Quarta-feira, Junho 4, 2025
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Boom turístico serve de “escape” a licenciados sem emprego

António Amen / Wikimedia

Igreja e Torre dos Clerigos, Porto.

Igreja e Torre dos Clérigos, no Porto

Entre as caves do vinho, as dezenas de hostels que apareceram no Porto e os novos tours que vão surgindo, o boom turístico da cidade tem servido de solução de curto prazo para muitos licenciados sem trabalho.

“Durante um ano tentei arranjar algo na minha área, mas a resposta era sempre a mesma: não tinha no meu portefólio traduções reconhecidas por nenhuma entidade”, contou à agência Lusa Ana Sousa, formada em Línguas, Literaturas e Culturas.

Foi este vazio de opções que, em março de 2013, um ano depois de ter terminado um mestrado em Estudos de Género, a levou a tentar a sorte nas caves Sandeman, como guia.

“Aceitei por ter visto aí uma oportunidade de melhorar o inglês e o alemão”, explica, garantindo que todos os seus colegas, licenciados nas mais variadas áreas, viram ali um “escape”.

Ainda assim, agora que não lhe renovaram contrato por ter terminado a época alta, não esconde a frustração: “Andei quase 18 anos a estudar para arranjar um trabalho que não é, de todo, aquilo para que estudei. Sentia-me ainda pior por ser tão mal paga tendo tantas competências”, recorda, lamentando o facto de ganhar perto de 500 euros, apesar de trabalhar das 10h às 19h.

O cenário estende-se aos hostels que, ao longo da última década, se foram multiplicando na cidade ao mesmo ritmo que foi crescendo o número de turistas que fazem dela destino de eleição – em 2012 e 2014, o Porto venceu mesmo o prémio de Melhor Destino Europeu.

Segundo dados recolhidos pela agência Lusa, dos 10 hostels da cidade com maior pontuação no Booking.com – um site que permite reservar alojamento e na qual os utilizadores podem avaliar os locais onde ficaram hospedados -, oito contam com jovens trabalhadores licenciados em áreas que vão desde a arquitetura ao design, passando por engenharia, marketing, nutrição, educação, sociologia ou multimédia.

Para todos, o turismo vai servindo de “solução temporária“. É este o caso de Daniela Martins, licenciada em Ciência e Tecnologia do Ambiente que, para fugir ao desemprego, concilia um part-time num hostel com o trabalho numa empresa de free walking tours – visitas turísticas gratuitas, que se baseiam num sistema de gorjetas.

“Comecei a fazer tours um ano depois de me licenciar, quando vi que os currículos que enviava na minha área não mereciam qualquer resposta. Como estava à vontade no inglês e no espanhol, encarei isto como uma forma de ganhar algum dinheiro”, conta, garantindo que não quer “viver do turismo para o resto da vida”.

O caso da Pancho Tours, a empresa para que Daniela trabalha, em funcionamento no Porto desde 2009, é paradigmático: em sete guias, seis têm formação superior e destes apenas uma estudou turismo.

Uma situação que merece críticas aos guias profissionais. “Fiz um curso de três anos, passei um verão inteiro a estudar para o exame e agora vêm estes meninos tirar-nos trabalho”, lamenta Joana Rocha Leite, guia profissional a tempo inteiro desde 1988, pedindo que algo “seja feito” para corrigir a situação.

Apontando o dedo ao facto de estes “concorrentes” não pagarem impostos, a profissional de turismo não poupa críticas aos “jovens que agora acham que o turismo os pode salvar”: “Às vezes são eles que trabalham e nós ficamos em casa, sobretudo em época baixa.”

De acordo com números da Associação de Turismo do Porto e Norte, a hotelaria do concelho registou, em 2013, perto de 2,5 milhões de dormidas, um número que representa um aumento de mais de 100% face aos valores de 2004 (pouco mais de um milhão de dormidas).

/Lusa

Algarve perdeu 50% de visitantes espanhóis em 2013

Florida Turnpike / Flickr

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A Plataforma Hispano-Portuguesa de Afectados pelas Portagens da Via do Infante (A22) revelou que o Algarve teve uma quebra de 50 por cento no número de visitantes espanhóis em 2013.

Na sua segunda reunião, realizada esta quinta-feira em Ayamonte (Espanha), a Plataforma decidiu enviar convites a outras forças políticas e associações empresariais e realizar um almoço a 13 de Dezembro, em local ainda a definir, para decidir formas de luta futuras para combater as portagens na A22 e que podem incluir uma acção na ponte internacional do Guadiana, ligação entre Portugal e Espanha a sul.

No final do encontro, João Vasconcelos, da Comissão de Utentes da Via do Infante, anunciou que a estrutura vai entretanto pedir reuniões ao presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve e autarca de Tavira, Jorge Botelho, e ao novo secretário-geral do PS, António Costa, para perceber a sua posição relativamente às portagens na A22 e aos impactos negativos que tem tido na economia transfronteiriça.

A Plataforma deu-se hoje a conhecer às associações, forças políticas e particulares em Ayamonte e fez uma avaliação “muito negativa” do impacto que as portagens na A22 – antiga auto-estrada Sem Custos para o Utilizador (SCUT) – teve para o Algarve e a Andaluzia, assim como para a província espanhola mais próxima da fronteira, a de Huelva.

Ao longo do encontro tomaram a palavra representantes dos quatro colectivos que integram a Plataforma – a Comissão de Utentes da Via do Infante e o Bloco de Esquerda, do lado português, e as forças políticas Podemos e Izquierda Unida, do lado espanhol – e foram feitos apelos a uma ação ativa, concertada e mais alargada para acabar com as portagens na A22.

“Ayamonte teve menos 30 por cento de visitantes portugueses no último ano e no Algarve houve menos 50 por cento de espanhóis. O tráfego de transporte é praticamente inexistente na Via do Infante, o que há é de particulares. Isto supõe cerca de 25 por cento de quebra na actividade económica da província [de Huelva] e em Portugal o prejuízo é cifrado em 30 milhões ao ano”, afirmou Fernando Vaquero, de Podemos.

A mesma fonte cifrou em “12 milhões de euros os prejuízos registados na economia da província de Huelva em 2013”, aos que se somaram “2,5 milhões de perdas em receitas fiscais”, enquanto no turismo da província, “que tinha 90 por cento dos 150.000 visitantes anuais proveniente do aeroporto de Faro”, o valor “caiu 10 por cento” e houve “prejuízos de 1,5 milhão de euros na hotelaria, restauração e serviços associados”.

O golfe, que “era um baluarte para combater a sazonalidade do turismo em Huelva, sofreu também uma quebra de 50 por cento”, acrescentou.

A Plataforma quer “convencer as autoridades portuguesas e europeias, com ajuda das autoridades espanholas”, a acabar com o pagamento de portagens na Via do Infante devido ao “impacto económico, social e cultural negativo” que representou, disse António Miravent, da Izquierda Unida.

/Lusa

Advogada britânica apela ao boicote do turismo em Portugal

tzumbiehl / Flickr

Uma advogada britânica iniciou uma petição de apelo ao boicote ao turismo em Portugal que já recolheu mais de 3.000 assinaturas para pressionar as autoridades portuguesas a proteger os cavalos de maus tratos que considera terem atingido “níveis epidémicos”.

“Comecei esta petição por causa do meu desgosto ao ver o estado dos cavalos no Algarve, que visito regularmente. O cenário é tão angustiante que não consigo visitar mais [Portugal], o que é uma grande pena porque antes eu adorava ir a Portugal”, justificou Susan Clark à agência Lusa.

Lançou a petição eletrónica intitulada “Stop the Cruelty to Horses in Portugal [Parem com a Crueldade aos Cavalos em Portugal] para tentar dar visibilidade ao problema e apelar ao boicote de outras pessoas.

A petição é ilustrada com a fotografia de um cavalo com um aspeto malnutrido abandonado na berma de uma estrada, situação que a britânica diz ter acontecido recentemente na estrada N125, no Algarve.

Susan Clark / thepetitionsite.com

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Em poucas semanas angariou mais de 3.000 assinaturas de pessoas não só do Reino Unido mas também da Alemanha, França, Holanda, ou EUA, bem como de Portugal, o que espera que angariar mais apoio.

O boicote das milhares de pessoas que assinaram a petição pode privar Portugal de um rendimento substancial para o país: o Reino Unido foi o principal mercado emissor de turistas nos primeiros nove meses do ano.

A advogada responsabiliza as autoridades nacionais por não fazer respeitar as normas europeias de proteção aos animais, mesmo se compreende que o país atravessa uma crise financeira.

“Se as pessoas não têm dinheiro para manter os seus cavalos, então deveria ser criada uma organização social (ou programa de abate) devidamente financiada. E a polícia ou autoridades precisam de ser capazes de apreender os animais se estes não são bem tratados”, sugeriu.

Susan Clark diz ter trocado correspondência por email com o deputado eleito pelo Algarve Cristóvão Norte, que lhe disse estar a tentar que a legislação de defesa de animais domésticos seja também aplicada aos cavalos, mas receia que o processo demore.

“Isto precisa de acontecer mais cedo porque o sofrimento é horrendo. Os cavalos são muito mais sensíveis do que outros animais de quinta e merecem ser tratados de forma adequada”, argumentou.

Em último recurso, afirmou acreditar que “seria melhor abater os animais do que deixá-los morrer de forma, desidratação e excesso de trabalho”.

Contactado pela agência Lusa, o Turismo de Portugal afirmou não ter intervenção nesta matéria, remetendo essa responsabilidade para a Direção de Serviços de Proteção Animal (DSPA), da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária, e para o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana (SEPNA).

Um responsável afirmou ter informação de “dois ou três episódios de cavalos abandonados, mas que não refletem de forma alguma a relação que os portugueses têm com os cavalos e a maneira como os mesmos são tratados em Portugal”.

/Lusa

Mercados de Natal: a magia do inverno europeu

Homeaway

Mercado de Natal de Magdeburg, Alemanha

O Mercado de Natal de Magdeburgo, na Alemanha

O Natal já é por si só uma época mágica, mas os Mercados de Natal ajudam a trazer para a rua o encanto tão característico da época.

Esta tradição teve início nos países de língua alemã: os “Weihnachtsmarkt” começaram por ser um espaço de abrigo do rigoroso frio de inverno e de confraternização entre os habitantes locais.

Hoje, espalhadas pelo mundo, estas feiras típicas são já eventos incontornáveis da época natalícia e de final de ano. Um pouco por toda a Europa, mesmo nas cidades onde as temperaturas são negativas, toda a população sai à rua, rendida ao espírito de Natal, incluindo os turistas que há muito já incluíram os Mercados de Natal no roteiro obrigatório desta quadra.

Estes Mercados têm desempenhado um papel de grande atracção nas férias de inverno.

Os Mercados de Natal são também locais onde se encontram peças únicas e originais, revelando-se uma óptima alternativa para quem quer surpreender quem mais gosta.

Para além de acolhedores, estes eventos ajudam ainda a impulsionar os produtos da região e contribuir para causas sociais. São por excelência o local onde os artesãos de cada região exibem os seus produtos aos visitantes.

Desde os tradicionais presentes artesanais, peças de decoração, esculturas, delícias gastronómicas tão típicas da época e bebidas quentes para aconchegar quem visita os Mercados, tudo serve como desculpa para transformar o ritual de compras de Natal num prazer redobrado.

Se os Mercados de Natal de Estrasburgo ou Viena são incontornáveis, outros tornaram-se sem dúvida mágicos, como os de Nuremberga ou Bruxelas.  O AEIOU sugere-lhe abaixo quatro dos mais encantadores Mercados de Natal da Europa – e a Homeaway mostra-lhe onde ficar quando os for visitar.

 

Mercado de Nuremberga, Alemanha

O mercado de Nuremberga, na Alemanha, existe desde 1628 e é um dos mercados mais conhecidos no mundo, especialmente pelos brinquedo únicos que ali se podem encontrar.

Durante o período do Natal, a cidade muda completamente de ambiente e faz reviver uma tradição muito antiga. Cerca de 180 bancas tomam posse da cidade antiga e atraem todos os anos turistas do mundo inteiro.

Além dos seus brinquedos únicos, o Mercado de Natal de  Nuremberga organiza no início de cada ano a Feira internacional do brinquedo, reservada a profissionais.

As principais animações: discurso de boas vindas do Anjo de Natal, especialidades gastronómicas (vinho quente picante, salsichas grelhadas, pão de especiarias de Nuremberga.), desfile de lanternas, concertos de música barroca pela orquestra sinfónica de Nuremberga.

Para os pequeninos: possibilidade de confeccionar um bolo de natal e velas, iniciar atividades com o vidro e até mesmo a pirogravura.

Datas : De 28 de novembro a 24 de dezembro de 2014.

Onde ficar:  Este elegante apartamento, com o seu ambiente tão particular, está localizado próximo da cidade antiga e do castelo. A sala luminosa e decorada com gosto vai permitir que os turistas se sintam como em casa. A partir de 79 euros por pessoa, por noite.

 

Mercado de Natal de Bruxelas, Bélgica

Eleito em 2003 o mercado de natal europeu mais original pelos operadores turísticos británicos, o Mercado de Natal de Bruxelas, com mais de 220 bancas, é famoso pelos seus produtos artesanais típicos de vários países europeus, como o glögg (vinho quente) escandinavo, o panettone italiano, ou o Christmas pudding inglês.

Durante o período de Natal, Bruxelas organiza os “Prazeres de Inverno”, uma aldeia com cerca de 2km de diversão, uma roda gigante, uma pista de trenós, uma pista de patinagem e inúmeras especialidades da gastronomia local para se deliciar – ou não fosse Bruxelas a capital do chocolate!

A não perder : os caricoles, búzios ou « croustillons », rosquinhas fritas edepois regadas com açúcar.

As principais animações : Corais, concertos, mercados.Desfile de luzes, espetáculos pirotécnicos, pista de patinagem iluminada,.

Datas : De 28 de novembro de 2014 a 4 de janeiro de 2015.

Onde ficar: Este fantástico duplex, situado numa casa de 1920, está localizado num bairro calmo e central. A sua grande vantagem é estar num bairro familiar mas, ao mesmo tempo, não muito longe dos bairros animados e famosos da capital, como a Praça Sainte Catherine, que acolhe um dos magníficos mercados de Natal da cidade. A partir de 24 euros por pessoa, por noite .

 

Mercado de Estrasburgo, França

A cidade de Estrasburgo acolhe à volta da sua prestigiosa Catedral, desde 1570, o seu mercado de natal. Outrora chamado Christkindelsmärik, é o mais antigo Mercado de Natal em França e um dos maiores da Europa, com mais de 300 bancas de madeira espalhadas por 11 locais no centro da cidade.

Este ano, a cidade escolheu como país convidado a Bélgica. Serão desvendaos todos os encantos deste país na Aldeia belga recriada a rigor.

A cidade nesta altura do ano está iluminada com várias dezenas de quilómetros de guirlandas e objectos decorativos.

É impossível passar ao lado da árvore de natal gigante, na praça Kléber. É uma tradição secular de Estrasburgo, já que se encontrou um manuscrito de 1605 que descreve as árvores de natal ornadas de decorações nas salas das corporações burguesas.

Principais animações: ao todo, mais de 500 eventos vão contribuir uma vez mais para elevar Estrasburgo a “capital europeia do Natal”, com uma vasta oferta cultural para todos os gostos – concertos, espectáculos, animações e exposições surpreendentes no final de cada rua, praça ou prédio histórico.

A não perder: a Aldeia da partilha animada pelas associações caritativas e humanitárias, instaladas aos pés da Grande Árvore de natal, que nunca seria tão bonita e tão acolhedora sem esta onda de generosidade para com o seu próximo.

Para os pequeninos: as crianças serão as protagonistas da festa e embaladas pela magia e o encanto do Natal, na Aldeia das Crianças, onde muitas surpresas esperam por elas.

Onde ficar:  Bem localizado, no centro da cidade antiga, a poucos metros da catedral e num fantástico edifício do século 18, este belo apartamento de 70m2 tem uma magnífica lareira à volta da qual os hóspedes podem relaxar e partilhar momentos em família ou entre amigos – sem dúvida, a forma ideal de descansar após um dia bem passado. Estadias a partir de 34 euros por pessoa, por noite.

 

Mercado de Natal de Viena, Áustria

Durante o período do Advento, os mercados de Natal instalam-se nas grandes praças vienenses. Entre as casinhas tradicionais de madeira, o tempo parece parar e a magia de Natal surge com toda a sua amplitude.

Há uma dezena de mercados de natal na capital austríaca. O principal destes mercados, o Mercado de Natal de Viena, situa-se na praça da câmara municipal e conta com a presença de 130 típicas bancas de madeira.

Recomenda-se uma visita aos outros mercados da cidade, que nos permitem descobrir outros bairros : o Mercado de Natal à moda antiga, ou as aldeias de natal do Palácio do Belvédère e da Maria-Theresien-Platz.

O mais original é sem dúvida Mercado de Natal da Arte, em frente à igreja de São Carlos, que nos dá a conhecer o artesanato da Europa central, a cultura popular austríaca, e o castelo de Schonbrunn.

Principais animações : workshops, concertos, leituras de poemas, enfeitos de natal, brinquedos, artesanato, gastronomia (vinho quente, pão de especiarias, rebuçados, castanhas assadas.e muitas outras animações para os mais pequenos.

Datas : De 15 de novembro a 24 de dezembro de 2014

Onde ficar: Localizado no prestigioso bairro de Nebau, este elegante apartamento oferece-lhe conforto de primeira classe no centro de Viena. As célebres Mariahilferstrasse e Neubaugasse estão apenas a alguns minutos, tal como o museu de Arte e História Natural, a incontornável Ópera ou ainda a Praça da Câmara, onde decorre o mais antigo mercado de Natal do país.

 

A magia e o encanto dos vários Mercados de Natal têm feito as delícias de crianças e adultos que os visitam – e não há melhor maneira de viver esta época festiva do que fazer uma pausa para explorar o que de melhor estes Mercados têm para oferecer, juntando o útil ao agradável.

Já escolheu o Mercado de Natal que vai visitar este ano?

ZAP / Homeaway

 

 

 

Reguengos de Monsaraz vai ser Cidade Europeia do Vinho 2015

kudosmedia / Flickr

A vila de Monsaraz, no Alentejo

Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora, foi escolhida esta segunda-feira como Cidade Europeia do Vinho para 2015.

A Câmara de Reguengos de Monsaraz afirma que a decisão foi tomada pelo júri reunido na assembleia-geral da Rede Europeia das Cidades do Vinho (RECEVIN), realizada hoje em Jerez de La Frontera (Espanha).

Além de Reguengos de Monsaraz, existiam, este ano, outras duas candidaturas portuguesas a esta distinção: uma da Bairrada, envolvendo os municípios de Cantanhede, Anadia, Mealhada, Águeda e Oliveira do Bairro, e outra das câmaras de Monção e Melgaço.

A Cidade Europeia do Vinho 2015 é uma iniciativa da RECEVIN e da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV).

/Lusa

Veneza vai proibir malas com rodinhas barulhentas

gnuckx / Flickr

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A cidade de Veneza, em Itália, planeia proibir malas “com rodinhas barulhentas”, devido a preocupações de que as bagagens dos turistas estejam a acordar os moradores durante a noite.

As autoridades pretendem que os turistas substituam as suas malas por alternativas “que não façam ruído”, que tenham rodinhas com ar ou líquido.

A iniciativa pretende também proteger o pavimento das ruas antigas da cidade.

Veneza, com os seus famosos canais, é um dos maiores cartões de visita de Itália, recebendo anualmente 27 milhões de turistas.

Um comunicado publicado no site do Conselho Veneziano, equivalente à Câmara Municipal, afirmou que o plano foi concebido para apaziguar os moradores da histórica cidade.

“O objectivo é dar resposta aos inúmeros cidadãos que nos últimos anos têm reclamando junto do Conselho e transmitido a irritação causada pelas bagagens transportadas dia e noite”, informou a nota.

O gerente de um hotel diz à BBC acreditar que a proibição não vai resultar.

“Se as rodinhas no pavimento são ruidosas, talvez as autoridades devessem substituir o pavimento e não as rodinhas”, diz o responsável hoteleiro.

Segundo a AFP; se a medida for aprovada, quem andar pelas ruas de Veneza com “malas de rodinhas barulhentas” poderá ser multado em 500 euros.

ZAP / BBC

Postcrossing mantém viva a magia dos postais

meiadeleite / postcrossing.com

O hábito de abrir a caixa do correio não se perdeu, mesmo quando a correspondência varia entre contas e publicidade, mas há 5.600 portugueses que são exceção ao receberem postais reais através de uma rede virtual.

O projeto tem nome inglês – Postcrossing (cruzamento de postais) -, apesar da ideia ter surgido de um português, a residir em Berlim. Em 2005, era Paulo Magalhães estagiário de Engenharia de Sistemas e Informática e começou a lamentar receber cada vez menos postais por parte dos amigos.

A companheira Ana Campos é que conta a história e a dedução do namorado: “um dia pensou que talvez houvesse outras pessoas com caixas de correio vazias e vontade de receber postais e então decidiu criar o projeto Postcrossing”.

“A ideia é simples: quem envia, recebe – e quanto mais se enviar, mais se recebe. Foi o projeto perfeito para resolver o problema da caixa de correio vazia do Paulo e de muitas outras pessoas pelo mundo fora”, assegura Ana Campos à agência Lusa.

Ao contrário da experiência de que alguns ainda se lembram, os penfriends, Ana lembra que neste caso há comunicação à distância, mas sem que haja troca de correspondência contínua e prolongada.

O primeiro passo neste projeto é o registo na página Postcrossing, ao qual se segue o pedido de uma morada, em qualquer parte do mundo, para enviar um postal, no qual tem de estar escrito um código dado pelo site que identifica aquela troca específica.

Com a chegada do postal, o destinatário regista o código no site e pode deixar uma pequena mensagem de agradecimento, além de poder fazer upload de uma fotografia do postal.

O processo é feito com o máximo de discrição possível: a morada do remetente, com exceção do país, nunca fica visível para o destinatário.

“Cada troca é única e acontece sempre com pessoas diferentes. Deste modo, o sistema assegura que os postais que se recebem vêm sempre de sítios inesperados. E que há sempre uma surpresa à nossa espera quando abrimos a caixa do correio”, acrescenta Ana Campos.

Atualmente, o projeto é “especialmente popular na Rússia, Alemanha, USA, Holanda, Finlândia” e em Portugal há 5.600 utilizadores, que já enviaram 348 mil postais.

Como principais motivos para a rede funcionar estão a “surpresa, o prazer de chegar a casa e encontrar qualquer coisa que não contas ou publicidade à nossa espera na caixa de correio” e a “empatia/dedicação”.

“Quando recebemos um postal, sabemos que alguém que não conhecemos, algures noutra parte do mundo, dedicou uns minutos do seu dia a escrever este postal para nós. É um pequeno gesto, mas tão humano e altruísta, que nos toca a todos”, explica a Ana, referindo que numa altura em que a comunicação é feita através de “Like” no Facebook ou Instagram, se pode contrapor um postal, que “implica esforço e dedicação”.

“Não é por acaso que são os postais que colamos no frigorífico ou levamos connosco para o local de trabalho para mostrar aos colegas”, notou a portuguesa, que recordou ainda que nesta rede também se aprende com o “contacto com outras culturas”.

Para os registos de memória da comunidade há histórias de amizade, de escolas que usam o projeto, como ocorreu em Tuvalu, e vários casamentos, como o dos ucranianos Ivan e Natália, que se conheceram num encontro de utilizadores do Postcrossing.

selos que foram lançados tendo por base o projeto, que já possibilitou muitas reuniões entre os denominados postcrossers, provando que a comunicação pessoal pode ter ajudas digitais e, sobretudo, do carteiro.

/Lusa

Turistas chineses em Portugal aumentaram 69%

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O número de turistas chineses que visitaram Portugal no primeiro semestre de 2014 cresceu 69% em relação a igual período do ano passado, para 55 mil, indica um estudo oficial português a que a agência Lusa teve hoje acesso.

Quanto aos gastos feitos pelos turistas chineses, estimados em 33 milhões de euros, o crescimento foi ainda maior: 105%.

A realização do estudo coincide com a participação do secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, num grande certame internacional do setor em Xangai, de 14 a 16 de novembro, que ficará marcado pelo lançamento de uma campanha de promoção centrada em Cristiano Ronaldo.

“C Luo” (Cristiano Ronaldo em chinês) é o português mais conhecido na China e quando se fala em Portugal (“Putaoya”), muitos chineses associam logo o nome do país ao futebol e em particular aquele jogador.

Segundo estimativas divulgadas na imprensa oficial chinesa, apesar de não existirem ligações aéreas diretas entre os dois países, o número de turistas chineses que visitaram Portugal nos últimos quatro anos mais do que triplicou, ultrapassando os 74 mil em 2013.

Aquele número não chega, contudo, a 1% dos quase cem milhões de chineses que no ano passado viajaram para fora da China continental.

“É preciso trabalhar mais para receber mais turistas chineses, que, aliás, têm um gasto per capita interessante”, disse o vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas, em novembro de 2013, quando anunciou a abertura de uma delegação do Turismo de Portugal (TdP) na China, enquadrada na embaixada em Pequim.

O primeiro delegado do TdP na China, Inês Cunha Alves, entra em funções esta semana, coincidindo com a visita do secretário de Estado do setor.

Especialista em relações internacionais e empreendedorismo, ligada há quase uma década à China, Inês Cunha Alves foi uma das responsáveis do Pavilhão de Portugal na Exposição Mundial de Xangai, em 2010.

/Lusa

Investigadores suspeitam de falha no revestimento de segurança em acidente da Virgin Galactic

jfoust / Flickr

SpaceShipTwo, a segunda nave espacial da Virgin

SpaceShipTwo, a segunda nave espacial da Virgin

Os investigadores que analisam as causas da queda da nave espacial de turismo SpaceShipTwo anunciaram esta segunda-feira que um revestimento de segurança usado para a reentrada da nave na atmosfera foi acionado à revelia dos pilotos durante o voo de teste na última sexta-feira.

O chefe da comissão investigadora, Cristopher Hart, disse, contudo, que ainda é cedo para confirmar se a falha pode ter sido uma das causas do acidente que matou um dos pilotos e deixou o outro gravemente ferido no Deserto do Mojave, Califórnia (EUA).

O piloto morto no teste foi identificado como o americano Michael Alsbury, de 39 anos. O seu colega, Peter Siebold, de 43 anos, conseguiu saltar de paraquedas.

Ambos trabalhavam para a Scaled Composites, empresa para a qual a Virgin Galactic terciariza as operações do seu projeto em que oferece voos para “turistas espaciais”.

No domingo, os investigadores afirmaram que poderia levar até um ano para encontrar uma explicação para o acidente. A empresa dona da aeronave, a Virgin Galactic, também especulara sobre possíveis problemas com um novo tipo de combustível.

No entanto, tanto o tanque como o motor da SpaceShip 2 foram encontrados intactos nas operações de busca.

“Os dados de telemetria mostram que a nave espacial foi lançada normalmente e o motor teve ignição sem problemas. Nove segundos depois, os dados mostram que o revestimento de segurança foi acionado”, explicou Hart.

“Mas gostaria de sublinhar que ainda não é possível determinar as causas do acidente. Temos meses e meses pela frente para descobrir o que aconteceu. Iremos avaliar os procedimentos de treino dos pilotos, analisar a segurança, o projeto estrutural. Temos muito que fazer”.

Testes

A comissão investigadora não proibiu, contudo, a Virgin Galactic de prosseguir com os testes.

E a empresa negou que tivesse a negligenciar a segurança da aeronave ou dos pilotos, apesar dos adiamentos no início das operações de “turismo espacial”.

A imprensa britânica especulou durante o fim de semana que as pressões do cronograma tinham levado a Virgin Galactic a acelerar o número de testes.

No domingo, em entrevista à BBC concedida na Base Espacial de Mojave, onde a nave estava a ser desenvolvida, o dono da Virgin Galactic, o bilionário Richard Branson, disse que “ninguém subestima os riscos envolvidos na viagem espacial”.

Branson afirmou ainda que acidentes nas primeiras tentativas do homem de desenvolver a aviação comercial não impediram que o meio de transporte se tornasse o mais seguro.

O chefe da comissão investigadora do acidente, Cristopher Hart, explicou que falha no revestimento de segurança ainda não pode ser apontada como causa da queda: “Devemos aos nossos pilotos de testes descobrir o que saiu errado e, quando descobrirmos, poderemos superar isto e vamos garantir que o sonho continue”, disse o bilionário.

Segundo Branson, a Virgin Galactic e os parceiros no projeto estão “a realizar um amplo programa de testes há muitos anos e a segurança sempre foi a prioridade número um”.

Acidente

O plano original da Virgin Galactic era lançar o primeiro voo sub-espacial a partir do próximo ano. Mais de 700 pessoas já tinham feito reservas, apesar do preço altíssimo do bilhete – cerca de 200 mil euros.

A SpaceShipTwo estava a realizar o primeiro voo teste em nove meses quando explodiu logo depois da decolagem perto da cidade de Bakersfield, na Califórnia, EUA.

De acordo com o editor de Ciência da BBC, David Shukman, mesmo quando a causa do acidente for descoberta, este será um grande problema para a Virgin, “uma companhia que tentava ser a pioneira em um novo setor, turismo espacial”.

“Confiança é tudo e isto não vai estimular a longa lista de celebridades e clientes milionários esperando pelo primeiro voo”, diz Shukman.
Branson seria passageiro da viagem de inauguração, mas celebridades como o cantor Justin Bieber e os atores Tom Hanks e Leonardo Di Caprio também entraram na fila.

ZAP / BBC

Equipa de arqueólogos restaura pinturas romanas da Basílica Paleocristã de Troia

troiaresort.pt

Pinturas romanas da Basílica Paleocristã de Troia

Pinturas romanas da Basílica Paleocristã de Troia

A equipa de arqueologia do Troiaresort, que já recuperou parte do complexo de salgas de peixe de Troia, com quase dois mil anos de história, tem agora como objectivo a recuperação das pinturas romanas na Basílica Paleocristã de Tróia, no distrito de Setúbal.

“Quando assumi a responsabilidade por este sítio, não sendo ainda possível valorizar o edifício da basílica, achei que era importante começar a restaurar a pintura mural, nem que fosse aos poucos. É isso que temos vindo a fazer, um bocadinho cada ano, desde 2012″, disse à agência Lusa Inês Vaz Pinto, diretora da equipa de arqueologia do Troiaresort.

“Temos gasto aqui cerca de 5.000 euros por ano, com uma empresa especializada – a Mural da História – que tem feito este trabalho de restauro”, acrescenta Inês Vaz Pinto, salientando a importância histórica deste conjunto de “pintura romana tardia, muito geométrica”.

academia.edu

A arqueóloga Inês Vaz Pinto

A arqueóloga Inês Vaz Pinto

De acordo com a arqueóloga, as paredes da basílica estão dividas em três faixas: uma parte inferior com marmoreados imitando placas, uma faixa intermédia e uma superior, em que há, sobretudo, “padrões geométricos, com redes de octógonos, círculos, losangos e, por vezes, temas figurativos como flores e aves”.

“E ainda alguns motivos muito significativos, como o cântaro, que pode evocar o banquete ou a água do batismo. O cântaro é um tema muito habitual em toda a temática paleocristã”, explica.

A basílica paleocristã de Tróia é considerada uma das mais antigas da Península Ibérica e das apresentam melhor estado de conservação, a que não será estranho o facto de ter estado soterrada por dunas de areia durante muitos séculos e de só ter sido colocada totalmente a descoberto nos anos 70 do século passado.

Segundo Inês Vaz Pinto, a Basílica Paleocristã de Tróia, que antecedeu a Capela de Nossa Senhora de Troia, onde se realiza a festa anual dos pescadores de Setúbal, tinha pintura em todas as paredes, até uma altura média de 3,15 metros, que terá sido executada logo que a igreja foi feita, no final do século IV ou no início do século V.

Uma dessas paredes tem estado a ser recuperada com o apoio financeiro da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), que se tem interessado pelas ruínas de Tróia, por considerar que se trata de um património histórico ligado às vertentes da pesca, indústria e transporte marítimo de mercadorias e que por isso são parte da história do porto de Setúbal.

“Isto era um grande sítio exportador de produtos de peixe, com muita movimentação de mercadorias e de barcos, com toda a certeza. A APSS já nos apoiou, com 4.500 euros, na recuperação de uma parede e quer renovar o protocolo nos próximos anos”, justifica Inês Vaz Pinto, satisfeita com a ajuda financeira da administração portuária de Setúbal.

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As ruínas romanas de Tróia

As ruínas romanas de Tróia

Os trabalhos de restauro das pinturas romanas de Tróia, que estão a decorrer desde 2012, visam também corrigir algumas intervenções efetuadas na década de 1970, em que os materiais utilizados para a conservação daquele património histórico não terão sido os mais adequados.

“Nos anos 70 sentiu-se a necessidade de fazer restauros. Consolidaram-se as paredes com gesso e argamassa à base de cimento. São materiais que não são considerados adequados, porque são muito mais resistentes do que as próprias pinturas e que fazem, por vezes, estalar as pinturas que estão à volta ou concentrar os sais nessas áreas”, diz.

Para Inês Vaz Pinto, a recuperação das pinturas da basílica paleocristã representa um contributo importante para a valorização do património histórico das Ruínas Romanas de Tróia, classificadas como Monumento Nacional desde 1910.

/Lusa

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