O Governo do México exigiu na quinta-feira às autoridades egípcias as garantias necessárias para que as vítimas do ataque de domingo sejam compensadas, incluindo com indemnização, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
No domingo 12 pessoas morreram, incluindo oito turistas mexicanos, na sequência de um bombardeamento aéreo de forças de segurança contra um grupo de turistas no deserto ocidental, que terão sido confundidos com combatentes jihadistas, muito ativos no país sobretudo após a destituição forçada pelo militares do ex-presidente Mohamed Morsi, em julho de 2013.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros indicou em comunicado que, segundo instruções da ministra dos Negócios Estrangeiros, Claudia Ruiz Massieu, o subsecretário Carlos de Icaza convocou o embaixador do Egito, Yasser Shaban, para lhe entregar uma nova nota diplomática.
Na nota, o Governo mexicano “exige as garantias necessárias para que as vítimas do trágico e lamentável ataque perpetrado no passado 13 de setembro, todas elas civis inocentes e seus familiares, recebam a reparação integral do dano, incluindo a indemnização“.
As autoridades mexicanas voltaram a pedir ao governo egípcio “para levar a cabo uma investigação exaustiva, transparente e profunda que proporcione, sem demoras, uma explicação objetiva que esclareça os factos e apure as responsabilidades”, com vista à respetiva punição de acordo com as normas internacionais aplicáveis”, acrescentou o Ministério dos Negócios Estrangeiros mexicano.
Os seis turistas mexicanos feridos no ataque de domingo no Egito iniciaram a viagem de regresso para o México na quinta-feira, juntamente com a ministra Claudia Ruiz Massieu, quatro dias depois de terem sido alvo de um ataque por engano das forças de segurança egípcias, no qual morreram oito compatriotas.
A bordo do avião presidencial também seguiram os familiares das vítimas, tanto dos feridos, como dos oito mortos, cujos corpos serão repatriados posteriormente quando forem concluídas as investigações forenses em curso pelas autoridades egípcias.
A chegada do avião ao aeroporto da Cidade do México é aguardada hoje às 06:30 locais (12:30 em Lisboa).
O Egito refere que os turistas entraram numa “área restrita” do deserto ocidental e foram mortos “por engano” pelas forças de segurança, que perseguiam um grupo de ‘jihadistas’ que tinha raptado e morto um egípcio acusado de colaborar com as forças armadas.
Em simultâneo, e ainda no domingo, o ramo egípcio do grupo Estado Islâmico tinha anunciado ter repelido um ataque das forças de segurança precisamente na mesma zona do deserto ocidental. Difundiu ainda a foto do cadáver de um homem decapitado, apresentado como “espião do exército”.
/Lusa