de acordo com dados citados pela Euronews.

A sobrecarga turística sente-se, sobretudo, em Lisboa e no Algarve que revelam níveis semelhantes, ou mesmo acima, dos que se verificam em cidades como Barcelona (Espanha) ou Amesterdão (Holanda), onde já estão a ser aplicadas medidas para limitar a entrada de turistas.

Em 2023, registaram-se cerca de 6,46 milhões de hóspedes em Lisboa, e mais de 5,12 milhões no Algarve, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) citados pelo Público.

São “quase 12 hóspedes por habitante (considerando os censos de 2021) e perto de 65 mil turistas por quilómetro quadrado” em Lisboa, e “11 hóspedes por habitante e 1025 hóspedes por quilómetro quadrado” no Algarve, aponta ainda o mesmo jornal.

Em comparação, em Amesterdão, em 2023, registaram-se “dez hóspedes por habitante e 48,8 mil turistas por quilómetro quadrado” e em Barcelona, houve “mais de nove hóspedes por habitante e 153 mil turistas por quilómetro quadrado”, de acordo com a mesma fonte.

Perante o problema do turismo de massas, Barcelona já se comprometeu a acabar com o alojamento local até 2028.

Ora, segundo dados do Registo Nacional de Turismo (RNT), Lisboa e o Algarve têm mais alojamentos locais registados, em comparação com as casas existentes, do que Barcelona.

Na capital portuguesa, “há 19.200 alojamentos locais registados na cidade de Lisboa e outros 44.415 na região do Algarve”, refere o Público citando o RNT. Isto significa que “por cada 100 casas, haverá em torno de seis alojamentos locais na capital portuguesa e 11 no Algarve”, constata o diário.

“Em Barcelona, contam-se 1,5 alojamentos locais por cada 100 casas” e “em Amesterdão, o número é ainda mais baixo, de cerca de 1,2 alojamentos locais por cada 100 casas”, conclui o mesmo jornal.

ZAP //



Os galegos não gostam de fodechinchos

NachodeFerrol / X

O típico fodechinchos não sabe que na costa do Atlântico há marés

Os “ladrões de peixe” madrilenos não são bem-vindos: os galegos usam um termo pouco lisonjeiro para o estereótipo do turista que foge da capital espanhola à procura das paragens mais frescas da costa do Atlântico.

A Galiza e as outras regiões atlânticas de Espanha estão a tornar-se destinos de férias cada vez mais populares para os espanhóis, em particular para os madrilenos, que abandonam as estâncias mediterrânicas sobrelotadas e sobreaquecidas a favor do norte, mais temperado.

Mas, ao mesmo tempo que se congratulam com as receitas do turismo, os galegos acabaram por arranjar uma alcunha aos seus visitantes da capital espanhola, que consideram notoriamente arrogantes: fodechinchos, que se traduz literalmente por “ladrões de peixe“.

“Um fodechinchos é um visitante que é um pouco idiota, mas basicamente um turista arrogante de Madrid que não respeita as tradições locais”, explica ao The Guardian o galego Miguel Vega, que ensina inglês na Universidade de Barcelona.

Segundo a escritora galega Ainhoa Rebolledo, um fodechinchos é tipicamente alguém de Madrid, mas o termo pode referir-se a qualquer pessoa de fora da Galiza com o comportamento típico de um turista ignorante ou mal-educado.

O típico fodechinchos não sabe que há marés“, explica. “No Mediterrâneo, a maré é de cerca de 20 cm e aqui é uma questão de metros. Os fodechinchos clássicos ficam com o carro preso na praia durante a maré alta”.

Os fodechinchos são também conhecidos por exigirem uma tapa grátis com a sua bebida — uma tradição na Andaluzia mas não na Galiza, nem em Madrid.

Além disso, acusam os galegos, estão sempre a queixar-se de que a sinalética está em galego, apesar de a língua galega ser facilmente compreensível para qualquer falante de espanhol — ou, como bem sabemos, português.

Recentemente, o bar O Kan de Mera, perto da Corunha, colocou um cartaz que diz “Está a entrar numa local livre de fodechinchos. Não pode pedir dois rum e coca-cola, quatro copos e um prato de azeitonas”.

Um perfil no X/Twitter, o @FodechinchosG, dedica-se com afinco (entre posts de ativismo político) a documentar peripécias protagonizadas pelos fodechinchos. O seu lema é simples e nem precisamos de traduzir para português: “odiar ao fodechincho (que non ao turista) é un deber patriótico”.

“Cuidado, há um tipo à solta que rouba marisco, grita muito, queixa-se de que tudo está em Galego. É normalmente um parolo com insígnias espanholas e diz que Madrid é o melhor lugar do mundo, embora fuja sempre que pode”, lê-se numa das suas publicações.

A palavra fodechinchos tem origem na prática, entretanto proibida, de lançar uma rede junto à costa para apanhar chinchos pequenos, peixes típicos da Galiza. A rede, repleta de peixes, era depois arrastada para a praia e os pescadores deixavam os turistas levar alguns para casa para cozinhar.

No entanto, os turistas começavam a aproveitar-se e chegavam com baldes para se servirem do peixe — o que deu origem à alcunha de “ladrões de peixe”, e por extensão a todas as pessoas que abusam da hospitalidade.

Os galegos não são os únicos a queixar-se da arrogância dos madrilenos — ou, basicamente, de quaisquer “estrangeiros” mal educados que cheguem de outras regiões de Espanha.

Mais a leste, ao longo da costa norte, na Cantábria, uma jovem deu recentemente a conhecer no X todo o seu desdém pelos visitantes da Espanha mediterrânica: “queixam-se de que a água é muito fria, que há algas, que há ondas. Parecem incapazes de compreender que existem marés”.

Há ainda “os madrilenos que estacionam os seus carros junto ao mar, que se queixam de ter de passar por cima de rochas e que parecem surpreender-se com o facto de o gado não ser a única coisa que existe na Cantábria”, acrescenta.

“O pior de tudo são os vizinhos da Cantábria, os bascos, que agem como se nos estivessem a salvar da pobreza quando compram uma sandes e depois são mal-educados com o empregado”, assegura a jovem cantábrica.

Se há algo que une os espanhóis de fora da capital é a aversão aos madrilenos, tal como o resto da França parece desprezar os parisienses. Mas os madrilenos não são os únicos com alcunhas depreciativas.

Nas zonas rurais da Catalunha, os turistas de Barcelona são chamados de pixapins, ou “mija nos pinheiros”, devido ao seu alegado hábito de parar para se aliviarem na berma da estrada.

Recentemente, milhares de pessoas indignadas saíram à rua em Barcelona para participar num protesto contra o turismo de massas na cidade catalã — um protesto que se repetiu nas últimas semanas em diversas cidades espanholas.

Lá diz o ditado popular: quando se aponta um dedo a alguém, temos três apontados a nós próprios.

ZAP //



Como escolher o melhor seguro automóvel (para viajar e não só)

Escolher o seguro automóvel certo pode ser uma tarefa complicada, dada a diversidade de ofertas e as várias necessidades de cada condutor.

No Pisca Pisca, que assegurou já no mercado português uma sólida reputação como Hub de mobilidade, encontra agora o novo ecossistema Pisca Seguros, com as melhores opções das principais operadoras de seguros, que lhe oferece seguro automóvel, moto e avarias.

A oferta de seguro automóvel do Pisca Pisca, a única com proteção de quebra de vidro incluída sem aumento de preço, diferencia-se-se antes de mais pela sua simplicidade: pode subscrevê-lo num piscar de olhos.

Outra característica distintiva é possibilidade de realização de vistorias e participação de sinistros através de uma App Cliente rápida e intuitiva — uma simulação no mercado português.

Mas provavelmente o fator mais diferenciador é o competitivo preço do seguro, que começa em apenas 9.99€ por mês, dependendo das opções contratadas.

Para escolher o seguro ideal, há vários fatores que deve ponderar.

1. Preço

O preço é, naturalmente, um dos principais critérios na escolha de um seguro automóvel. Contudo, é importante não se focar apenas no valor mensal a pagar. É crucial analisar o que está incluído nesse valor.

Um preço baixo pode significar coberturas limitadas ou uma franquia elevada, o que pode sair caro em caso de sinistro. Verifique sempre o que cada seguro cobre e se corresponde às suas necessidades, e verificará que o seguro auto do Pisca Pisca lhe oferece os preços mais competitivos.

2. Coberturas Oferecidas

As coberturas são outro ponto essencial na escolha de um seguro automóvel. A cobertura mínima exigida por lei é a Responsabilidade Civil, que cobre os danos causados a terceiros.

No entanto, pode ser prudente considerar coberturas adicionais como Proteção Jurídica, Quebra Isolada de Vidros, Assistência em Viagem, Proteção do Condutor e Ocupantes, entre outras. O Seguro Auto disponível no Pisca Pisca, por exemplo, permite personalizar o seguro com diversas opções, ajustando-o às suas necessidades específicas.

3. Franquia

A franquia é o valor que o segurado terá de pagar do próprio bolso em caso de sinistro antes de o seguro cobrir o restante. Um seguro com uma franquia baixa terá, geralmente, um prémio mais alto, enquanto uma franquia elevada pode reduzir o custo mensal, mas implicar maiores despesas em caso de acidente. Avalie a sua tolerância ao risco e escolha a franquia que melhor se adequa à sua situação financeira.

4. Reputação e Serviço ao Cliente

Um bom serviço ao cliente faz toda a diferença na experiência com uma seguradora. No caso do Seguro Auto que o Pisca Pisca disponibiliza, a conveniência da App Cliente, que permite realizar a vistoria do carro remotamente, é um indicador de que a empresa valoriza a simplicidade e a eficiência no atendimento ao cliente.

Além disso, é útil verificar a reputação da seguradora em termos de rapidez e eficácia na resolução de problemas e no pagamento de sinistros. E o Pisca Pisca tem anos de presença em Portugal como Hub de mobilidade.

5. Bonificação e Penalização do Prémio

Muitas seguradoras oferecem bonificações para condutores que não registam sinistros durante determinado período. Por outro lado, o prémio pode ser aumentado se houver acidentes ou infrações. Verifique como o Seguro Auto disponível no Pisca Pisca gere essas bonificações e penalizações e se as mesmas são justas e transparentes.

6. Facilidade de Cancelamento do Seguro

A vida muda, e as necessidades de seguro também. Antes de contratar um seguro, é importante saber se existem penalizações em caso de cancelamento ou se a seguradora oferece alguma flexibilidade nesse sentido. Este é um fator a considerar para evitar surpresas desagradáveis no futuro.

7. Países em que são válidas as coberturas

Se costuma viajar para fora de Portugal, é crucial verificar em que países o seguro é válido. Muitas apólices têm restrições geográficas, e é importante garantir que está coberto durante as suas deslocações ao estrangeiro.

8. Critérios para atualizar o valor do veículo

Com o passar do tempo, o valor do seu veículo vai diminuindo. As seguradoras utilizam vários critérios para atualizar o valor do carro, o que afeta diretamente o prémio do seguro e as indemnizações em caso de sinistro.

Ao avaliar todos estes fatores, poderá assim fazer uma escolha informada e garantir que o seu seguro automóvel corresponde exatamente às suas necessidades e expectativas.

Na secção Pisca Seguros do Pisca Pisca encontra um simulador, onde pode fazer a simulação de seguro automóvel mais adequada às suas necessidades — a que o Pisca Pisca dá resposta com um serviço ágil, simples de utilizar e totalmente digital.

aeiou //



“Uau!”. The Times escolhe os 10 locais mais bonitos de Portugal

Lacobrigo / Wikipedia

Caldeira das Sete Cidades, São Miguel, Açores

Depois de passar os últimos 20 anos a explorar Portugal, uma jornalista do The Times escolheu os sítios que considera mais bonitos do nosso país — desde lagos multicoloridos e aldeias medievais a grutas e falésias.

Em Portugal, pode-se percorrer um longo caminho apenas com um sorriso e um “obrigado”.

Mas há uma segunda palavra que Joana Booth recomenda que se aprenda, para além de “obrigado”: Uau!

Esta gloriosa palavra, cheia de vogais, é uma das favoritas da jornalista britânica.

Pronuncia-se “oo-ow”, explica Booth, e vamos precisar dela em cada um dos 10 belos locais de Portugal que recomenda aos seus leitores, num artigo publicado esta quarta-feira no The Times.

Há 20 anos que a jornalista vem a Portugal, e cada visita revela um novo e deslumbrante recanto do país, desde lagos, montanhas e praias perfeitas até cidades e aldeias cheias de encanto histórico.

Já se deslumbrou com as encostas em socalcos do Vale do Douro enquanto bebia um copo de vinho do Porto, e com a costa rochosa do barlavento algarvio a partir do convés de um barco.

Os uaus foram-se sucedendo sobre as calçadas medievais de Óbidos e sob as ameias de Sintra. Mais longe, descobriu que as ilhas de Portugal tinham o mesmo fator uau, desde as montanhas verdejantes da Madeira até ao drama vulcânico dos Açores.

Por isso, aconselha Booth aos leitores, prepare-se para descobrir a seleção dos dez lugares mais bonitos de Portugal — que o ZAP lhe traz abaixo, numa fotogaleria.

Sete Cidades, São Miguel, Açores

Mikejpg / Wikipedia

Caldeira das Sete Cidades, São Miguel, Açores

Sintra, Lisboa

essuera / Pixabay

Palácio da Pena, Sintra

Gruta de Benagil, Algarve

Marian78ro / Wikipedia

Gruta de Benagil, Algarve

Serra da Estrela

Francisco Costa / Wikipedia

Torre da Serra da Estrela

Monsaraz, Alentejo

Nuno A. Madeira / monsaraz360.pt

Vila de Monsaraz, no Alentejo

Pinhão, vale do Douro

devoa16 / Flickr

Pinhão, vale do Douro

Aveiro

Arrano / Flickr

Ria de Aveiro

Cabo Girão, Madeira

Karelj / Wikipedia

Miradouro do Cabo Girão, Madeira

Praia de Odeceixe, Algarve

Vítor Oliveira / Wikipedia

Praia de Odeceixe, Algarve

Estação de São Bento, Porto

Ray in Manila / Wikipedia

Estação de São Bento, Porto

Olhando para as esplendorosas escolhas de Joana Booth, só podemos dizer que a jornalista britânica tem bom gosto. E tem razão: por esse Portugal fora, não faltam motivos para gastar a palavra “uau!”.

ZAP //



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