A maior “montanha de lixo” da Índia está prestes a ser mais alta do que o Taj Mahal. O aterro sanitário de Ghazipur já ocupa mais de 40 campos de futebol no extremo leste de Nova Deli, considerada a capital mais poluída do mundo.
O grande depósito de lixo cresce 10 metros todos os anos. Já tem 65 metros de altura e será mais alto do que o Taj Mahal, de 73 metros, no ano que vem, de acordo com o relatório da AFP. Este marco é agora tão grande que o Supremo Tribunal da Índia avisou que terão de ser colocadas luzes vermelhas no topo para avisar as aeronaves.
Chitra Mukherjee, chefe do Chintan, um grupo de defesa do meio ambiente, disse que “tudo precisa de ser interrompido, já que o despejo contínuo poluiu severamente o ar e a água subterrânea”.
O depósito foi aberto em 1894 e atingiu a sua capacidade máxima em 2002, tendo vindo a crescer desde então. Com uma população em rápido crescimento e aumento do consumo, isto só deve continuar. As cidades indianas geram 62 milhões de toneladas de lixo por ano e as projeções atuais dizem que este número aumentará para 165 milhões até 2030.
Aves de rapina, cães vadios, ratos e mais de 1.000 catadores de material reciclável – muitos dos quais são crianças – vasculham as 2.000 toneladas de lixo que são atiradas para o aterro diariamente.
A vida no aterro de Ghazipur é extremamente perigosa. Incêndios que podem durar dias começam regularmente devido ao gás metano que é expelido do aterro. Em 2018, parte da montanha desabou, matando duas pessoas. As pessoas que vivem nas proximidades dizem que o ar é tão tóxico que mal conseguem respirar e muitos queixam-se de problemas respiratórios e de estômago.
Em janeiro, a poluição do ar em Deli subiu para níveis de emergência. O índice de qualidade do ar do Central Pollution Control Board, controlado pelo estado, descobriu que a concentração de partículas venenosas no ar era 12 vezes maior do que o nível recomendado pelos EUA.
Na verdade, a Índia tem um baixo consumo de plástico per capita de apenas 11 quilogramas em comparação com os países ocidentais, onde o consumo anual é cerca de 10 vezes mais, mas o descarte continua a ser um grande problema.
No início deste ano, a Índia proibiu a importação de resíduos plásticos numa tentativa de diminuir a distância entre a geração de resíduos e a capacidade de reciclagem. Também se comprometeu a eliminar completamente os plásticos descartáveis até 2022.