O regresso às praias em tempo de pandemia de covid-19 está a ser desenhado, devendo o guia final, que incluirá normas para que portugueses e estrangeiros desfrutem da época balnear, ser divulgado dentro de duas semanas, a 6 de maio.
A data é avançada esta quarta-feira pelo semanário Expresso, que dá conta que de uma reunião online que foi realizada para que comissão técnica de acompanhamento das águas balneares decidisse qual a melhor solução para o regresso à época balnear.
Ao todo, estiveram presentes no encontro, convocado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), mais de 30 pessoas e 11 entidades.
Os esforços destas pessoas entidades e pessoas visam um propósito comum: criar um “manual” para a época balnear, no qual constem regras e/ou restrições para que municípios, concessionários e utentes saibam como agir em segurança neste verão.
“O que vai acontecer é que vão ter de ser encontradas soluções para cada praia, adaptadas às suas características específicas”, explicou ao Expresso Catarina Gonçalves, a coordenadora do programa Bandeira Azul na Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), que esteve presente na reunião.
O plano ainda não é totalmente conhecido, mas Catarina Gonçalves revelou algumas das regras discutidas na reunião desta quarta-feira: no regresso às praias, terá de haver um limite de pessoas por praia – uma espécie de “lotação máxima” – e será ainda necessário impor distâncias mínimas entre as sombras dos banhistas.
Além disso, deverá ser obrigatório o uso de máscaras em cafés e restaurantes, bem como o cumprimento de determinados protocolos de higiene.
O Expresso frisa ainda que este manual deverá estar pronto a 6 de maio, data em que ocorre a próxima reunião da comissão de acompanhamento das águas balneares. Neste dia, deverá ser aprovado para ser, posteriormente, aplicado pelos municípios.
Arranque da época balnear adiado
A época balnear deste ano deverá arrancar a 1 de junho, altura em que as praias passarão a estar vigiadas por nadadores salvadores. O jornal Público, que dá conta da data, frisa que o arranque vai ocorrer mais tarde do que o habitual.
“Tendo em conta a atual situação de emergência de saúde pública devido à pandemia da covid-19, e a consequente declaração do estado de emergência, existe uma reconhecida incerteza se, nos períodos em que habitualmente se dava início à prática balnear [nomeadamente os que se iniciavam em maio], estarão reunidas as condições para tal atividade”, refere APAP numa resposta enviada ao jornal.
O objetivo passa por “garantir que a fruição das zonas balneares não configure um veículo de contaminação, devendo avaliar-se as condições de segurança necessárias aos banhistas, compromisso também no quadro de orientação comunitárias”.
A APA nota que, apesar de estar a avançar com esta data, o arranque pode ser novamente adiado, estando diretamente dependente da evolução da pandemia em Portugal.
O arranque da época balnear será condicionado pelo levantamento do estado de emergência, pelas “determinações governamentais sobre o regresso à atividade”, pelas orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) e pela “elaboração de regras bem definidas de funcionamento destes espaços”.
Portugal regista 785 mortos associados à covid-19 em 21.982 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da DGS sobre a pandemia. Relativamente ao dia anterior, há mais 23 mortos (+3%) e mais 603 casos de infeção (+2,8%).
Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o decreto presidencial que prolongou a medida até 2 de maio prevê a possibilidade de uma “abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais”.