A Finlândia vai alterar o nome da sua ilha Neekerisaari, comummente traduzida como “Ilha Negra”, durante a vaga mundial de protestos contra o racismo.
A decisão foi confirmada pelo Instituto para as Línguas da Finlândia (KOTUS) em comunicado, que frisa que a pequena ilha vai ser rebatizada apesar de o seu nome não estar associado por nenhum passado de neocolonialismo ou escravatura.
No entender do KOTUS, trata-se de um nome “absolutamente de apreciativo” e, neste “caso excecional”, decidiu alterá-lo, uma vez que os mapas não devem conter “expressões racistas”, sustentou na mesma nota de imprensa.
O nome desta ilha localizada no lago Pyhaselka, no leste do Finlândia, será a partir de agora nomeada nos mapas com o seu nome antigo, Seppanen.
A ilha pertence à Associação de Jornalistas da Carélia do Norte, na Finlândia Oriental, que possuiu na região uma casa de verão e já tentou mudar o seu nome antes, tendo o instituto finlandês recusado a alteração, conta o jornal local YLE.
De acordo com o responsável da associação, Taru Vaananen, o nome da ilha surgiu em meados de 1974 e deriva de um termo antigo que se traduz em “diário preto”, uma referência aos rostos e mãos de jornalistas que muitas vezes ficavam machados com tinta.
Contudo, continuou Vaananen, os tempos mudaram e a origem do nome da pequena ilha não é agora tão óbvia para as pessoas. “O nome da ilha causou um debate na nossa associação e média nos últimos anos (…) Achamos o nome depreciativo e ofensivo, e é por isso que quisemos mudá-lo”, rematou.
Nos Estados Unidos e noutros países ocidentais têm surgido uma onda de protestos contra o racismo e a brutalidade de força policial depois de o afro-americano George Floyd ter morrido, no passado 25 de maio, após sob custódia policial.