Projeto “La Rue” leva arte, música e comida portuguesas às ruas de Paris

A arte, a música e a comida portuguesas vão sair às ruas de Paris, de 22 de setembro a 01 de outubro, no âmbito do projeto “La Rue”, no qual participa o Centro Cultural Camões de Paris.

“La Rue” é uma iniciativa do Fórum dos Institutos Culturais Estrangeiros em Paris, FICEP, do qual faz parte o Centro Cultural Camões, que decidiu seguir o mesmo princípio do festival Lusoscopia, realizado em maio, quando várias galerias parisienses expuseram artistas portugueses.

“Como na Lusoscopie, a ideia foi aproveitar a realidade e inquirir quem já faz coisas na rua, desde quem vende ‘street food’ de origem portuguesa, quem faz pinturas ou colagens na rua, quem já toca e canta na rua, e criar uma coisa mais pulverizada, mais dispersa, mas mais real, menos artificial. Começa a ser um traço característico de programação”, explicou à agência Lusa João Pinharanda, diretor do Centro Cultural Camões em Paris.

As paredes de Paris vão servir de tela para pinturas e colagens de Pedro Amaral e Ivo Bassanti – conhecidos como “Borderlovers” e atualmente em exposição em Paris – que foram convidados para retratarem artistas e intelectuais portugueses que passaram pela capital francesa, tendo também sido convidados para fazer o logótipo da participação portuguesa no “La Rue”.

O Rancho de Cantadores de Paris, criado há nove meses pelo encenador português Carlos Balbino, composto por parisienses de várias nacionalidades, vai entoar músicas de cante alentejano com sotaques internacionais nas ruas da capital francesa.

Lúcio Martins Faria, um português que há mais de 20 anos canta fado com notas de saxofone no metro de Paris, vai ter como palco a linha 9 do metropolitano.

Os petiscos portugueses vão também estar à venda nas ruas de Paris para servir os transeuntes com alguns sabores da saudade.

“Isto reflete a própria condição do Camões em Paris que não tem sede. É um centro ambulatório, é um centro em deslocação, é um centro que, se fizesse todas as ações na rua, estaria a refletir a sua própria realidade porque não tem casa. Nesse sentido, desde que a sede foi vendida, o tema interessa-me bastante porque é pensar como se pode atuar pedindo a casa emprestada aos outros ou atuando diretamente na rua”, acrescentou João Pinharanda, referindo-se ao facto de o centro não ter um espaço próprio para programação cultural.

No programa geral do “La Rue”, deverá haver, também, uma mesa redonda com participantes portugueses e, uma semana depois, a Universidade Paris Nanterre vai fazer um colóquio sobre o mesmo tema.

// Lusa



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