Lisboa e Porto têm mais turistas por residente do que Londres e Barcelona

Lisboa e Porto estão a rebentar pelas costuras de turistas, a sofrerem maior pressão turística do que cidades como Londres ou Barcelona. A conclusão é de um estudo do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo que revela que é preciso retirar turistas dos centros históricos.

O Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT) calculou a pressão turística sobre as cidades portuguesas, comparando esses dados com o de outras cidades europeias, analisando a proporção entre os habitantes e o número anual de turistas.

Os resultados do estudo vão ser oficialmente apresentados esta quarta-feira, no Fórum Internacional do Turismo, em Gaia, mas são antecipados pelo Jornal de Notícias.

As conclusões indicam que em Lisboa há nove turistas por cada residente, enquanto que no Porto há oito turistas por habitante. Em Londres, há quatro turistas por cada morador e em Barcelona esta relação fica-se pelos cinco turistas por habitante. Já em Albufeira, no Algarve, contam-se 39 turistas por cada morador.

O IPDT fez as contas ao número de turistas que, em simultâneo, ficam em cada destino por dia, considerando as chegadas aos aeroportos e a média de estadias das cidades analisadas. O Porto recebe cerca de 4500 turistas por dia, sendo que diariamente haverá cerca de 9041 visitantes em simultâneo de visita à cidade.

O estudo do IPDT lembra que na Croácia, onde coabitam 9194 turistas em simultâneo, diariamente, foi necessário tomar medidas, impostas pela UNESCO, no âmbito do seu estatuto de cidade Património da Humanidade. Assim, impôs-se um limite de quatro mil visitantes por dia. Já Londres, que recebe cerca de 470 mil turistas diariamente, não precisa de implementar medidas especiais semelhantes.

No caso de Lisboa, o IPDT repara que, diariamente, há 300 turistas por cada quilómetro quadrado. No Porto, há 228 turistas e em Albufeira 158.

Estes números não são, para já, alarmantes, mas é preciso começar a tomar medidas para evitar que se tornem problemáticos, como defende o presidente do IPDT, António Jorge Costa, no JN. “Ninguém vai querer matar a galinha dos ovos de ouro do turismo, porque, comprovadamente, diminui o desemprego e eleva o limiar da pobreza”, constata.

O estudo do IPDT refere que o turismo permitiu reduzir a taxa de desemprego, bem como aumentar o limiar da pobreza dos 4937 euros para os 5442 euros anuais.

ZAP //



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