As companhias aéreas poderiam economizar combustível, tempo e reduzir emissões ao redirecionar os voos transatlânticos para aproveitar melhor os ventos.
Uma equipa de investigadores da University of Reading, no Reino Unido, levou a cabo uma investigação que permitiu concluir que os voos comerciais entre Nova Iorque (Estados Unidos) e Londres (Reino Unido), operados no inverno passado, poderiam ter usado até 16% menos combustível se tivessem aproveitado melhor os ventos.
Citada pelo SciTechDaily, a investigadora Cathie Wells explicou que as atuais trajetórias de voo transatlânticas fazem com que as aeronaves queimem mais combustível e emitam mais dióxido de carbono do que o necessário.
“Apesar de os ventos serem levados em consideração, a redução do custo total de operação do voo recebe atualmente uma prioridade mais alta do que minimizar o consumo de combustível e a poluição”, acrescentou.
No futuro, os novos satélites vão permitir que este tipo de voos sejam rastreados com uma maior precisão, uma oportunidade que vai abrir a porta à flexibilização das trajetórias para que sigam os ventos favoráveis e evitem os ventos contrários.
Esta técnica vai oferecer ao setor da aviação uma forma mais barata e imediata de reduzir as emissões do que através de avanços na tecnologia.
“Atualizar para aeronaves mais eficientes ou mudar para biocombustíveis ou baterias pode reduzir as emissões, mas é caro e pode demorar várias décadas. Ajustes simples nas rotas de voo são muito mais baratos e podem oferecer benefícios imediatos“, disse Paul Williams, cientista atmosférico e co-autor do estudo, publicado no dia 26 de janeiro na Environmental Research Letters.
A investigação analisou cerca de 35.000 voos em ambas as direções entre Nova Iorque e Londres, de 1 de dezembro de 2019 a 29 de fevereiro de 2020. A equipa comparou o combustível usado durante esses voos com a rota mais rápida que teria sido possível no momento, voando nas (ou à volta) das correntes de ar do jato para leste.
Os cientistas descobriram que tirar melhor proveito dos ventos teria economizado, em média, cerca de 200 quilómetros de combustível por voo. Além disso, teria sido possível reduzir as emissões de dióxido de carbono durante o período de inverno num total de 6,7 milhões quilogramas.
Atualmente, o setor da aviação é responsável por cerca de 2,4% de todas as emissões de carbono causadas pelo Homem, e o número está a crescer.