Sexta-feira, Abril 25, 2025
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A propriedade privada mais rebelde de Nova Iorque é um triângulo no chão

Nova Iorque pode ser famosa pelos arranha-céus, mas o símbolo de rebeldia da cidade encontra-se no meio da rua – mais precisamente, na calçada de uma tabacaria no bairro Greenwich Village, em Manhattan.

“Obviamente, não é a Estátua da Liberdade, mas para os nova-iorquinos, é uma parte estimada e valorizada da paisagem urbana”, diz Andrew Berman, presidente da Sociedade para Preservação Histórica de Greenwich Village, citado pela BBC.

As charmosas ruas do bairro nem sempre seguem o traçado do “sistema de grade” da cidade – com ruas e avenidas se entre-cortando perpendicularmente: na verdade, três vias encontram-se aleatoriamente em frente ao número 110 da Sétima Avenida.

À primeira vista, parece um cruzamento banal. Táxis amarelos passam apressados pelo Starbucks do lado oposto à tabacaria Village Cigars, enquanto a torre do One World Trade Center desponta ao sul. Numa cidade que naturalmente nos faz olhar para o alto, um pequeno mosaico triangular na calçada, localizado a menos de um metro da porta da tabacaria, poderia passar despercebido.

Composto por ladrilhos desbotados, o triângulo mede aproximadamente 19 centímetros quadrados. Nele, está escrito: “Propriedade dos Hess, que nunca foi destinada a fins públicos”. Uma mensagem enigmática que faz alusão a uma história que “representa a luta pela identidade pessoal nesta área”, acrescenta Berman.

O Greenwich Village sempre foi um pouco diferente: “alternativo, progressista e dinâmico”, nas palavras de Berman. No fim do século XIX, o bairro era uma das áreas com maior diversidade cultural da cidade. Mas, em 1910, o cenário era bem diferente. A Sétima Avenida, que corta toda a extensão de Manhattan, terminava a quase 1,6 quilómetros ao norte do Greenwich Village. Sem o tráfego da avenida, a região parecia calma e intimista.

No lugar do enigmático triângulo, ficava um prédio residencial construído pelo americano David Hess, que tinha falecido três anos antes, em 1907. Em mapas do fim do século XIX, o prédio aparece marcado com o nome Vorhes, e também com o número de lote 55.

O início do século XX foi uma época de profundas mudanças na cidade. A recém-inaugurada Pennsylvania Station, com o seu túnel do metro sob o Rio Hudson, passou a levar um grande número de passageiros diretamente para o coração de Manhattan.

A ideia era estender tanto a Sétima Avenida como a linha de metro que ficava abaixo dela em direção ao sul, a fim de melhorar as conexões entre a Baixa de Manhattan e o centro da cidade, os dois principais polos comerciais de Nova Iorque.

Um artigo do jornal The New York Times de outubro de 1913 informava que 253 construções seriam derrubadas para acomodar a avenida. Um dos prédios que estavam destinados à demolição era o edifício Vorhes.

A cidade de Nova Iorque reivindicou o chamado “domínio eminente” para desapropriar os imóveis. Este recurso, previsto na Quinta Emenda à Constituição dos EUA, determina que “o governo tem o direito de usar a propriedade privada de alguém para fins públicos”, como a construção de estradas, conforme explica o advogado Jonathan Houghton, do escritório de advocacia Goldstein Rikon Rikon & Houghton PC, um dos mais antigos da cidade, especializado em desapropriação de propriedades e domínio eminente.

Irritada com o que considerava abuso de poder, a família Hess bateu o pé e recusou-se a vender a propriedade. Nos anos seguintes, lutou contra a decisão, mas “impedir uma ação de domínio eminente em Nova Iorque é extraordinariamente difícil”, afirma Houghton. Em 1913, a família já tinha esgotado todos os recursos legais.

O prédio foi demolido pouco tempo depois e a ampliação da Sétima Avenida acabou por passar exatamente pelo local onde ficava o lote 55.

Esse poderia ter sido o fim da história. Mas, se se observar bem de perto os mapas da cidade de 1916, é possível ver um pequeno ponto triangular que permaneceu no lote 55. “Um ponto muitas vezes ignorado porque sobraram muitos pequenos lotes de tamanho irregular após a destruição – mas o Triângulo de Hess era o menor”, diz Berman.

O prédio já não existia, mas um erro de levantamento topográfico indicava que uma parte do lote 55 tinha sobrevivido e ainda era legalmente propriedade dos Hess.

O que aconteceu a seguir não é totalmente claro. A principal versão diz que, ao perceber o erro, a cidade solicitou que a família Hess doasse o pequeno lote, assumindo que um pedaço tão pequeno de terra não teria valor comercial. Mas, novamente, os herdeiros se recusaram. O caso voltou ao tribunal e a família saiu vitoriosa. A cidade de Nova Iorque teve que reconhecer o seu direito legal ao pequeno triângulo.

No entanto, um artigo publicado no The Philadelphia Evening Ledger, em 29 de julho de 1922, contradiz esta versão. O texto afirma que, no ano anterior, a cidade de Nova Iorque solicitou aos herdeiros de Hess que pagassem os impostos acumulados referentes ao restante do lote. Mas Frank Hess, filho de David, alegou não ter conhecimento de que parte do lote ainda estava no nome da família.

O que se sabe é que em 26 de julho de 1922 o mosaico foi instalado. No dia seguinte, um artigo do New York Times dizia que o triângulo fora “avaliado nos livros fiscais por 100 dólares”, referindo-se provavelmente ao imposto anual da propriedade.

Após visitar o lote, Frank negociou um contrato de locação com a Village Cigars, incluindo a exigência de que o terreno fosse marcado como propriedade privada. Em 1938, o Triângulo de Hess acabou sendo por ser vendido à tabacaria por mil dólares – valor que, ajustado pela inflação, equivaleria hoje a cerca de 17,5 mil dólares.

Hoje, o triângulo mantêm-se no local preservado exatamente como era. Mais de 80 anos depois, os capítulos desta história começaram a confundir-se: algumas versões afirmam que o próprio David Hess lutou contra o governo da cidade de Nova Iorque.

No entanto, o Triângulo de Hess vai muito além da história da sua origem – transformou-se num símbolo de rebeldia. Segundo Berman, é o “emblema de um indivíduo que desafia a câmara da cidade e, dentro das suas limitações, vence”.

ZAP //



Turistas vão poder visitar as ruínas do Titanic (no fundo do mar)

Teufelbeutel / Wikimedia

“Viagem inaugural do Titanic”, óleo de Karl Beutel

Para os fãs do Titanic dispostos a gastar, a companhia de exploração privada Ocean Gate oferecerá passeios até os destroços do navio Titanic, que afundou em 1912 no Atlântico Norte.

Por 125 mil dólares, será possível submergir os 4 quilómetros até ao famoso navio, num clima agradável e acolhedor ao lado de especialistas na história do Titanic. “Isso amortecerá o congelamento e as duas horas de descompressão nas águas profundas”, afirma o ex-banqueiro de investimentos Stockton Rush, fundador da Ocean Gate.

Oficialmente chamado de Titanic Survey Expedition, cada mergulho ou “missão” é uma experiência de 10 dias que inclui oficinas de treino com especialistas subaquáticos, além de acomodações e refeições a bordo do navio de apoio.

A cada descida, que demora cerca de 90 minutos, três clientes serão acompanhados por um piloto e um historiador, que relatará informações sobre o naufrágio. Lá, de acordo com o All That’s Interesting, os passageiros terão três horas de tempo livre para explorar os destroços, juntamente com biólogos e especialistas marinhos.

Stockton Rush, idealizador do projeto, é obcecado por mergulhos em águas profundas. Apesar de argumentos contrários, acredita que os submarinos são perfeitamente seguros como veículos de turismo. “Não houve uma lesão na sub-indústria comercial em mais de 35 anos. É muito seguro, porque têm todos estes regulamentos. Mas também não houve inovação nem crescimento – porque têm todos estes regulamentos”, afirmou Rush.

Num estudo, investigadores notaram que havia um grande apetite por viagens de aventura “participativas” no oceano profundo. As expedições submarinas em locais históricos, realizadas pelo Ocean Gate desde 2009, servem à função multiusos de exploração científica, resposta a desastres e especulação de recursos.

O primeiro submarino de sucesso, Titã, tem uma fibra de carbono suficientemente forte para suportar a enorme pressão que envolveria o mergulho a uma profundidade de quatro quilómetros.

Os primeiros testes de pressão e temperatura já foram realizados e Titã foi considerado pronto para mergulhar nas profundezas das ruínas do Titanic. O lançamento está previsto para o próximo ano e muitos dos bilhetes já estão comprados.

ZAP //



Na Holanda, os ciclistas que usarem telemóvel vão ser multados. São quase 100 euros

Os ciclistas holandeses vão passar a ser multados a partir de segunda-feira em 95 euros se utilizarem o telemóvel enquanto andam de bicicleta, anunciou nesta sexta-feira o governo, que procura reduzir o número crescente de acidentes.

Num país onde existem mais bicicletas do que habitantes, não é estranho ver ciclistas colados ao ecrã do smartphone. A fim de conter essa tendência, a Holanda estendeu a lei que proíbe o uso de telemóveis sem um kit adequado num veículo em movimento, que até agora era aplicado apenas a motoristas e automobilistas.

“O meu apelo a todos os ciclistas é claro: mantenham o telemóvel no bolso e poupem 95 euros”, disse a ministra holandesa das Infraestruturas, Cora van Nieuwenhuizen.

Além dos telemóveis, a proibição aplica-se também a tablets, players de música e câmeras. No entanto, o uso desses dispositivos eletrónicos num sinal vermelho é legal, sendo que a lei só se aplica somente quando é usado em andamento.

As multas para os ciclistas serão mais baratas do que as reservadas a motoristas e motociclistas, que podem ser autuados num valor máximo de 240 euros.

A organização holandesa para a segurança rodoviária (SWOV) acredita que o uso de telemóveis na bicicleta é um perigo crescente, apesar da existência de uma infraestrutura muito boa para os ciclistas. Segundo a organização, os smartphones estão envolvidos em um em cada cinco acidentes envolvendo jovens em bicicletas.

A publicação do projeto foi recebida com emoção por parentes de vítimas de acidentes de bicicleta na Holanda, onde o ciclismo é um modo de vida: o país tem quase 23 milhões de bicicletas para 17 milhões de habitantes, de acordo com a associação BOVAG.

Michael Kulkens, cujo filho de 13 anos, Tommy-Boy, morreu em um acidente de bicicleta em 2015, enquanto usava o telefone, fazia campanha pela proibição há muito tempo.

Após o anúncio do governo, ele partilhou o seu alívio. “Dentro de mim, posso dizer: ‘Nós fizemos isso, Tommy-Boy, nós fizemos isso”, explicou à imprensa holandesa.

// Lusa



Ilha paradisíaca destruída por um ciclone está à venda

Nos últimos anos, a Ilha Dunk, na costa australiana de Queensland, tem sido um refúgio de férias privado para os seus proprietários.

Até 2011, a ilha paradisíaca, que fica próximo da Grande Barreira de Corais, abrigava um resort com 160 quartos. Mas a propriedade foi destruída por um ciclone naquele ano. Na época, o turismo em toda a região estava em crise. Em vez de reformar o hotel, os proprietários embolsaram o pagamento do seguro e decidiram aproveitar Dunk sozinhos.

Agora, a ilha está à venda no mercado com um preço inicial de aproximadamente 20 milhões de dólares australianos – cerca de 12 milhões de euros.

Tom Gibson, que está a gerir a venda na empresa de serviços imobiliários JLL, diz que o comprador receberá o “esqueleto” do antigo resort, uma pista de pouso construída pela companhia aérea australiana Qantas, energia elétrica e uma estação de tratamento de esgoto. Segundo ele, os atuais proprietários querem vender a ilha para alguém que possa “trazer a operação de volta à vida”.

O destino de Dunk faz parte de um cenário de decadência que atinge diversos resorts ao longo da icónica barreira de corais australiana. É uma da série de ilhas paradisíacas que foram à ruína, à medida que fortes ciclones e a crescente concorrência atingiram em cheio o turismo. Os investimentos sofreram perdas e vários hotéis insulares ficaram abandonados.

“Não podemos depender das glórias passadas, quando éramos destino de férias favorito dos australianos”, diz Daniel Gschwind, diretor-executivo do Conselho da Indústria de Turismo de Queensland. “Demorou um tempo para perceber e reagir”, acrescenta.

Com aproximadamente o tamanho da Itália, a Grande Barreira de Corais estende-se por 2.300 quilómetros ao longo da costa de Queensland. Uma das principais portas de entrada para o maior recife de corais do mundo é o conjunto de resorts das Ilhas Whitsundays.

Neste momento, Gschwind diz que quatro das sete ilhas do arquipélago que oferecem hospedagem para turistas estão fechadas. Isto deve-se em parte aos fortes ciclones que atingiram a região, sobretudo o ciclone tropical Debbie em 2017.

Mas a devastação causada vai muito além dos danos às propriedades, uma vez que os desastres naturais podem golpear o turismo muito tempo depois de o sol voltar a brilhar. “Esses impactos de perceção costumam ser mais catastróficos para a nossa indústria do que os danos físicos causados”, afirma.

Segundo ele, alguns negócios não sofreram avarias físicas, mas estão “à beira do colapso”, já que os turistas se afastaram da região por medo de não ser um passeio seguro ou agradável.

“É deprimente quando se vai a esses lugares e o sol brilha, está calor e as pessoas estão lá sentadas, sem clientes, por nenhum motivo aparente.”

Aperto económico

O clima não foi o único fator que prejudicou o turismo na ilha. O dólar australiano forte, aliado a um aumento nas tarifas das passagens aéreas, representou um duro golpe para muitos operadores de turismo.

De acordo com analistas, a tendência intensificou-se há cerca de uma década, quando em vez de passar férias no próprio país, os australianos conseguiam pagar por viagens mais exóticas para lugares como Bali, na Indonésia, ou Phuket, na Tailândia. Para os turistas internacionais, a Austrália parecia um destino muito caro.

“A força da moeda é o maior impulsionador do mercado de turismo australiano”, diz Sam Charlton, coproprietário do Bedarra Island, um resort de luxo ao longo da costa norte de Queensland. Charlton e a mulher, Kerri-Ann, compraram Bedarra em 2011. Naquela época, a crise financeira global estava a pesar sobre o turismo e o dólar alto piorava a situação.

Quando o ciclone Yasi chegou em 2011, criou “a tempestade perfeita de efeitos negativos” para os operadores da ilha. Foi o início de um período de decadência para muitos resorts da região. Com cada vez menos turistas a chegar e o dinheiro a acabar, a manutenção começou a ficar em segundo plano.

“O resultado agora é uma coleção de ilhas que têm construções que não são cuidadas há 10 anos”, diz Charlton.

Recuperação gradual

Algumas ilhas fecharam quando os tempos estavam mais difíceis e agora “há muito trabalho a fazer” para reativar essa indústria. Mas muito desse trabalho já começou. O investimento está a voltar à região por meio de uma onda de revitalização.

O resort da Ilha Daydream reabriu oficialmente este mês e a Ilha Great Keppel – famosa pelas festas – foi comprada por uma empresa singapuriano-taiwanesa em 2018. Um resort Intercontinental na Ilha Hayman está previsto para abrir no próximo mês e há um projeto de revitalização da Ilha Lindeman avaliado em 583 milhões de dólares australianos. Em paralelo, a Long Island estaria à venda no mercado por cerca de 15 milhões de dólares australianos.

A empresa JLL, de Gibson, geriu várias vendas de ilhas em Queensland nos últimos anos. A região “baixou um pouco a guarda a partir de 2005 com a falta de reinvestimento” – mas isso está a mudar.

Este mês, o governo de Queensland disse que investiria mais de 55 milhões de dólares australianos em parceria com o setor privado “para restaurar a antiga glória desses resorts”.

O turismo já apresenta sinais de recuperação. O grupo Tourism and Events Queensland diz que 7,7 milhões de pessoas visitaram regiões ligadas à Grande Barreira de Corais em 2018 – um aumento de 13% em relação ao ano anterior.

Isto representa um impulso importante ao setor. Um relatório da Deloitte de 2017 mostrou que a Grande Barreira de Corais sustenta 64 mil empregos e contribui com 6,4 mil milhões de dólares australianos por ano para a economia australiana.

Ainda assim, algumas pessoas estão preocupadas com o impacto da mudança. Grupos de conservação têm demonstrado receio em relação aos planos de desenvolver ilhas como Hinchinbrook, um dos maiores parques nacionais insulares, arrendando a grupos comerciais.

A preservação dos corais também está sob os holofotes. A ameaça representada pelas mudanças climáticas e o aumento da temperatura do mar, que provoca o branqueamento generalizado de corais, levanta preocupações sobre seu futuro.

Essa perspetiva não está a ajudar a indústria do turismo do resort Bedarra Island. “É frustrante como que haja toda esta pressão de dizer que o coral está a morrer. Não está.” O recife de corais está “em condições muito boas, na verdade”.

“O pobrezinho do recife atraiu muita publicidade negativa que não merece. Ao ponto de recebermos hóspedes que vêm para ver o coral antes que desapareça. E quando voltam do passeio ao coral, dizem que é espetacular, cheio de cor e vida – e é mesmo.”

ZAP // BBC



Chernobyl vai ser um local turístico oficial

O presidente ucraniano assinou na quarta-feira, em visita a Chernobyl, um decreto que permite o desenvolvimento do território afetado pelo desastre de 1986.

“O decreto determina o início da transformação da zona de exclusão de Chernobyl num dos pontos de crescimento da nova Ucrânia. Primeiro de tudo, vamos criar um ‘corredor verde’ para os turistas e eliminar assim as transgressões dos curiosos.”

O documento assinado visa o desenvolvimento e adoção da Estratégia de Desenvolvimento de Chernobyl como atração turística. De acordo com a página oficial da Presidência da Ucrânia, o decreto prevê também novas rotas turísticas, incluindo caminhos de água, que serão criados para o efeito, novos pontos atrativos, podendo assim fechar os existentes atualmente para restauração e melhoria de condições.

A maioria das restrições e proibições, como a captura de vídeo, serão removidas. O sinal dos meios de comunicação também será melhorado.

O decreto surge após a série televisiva da HBO, “Chernobyl”, que fez com que as visitas ao local aumentassem significativamente. Volodymyr Zelenskyy afirmou que quer que Chernobyl deixe de ser “uma mancha negativa no nome da Ucrânia” e que este é o “momento para mudar isso”.

De acordo com a CNN, o presidente ucraniano enfatizou o facto de Chernobyl ser um “local único no planeta onde a natureza sobreviveu a um desastre causado pelo homem, onde existe uma autêntica ‘cidade fantasma’. Temos de mostrar este sítio ao mundo: cientistas, ecologistas, historiadores e também turistas”.

Com o documento, o chefe de Estado espera eliminar também a corrupção existente. Os oficiais de segurança do local recebem muitas vezes subornos de turistas para entrarem no local ou para exportarem ilegalmente sucata deixada ao abandono e recursos naturais da zona.

“Vamos parar com isso brevemente. Vamos finalmente tornar a zona de exclusão de Chernobyl num íman turístico e científico. Vamos torná-la numa terra de liberdade que será um dos símbolos da nova Ucrânia. Sem corrupção. Sem proibições desnecessárias.”

Chernobyl tornou-se um dos exemplos mais populares do fenómeno conhecido como dark tourism – um termo para locais associados à morte e ao sofrimento, como os campos de concentração nazis na Europa ou o Memorial e Museu do 11 de setembro em Nova Iorque.

O acidente ocorreu a 26 de abril de 1986, durante um teste da estação que simulava uma falha de energia, resultando num incêndio que durou nove dias. A quantidade de mortes, ainda hoje, é caso de discussão, não havendo um número oficial. A explosão causou 31 mortes diretas, mas expôs milhões de pessoas a níveis de radiação perigosos. Houve 134 mil pessoas hospitalizadas. A catástrofe é considerada a maior de origem nuclear da história.

A Organização das Nações Unidas (ONU) previu até nove mil mortes relacionadas com cancro em 2005 e a Greenpeace estimou até 200 mil mortes.

Apenas cerca de 150 idosos vivem na zona de exclusão. As autoridades dizem que só será seguro para os humanos morarem lá novamente em 24 mil anos, segundo a AFP, embora os turistas possam visitar o local por curtos períodos de tempo.

ZAP //



No Japão, pilotar drones enquanto bêbado dá prisão

Os drones revolucionaram a fotografia, ajudaram na conservação, transportaram órgãos para transplantes e até já ajudaram em missões de busca e salvamento.

Mas as máquinas voadoras controladas remotamente nem sempre são usadas para o bem. Também já entregaram drogas ilegalmente em prisões, assustaram um idoso agricultor turco e cancelaram voos num dos aeroportos mais movimentados do mundo.

O governo do Japão está a levá-los a sério, tornando ilegal pilotar drones em estado de embriaguez esta semana. Sob a nova legislação, os cidadãos japoneses apanhados a pilotar drones com mais de 200 gramas enquanto embriagado poderão ser multados em até 300 mil ienes (2.450 euros) ou até dar pena de prisão até um ano.

“Acreditamos que pilotar drones depois de consumir álcool é tão sério como conduzir bêbado”, disse um funcionário do Ministério do Transporte à AFP.

As novas leis visam ainda as pessoas que fazem acrobacias perigosas com os aparelhos, como mergulhar drones em direção a multidões, ameaçando-as. As multas vão até 500 mil ienes (4.098 euros).

O Japão não é o único país a posicionar-se contra o uso inseguro de drones. Em janeiro, o ministro dos Transportes do Canadá anunciou novas regulamentações que proibiam os drones de voar perto de aeroportos e em situações de emergência e proibiam os seus pilotos de estar sob a influência de drogas ou álcool.

Estes atos também foram proibidos em New Jersey no ano passado, assim como o uso de drones perto de prisões e a perseguição da vida selvagem.

As novas leis do Japão também proíbem os drones de voar a menos de 300 metros das forças armadas e instalações relacionadas com a defesa sem permissão. Os pilotos de drones devem aderir a um conjunto específico de regras, incluíndo voar apenas à luz do dia, evitando multidões, não perdendo de vista o drone e voar a uma altitute não superior a 150 metros.

O Japão tem visto uma série de incidentes relacionados a drones nos últimos anos. Em 2015, preocupações de segurança foram levantadas quando um drone equipado com uma câmara e uma garrafa cheia de conteúdo não identificado pousou no telhado dos escritórios do primeiro-ministro do Japão. Traços de radiação terão sido detetados no drone, mas ninguém ficou ferido.

Em 2017, um grande drone no festival de robôs da cidade de Ogaki foi feito para atirar doces às crianças. No entanto, caiu e feriu seis pessoas.

ZAP //



Turistas descuidados estão a destruir a árvore mais antiga do Reino Unido

O Teixo de Fortingall é a árvore mais antiga do Reino Unido e potencialmente de toda a Europa. No entanto, turistas descuidados estão a destruí-la aos bocados.

Para se ter uma ideia de quão antiga é esta árvore, é importante saber que ela já existia enquanto as Pirâmides e o Stonehenge ainda estavam a ser construídos. Com uns estimados 5 mil anos, a árvore cresceu dentro de uma igreja na vila de Fortingall, na Escócia. Agora, é visitada por milhares de turistas que vêm para ver a árvore milenária.

Segundo os cuidadores da árvore, a presença invasiva de turistas, que tentavam pendurar fitas nela, levou a que alguns dos seus galhos fossem arrancados.

O Teixo de Fortingall tem cerca de 16 metros de largura e sete metros de altura. Com o passar do tempo, segundo explica o All That’s Interesting, aparentemente cresceram troncos separados, que se dividiram e reuniram-se num grupo mais pequeno de árvores. Apesar de parecer bizarro, este comportamento é considerado normal.

Os cientistas não conseguem precisar quantos anos tem o teixo, uma vez que o interior da casca apodreceu, mas de acordo com cálculos feitos no século XIX, a árvore terá entre 2 mil a 5 mil anos.

A sua longevidade, contudo, pode estar agora sob ameaça dos turistas mais descuidados. Na tentativa de pendurar lembranças no teixo, alguns dos visitantes danificam a árvore e põe em risco a sua conservação.

Placa de metal do Teixo de Fortingall que, entretanto, foi derrubada por turistas.

O impensável aconteceu em 2015, quando a árvore “mudou de sexo”. O teixo, que durante muito tempo foi tido como “masculino” começou a dar frutos, uma característica que é típica de árvores “femininas”. Os cientistas ainda não conseguiram perceber totalmente o fenómeno, mas acreditam que esta “mudança de género” terá a ver com o stress ambiental.

É uma estratégia para a longevidade“, disse Brian Muelaner, presidente do Ancient Tree Forum, em declarações ao jornal britânico The Guardian. “O Teixo de Fortingall é tão fragmentado que se pode ter tornado sexualmente ambíguo”, acrescentou.

Num esforço para preservar o ADN da árvore, os seus cuidadores lançaram uma iniciativa chamada Church Yew Tree Project, que tem como objetivo criar e distribuir sebes de árvores de teixo noutros cemitérios.

“Se tivermos a sua progenitora, temos os clones a crescer noutro lugar. Assim, o ADN será protegido e salvaguardado, e teremos mais teixos importantes”, explicou Catherine Lloyd, coordenadora do Tayside Biodiversity Community Partnership.

ZAP //



“Turistas do Instagram” multiplicam-se em Chernobyl. Escritor da série pede respeito

O escritor da série da HBO Chernobyl condenou a multiplicação de selfies e fotografias inapropriada tiradas por turistas e influencers que visitam o local do maior desastre nuclear da Ucrânia. Craig Mazin pediu respeito para todos os que sofreram com a catástrofe que atingiu a cidade em 1986. 

A produção norte-americana, que é já a série com melhor pontuação no IMBD, fez disparar o turismo na região entre 30 a 40%. Deu-se um boom turístico na cidade de Chernobyl e as fotografias nas redes sociais começaram a proliferar.

Vários influencers e turistas têm sido criticados nos últimos dias por utilizarem o local onde ocorreu um desastre para encenar fotografias para as redes sociais. Numa das publicações mais recentes, é possível ver uma jovem a pousar para a fotografia em fio dental. É este tipo de imagens impróprias que Mazin lamenta.

“É maravilhoso que Chernobyl tenha inspirado uma onda de turismo para a Zona de Exclusão (…) Mas sim, eu vi as fotografias que andam por aí”, escreveu esta quarta-feira na sua conta oficial no Twitter.

“Se visitarem o local, lembrem-se que uma tragédia horrível aconteceu lá. Comportem-se com respeito por todos aqueles que sofreram e se sacrificaram”, pediu.

Fazendo uma pesquisa nas redes sociais por localização ou tag com as palavras Pripyat e Chernobyl, as zonas mais afetadas pelo desastre, é possível ver inúmeras fotografias de pessoas a pousar no local do desastre. A Roda Gigante de Pripyat, que está dentro do parque de diversões abandonado da cidade, é um dos cenários mais populares, a par dos prédios abandonados e em ruínas.

Apesar das críticas, há também vários internautas que alertam que nem todo o turismo na zona é inapropriado ou protagonizado por influencers ou “turistas do Instagram”.

Atualmente, a zona é uma “cidade-fantasma” e não será habitável durante vários séculos. Os cientistas estimam que a concentração de elementos radioativos só deverá desaparecer em 24.000 anos. Chernobyl parou no tempo, sendo agora o espelho de uma das mais modernas cidades da antiga União Soviética.

Restam prédios abandonados num cenário pós-apocalíptico, onde a vegetação e a floresta invadem os edifícios. Em 1980, antes dos desastre, viviam na zona 50 mil pessoas. Hoje, vivem lá alguns animais selvagens.

Não há números certos sobre as vítimas do desastre de Chernobyl. As Nações Unidos estimaram 9.000 mortes devido a cancros relacionados coma. exposição à radiação, já a Green Peace estima 200.000 mortos em consequência de outros problemas de saúde associados à explosão. 31 pessoas morreram quando reator nuclear explodiu, sendo este o número oficial da União Soviética, que permanece inalterado desde 1987.

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A primeira piscina infinita com vista de 360º vai nascer em Londres

A Compass Pools revelou na passada semanas um dos seus projetos mais ambiciosos: o Infinity London. A empresa pretende construir um prédio que terá no seu topo a primeira piscina do mundo com vista de 360 graus.

Em causa esta um novo arranha-céus de 55 andares que vai ser construído na capital britânica e “coroado” por uma piscina infinita, isto é, uma piscina sem fronteira e com todos as laterais da construção transparentes, precisou a Compass Pool.

Com uma capacidade de 600.000 litros, as paredes e o piso da piscina serão de acrílico fundido em vez de vidro, o que permitirá aos visitantes do andar térreo observar os banhistas que estão no topo do edifício.

Para conseguir o design perfeito, os arquitetos projetaram uma solução inovadora para chegar até à piscina: uma porta submarina. Na prática, os banhistas que queiram ir à piscina terão que percorrer uma escada em espiral que vai atravessar a água a partir do fundo da construção.

Entre as tecnologias da piscina existirá um aparelho para monitorizar a velocidade do vento, que será depois ligado a um outro sistema para garantir que a água está na temperatura correta e que esta não será derramada para a rua. O sistema de aquecimento vai utilizar a energia residual do sistema de ar condicionado do arranha-céus.

A piscina terá ainda um conjunto de luzes que farão com que o edifício se assemelhe a uma lanterna brilhante durante a noite. De acordo com a companhia, e se todos os parceiros e empreiteiros forem confirmados, a construção arrancará em 2020.

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O medo de voar pode levar ao fim das companhias aéreas

Jetstar / Flickr

O medo de voar e o crescimento e difusão do mercado dos carros autónomos pode levar à ruína das companhias aéreas. Estas são as conclusões de uma investigação às preferências de viagem dos consumidores.

As companhias aéreas podem ter os seus dias contados e tudo graças à prosperidade do mercado dos veículos autónomos, que tem crescido de forma galopante. À medida que a tecnologia vai evoluindo e tornando-se mais segura e capaz, as pessoas podem deixar de viajar de avião — pelo menos é o que sugere um estudo publicado no ano passado na revista International Journal of Aviation, Aeronautics, and Aerospace.

O Fast Company dá o exemplo de uma viagem entre Atlanta e Washington, que de carro demoraria cerca de dez horas. De avião, o voo seria de duas horas, mas há várias condicionantes que aumentam o tempo da viagem. Com atrasos, check-in, controlo de segurança, levantar as malas, alugar um carro e conduzir até ao destino, o tempo total pode ser entre quatro e cinco horas.

Com o surgimento dos carros autónomos, o veículo evita todos os diferentes estágios burocráticos de uma viagem de avião. Além disso, o condutor pode fazer o que quiser durante a viagem, com o veículo a assumir controlo da condução.

Atualmente, há ainda um certo receio quanto aos veículos autónomos, com a tecnologia a ainda não estar desenvolvida o suficiente para dar 100% de garantias a todos. No entanto, com o tempo, os investigadores acreditam que o ceticismo vá passar e que haja uma maior aceitação da automatização dos veículos.

Os investigadores mostraram aos voluntários do estudo viagens de diferentes comprimentos e pediram que escolhessem se prefeririam conduzir, viajar de avião ou serem levados por um carro autónomo. Em geral, os dados indicaram que as pessoas preferiam veículos sem motorista do que serem eles próprios a conduzir.

A ideia de viajar de carro autónomo ficou ainda mais atraente quando as pessoas soubessem que, depois de voar, precisariam de um carro alugado na sua cidade de destino.

Em viagens curtas, com uma viagem de cinco horas, dois terços das pessoas preferem conduzir sozinhas. Isso não mudou muito quando lhes foi oferecido um carro autónomo, a menos que lhes dissessem que precisariam de um carro alugado na cidade de destino. Aí, quase três quartos das pessoas preferiram um carro autónomo ao voo.

Como poderia afetar as companhias aéreas

Perder até um em cada dez clientes reduziria substancialmente a receita das companhias aéreas. Um menor rendimento provavelmente faria com que elas reduzissem o seu serviço, voando menos rotas com menos frequência.

O problema não seria apenas os clientes que optaram por não voar. Alguns passageiros podem dividir viagens entre carros autónomos e aviões, o que reduziria ainda mais a receita das companhias aéreas. Por exemplo, uma pessoa em Savannah, na Geórgia, que queira ir a Londres, pode optar por mudar de avião em Atlanta — ou ir de carro autónomo para o aeroporto de Atlanta e saltar a escala.

Estas mudanças podem mudar substancialmente a indústria da aviação, com as companhias aéreas a pedir menos aviões aos fabricantes, aeroportos com menos voos diários e menores receitas de estacionamentos, e até mesmo hotéis de aeroportos a hospedar menos pessoas. O futuro dos carros autónomos é atraente para os consumidores — o que significa que o futuro do voo comercial está em perigo.

ZAP //



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