Três amigos, com idades entre os 28 e os 30 anos, partem de Aveiro rumo a Bruxelas, em motorizadas Casal, veículos fabricados em Aveiro nos anos 70 do século passado.
Montados nas suas motorizadas, Gonçalo, Ricardo e João – dois enfermeiros e um professor de música – fizeram-se à estrada na tarde desta quinta-feira, para uma aventura que começou a ser preparada há cerca de um ano.
“Queríamos fazer uma viagem numa mota antiga, mas queríamos que fosse uma viagem diferente e, por isso, decidimos usar uma mota nacional, para demonstrar a qualidade dos produtos portugueses”, disse à Lusa João Ribeiro.
Se tudo correr bem, a viagem, de mais de dois mil quilómetros, até à capital belga deverá durar pelo menos dez dias, não estando ainda definido o itinerário.
“Vai ser assim um bocado à aventura. No primeiro dia temos como destino Almeida. A partir daí, vamos reunir e decidir por onde vamos”, contou Ricardo Toste.
Os aventureiros querem percorrer cerca de 250 quilómetros por dia a uma velocidade entre os 35 e os 40 quilómetros por hora. “A mota dá mais, mas convém não abusar muito para não estragar o motor”, assinalou o professor de música.
Sem grandes planos para alojamento, Ricardo Toste diz que a ideia é procurar locais para pernoitar à medida que forem organizando o percurso.
Além de roupa, os três amigos levam na bagagem peças suplentes para as motorizadas. “Tentamos estar prevenidos para não precisar de nada”, afirmou João Ribeiro, acrescentando que levam “cabos, lâmpadas, velas e algumas peças de mecânica do motor”.
Algumas horas antes do início da viagem, a ansiedade está bem patente no rosto destes jovens, que acreditam que as motorizadas vão cumprir o seu objetivo.
“São motas que já fizeram milhares de quilómetros ao longo dos anos. Foram todas revistas e preparadas. Estamos a contar chegar lá com alguns percalços, mas acreditamos que as motas chegam lá em boas condições”, disse Ricardo Toste.
Segundo Gonçalo Carvalho, quando chegarem a Bruxelas, os três amigos irão jantar com elementos da comunidade portuguesa e, no dia 18, regressam a Portugal de avião.
“As motorizadas ficam na capital belga, porque estamos a planear pegar nelas, no próximo ano, e, a partir de lá, percorrer mais um bocado da Europa”, avançou Gonçalo Carvalho.
Os interessados poderão acompanhar esta viagem através da rede social Facebook, onde os aventureiros criaram o grupo intitulado “Odisseia na Casaleira“, que já conta com mais de mil membros.
A metalurgia Casal foi a primeira fábrica de motores nacionais e começou a preparar a produção de um automóvel de marca própria, mas não chegou a concretizar esse objetivo.
A laboração parou em fevereiro de 2000 e, no mesmo ano, foi decretada a falência da empresa que chegou a empregar cerca de 1.200 funcionários, no pico da atividade.
/Lusa
Tres amigos, não, são seis, pois formam um casal cada um…