A Emirates Airline tornou-se a primeira companhia aérea a oferecer um “seguro covid-19” gratuito, assegurando todas as despesas relacionadas com a pandemia, como forma de atrair mais passageiros.
De acordo com a emissora britânica BBC, o “seguro covid-19” da Emirates Airline cobre tratamentos médicos, quarentena de hotel e até funerais se os clientes ficarem contaminados com a doença durante a viagem.
O anúncio surge numa altura em as operadoras de todo o mundo estão a ser duramente atingidas por medidas para combater a pandemia.
A Emirates Airline, maior transportadora de longo curso do mundo, disse que a oferta é válida durante 31 dias desde o início da viagem de um passageiro, estará disponível imediatamente e será executada até ao final de outubro.
A cobertura é gratuita para todos os clientes, independentemente da classe de viagem ou destino e é aplicada automaticamente, sem a necessidade de registo.
A companhia aérea de Dubai disse que o seguro covid-19 vai cobrir despesas médicas de até 150 mil euros e a quarentena num hotel até duas semanas a 100 euros por dia.
No caso de morte de um passageiro devido ao covid-19, a cobertura do seguro vai fornecer 1.500 euros para o custo do funeral.
As viagens aéreas caíram neste ano, à medida que os países fecharam as suas fronteiras e as pessoas continuam preocupadas com a possibilidade de serem infetadas em voos ou durante viagens.
O cancelamento ou adiamento de grandes eventos – incluindo os Jogos Olímpicos no Japão, conferências da indústria e festivais de música – também teve um grande impacto na procura de voos.
No mês passado, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) alertou que 2020 será o “pior” ano registado financeiramente. O grupo global da indústria disse que a queda nas viagens causadas pelo coronavírus causará prejuízos às companhias aéreas em mais de 84 mil milhões de dólares este ano, uma vez que as receitas caíram 50% em comparação com 2019.
O colapso na procura já forçou as transportadoras de todo o mundo a cortar voos e dispensar dezenas de milhares de trabalhadores.
A Emirates Airline disse à BBC que deverá cortar até nove mil empregos. Tim Clark, presidente da companhia aérea, disse que a empresa já cortou um décimo da sua equipa. Antes da crise, a Emirates Airline tinha 60 mil funcionários.