Já podemos explorar “Melckmeyd”, naufrágio holandês do século XVII

Nas profundezas do Oceano Atlântico, perto da costa da Islândia, encontram-se os destroços de um navio holandês que afundou há 360 anos, no qual agora podemos “mergulhar” graças a uma experiência de realidade virtual.

Quando a Islândia era governada pelo Rei da Dinamarca, todas as nações do Velho Continente foram impedidas de negociar com o país. Para contornar esta proibição, os contrabandistas holandeses navegavam para portos islandeses com uma bandeira dinamarquesa falsa.

Era o caso do “Melckmeyd” (“Leiteira” traduzido para Português), que foi atingido por uma tempestade, a 16 de outubro de 1659, e consequentemente esquecido no fundo do mar. Mas agora, escreve o Live Science, o navio ganhou nova vida, graças a uma experiência de realidade virtual.

Mergulhadores locais encontraram o naufrágio em 1992, perto da ilha Flatey, na costa oeste da Islândia. As águas geladas preservaram grande parte do casco inferior deste navio com 33 metros de comprimento.

O naufrágio foi investigado pela primeira vez, em 1993, por arqueólogos marítimos do Museu Nacional da Islândia, que o identificaram como sendo um filibote — tipo de embarcação mercante comum dos séculos XVII e XVIII.

Então, em 2016, Kevin Martin e outros investigadores da Universidade da Islândia, juntamente com investigadores da Cultureel Erfgoed (organização de proteção e conservação do património holandês), fizeram scans de alta resolução do “Melckmeyd” para conseguir um modelo digital deste navio.

De seguida, usaram esses dados para criar uma experiência em realidade virtual que agora está disponível no YouTube. Durante o vídeo animado de três minutos — descrito como “2.5D” em vez do tradicional 3D — os utilizadores podem explorar o ambiente subaquático em torno do navio como se fossem mergulhadores.

(dr) John McCarthy

O “Melckmeyd” foi apenas um de muitos navios ilegais enviados por comerciantes holandeses para transportar secretamente grãos, cerâmica e madeira serrada para os portos islandeses em 1659.

Sendo o naufrágio mais antigo da Islândia, o navio oferece um vislumbre desta época conturbada, “quando a Dinamarca governou a ilha e teve o monopólio do comércio durante 200 anos” e, por isso, “dá-nos uma luz sobre um período fascinante da história da Islândia”, conclui o líder do projeto.

ZAP //



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