Pensava-se que uma passagem secreta entre Westminster Hall e a Câmara dos Comuns era apenas um mito. Afinal, foi apenas esquecida durante 70 anos.
Uma placa colocada em 1895 em Westminster Hall, que inclui as duas Câmaras do Parlamento do Reino Unido, mencionava a existência de uma passagem direta para a Câmara dos Comuns. No entanto, achava-se que era mito.
Agora, a insistência de uma consultora de histórica do Parlamento, Elizabeth Hallam Smith, permitiu desvendar a passagem, que tem contornos míticos.
Hallam Smith começou a investigar o assunto após ter visto uma fotografia de uma câmara como uma passagem bloqueada por tijolos. Depois, descobriu um documento do arquiteto responsável pelas renovações de 1950, em que revelava a ideia de esconder a passagem com um painel de madeira.
Após analisarem um claustro usado até há três anos como gabinetes do Partido Trabalhista – atualmente como bengaleiro dos deputados –, funcionários do Parlamento encontraram uma fechadura escondida. Quando a conseguiram abrir, o painel deu origem a uma câmara cujo acesso estava bloqueado por tijolos há 150 anos.
De acordo com a BBC, desde a remodelação originada pelos bombardeamentos alemães sobre Londres, na II Guerra Mundial, e durante 70 anos, ninguém tinha estado na câmara, que terá sido construída para a coroação de Carlos II, em 1660.
Após um período em que terá sido frequentemente utilizada, a passagem foi bloqueada em ambos os lados em 1851, ficando esquecida. Apesar de terem havido obras em meados do século XX, a passagem não voltou a ser encontrada.
“Era o caminho através do qual a procissão do speaker entraria a caminho da Câmara dos Comuns. Foi o caminho que Carlos II fez para a sua coroação, assim como Jaime II, e era a entrada principal para a Câmara dos Comuns”, frisa Hallam Smith. O atual “speaker”, Lindsay Hoyle, foi um dos primeiros a reentrar na sala: “Estou muito orgulhoso dos meus funcionários por terem feito esta descoberta”.
A entrada na pequena câmara tinha ainda mais duas surpresas: uma lâmpada que ainda funcionava e um grafito dos trabalhadores que terão selado a passagem em 1851. “Esta sala foi fechada por Tom Porter, que gostava muito de Ould Ale [“Old ale”, uma cerveja típica de Inglaterra]”, pode ler-se