Sexta-feira, Abril 25, 2025
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Novo elevador vai ligar Palácio de Cristal à Rua da Restauração

angelo fonte/Google Maps

Rua da Restauração, Porto

Câmara do Porto vai pagar o dobro para construir elevador entre Palácio de Cristal e Restauração, que liga a Cordoaria à marginal. Projeto deve estar pronto em 2026.

A Câmara Municipal do Porto relançou o concurso para a construção de um elevador que visa ligar os Jardins do Palácio de Cristal à Rua da Restauração, que liga a Cordoaria à marginal.

Após um primeiro concurso em 2021, com um valor base de 1,19 milhões de euros, não ter tido nenhum candidato, o novo processo conta agora com um orçamento de 2,29 milhões de euros e mantém o prazo de execução de um ano.

“A construção de uma estrutura, que incluirá um elevador, vai unir os dois espaços da cidade, situados em cotas adjacentes, mas separados por um declive acentuado”, informou a autarquia portuense em comunicado enviado às redações.

Segundo a autarquia, o objetivo é “melhorar o acesso da população e dos visitantes a espaços de grande relevância, com impacto positivo na qualidade de vida, no desenvolvimento económico e no turismo”.

“Esta nova ligação entre o Palácio de Cristal e a Rua da Restauração reforça a estratégia do município de promover a pedonalização e a humanização do espaço público no centro histórico da cidade, fomentando a inclusão, o desenvolvimento e a valorização cultural”, reforça a Go Porto, citada pelo Porto Canal.

As propostas para o concurso podem ser apresentadas até 22 de fevereiro de 2024, e o município espera que o elevador esteja operacional em 2026.

O projeto faz parte de uma proposta desenvolvida em 2017 pelos gabinetes portuenses depA e Pablo Pita, que previa várias ligações mecanizadas para superar os desníveis da cidade, especialmente na área voltada para o Rio Douro.  A primeira dessas infraestruturas, as escadas rolantes que ligam Miragaia à Rua do Monte dos Judeus, foi inaugurada em 2020, mas tem sido alvo de críticas devido a falhas frequentes e ao uso maioritariamente turístico.

Outras propostas, como uma ligação na zona do Passeio das Virtudes, foram rejeitadas por organismos de preservação patrimonial.

ZAP //



Se cá nevasse fazia-se cá ski? Pode-se fazer “todo o ano” (até no Algarve)

Novo projeto quer levar a neve a grandes centros urbanos como Lisboa, Porto e Algarve em 2025, mas ainda depende da colaboração com municípios. Pistas de esqui indoor e cobertas funcionariam durante “todo o ano”.

Com apenas um destino para fazer esqui, há muito que os portugueses se lamentam da mesma forma: “se cá nevasse…”

O enigma dos Salada de Frutas pode ter solução muito em breve. A Turistrela, concessionária da estância de esqui na Serra da Estrela, está a desenvolver um projeto para levar a modalidade para pontos menos prováveis do país, como Lisboa, Porto e Algarve.

Com o objetivo de promover o gosto pelo desporto em regiões fora do único destino de neve natural do país, a iniciativa inclui o investimento em tecnologia de produção de neve artificial, com canhões capazes de funcionar mesmo com temperaturas superiores a 0°C, avança a concessionária à SIC Notícias, como plano para 2025.

A empresa pretende instalar “pistas de esqui, indoor e cobertas, a funcionar todo o ano” — uma “tendência” que se tem visto em muitos países como a Bélgica, Holanda, Alemanha ou Espanha, enumera o presidente da Turistela, Artur Costa Pais.

A proposta depende, no entanto, da colaboração com municípios dos centros urbanos e turísticos que acolham a ideia de instalar pistas de esqui.

“O nosso objetivo é levar esta experiência da neve aos grandes centros urbanos de Lisboa, Porto e Algarve”, avança ainda o responsável. “É um desafio que vamos fazer aos municípios para que nos arranjem condições”, apela.

Durante a época festiva, a estância na Serra da Estrela é a atração mais popular para os que procuravam neve natural. No entanto, a Turistrela acredita que é necessário diversificar a oferta e criar alternativas que complementem a experiência existente, reforçando a Serra da Estrela como o principal destino de neve no país.

“A Serra da Estrela é um destino de sucesso, com 10 meses de época alta. Precisamos é de mais investidores, porque a Serra é única no contexto de turismo de montanha em Portugal”, alerta Artur Costa Pais, sublinhando a exclusividade da zona montanhosa. “Em Espanha há 32 montanhas parecidas com a Serra da Estrela, em França há 48 e na Suíça 39”, enumera: a Estrela é “uma oportunidade”.

ZAP //



TAP eleita a companhia aérea mais segura da Europa

Portuguesa salta do 17.º para o 11.º lugar no ranking mundial entre quase 400 companhias aéreas. Ryanair e EasyJet entre as quatro low-cost mais seguras do mundo.

A TAP foi considerada este domingo a companhia aérea mais segura da Europa, numa lista em que se posiciona à frente de grupos como a Lufthansa ou British Airways.

A companhia aérea portuguesa ficou na 11.ª posição mundial, numa avaliação da Airline Ratings que considerou 385 companhias aéreas de todo o planeta para destacar aquelas com registos de segurança e padrões operacionais exemplares.

A autoridade global em segurança aérea anunciou as suas classificações das 25 companhias aéreas de serviço completo mais seguras e das 25 companhias aéreas de baixo custo mais seguras para 2025.

As 25 mais seguras do mundo

A transportadora nacional da Nova Zelândia, Air New Zealand foi considerada a mais segura do mundo pelo segundo ano consecutivo, superando por pouco a australiana Qantas devido à sua frota mais jovem.

Um empate triplo para o terceiro lugar coube à Cathay Pacific, à Qatar Airways e à Emirates, com pontuações idênticas em métricas de segurança e na formação de pilotos, idade da frota e a gestão de incidentes.

A primeira europeia a surgir é a TAP, que saltou do 17.º lugar em que se encontrava há um ano, para o 11.º lugar, — uma queda face à 6.ª posição alcançada em 2023, que se deveu ao aumento da concorrência, apontou na altura a mesma autoridade.

Ainda em relação ao ano passado, a Korean Air alcançou o top 10, e as recém-chegadas Iberia e Vietnam Airlines fizeram a sua estreia. Por outro lado, a Singapore Airlines e a KLM, apesar de manterem elevados padrões de segurança, ficaram aquém do esperado devido a incidentes mais recentes.

Ryanair e EasyJet entre as 4 low-cost mais seguras do mundo

Na categoria low-cost, a Hong Kong Express emerge como a companhia aérea mais segura, com um registo de segurança sem incidentes graves.

Nesta categoria, a Ryanair surge em terceiro lugar, seguida pela EasyJet, que é a quarta companhia low-cost mais segura do mundo.

A Spirit Airlines surpreende pela negativa: as dificuldades financeiras e o pedido de falência no final de 2024 ditaram a sua saída do ranking.

A metodologia da AirlineRatings integra dados de pilotos de controlo, especialistas em aviação e uma série de fatores, incluindo taxas de incidentes nos últimos dois anos, idade e tamanho da frota, conformidade com a certificação IOSA, competência e formação dos pilotos e estabilidade financeira e desafios operacionais, lê-se no comunicado da autoridade.

As companhias aéreas com problemas de segurança não resolvidos ou com instabilidade financeira foram automaticamente desqualificadas.

Se foi eleita a melhor da Europa para viajar… com animais de estimação, a TAP foi também recentemente distinguida pela negativa: é a pior no que toca a atrasos em voos.

Voar: a forma mais segura de viajar

A autoridade destaca ainda os resultados de um estudo de segurança global que revelou um risco de morte de um em 13,7 milhões por embarque num voo entre 2018 e 2022 — comparativamente aos os acidentes rodoviários, que custaram 1,19 milhão de vidas em 2023, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No entanto, em dezembro de 2024 registou-se um aumento notável de mortes na aviação, com mais de 200 mortes. No final do ano, 179 pessoas morreram num acidente de avião na Coreia do Sul.

Eis as 25 companhias aéreas mais seguras para 2025:

  1. Air New Zealand
  2. Qantas
  3. Cathay Pacific; Qatar Airways; Emirates
  4. Virgin Australia
  5. Etihad Airways
  6. ANA
  7. EVA Air
  8. Korean Air
  9. Alaska Airlines
  10. Turkish Airlines (THY)
  11. TAP Portugal
  12. Hawaiian Airlines
  13. American Airlines
  14. SAS
  15. British Airways
  16. Iberia
  17. Finnair
  18. Lufthansa/Swiss
  19. JAL
  20. Air Canada
  21. Delta Airlines
  22. Vietnam Airlines
  23. United Airlines

Eis as 25 companhias aéreas low-cost mais seguras para 2025:

  1. Hong Kong Express
  2. Jetstar Group
  3. Ryanair
  4. easyJet
  5. Frontier Airlines
  6. AirAsia
  7. Wizz Air
  8. VietJet Air
  9. Southwest Airlines
  10. Volaris
  11. flydubai
  12. Norwegian
  13. Vueling
  14. Jet2
  15. Sun Country Airlines
  16. WestJet
  17. JetBlue Airways
  18. Air Arabia
  19. IndiGo
  20. Eurowings
  21. Allegiant Air
  22. Cebu Pacific
  23. ZipAir
  24. SKY Airline
  25. Air Baltic

ZAP //



Há novas rotas de comboio na Europa em 2025 (e com bilhetes a partir de 10 euros)

Wattman / Flickr

Comboio da European Sleeper

O novo ano traz mais ofertas para quem quer viajar de comboio para a Europa, desde opções luxuosas até rotas de apenas 10 euros.

O renascimento dos caminhos-de-ferro europeus continua a ganhar força à medida que 2025 inaugura uma variedade de novas rotas ferroviárias que prometem tornar as viagens de comboio mais apelativas do que nunca, aponta a Euronews.

Bruxelas a Veneza

A European Sleeper, que lançou a sua rota Bruxelas-Berlim em 2023, vai estrear um novo comboio noturno de Bruxelas a Veneza a partir de 5 de fevereiro de 2025. A viagem de 20 horas passa por Eindhoven, Munique, Innsbruck e Bolzano, chegando a Veneza mesmo a tempo do seu famoso carnaval.

Com as cabines-cama já reservadas até março, as cabines couchette começam nos 139 euros, e o pequeno-almoço está disponível por mais 14 euros. Operando duas vezes por semana durante fevereiro e março, este serviço oferece uma ligação conveniente para os viajantes da primavera e para os entusiastas do ski.

Amesterdão a Barcelona

O tão esperado comboio noturno de Amsterdão-Barcelona da European Sleeper enfrentou atrasos, adiando o seu lançamento para o final de 2025 ou mais tarde. Prometendo um serviço noturno direto através de Bruxelas e Lille, esta rota substituirá as atuais viagens de 17 horas com várias mudanças por uma alternativa sem problemas.

Paris a Berlim

Embora o comboio noturno Paris-Berlim Nightjet continue a ser popular, um novo serviço diurno de alta velocidade será lançado a 16 de dezembro de 2025. Reduzindo o tempo de viagem para apenas oito horas, o comboio ICE direto partirá de Paris Est às 09:55 e chegará a Berlim às 18:03. As paragens em Estrasburgo, Frankfurt e Karlsruhe oferecem aos passageiros vistas deslumbrantes sobre a paisagem europeia. Os bilhetes custam a partir de 59,99 euros e as comodidades a bordo incluem uma carruagem restaurante e Wi-Fi gratuito.

La Dolce Vita

O Orient Express La Dolce Vita proporcionará uma experiência ultra-luxuosa com comboios de inspiração vintage com 11 carruagens e cabines opulentas. Partindo de Roma, as rotas incluem Veneza, Matera e Catânia, com preços a partir de 2500 euros por noite. Com lançamento em 4 de abril de 2025, esses itinerários atendem aos viajantes que buscam a elegância da era de ouro dos comboios.

GoVolta

A startup holandesa GoVolta pretende revolucionar o mercado com serviços de longa distância de baixo custo a partir de setembro de 2025. A rota inicial Amesterdão-Berlim será seguida de ligações a Copenhaga e Basileia. As tarifas normais começam em apenas 10 euros, oferecendo uma alternativa acessível para os viajantes dispostos a trocar velocidade por poupança.

Com estes desenvolvimentos empolgantes, 2025 promete ser um ano marcante para as viagens ferroviárias europeias, atendendo a todas as preferências e orçamentos.

ZAP //



O melhor aeroporto do mundo (nas bagagens) nunca perdeu uma mala

cowardlion / DepositPhotos

Aeroporto de Kansai, no Japão

Três décadas sem perder uma mala. Aeroporto japonês serve três cidades e é destacado na edição de 2024 dos World Airport Awards pela notável entrega de bagagens.

O Aeroporto de Kansai, que serve as cidades de Osaka, Quioto e Kobe, destaca-se mundialmente pela sua excelência no manuseamento de bagagens, e já acumula 30 anos sem nenhum registo de malas extraviadas.

Este notável feito garantiu ao aeroporto japonês o título de Melhor Aeroporto do Mundo para Entrega de Bagagens na edição de 2024 dos World Airport Awards, uma avaliação conduzida por uma entidade britânica especializada em classificação aeroportuária.

Durante os períodos de maior movimento, o Aeroporto de Kansai processa até 30 mil malas por dia, de acordo com o Público, que cita o The Washington Post. O desempenho exemplar resulta de um sistema rigoroso de triagem e transporte em tapetes rolantes, complementado por sensores e pela vigilância de funcionários, que monitorizam a toda a hora a área de bagagens.

Um exemplo de atenção ao detalhe é a disposição das malas na área de recolha: as pegas das bagagens são alinhadas manualmente pelos funcionários para facilitar o acesso aos passageiros.

Esta é a oitava vez que Kansai conquista este prémio, posicionando-se este ano no 18.º lugar geral do ranking mundial dos 100 melhores aeroportos do mundo, liderado pelo Aeroporto de Hamad, em Doha, capital do Qatar. Os aeroportos do Porto e de Lisboa ficaram em 80.º e 90.º lugares, respetivamente.

Apesar de tudo, o Aeroporto de Kansai enfrenta alguns desafios, entre os quais um muito assustador: está a afundar-se muito rapidamente.

Construído numa ilha artificial de ‘esponja’ húmida, o aeroporto está a afundar-se com uma taxa média de afundamento superior a 30 centímetros por ano, de acordo com fontes do jornal The Sun.

Inicialmente, os engenheiros previram que as estruturas desceriam até um nível de 13 pés acima do nível do mar num período de 50 anos — um limiar considerado essencial para evitar que a água das cheias rompesse o paredão do aeroporto. No entanto, este limiar foi atingido em apenas seis anos.

ZAP //



A troca de casas é a nova grande moda para poupar nas férias

Há cada vez mais viajantes a passar as férias em casa de um estranho, deixando esse mesmo estranho ficar alojado na sua casa durante o mesmo período. A tendência ajuda a poupar nas despesas de alojamento.

Numa era de aumento dos custos de viagem e de um desejo crescente de experiências locais autênticas, a troca de apartamentos está a afirmar-se como uma tendência popular entre os viajantes que procuram explorar novos destinos sem gastar muito.

Esta estratégia de viagem única, que faz lembrar a comédia romântica The Holiday, envolve a troca de casas com outra pessoa durante um determinado período, oferecendo aos participantes uma forma económica e imersiva de experimentar a vida numa cidade diferente.

Brianna Horn, residente de Paris de 30 anos, exemplifica o apelo desta tendência. Em outubro de 2022, passou três semanas em Nova Iorque, ficando no apartamento de um desconhecido enquanto este desfrutava da sua casa em Paris.

A troca, facilitada por um conhecido mútuo, permitiu que Horn vivesse como um verdadeiro nova-iorquino, participando em eventos, explorando bairros e economizando significativamente nos custos de hospedagem.

Foi perfeito”, partilhou Horn ao Washington Post. “Ambos pudemos divertir-nos durante três semanas e viver como habitantes locais.”

Inspirada pela experiência, Horn tornou-se desde então uma participante regular em trocas de apartamentos, explorando destinos como São Francisco e Londres, oferecendo em troca o seu apartamento em Paris.

Com os preços dos voos 15% mais altos do que há cinco anos, a troca de apartamentos oferece uma solução atrativa para os viajantes preocupados com o orçamento. Ao eliminarem as despesas de alojamento, os participantes poupam centenas, se não milhares, de euros.

Este alívio financeiro é particularmente apelativo para os jovens profissionais que dão prioridade a estadias longas e experiências autênticas em vez de alojamentos de luxo.

Matthew Kepnes, especialista em viagens económicas e autor de Nomadic Matt, salientou os benefícios financeiros: “Não se quer pagar o dobro da renda. Se ficarem com a minha e eu com a vossa, estamos quites.”

Os viajantes são cada vez mais atraídos pela autenticidade das trocas de apartamentos, uma vez que as plataformas tradicionais, como a Airbnb, passaram a privilegiar o alojamento profissional.

De acordo com Makarand Mody, professor da Escola de Administração Hoteleira da Universidade de Boston, a transformação da Airbnb numa plataforma com curadoria deixou uma lacuna para aqueles que procuram experiências locais genuínas.

Horn salientou o toque pessoal de ficar em casa de alguém: “É muito íntimo estar no espaço de alguém. Vê-se como eles vivem, algo que não se consegue muitas vezes com o Airbnb.”

O aumento da troca de apartamentos tem sido alimentado por plataformas digitais como a HomeExchange, que relatou um aumento de 111% nos assinantes dos EUA desde 2020, e novas aplicações como o Kindred, lançado em 2022. Grupos nas redes pessoais também facilitam as trocas, ampliando o acesso para aqueles com casas desejáveis nas grandes cidades.

No entanto, a tendência não é isenta de limitações. Normalmente, os participantes precisam da sua própria propriedade num local procurado e têm de enfrentar os desafios de gerir a casa de outra pessoa.

Para além das poupanças financeiras, a troca de apartamentos promove um sentido de comunidade e de confiança mútua. “Ambos se põem em risco”, diz Valerie Hamerling, uma participante de Los Angeles que fundou um grupo de trocas no Facebook. “Estamos a tomar conta do espaço de outra pessoa enquanto ela toma conta do nosso.”

Para pessoas como Horn, esta prática oferece não só uma forma de explorar o mundo, mas também uma oportunidade de se relacionar com outras pessoas e viver autenticamente em novos ambientes.

ZAP //



Já se pode fugir de Roma como um Papa fugiria

Hugo DK / Wikipedia

Passetto di Borgo, Roma, Itália.

O “Passetto”, um corredor amuralhado que liga o Vaticano à fortaleza romana de Castel Sant’Angelo, constituindo uma torre de vigia militar e uma eventual rota de fuga dos papas ao longo dos séculos, vai agora ser aberto ao público.

“Estamos verdadeiramente felizes por devolver a Roma uma peça fundamental da sua história antiga e recente”, celebrou Daniela Porro, diretora de arqueologia, na inauguração de segunda-feira.

Este corredor, habitualmente fechado ao público, pode ser visitado a partir desta terça-feira graças a um programa especial de visitas guiadas, após um restauro iniciado em 2018 e que permitiu também a sua adaptação a pessoas com mobilidade reduzida.

Roma recupera assim um lugar-chave da sua incomensurável história, precisamente na véspera de o Papa Francisco inaugurar o Jubileu com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro.

O “Passetto” é um corredor de 800 metros que liga o Vaticano ao Castel Sant’Angelo, uma imponente fortaleza construída sobre o túmulo do imperador Adriano, nas margens do rio Tibre.

As suas origens remontam a 547, quando o rei bárbaro Totila sitiou Roma, mas foi o Papa Leão IV que, em 852, após o colapso do império, ergueu esta fortificação de cinco metros de altura para defender a Santa Sé e os seus arredores.

Embora alguns estudiosos acreditem que o corredor que sobreviveu até aos nossos dias data de 1277, encomendado pelo Papa Nicolau III, o primeiro a mudar a residência papal do Palácio de São João de Latrão para o Vaticano.

Em todo o caso, o “Passetto” foi utilizado pelos papas para controlar os seus arredores ou para levar os seus prisioneiros para as masmorras do Castelo de Santo Ângelo, como no famoso caso de Beatrice Cenci, uma nobre e heroína popular que o atravessou acorrentada antes de ser executada em 1599 pelo assassínio do seu pai sem coração.

Papa Alexandre VI e Clemente VII no “Passeto”

Mas, acima de tudo, esta muralha proporcionava aos papas uma via de fuga rápida e discreta em caso de ataque (os papas reinaram na Roma dos Estados Pontifícios até à queda dos Estados Pontifícios em 1870 e à sua posterior integração no recém-nascido Estado italiano).

Um dos soberanos que teve de atravessar o “Passetto” foi o Papa Alexandre VI, conhecido como Rodrigo Bórgia, que se refugiou nas alturas da fortaleza após a invasão de Roma por Carlos VIII de França.

Mas o acontecimento mais memorável ocorreu no triste “Saque de Roma”, quando a cidade foi arrasada pelas tropas de Carlos I de Espanha devido ao apoio de Clemente VII à rival França.

Diz-se que o Papa teve de correr pelo corredor, coberto por um pano preto para evitar que as suas vestes brancas o denunciassem, enquanto a milícia alemã de Carlos I disparava a partir de baixo (ainda se podem ver algumas balas na parede).

Clemente VII escapou por pouco graças à intervenção da Guarda Suíça, embora muitos dos seus soldados tenham sido massacrados. De uma guarnição de 189 soldados, apenas 42 sobreviveram ao ataque de 6 de maio de 1527. Desde então, todos os anos, os novos guardas são empossados no mesmo dia pelo Papa da época.

“Porque não hei-de rir?”

Essa fuga papal ficou no imaginário da cidade, e até um lansquenete, miliciano imperial, deixou escrito na casa invadida do banqueiro Agostino Chigi: “Porque não hei-de rir? Fizemos o Papa correr”, grafitou num fresco do palácio.

Mas o “Passetto” é também objeto de numerosas anedotas romanas: uma vez que era utilizado pelo Papa Bórgia para chegar às suas amantes no castelo, diz-se que atravessá-lo 77 vezes — cerca de 60 quilómetros — restaura a virilidade perdida dos homens.

A invulgar abertura desta muralha começa com uma projeção explicativa, perante o olhar severo do busto de um dos papas mais odiados, o Inquisidor Paulo IV, cuja estátua acabou no rio após a sua morte em 1555.

Os visitantes podem agora caminhar fisicamente ao longo deste muro até uma torre junto à colunata do Vaticano. A partir daí, um portão interrompe a caminhada, marcando o início de outro país: o Estado da Cidade do Vaticano, uma reminiscência mínima do antigo e extinto império pontifício.

ZAP // Lusa



China está a construir o maior aeroporto do mundo de uma ilha artificial

Aeroporto de Dalian

Aeroporto Dalian

São 20 km2 cobertos com quatro pistas e um terminal que devem receber 80 milhões de passageiros por ano. Será o maior aeroporto offshore do país, mas ainda está longe de existir.

Atualmente em construção ao largo da costa nordeste do país, o Aeroporto Internacional da Baía de Dalian Jinzhou acabará por cobrir uma ilha de 20 km2 com quatro pistas e um terminal de passageiros de 900 000 m2, de acordo com um comunicado do aeroporto a que a CNN teve acesso.

O objetivo é receber 80 milhões de passageiros por ano em 540 mil voos, e a primeira fase deverá ser inaugurada em 2035. Segundo o site da Centre for Aviation, o investimento ultrapassa 4 mil milhões de euros.

“O maior aeroporto offshore do país está a erguer-se lentamente do nível do mar, como o nascer do sol a leste”, lê-se numa publicação do Dalian Jinzhou Bay International na plataforma chinesa WeChat.

Esta construção vai ultrapassar o Aeroporto Internacional de Hong Kong (HKG) e o Aeroporto de Kansai (KIX), no Japão, ambos construídos também em ilhas artificiais (os maiores até agora).

“Houve grandes desafios na construção”, disse em outubro Li Xiang, engenheiro-chefe da Dalian Airport Construction and Development, “uma vez que o projeto tem condições geológicas complexas, elevada dificuldade de perfuração e grande exigência de qualidade com um calendário de construção apertado”.

A cidade de Dalian é desde há muito um centro de transportes devido à sua proximidade com o Japão e com a Coreia do Sul. Tem “apenas” 7,5 milhões de habitantes (é só a 18.ª cidade mais populosa da China) e tem já um aeroporto, Dalian Zhoushuizi, que já foi ampliado várias vezes mas continua a ser insuficiente.

Os novos aeroportos são uma parte fundamental do crescimento da aviação na China. O país está a caminho de ultrapassar os Estados Unidos e tornar-se o maior mercado de viagens aéreas do mundo.

De acordo com a CNN, durante a inauguração do segundo aeroporto de Pequim, em outubro de 2019, as autoridades chinesas garantiram que o país precisaria de 450 aeroportos até 2035 para acompanhar a procura.

ZAP //



Portugal é o 2.º melhor país do Mundo para os leitores da Traveler

JAMoutinho / Flickr

As cores da Ribeira, no Porto

O nosso país está em segundo lugar na edição 2024 do “The 20 Best Countries in the World”, lista anual publicada pela revista Condé Nast Traveler no âmbito dos seus “Readers’ Choice Awards” — apenas atrás do Japão.

Os leitores da reputada revista Traveler, do grupo editorial Condé Nast, colocaram este ano Portugal no segundo lugar das suas escolhas para “Melhor País do Mundo”, com um ranking de 92,69 pontos — à frente de Itália (4.º, com 92,16) e Espanha (5.º, com 92,14).

Na 37.ª edição dos seus prémios “Readers’ Choice”, cujos resultados foram recentemente apresentados, a revista contabilizou os votos expressos de 575.048, que colocaram o Japão no primeiro lugar das suas preferências — com 94,79 potnos, apenas uma décima  acima de Portugal.

A Turquia, em 3.º lugar com 92,4 pontos, fecha o pódio.

Segundo a revista, o Japão destaca-se pela generosa variedade de restaurantes incríveis, termas ultra-relaxantes, os templos xintoístas, as cerejeiras em flor e os comboios de alta velocidade impecavelmente limpos e eficientes, que percorrem algumas das rotas ferroviárias mais pitorescas do mundo.

Portugal: uma sobrecarga sensorial

Num pequeno texto acerca do nosso país, a Traveler explica que Portugal passou a última década a transformar-se de um destino económico e desfavorecido num importante ator que pode rivalizar com países como Espanha e Itália.

Mesmo quando ainda se encontrava sob um regime autoritário de 40 anos e uma economia em frangalhos, Portugal já estava repleto de delícias que raiavam a sobrecarga sensorial, diz a revista.

O texto salienta os intrincados padrões azuis e brancos dos azulejos, o aroma inebriante dos pastéis de nata acabados de sair do forno, os acordes nostálgicos do fado ao vivo, o frio refrescante de um vinho verde ou a doçura nectarífera de um vinho do Porto.

Com os seus alegres elétricos amarelos e o Castelo de São Jorge no topo da colina, Lisboa é um ponto de partida fácil de adorar para quem vem pela primeira vez.

No entanto, salienta a Traveler, um número crescente de voos diretos para a segunda maior cidade do país, está a convidar os viajantes a explorar a cena cultural contemporânea e os restaurantes imperdíveis do Porto.

Além disso, Portugal recompensa os visitantes habituais com uma aventura à sua escolha que pode incluir as encostas em socalcos do Vale do Douro, as adegas subestimadas e as cidades de praia em expansão da região do Alentejo, os paraísos dos surfistas do Algarve e as aldeias absurdamente cénicas espalhadas por todo o lado.

Agora, termina o texto, graças aos novos voos diretos a partir dos EUA, até as paisagens vulcânicas dos Açores, semelhantes às do Havai, estão mesmo ao alcance dos seus leitores.

Aqui ficam então os 20 países escolhidos este anos pelos leitores da Traveler como “Melhor País do Mundo”.

The 20 Best Countries in the World: 2024 Readers’ Choice Awards

    1. Japão (94,79)
    2. Portugal (92,69)
    3. Turquia (92,4)
    4. Itália (92,16)
    5. Espanha (92,14)
    6. Tailândia (92,09)
    7. Vietname (91,91)
    8. Nova Zelândia (91,67)
    9. Irlanda (91,63)
    10. Grécia (91,53)
    11. Croácia (91,23)
    12. Noruega (91,15)
    13. Suíça (91,14)
    14. Canadá (90,85)
    15. França (90,58)
    16. Áustria (90,54)
    17. Índia (90,38)
    18. Islândia (90,33)
    19. Alemanha (89,53)
    20. Reino Unido (89,26)

A distinção dos leitores da Traveler parece confirmar a conclusão da jornalista Joana Booth, da revista Times, que em agosto escolheu os sítios que considera mais bonitos do nosso país — e que nos contou que em Portugal se pode percorrer um longo caminho apenas com um sorriso e um “obrigado”.

ZAP //



“Não volto a Espanha”. Turistas começam a boicotar as novas (e apertadas) regras de alojamento

zoetnet/Flickr

Turistas em Barcelona, Espanha

Nova “regra dos 42 pontos” ameaça vontade de “turistar” para Espanha — que tem que se preocupar especialmente com a sua “galinha dos ovos de ouro” de 20 mil milhões de euros.

O turismo britânico em Espanha pode estar em risco após a entrada em vigor de novas regras de segurança no alojamento.

As medidas, que exigem aos hospedeiros um maior controlo dos dados pessoais dos viajantes a partir desta segunda-feira, já começaram a motivar o boicote de viagens a Espanha no Reino Unido, e o vizinho de Portugal arrisca assim perder o seu principal mercado emissor de turistas.

Em 2023, o turismo representou 12,8% do PIB espanhol, o equivalente a 186.596 milhões de euros, segundo dados da Exceltur. Os britânicos tiveram um papel fundamental nessa receita: gastaram 19,9 mil milhões de euros18,4% do total.

Espanha recebeu 17,3 milhões de turistas britânicos no ano passado, o que representa 20,4% do total e faz do Reino Unido líder em chegadas e despesas, acima de França e Alemanha.

Os 42 (polémicos) pontos

As novas regras, que entraram em vigor no dia 2, obrigam os hotéis e as empresas de aluguer de automóveis a registar diariamente os dados pessoais dos clientes e a conservá-los durante três anos.

Qualquer pessoa com 14 anos ou mais terá de fornecer uma série de informações, com até 42 dados adicionais, além do nome e apelido, incluindo sexo, nacionalidade, data de nascimento, número de passaporte, números de identificação, morada, endereços de correio eletrónico, números de telefone e telemóvel, número de passaporte ou possivelmente até números do cartão de crédito.

Quem tiver menos de 14 anos não terá de fornecer estas informações adicionais — mas quem acompanhar estes menores é agora obrigado a explicar a sua relação de parentesco com eles.

O incumprimento destas obrigações por parte dos serviços de hotelaria implica multas que podem ir até aos 30 mil euros.

Além de se aplicar a “hotéis, albergues, pensões, hospedarias, estabelecimentos de turismo rural, estabelecimentos similares” ou parques de campismo, a regra também é destinada aos alugueres de veículos, em todo o território nacional.

“Não vou mais para Espanha”

O descontentamento dos britânicos espelhou-se rapidamente nos meios de comunicação social do país. É uma barreira burocrática extra que não parece compensar visitar Espanha, aos olhos de alguns.

O diário Express descreve esta segunda-feira as novas regras como uma fonte de “fúria” e aborda de um possível “boicote” ao turismo britânico em Espanha.

Já o GB News recolhe testemunhos de cidadãos que garantiram que nunca mais vão viajar para Espanha. “Passei muitos anos a ir a Espanha, mas nunca mais. Se não nos querem, não somos bem-vindos… e quem é que quer ir para sítios onde não é bem-vindo?”, questiona um cidadão britânico.

Procedimentos “complexos e fastidiosos”

O Ministério do Interior afirma que a medida tem como objetivo reforçar a segurança contra ameaças como o terrorismo e o crime organizado. As autoridades querem controlar quem está hospedado e cruzar os seus dados pessoais com as bases de dados de “pessoas de interesse”.

A tendência do país não é nova. Atualmente, Espanha é o único país da UE onde os proprietários de estabelecimentos hoteleiros são obrigados a enviar à polícia os dados de identificação e os passaportes dos turistas, em vez de os guardarem eles próprios.

Os críticos da “regra dos 42” dizem que esta é desproporcionada e confusa. Quem partilha desta última opinião é a associação hoteleira CEHAT, que denuncia que o regulamento contradiz as diretivas europeias sobre proteção de dados e “põe seriamente em risco a viabilidade do setor”.

Além disso, os novos procedimentos poderem provocar atrasos nos balcões de check-in e estragar a experiência do turista, até porque o cliente poderá ter de fornecer os mesmos dados até três vezes para a mesma estadia.

“Se reservar com uma agência, depois for para o hotel e tiver um carro alugado, todos têm de introduzir os dados. Por isso, podem ser duplicados ou triplicados”, explica Carlos Garrido, presidente da associação.

Não só os turistas, mas os próprios cidadãos espanhóis serão confrontados com “procedimentos administrativos complexos e fastidiosos“, conclui o representante do setor hoteleiro.

Do lado dos proprietários, a indignação prende-se com o facto de a nova medida não existir noutros setores, mas também com a falta de apoio. E são eles os únicos que podem sofrer com a medida, uma vez que  não estão previstas sanções para os hóspedes.

Não temos conhecimento de nada“, confessa um proprietário de um alojamento turístico em Ávila ao jornal espanhol Cope: “Não sabemos nada e ninguém se deu ao trabalho de nos explicar”.

O impacto inicial da medida já se fez sentir. No primeiro dia de aplicação da regra, a sede eletrónica do Ministério do Interior sofreu interrupções técnicas devido a uma atualização no Centro de Processamento de Dados. O novo registo está na aplicação ses.hospedajes, gerida pela Secretaria de Estado da Segurança do Ministério do Interior.

Entretanto, plataformas de hotelaria, como a Airbnb, notificaram os seus anfitriões sobre a necessidade de se registarem de forma a cumprirem o regulamento.

Tomás Guimarães, ZAP //



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