A crescente popularidade de determinadas cidades italianas tem levado a um despovoamento também cada vez maior das zonas mais rurais.
Para combater o problema e tentar atrair novos moradores, estão a ser colocadas à venda casas abandonadas por um euro. Em contrapartida, os compradores têm de entregar uma caução, cujo valor varia consoante a zona, para garantir que renovam as propriedades dentro de três anos. Caso não consigam cumprir o prazo estipulado, arriscam-se a perder o valor da caução.
Um dos maiores municípios a participar no programa é Mussomeli, situado na região da Sicília, a poucas horas de Nápoles. Numa fase inicial, foram colocadas cem habitações para venda – algumas delas já foram compradas -, mas estima-se que entrem outras 400 para o programa.
A caução para comprar uma dessas propriedades ronda os quatro mil euros para que renasçam novas habitações junto ao castelo medieval, às igrejas antigas e às grutas bizantinas.
Cada comprador pode esperar, de acordo com o Bussiness Insider, um investimento de 66 euros por cada metro quadrado, fora as taxas notariais e administrativas que estão avaliadas entre os 2 e os 3 mil euros.
Também a sul de Itália, num dos municípios da região de Campania, foram colocadas 15 habitações abandonadas para venda. As condições do programa estipulado para Zungoli são as mesmas, tirando o valor da caução que desce para metade (dois mil euros).
“Criei uma tarefa especial de jovens voluntários que ajudam compradores em contacto com empresas de construção para a renovação”, disse Paolo Caruso, presidente de Zungoli, uma das aldeias italianas no programa, citado pela CNN. “A transparência é a chave, mas as pessoas realmente precisam de ver por si mesmas a beleza do lugar, saborear a boa comida e respirar o ar fresco e saudável”.
Magaraggia, um escritório de advocacia que está a acompanhar o crescimento do programa, listou, em fevereiro, a participação de 11 municípios. O programa tem tido tal adesão que os primeiros lotes a serem colocados à venda já estão praticamente vendidos. Só para Ollolai, na região de Sardenha, foram feitas cinco mil ofertas para as cem propriedades disponibilizadas pelo município.