Férias de colchão de ar alugado na sala já chegaram a 35 mil cidades

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A ideia de montar dois colchões de ar numa sala em São Francisco, alugados a quem quisesse férias diferentes em 2008, transformou-se numa rede com mais de 600 mil anúncios em 35 mil cidades.

A airbnb.pt é uma das histórias de êxito de ‘share economy‘, o conceito do “mercado comunitário de confiança”, uma rede que une vendedores e consumidores privados, neste caso, para alojamentos em todo o mundo.

Com um crescimento significativo em apenas seis anos que está a ajudar dezenas de milhares de famílias a pagar as contas e, ao mesmo tempo, a fornecer experiências únicas a um grupo que já atingiu os 14 milhões de hóspedes, como explicou Jeroen Merchiers, responsável da Airbnb Espanha e Portugal.

“O projeto começou com dois amigos, eles próprios com dificuldades em pagar renda, e que decidiram alugar um espaço na sala do seu apartamento”, recordou Merchiers.

A ideia de Brian Chesky e Joe Gebbia, fundadores do projeto, surgiu durante uma conferência de ‘design’ industrial em São Francisco na qual, em resposta ao mercado saturado dos hotéis, decidiram oferecer a sua sala a quem participasse na conferência.

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Brian Chesky, Nathan Blecharczyk e Joe Gebbia, os co-fundadores da Airbnb

Brian Chesky, Nathan Blecharczyk e Joe Gebbia, os co-fundadores da Airbnb

Sem dinheiro para pagar a renda começaram a anunciar dormidas em dois colchões de ar, com direito a pequeno-almoço caseiro. O primeiro anúncio teve 29 pedidos de reserva: nascia a “air bed&breakfast” (airbnb).

“Como aconteceu com eles, hoje o projeto ajuda muitas famílias a pagar despesas básicas”, comentou Merchiers, dando como exemplo a cidade de Barcelona, onde há mais de 10 mil famílias que alugam espaço nas suas casas através da plataforma.

Só no último ano o impacto financeiro em Barcelona atingiu os 128 milhões de euros, com as famílias a terem receitas mensais de 221 euros – a maioria aluga apenas um quarto – que a maioria (60%) destina a gastos domésticos básicos.

“Tem um enorme impacto na sociedade, na vida de milhares de famílias. E os hóspedes também saem satisfeitos com uma experiência única. Note-se que 92% dos hóspedes recomendariam o serviço a um amigo”, comentou.

Ao mesmo tempo amplia-se o impacto no comércio local com os hóspedes a gastarem em média 263 euros nos estabelecimentos mais próximos ao sítio onde ficam a dormir.

Aproximar clientes e prestadores de serviços é também o objetivo da plataforma etece.com, criada em Espanha há cerca de 18 meses e que oferece serviços profissionais de confiança em áreas como reparações doméstica, transporte, tratamentos de beleza ou outros.

d.r. xlisakim.com

Ramón Blanco, fundador e CEO da etece.com

Ramón Blanco, fundador e CEO da etece.com

Ramón Blanco, CEO e fundador do projeto, explica que se trata de garantir o acesso “competitivo” a profissionais de confiança – são verificados pela etece.es (que dá garantia caso os clientes não tenham ficado satisfeitos).

“Os preços são 35% mais baratos, devido à concorrência. Há profissionais que, pela crise, não estavam a trabalhar e conseguem agora algum serviço. E há a confiança dada pelas opiniões dos clientes e a garantia de qualquer serviço: se não estás contente não pagas”, explica.

O tema da ‘share economy’ foi um dos que marcou um seminário sobre ‘e-commerce’ organizado pela escola de negócios IESE, em Barcelona.

/Lusa

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