A cidade do Porto pode – ou não – estar na moda, como várias figuras e publicações têm dito e escrito, mas os números mostram que conseguiu mais do que duplicar os números de dormidas e de passageiros no aeroporto.
Se quando acolheu o campeonato de futebol Euro 2004 a hotelaria do concelho registava 1.064.188 dormidas, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), os números avançados pela Associação de Turismo do Porto e Norte apontavam para um 2013 com 2.498.121 dormidas.
Por seu lado, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro contava com um tráfego de cerca de 2.944.000 passageiros, de acordo com o relatório e contas da ANA – Aeroportos de Portugal para 2004, tendo crescido gradualmente para os 6,4 milhões do ano passado.
No documento da empresa gestora dos aeroportos para 2005 já se podia ter noção do impacto da chegada da companhia de baixo-custo Ryanair àquela estrutura: “No Aeroporto F. Sá Carneiro, iniciou-se em 2005 a operação da Ryanair, na rota Londres-Stansted, que veio dinamizar o tráfego com o mercado do Reino Unido (+46,3% na oferta e +76% na procura)”.
Em 2012, o impacto das companhias ‘low-cost’ era mais notório, com a ANA a escrever que “em termos de companhias aéreas importa referir o excelente desempenho da Ryanair, easyJet, Transavia e Lufthansa, sendo que cerca de 65% do tráfego no aeroporto do Porto foi operado pela Ryanair e pela TAP Portugal”.
“Entre as rotas com performance mais positiva neste aeroporto cinco foram operadas pela Ryanair e duas pela easyJet”, acrescentava a empresa no relatório e contas de 2012.
Os dados do INE revelam que, se em 2004, já com o impulso do Euro 2004, a hotelaria contou com 583.017 hóspedes, em 2012 (último ano para o qual está disponível o Anuário Estatístico da Região Norte) esse número atingiu os 952.185.
Em termos de mercados de origem, dados do INE usados pelo Turismo de Portugal referentes a toda a região Norte revelam uma explosão de turistas provenientes de diversos países que, em 2004, apresentavam valores diminutos.
No caso do Brasil, se em 2004 a região recebia 25.715 hóspedes desta nacionalidade, o número em 2012 foi de 103.673, enquanto a França, país várias vezes apontado pelas entidades do setor nacional como responsável pela sustentação do turismo em anos recentes, via duplicar os seus valores: de 72.473 em 2004, a região Norte recebeu 148.537 hóspedes em 2012.
Em relação ao país de origem da primeira rota da Ryanair para o Porto, o Reino Unido apresentou um crescimento modesto, por comparação ao crescimento exponencial de países como a Bélgica (de 12.000 para 28.000) ou até mesmo a Itália (de mais de 47.000 em 2004 para perto de 69.000).
Assim, os visitantes britânicos da região Norte passaram de 52.891 em 2004 para 57.217 oito anos depois.
/Lusa