A Câmara de Grândola vai avançar, no início de 2015, com um programa de esterilização de gatos vadios, na península de Tróia, para manter o número de animais controlado e reduzir as pragas de pulgas no Verão, afirmou esta sexta-feira o veterinário municipal.
A população de gatos “assilvestrados” naquela zona do concelho de Grândola, no distrito de Setúbal, não está quantificada. No entanto, disse à agência Lusa o veterinário municipal, Pedro Sobral, responsável pela intervenção prevista, a situação “não é problemática”.
O município pretende, através do programa de esterilização, fazer o “controlo reprodutivo” dos animais e esta é a “altura ideal para fazer as cirurgias”, devido à redução da temperatura do ar, explicou o veterinário.
Pedro Sobral sublinhou que os gatos não representam um “perigo”, mas que existem vantagens nesta intervenção, como a redução de pragas de pulgas e de carraças no Verão.
A iniciativa envolve a captura dos gatos com recurso a armadilhas – que consistem em caixas com comida no interior e se fecham com o animal no seu interior – e uma intervenção cirúrgica nos animais recolhidos, que são depois libertados na zona onde se encontravam.
O veterinário municipal não indicou uma data para a conclusão do programa, mas disse que poderão ser realizadas “quatro ou cinco esterilizações por semana”.
O programa vai decorrer em articulação com um grupo de cidadãos interessado pela situação dos animais, cuja iniciativa levou à intervenção da autarquia, referiu Pedro Sobral.
Para José Fidalgo, um dos elementos desse grupo, “a única forma” de controlar a população de gatos é através de um programa de captura, esterilização e devolução, em que “todas as partes” colaborem.
Por isso, “lamenta” que o Troia Resort, empreendimento turístico instalado em Tróia, demonstre “indiferença” relativamente à situação.
José Fidalgo e a mulher deslocam-se há alguns anos, “todos os fins-de- semana”, do Pinhal Novo a Tróia, cerca de 100 kms para cada lado, para alimentar os gatos.
Trata-se de uma “obrigação de qualquer cidadão”, afirmam. Em conjunto com outras pessoas, promoveram já a esterilização “de mais de uma dúzia de gatas” e facultaram tratamento a animais doentes.
De acordo com José Fidalgo, “sempre existiram gatos em Tróia” e houve uma altura em que a população esteve “completamente descontrolada”.
Contudo, a acção dos voluntários e a mortalidade de um grande número de animais, devido a vários fcatores, levaram à diminuição das colónias.
Contactado pela Lusa, o diretor-geral do Tróia Resort, João Madeira, classificou a colónia de gatos como “uma questão de saúde pública que preocupa” a empresa.
“Estamos a acompanhar de perto a questão devido aos seus efeitos na qualidade de vida em Tróia, quer para os seus visitantes, quer para os seus moradores”, afirmou, felicitando a Câmara Municipal de Grândola “pelas medidas previstas”.
João Madeira considerou também “de extrema relevância” o contributo do grupo de cidadãos que trata dos animais.
/Lusa