A cidade de Veneza está a planear cobrar uma taxa de entrada de 5 euros aos visitantes de um dia, a partir do próximo ano, numa tentativa de gerir o fluxo de turistas atraídos pelos seus canais históricos, informou este terça-feira a câmara municipal da cidade.
Segundo agência Reuters, a taxa será aplicada experimentalmente, durante 30 dias, no início do próximo ano, e será aplicada a todos os turistas com mais de 14 anos que visitem a cidade durante apenas um dia.
A medida visa principalmente moderar o acesso à cidade nos feriados da primavera e nos fins de semana de verão, quando o número de turistas está no seu pico.
O objetivo é encontrar “um novo equilíbrio entre os direitos dos que vivem, estudam ou trabalham em Veneza e os que visitam a cidade”, disse o vereador do turismo de Veneza, Simone Venturini.
“Não se trata de uma medida para angariar dinheiro“, acrescentou o vereador, que explica que a taxa servirá apenas para cobrir custos administrativos.
As datas exatas do plano e a forma como será gerido serão acordadas após a aprovação final do conselho camarário, prevista para a próxima semana.
O plano, inicialmente proposto em 2019, foi adiado inicialmente devido à COVID-19, que afastou os turistas, e mais tarde por razões técnicas e procedimentais.
Entretanto, os visitantes estão regressado em massa a Veneza, muitas vezes superando em grande número os cerca de 50.000 residentes do centro da cidade, sobrecarregando as suas estreitas ruelas.
O excesso de turismo tem sido há muito um problema para a frágil cidade , famosa pelos seus canais, mas também para outras cidades europeias, que estão a tomar medidas para afastar visitantes. Uma dessas cidades é Amesterdão, que recentemente proibiu os cruzeiros de entrar na cidade.
Em julho, especialistas da UNESCO recomendaram que Veneza e a sua lagoa fossem adicionadas à sua lista de Património Mundial em Perigo, alegando que a Itália não estava a fazer o suficiente para proteger a cidade do impacto das mudanças climáticas e do turismo de massa.