Segunda-feira, Junho 2, 2025
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Vila turística chinesa pede desculpa após usar algodão e água com sabão para criar neve falsa

Weibo

A vila, conhecida pela sua neve no inverno, recorreu a lençóis e água com sabão para criar imagens onde parece ter nevado. Os turistas dizem-se enganados e serão ressarcidos pelas viagens.

Uma aldeia turística em Chengdu, capital da província de Sichuan, emitiu um pedido de desculpas depois de ter tentado criar neve artificial utilizando algodão e água com sabão durante o feriado do Ano Novo Lunar, que foi invulgarmente quente. A iniciativa provocou reações negativas dos visitantes que se sentiram enganados pela neve sintética, que pretendia reproduzir o cenário típico do inverno na região.

A Aldeia de Neve de Chengdu, um destino popular conhecido pelas suas paisagens de neve, enfrentou um desafio inesperado este ano, quando as temperaturas durante o Ano Novo Lunar subiram acima da média, impedindo a queda de neve natural que normalmente atrai os turistas. Num esforço para preservar a atmosfera festiva, a aldeia recorreu à utilização de algodão para simular neve, publicando imagens do cenário de inverno nas redes sociais, explica a CNN.

No entanto, os turistas rapidamente se aperceberam da neve falsa, com muitos a expressarem o seu desapontamento online. Um utilizador das redes sociais comentou: “Uma aldeia de neve sem neve“, enquanto outros chamaram a atenção para os grandes lençóis de algodão espalhados pela aldeia, alguns dos quais estavam a cobrir casas. Apesar de não divulgar claramente que a neve era artificial, a aldeia foi criticada por criar uma impressão enganadora.

Em resposta aos protestos, o projeto da Aldeia de Neve de Chengdu emitiu um pedido formal de desculpas na plataforma chinesa de comunicação social WeChat. A declaração dizia: “Pedimos desculpa pelo incómodo e pela desilusão causados. Os visitantes receberão o reembolso dos seus bilhetes”. A aldeia também reconheceu que a neve sintética não correspondeu às expectativas, deixando uma “muito má impressão” nos turistas.

Embora a neve falsa já tenha sido removida da área, o incidente destaca os crescentes desafios colocados pelas alterações climáticas na China. O país tem registado ondas de calor mais longas e mais intensas, bem como padrões de precipitação imprevisíveis, que se estão a tornar mais frequentes devido à alteração dos padrões meteorológicos.

O gabinete meteorológico da China avisou que estes fenómenos meteorológicos extremos deverão aumentar nos próximos anos, complicando ainda mais o turismo e outros setores dependentes de condições climáticas estáveis.

ZAP //



Biquínis e calções proibidos não é só em Albufeira: Barcelona fê-lo em 2011 e outros foram atrás

Albufeira não é caso único na Europa: vários locais de Espanha, Itália e Croácia têm medidas semelhantes contra roupa de banho em zonas públicas.

A partir desta sexta-feira está em consulta pública o Código de Comportamento do Município de Albufeira, que prevê coimas para a nudez e para circulação com biquínis ou fatos de banho em áreas públicas.

O documento estabelece a proibição de “permanecer ou circular em estado de parcial nudez” e a exposição em zonas públicas com “roupa de banho — biquíni, triquíni, fato de banho e similares, calção e cueca”, exceto nas praias, zonas balneares e acessos, como parques de estacionamento, ou nos espaços exteriores de utilização coletiva das unidades hoteleiras.

Até abandonar carrinhos de supermercado poderá ser alvo de multas que chegam aos 1.500 euros.

Mas nada disto é exclusivo a Albufeira. Há medidas idênticas em várias cidades europeias, algumas delas no país vizinho.

Espanha

Barcelona foi ao que tudo indica a primeira a definir a tendência para a proibição de fatos de banho em espaços públicos. A cidade espanhola promulgou a sua primeira lei em 2011, com o objetivo de travar o afluxo de turistas que usavam apenas calções de banho e biquínis enquanto passeavam pela famosa La Rambla e outras ruas do centro da cidade.

Embora fique à beira-mar, não é uma estância balnear, e alguns habitantes expressaram o seu desconforto com o ambiente informal e festivo dos turistas.

A capital das Ilhas Baleares, Maiorca, seguiu os passos de Barcelona ao implementar uma lei semelhante em 2014. A lei proíbe o uso de fatos de banho em espaços públicos como ruas e restaurantes, fora das zonas de praia. Muitos estabelecimentos impedem a entrada a quem não esteja completamente vestido.

Croácia

Dubrovnik é outra cidade que reprimiu o uso de trajes de banho em público. A croata, que tem sofrido uma enorme sobrelotação devido ao turismo, introduziu a sua política “Respeitar a Cidade” em 2019, para incentivar os turistas a respeitarem os costumes e o património locais, especialmente na Cidade Velha, protegida pela UNESCO.

As autoridades deixaram claro que não é aceitável andar em fato de banho ou em topless. A multa por desrespeito a esta regra pode chegar aos 265 euros para os reincidentes.

Split, outra joia croata na costa da Dalmácia, seguiu o exemplo de Dubrovnik ao impor códigos de vestuário semelhantes. A cidade introduziu multas até 300 euros para os turistas que forem apanhados a usar fatos de banho fora das zonas de praia.

A vizinha ilha de Hvar, conhecida pelo seu animado ambiente de festa, também proibiu a prática em 2017, com coimas que podem chegar aos 600 euros.

Itália

Na Costa Amalfitana, a pitoresca cidade de Sorrento faz parte à lista de cidades que proíbem o uso de fatos de banho nas suas ruas. Os turistas que ostentem biquínis e calções de banho fora das praias estão sujeitos a multas de até 500 euros.

Veneza foi uma das primeiras cidades italianas a desencorajar o uso de fatos de banho fora das zonas de praia. Em 2013, a cidade introduziu um conjunto de diretrizes sob o lema “Venezia è anche tua, rispettala!”, instando os visitantes a respeitar o património cultural da cidade. A campanha proibia explicitamente andar de biquíni e de calções de banho, para além de outros comportamentos como fazer piqueniques perto da Basílica de São Marcos ou nadar nos canais. Quem ignorar estas regras é punido com uma coima de 500 euros.

Albufeira: tudo o que será proibido e alvo de multas

Com a intenção de manter a tranquilidade, a segurança e a higiene pública, o Código impõe ainda contraordenações para quem “permanecer ou circular em estado de completa nudez” ou “circule ou permaneça com órgão sexual exposto” em zonas ou transportes públicos.

“Urge estabelecer medidas que permitam lidar eficazmente com a adoção de comportamentos abusivos, designadamente, por quem procura o concelho de Albufeira como destino turístico”, justificou o município no aviso publicado em Diário da República, sublinhando que quer “prevenir a prática de atos que, pela sua natureza, possam causar danos indesejáveis para a população residente e imagem do concelho enquanto destino turístico”.

É também proibida a “prática ou simulação de qualquer tipo de ato sexual, de forma individual ou não”, o consumo de bebidas alcoólicas, pernoitar, defecar, urinar cuspir, acampar ou instalar qualquer acampamento, confecionar qualquer tipo de alimentos, assim como a prática desportiva, recreativa, cultural, de lazer ou artística fora dos locais especialmente vocacionados para o efeito”, determina o Código.

O ruído, tanto individual como em grupo, em zonas residenciais, a “utilização de mobiliário urbano de forma a impossibilitar ou dificultar a sua utilização” e o uso de bens municipais para fins que não estão previstos também estão proibidos pelo Código de Comportamento do município.

O vandalismo de estruturas de iluminação e de mobiliário público também são punidos como coimas pelo Código.

As multas

As contraordenações para uso de biquíni ou fato de banho fora de zonas autorizadas vão dos 300 e aos 1.500 euros. Quem praticar sexo ou andar totalmente despido na via pública sujeita-se a uma contraordenação entre os 500 e os 1.800 euros.

Prevê-se ainda o pagamento de valores dos 150 aos 750 euros para quem acampar ou praticar atividades desportivas em zonas não autorizadas para o efeito.

“A competência para instaurar procedimento contraordenacional, bem como para a aplicação de coimas, cabe ao presidente da Câmara Municipal de Albufeira, com faculdade de delegação nos termos da lei”, refere o aviso.

Podem também ser medidas punitivas a “cassação da licença de ocupação do espaço público”, a “remoção de esplanada aberta”, a “redução de horário de funcionamento”.

As contraordenações imputáveis aos agentes económicos vão dos 250 aos 1.200 , dos 500 aos 2.500 e dos 1.000 aos 4.000 euros, segundo o código.

A medida em Albufeira já está em vigor?

O projeto do Código de Comportamentos do Município de Albufeira foi aprovado em sessão de Câmara a 27 de janeiro e, após a incorporação dos contributos da consulta pública, será submetido à Assembleia Municipal para a aprovação.

O aviso foi publicado na quarta-feira em Diário da República e a consulta pública prolonga-se por 30 dias, a contar a partir do dia subsequente à data da sua publicação.

ZAP // Lusa



Lixo, álcool, vândalos e festas na “rota dourada”: japoneses estão fartos dos turistas

lspencer/DepositPhotos

Osaka, Japão.

Recorde de visitantes gera descontentamento entre a população. Por um lado, o problema é a ignorância e o desrespeito pelos costumes locais; pelo outro é todos quererem ver as mesmas atrações, na mesma altura do ano.

Para o Japão, 2024 foi um ano de recordes turísticos, e o país antecipa um novo pico, mas enquanto o setor de viagens e o Governo comemoram a bonança pós-pandemia, a população local está descontente: a vida é perturbada pela grande concentração de turistas nas principais destinos.

Em 2024, o país asiático recebeu 36,9 milhões de turistas, mais 47,1% do que no ano anterior, superando até os 31,9 milhões de 2019, antes de a pandemia de covid-19 interromper a euforia do setor.

Agora, nas cidades da “rota dourada” – Tóquio, Quioto e Osaka –, cresce a ira dos residentes contra os visitantes que, além de sobrelotarem o transporte público, não respeitam os costumes fundamentais à sociedade japonesa: muitos estarão a deitar lixo, a fumar e a beber nas ruas e a prejudicar a paz dos bairros residenciais com festas durante a noite em imóveis alugados.

Contornar a avalanche turística

A comunicação social japonesa tem destacado uma série de incidentes especialmente chocantes, como o caso de um turista norte-americano que foi preso por vandalizar o portão de madeira do histórico santuário Meiji Jingu, em Tóquio, ou a influencer chilena que se filmou a fazer flexões no portão torii sagrado de um templo xintoísta. Outro estrangeiro foi filmado a dar pontapés a um dos célebres veados da cidade de Nara.

Quioto, com os seus célebres palácios imperiais, templos, santuários e o bairro das geishas Gion, é um dos principais focos da invasão. “Os problemas são causados sobretudo pela concentração de turistas nas principais atrações, em determinadas épocas do ano e a determinadas horas do dia”, explica Toshinori Tsuchihashi, diretor de turismo da cidade.

“As concentrações tendem a acontecer durante a temporada das cerejeiras em flor e quando as folhas estão a mudar de cor, em agosto, causando congestionamentos nas estradas circundantes e nos autocarros municipais, assim como problemas de etiqueta.”

Visando “alcançar um equilíbrio harmonioso entre as vidas dos cidadãos e dos turistas”, promovendo maior compreensão e respeito, a municipalidade introduziu o Código de Conduta de Turismo em Quioto. Criaram-se ainda diversas iniciativas paralelas, de modo a distribuir a carga pela cidade.

Agora, autocarros expressos transportam os turistas entre os locais mais populares, evitando que sobrecarreguem os transportes públicos; novos sites e aplicações divulgam informações em vários idiomas. Separação parecida vai acontecer nas filas da Carris, em Lisboa.

Aprender com os outros

Outras cidades japonesas adotaram abordagens controversas. A câmara municipal de Himeji – onde se localiza o Castelo da Garça Branca, Património Mundial da UNESCO – está a considerar encarecer consideravelmente os ingressos, mas apenas para turistas estrangeiros.

O analista de marketing turístico Ashley Harvey recorda que diversas cidades de todo o mundo estão a procurar uma solução para o turismo excessivo, mas que o Japão deve aprender com outras experiências.

“Estamos a ver excesso de turismo em Londres, Barcelona, Veneza, Quioto. Isso é um problema há muitos anos, e difícil de resolver, por ser impulsionado pelo mercado. Podemos empurrar e influenciar segmentos do mercado, para começar a mitigar o problema, mas, fundamentalmente, todos os que vão ao Japão querem visitar Tóquio, mesmo que seja a terceira ou quarta vez.”

A meta deveria ser explorar áreas mais rurais, cujos locais turísticos estão a implorar por uma fatia do bolo, e onde os viajantes provavelmente vivenciariam um Japão mais autêntico, sem terem de se “acotovelar” uns aos outros.

“O problema do sobreturismo em poucas cidades é o resultado do sobreturismo em 90% do resto do mundo”, constata Harvey. “O governo estabeleceu uma meta de 60 milhões de ingressos até o fim da década – o que disparou os alarmes em alguns meios. O Japão é certamente capaz de abrigar 60 milhões de visitantes por ano – mas não Quioto sozinha.”

Para além do Monte Fuji e das cerejeiras

Segundo o analista turístico, o setor japonês tem apostado em ícones geográficos e sazonais, desde as cerejeiras em flor até o Monte Fuji, em vez de incentivar os turistas a explorarem essas mesmas atrações em locais diferentes.

“Não é um problema que possa ser resolvido com uma única ação: exige raciocínio conjunto, envolvendo todas as partes interessadas, para garantir que o Japão lucre o máximo possível com o turismo. Não tenho o menor problema com um imposto turístico, por exemplo, contanto que as verbas arrecadadas sejam revertidas para prover uma melhor infraestrutura, formação de guias, e assim por diante.”

// DW



Albufeira quer proibir biquínis, calções de banho e muito mais nas ruas. Multas até 1500 euros

PierreOlivier/depositPhotos

Albufeira, Algarve

Proibição estende-se a esplanadas e outros estabelecimentos, e excluem-se hotéis, praias e os seus estacionamentos. Até abandonar carrinhos de supermercado poderá ser alvo de multas que chegam aos 1.500 euros.

Biquínis, triquínis, fatos de banho — “e similares” —, calções, cuecas, troncos nus e não só.

A Câmara Municipal de Albufeira está a avançar com um novo regulamento que visa proibir toda esta indumentária na via pública, esplanadas e outros estabelecimentos com vista da rua.

A medida pretende combater a “nudez parcial” na cidade e pode implicar multas que variam entre 300 e 1.500 euros, avança o Correio da Manhã esta quinta-feira.

O novo regulamento, que já foi aprovado, proíbe, claro, nudez total ou exibição de órgãos sexuais, com multas, neste caso, de 500 a 1800 euros.

Além disso, o novo código de conduta de Albufeira também vai condenar simulações de atos sexuais e comportamentos indecorosos na via pública: urinar, defecar, cuspir ou fazer barulho em zonas residenciais são alguns exemplos do que o novo código da cidade algarvia vai condenar. Até abandonar carrinhos de supermercado poderá ser alvo de penalizações.

Exceções serão feitas apenas para as praias, respetivos parques de estacionamento e hotéis.

O novo Código de Comportamentos do Município de Albufeira entrou em consulta pública, por 30 dias, a partir desta quinta-feira.

ZAP //



Quer sentir-se 4 anos mais jovem? Viaje

Viajar é sinónimo de conhecer, descontrair, mudar de ares. Mas aparentemente também é sentir-se mais novo do que se sentia antes de partir.

Aparentemente, quando volta de uma viagem pode sentir-se mais novo do que se sentia antes de ter viajado.

Um estudo recente realizado pela YouGov para a TUI revela que os alemães se sentem, em média, 4,2 anos mais jovens após as férias.

O inquérito foi feito no final do ano passado junto de mais de 2 mil alemães.

37% sentem-se mais relaxados e mais jovens depois das férias. 22% dizem que as suas férias os fazem sentir até 5 anos mais jovens, 15% relatam uma sensação de rejuvenescimento ainda maior, mais do que 5 anos mais jovens.

Além destes dados, um estudo realizado na Austrália mostra que viajar melhora o humor e pode até retardar os sinais de envelhecimento, reforça o comunicado enviado ao ZAP.

O estudo da TUI mostra que o que mais contribui para o bem-estar durante as férias dos alemães são: atividades ao ar livre (85%), momentos de descontração e autocuidado (79%), tempo com a família e amigos (75%) e desligar do trabalho (72%).

É uma tendência que chega a Portugal. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), os portugueses que viajam têm procurado cada vez mais a natureza e a desconexão. E, segundo a Phocuswright, há um maior interesse em ofertas que promovam uma ligação mais profunda com o ambiente.

Os viajantes dão também muita importância a: atividade física, interação social e exposição a novos ambientes.

“Em suma, o sistema de autodefesa do organismo torna-se mais forte. Viajar não é apenas lazer: também contribui significativamente para a saúde física e mental”, explica Fangli Hu, diretor do estudo.

ZAP //



Turismo de saúde de portugueses: O barato pode sair muito caro

Os profissionais de saúde estão preocupados com a ida de portugueses a países como a Turquia para fazerem procedimentos clínicos que, em alguns casos, resultam em desfechos desastrosos.

Preços baixos e promessas de “tratamentos quase milagrosos” atraem portugueses para fazer intervenções estéticas, tratamentos dentários, implantes capilares, cirurgia bariátrica (de redução do estômago), em países como a Turquia, Venezuela ou Brasil.

No entanto, o barato pode sair muito caro, correndo os doentes o risco de complicações sérias por falta de acompanhamento no pós-operatório.

“Os doentes vão à procura daquilo que é o melhor para eles, mas, muitas vezes, o que parece melhor no primeiro contacto revela-se um pesadelo”, disse à agência Lusa David Ângelo, diretor clínico do Instituto Português da Face, onde já recorreram doentes após intervenções mal sucedidas no estrangeiro.

Contou o caso grave de um doente que foi para a Venezuela para realizar uma cirurgia ortognática (para corrigir deformidades ósseas na face e nos maxilares) e teve uma “complicação muito séria”, que o obrigou a ser transportado “ainda em estado pós-operatório” de avião para Portugal para ser tratado.

“Isto é uma situação gravíssima que aconteceu e pôs em risco a vida dele e, às vezes, é por uma diferença em termos financeiros, muito pequena”, disse David Ângelo, nas vésperas do Dia Mundial do Doente.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros informou que as representações diplomáticas portuguesas na Turquia e na Venezuela não receberam contactos de portugueses com problemas decorrentes dos tratamentos, mas estão cientes da situação, havendo até um alerta no Portal das Comunidades Portuguesas.

A Turquia é referido que se trata de “um destino popular de turismo médico”, mas a Embaixada de Portugal em Ancara alerta que não oferece assistência legal ou financeira em caso de conflito com prestadores de saúde.

A embaixada recomenda que os cidadãos consultem o médico em Portugal antes de viajar, informando-se sobre os riscos, benefícios e custos do tratamento.

Além disso, é aconselhado a garantir que os prestadores de cuidados médicos estejam credenciados e a pedir um acordo escrito com todos os detalhes do tratamento e pós-operatório.

Entidades competentes alertam para os riscos do turismo de saúde

Estas recomendações também são feitas pelos bastonários da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, e da Ordem dos Médicos Dentistas, Miguel Pavão, e pela e Entidade Reguladora da Saúde (ERS).

Apesar de não ter competência sobre os casos em que as pessoas viajam para o estrangeiro “a título totalmente particular”, sem qualquer referenciação, a ERS realça que, sendo tratamentos cirúrgicos e invasivos, é importante garantir que as condições sejam seguras e que os utentes recebam todas as informações necessárias para tomar decisões informadas.

Quanto ao acompanhamento e complicações após cirurgias no estrangeiro, a ERS afirma que os utentes têm direito a cuidados de saúde no SNS.

É com “alguma frequência” que o Centro de Responsabilidade Integrado do Tratamento Cirúrgico da Obesidade (CRITCO) da ULS São José (Lisboa) recebe doentes que fizeram cirurgia bariátrica na Turquia, Espanha e Brasil ser qualquer avaliação ou preparação prévia.

Quando regressam a Portugal os doentes procuram habitualmente o médico de família que os reencaminha para o CRITCO, onde todos, “sem exceção”, são acompanhados multidisciplinarmente e realizam exames para avaliar o seu estado de saúde, já que o sucesso da cirurgia depende da abordagem antes e após a operação.

“A cirurgia isolada não tem sucesso a longo prazo”, refere a instituição, sublinhando que “as complicações cirúrgicas graves do pós-operatório são felizmente pouco frequentes”.

O bastonário dos dentistas alerta para os pacotes turísticos oferecidos fora da União Europeia (UE) com preços “muito apetecíveis” que incluem tratamentos médicos e dentários “quase milagrosos em tempo recorde” que acabam por ter “desfechos desastrosos”.

“Os doentes veem imagens, apenas do antes e do depois, e não percebem bem a evolução dos tratamentos e nem pensam também nas consequências”, realçou Miguel Pavão.

Carlos Cortes alerta, por seu turno, que embora possam surgir complicações em qualquer tratamento, é essencial as clínicas terem capacidade de as resolver, o que nem sempre acontece.

Os doentes acabam por recorrer a hospitais em Portugal, mas por vezes é complicado para os médicos porque desconhecem os procedimentos feitos no estrangeiro.

“É absolutamente essencial e necessário que o médico que trata essa situação conheça o historial, saiba exatamente aquilo que aconteceu, e, em muitos casos, isso pode ser difícil, porque não tem acesso a essa informação”, vincou Carlos Cortes.

// Lusa



Fila para turistas: o plano da Carris para assegurar lugar aos lisboetas

No Funicular da Graça, em Lisboa, já vai haver distinção entre turistas e residentes. Câmara Municipal quer alargar medida a mais transportes públicos da Carris.

O elétrico 28, os ascensores, os funiculares e o elevador de Santa Justa são meios de transportes em pleno coração da cidade de Lisboa onde quem lá viaja sabe o quão repletos estão de turistas.

Em Lisboa, os transportes públicos tornaram-se um símbolo da cidade e um ponto de atração turística. É por isso que quem não tem um passe Navegante paga 6 euros para ir e voltar em breves minutos no elevador de Santa Justa, ou 4,1 euros para circular no Elevador da Bica.

A Câmara Municipal de Lisboa decidiu, então, ordenar à Carris que comece a implementar filas separadas para turistas e para residentes nos transportes públicos que constituam “equipamentos de elevada pressão turística”, avança o Público. Para além disso, o plano é também aumentar o valor dos bilhetes individuais.

A partir de maio, a medida vai já começar a ser aplicada no recém-criado (abriu em março de 2024) Funicular da Graça. Uma fila é para quem tem o passe mensal Navegante, e outra para quem adquira o bilhete pontual. O objetivo da Câmara é estender a medida a outras estruturas de grande afluência.

“O objetivo desta proposta é encontrar uma forma legal e prática de assegurar o uso dos transportes públicos por parte da população. Ela não pode ser prejudicada pela enorme procura turística sentida em alguns equipamentos”, explica o autor da proposta, Rui Franco, vereador dos Cidadãos Por Lisboa (CPL).

“Há que distinguir entre uma senhora de idade que vem carregada com os sacos de compras, e quer subir da Mouraria até à Graça, e uma excursão saída de um cruzeiro”, exemplifica.

No entanto, há quem acredite que este plano vai complicar a viagem para os clientes da Carris que, ainda que não tenham o passe mensal, utilizam com alguma frequência estes equipamentos.

A Carris diz, no entanto, que a aplicação da medida de forma alargada para vários transportes públicos será “bastante complexa“. isto porque, admite o próprio vereado Rui Franco, a seleção entre moradores e turistas pode constituir uma “matéria sensível, por questões constitucionais de não-discriminação”.

É o caso do vereador comunista João Ferreira, que votou contra a media por considerar que há uma “dificuldade inultrapassável, que é a de definir quem é que é turista. Existe um grande grau de indeterminação. Qualquer utilizador frequente, mas não quotidiano, será prejudicado. Como é que se faz com essas pessoas? Vão para a fila dos turistas?”

O vereador acredita que “se um transporte está sobrecarregado”, a solução é “aumentar a oferta”.

ZAP //



Túnel ultra-secreto da 2ª Guerra Mundial vai abrir ao público com experiência imersiva

DBOX / The London Tunnels

“A mais espetacular atração turística subterrânea de sempre em Londres” consiste em vários túneis subterrâneos no total de um quilómetro de extensão. Foram sede dos serviços secretos e até tiveram destaque na Guerra Fria.

Um quilómetro de antigos túneis de espionagem da Segunda Guerra Mundial, tão clandestinos que chegaram a estar protegidos pela Lei dos Segredos Oficiais do Reino Unido: é este o mote para a experiência imersiva que deve abrir portas em Londres em 2027.

A CNN descreve-a como tendo potencial para se tornar a “mais espetacular atração turística subterrânea de sempre em Londres”.

Estes corredores subterrâneos localizam-se 40 metros abaixo da estação de metro de Chancery Lane, em High Holborn, e foram construídos na década de 1940 para proteger os habitantes da cidade durante a Segunda Guerra Mundial, mais propriamente na campanha de bombardeamento Blitz.

No entanto, estes túneis acabaram por ser mais do que meros “bunkers”, tendo-se tornado sede do ultra-secreto Executivo de Operações Especiais da Grã-Bretanha, uma ramificação do MI6 (os serviços de inteligência secretos ingleses).

Nos anos 50, durante a Guerra Fria, os túneis serviram como central de comunicações internas, e serviu até de casa da “linha direta” que conectava a URSS e os EUA.

Mais tarde, nos anos 80, foi-lhes dado um uso bem diferente: serviram como o bar mais profundo do mundo para uso do pessoal do governo, com uma sala de jogos com mesas de snooker e até um aquário tropical.

Agora, o plano é investir 220 milhões de libras (cerca de 263 milhões de euros) para restaurar o espaço e aplicar os detalhes imersivos.

Num comunicado da London Tunnels, nome da nova atração, lê-se que o espaço vai conter “instalações artísticas e culturais” — será uma experiência interativa sobre o papel do secreto lugar na história mundial. “A história dos túneis, a sua escala e a localização entre Holborn e a histórica Square Mile podem fazer destes túneis um dos destinos turísticos mais populares de Londres”.

ZAP //



Na antiga Alemanha Oriental, os turistas tinham de cumprir estranhas obrigações

Wolfgang Thieme / Wikimedia Commons

Um dos Interhotel designados para turistas não comunistas

Microfones nos hotéis, dinheiro para gastar obrigatoriamente, polícia secreta por todo o lado. Viajar para a RDA era uma verdadeira aventura, e houve pouco quem o fizesse.

Ao contrário do que acontece atualmente com as duas Coreias, a fronteira da RDA (República Democrática Alemã), mais conhecida por Alemanha do Leste ou Alemanha Oriental, controlada pela antiga URSS, nunca esteve completamente “selada” da Alemanha Ocidental.

Mas, como é sabido, os habitantes não eram autorizados a passar de um lado para o outro de Berlim. Apesar disso, os turistas tinham mais facilidade em viajar de um lado para o outro. A RDA não estava, portanto, completamente fechada ao mundo: havia turismo, tal como existe na Coreia do Norte. Só que (muito) controlado.

Viajantes de ou para aeroportos dinamarqueses, suecos, polacos e checoslovacos estavam autorizados a passar pela RDA, mas a estadia não era muito agradável, como explica o LBV.

Em primeiro lugar, os hóspedes do país eram obrigados a ficar alojados na mesma cadeia de hotéis, a luxuosa Interhotel. Esta empresa, fundada na década de 60, tinha mais de 30 hotéis espalhados pela Alemanha. Mas os de 5 estrelas eram reservados apenas a turistas provenientes de países não comunistas/socialistas.

No entanto, por trás da fachada de modernidade, estavam as autoridades: quem controlava a cadeia de hotéis era a Stasi, a polícia secreta, que se fazia passar pelo departamento de turismo. Nos hotéis, havia microfones e câmaras ocultas que espiavam sem consentimento as conversas secretas dos hóspedes.

Os cidadãos da Comecon (Conselho para Assistência Económica Mútua dos países comunistas), tinham de ficar em hotéis — da mesma cadeia — mais modestos, e pequenas cidades e, no máximo, com 4 estrelas. Os não comunistas pagavam cerca de 10 vezes mais.

Após a reunificação das duas Alemanhas, os hotéis foram vendidos a outras empresas.

No entanto, a lista de coisas bizarras não se ficava por aqui: os visitantes estrangeiros tinham de enviar os seus itinerários para o serviço de turismo (a já mencionada “fachada” da polícia política) e tinham de registar-se na esquadra de polícia à chegada.

Eram também obrigados a gastar uma quantia estipulada de dinheiro por dia. Quem quisesse abastecer o carro, tinha de o fazer em bombas designadas.

Não era fácil obter autorização para viajar para a RDA, e a travessia para o lado comunista da Alemanha tinha de ser feito em ponto específicos. Mesmo quem o podia fazer, não devia ficar satisfeito com as instalações — a indústria turística era insignificante durante a Guerra Fria.

ZAP //



Afinal, os tuk-tuks vão voltar ao centro do Porto. “Caos” no trânsito vai voltar?

Afinal, a restrição aos veículos turísticos e autocarros de serviço ocasional no centro histórico do Porto irá ser suspensa a todos os operadores na sequência da decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF).

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, anunciou esta quarta-feira a suspensão das restrições a todos os veículos turísticos no centro do Porto.

Em causa está o projeto-piloto de restrição ao trânsito de veículos turísticos que arrancou a 1 de outubro de 2024 e que restringia a circulação dos veículos turísticos na baixa e centro do Porto.

Apenas um comboio turístico e autocarros de dois andares ‘hop-on, hop-off’ podiam circular numa zona delimitada no centro do Porto, ao abrigo de licenças municipais. Tuk-tuks e autocarros turísticos de serviço ocasional estavam impedidos de circular.

Rui Moreira foi surpreendido

No entanto, o TAF do Porto aceitou a providência cautelar interposta por 12 operadores turísticos contra o município do Porto, tendo determinado a suspensão das restrições no centro histórico para estas empresas. Aos jornalistas, Rui Moreira avançou que esta foi “a primeira [decisão] desfavorável ao município”, depois de cinco, transitadas em julgado, terem decidido a favor da câmara.

Não estávamos à espera deste desenlace até porque a decisão tem sido contrária”, assinalou, acrescentando, no entanto, que o município vai recorrer, ainda que o recurso não tenha efeitos suspensivos.

“Pese embora esta decisão de hoje ter os seus efeitos limitados às 12 empresas autoras, entendemos que tal não pode significar a atribuição de qualquer monopólio na cidade do Porto”, assinalou, dizendo que vão ser tomadas “outras medidas”.

Que medidas poderão vir?

Ainda que as novas medidas não tenham sido desenhadas, o autarca deu como possíveis exemplos: restringir a circulação em determinadas ruas, condicionar o acesso em determinados dias da semana ou horários e determinar locais de estacionamento e tomada/largada de passageiros.

“Temos de partir do zero, temos de fazer ‘reset’. Fazendo ‘reset’, precisamos agora de ouvir os departamentos municipais, a Polícia Municipal e pensar como podemos implementar outras medidas que de alguma maneira mitiguem este problema que temos”, acrescentou o autarca.

“Caos” no trânsito vai voltar?

Sobre o projeto-piloto, em curso há pouco mais de três meses, Rui Moreira afirmou que permitiu “uma acalmia de trânsito” e lamentou que a decisão do tribunal incite “ao caos”.

“A partir de agora, quem quiser operar ‘tuk-tuks’ pode operar”, referiu.

Na decisão do TAF, datada de terça-feira, a juíza afirma não ser possível “concluir pela existência de um dano preponderante para o interesse público que implique a recusa da providência”.

As 12 empresas apresentaram uma providência cautelar contra o município para suspender a eficácia do concurso para a atribuição de cinco licenças de exploração de circuitos turísticos e para assegurar a livre circulação dos veículos turísticos na zona de restrição.

Também o concurso para a atribuição de cinco licenças de exploração de circuitos turísticos fica suspenso, acrescentou Moreira.

Empresas visadas querem pedido de desculpas

Hoje, em declarações à Lusa, o administrador da WildBloom, uma das 12 operadoras com veículos até nove lugares – ‘tuk-tuks’, ‘buggies’, carrinhas ‘transfer’ – que intentou a ação, afirmou que, com esta decisão, o tribunal “dá razão” às empresas.

“Os prejuízos que já foram causados e que seriam causados se não houvesse esta decisão seriam irreparáveis”, assinalou Alex Dominguez Ramos.

“Continuamos disponíveis para encontrar uma solução, porque sabemos que há problemas no trânsito, mas acho que não ficaria mal um pedido de desculpas [da câmara]“, acrescentou.

ZAP // Lusa



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