O aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, tem registado um aumento no número de passageiros, que quase duplicou nos últimos dez anos. No entanto, o aeroporto vê também o volume de queixas a subir.
Segundo o Público, que cita dados da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), só no ano passado, as reclamações de passageiros sobre o funcionamento do aeroporto de Lisboa chegaram a 611, o que representa uma subida de 14% face ao ano anterior.
Ainda assim, o ritmo de subida das queixas ficou um pouco abaixo do aumento de passageiros, que cresceram 18% no mesmo período, atingindo a barreira dos 26 milhões.
A ANA, empresa que gere a infraestrutura aeroportuária, encontra-se sob forte pressão. As reclamações incidem sobretudo nas condições de check-in – um problema que já se fazia sentir no ano passado, com o volume de queixas a agravar-se em 43%, de acordo com os mesmos dados.
O aeroporto Humberto Delgado é a terceira entidade ligada ao transporte aéreo que soma mais queixas, depois da TAP, que lidera o ranking com 4104 reclamações só no 2.º semestre do ano passado, o que representa uma subida de 70%, e da SATA Açores.
Segundo os dados da ANAC, a terceira posição passou a ser ocupada pelo aeroporto de Lisboa no segundo semestre de 2016, em substituição da Ryanair.
A tendência do aumento de queixas também se sente no Porto, onde o universo de queixas também tem subido: cresceu 46% em 2017, para 290 reclamações. No entanto, continua a ser Lisboa, pela sua importância, a concentrar a maioria das reclamações – 53% do total de 1146 queixas sobre infra-estruturas registadas pela ANAC.
O aeroporto de Lisboa encontra-se sob fortes pressões. Paulo Geisler, presidente da RENA, associação que representa as companhias aéreas que operam em Portugal, disse, em declarações ao Público, que “a situação de esgotamento da infra-estrutura do aeroporto de Lisboa é mais do que evidente”.