O último teste de voo realizado pelo AlbatrossOne, da multinacional Airbus, veio provar que o “bater da ponta das asas” pode melhorar o desempenho da aeronave. Além disso, o avião atingiu agora uma nova meta – a ponta das suas asas vai passar a ser 75% maior.
No ano passado, a Airbus deu a conhecer o AlbatrossOne, uma nova aeronave que tem uma característica peculiar, inspirada no voo do albatroz – a ponta das asas “batem”. Essa característica faz com que as pontas das asas batam livremente, reagindo e dobrando consoante as rajadas de vento, o que irá reduzir o arrasto e os efeitos da turbulência.
O avião, baseado no A321, é construído a partir de polímeros reforçados com fibra de carbono e fibra de vidro e as pontas das suas asas são articuladas e “semi-aeroelásticas”.
De acordo com a CNN, após um segundo teste de voo bem-sucedido, o AlbatrossONE atingiu um novo marco: as pontas das asas são 75% mais longas do que as testadas na primeira fase.
Tom Wilson, líder do projeto semi-aeroelástico da Airbus, disse esta semana num comunicado que os testes lhes “permitiram provar que as pontas das asas a bater livremente podem aliviar a carga das asas, enquanto aumentam a taxa de rotação em comparação com as pontas de asas fixas e evitam tip stall durante a aterragem“, melhorando o desempenho da aeronave.
O engenheiro-chefe da AlbatrossOne, James Kirk, acrescentou: “Agora que obtivemos a validação do conceito em pequena escala, aumentaremos os nossos esforços para aperfeiçoar a tecnologia numa escala maior.”
“O conceito de pontas das asas com dobradiças não é novo”, disse Wilson, referindo-se à inspiração no albatroz, uma ave marinha capaz de voar durante horas com pouco esforço das suas asas.
“Os jatos militares já as usam para permitir uma maior capacidade de armazenamento nos porta-aviões. No entanto, o AlbatrossOne é a primeira aeronave a ser testada em voo, batendo as pontas das asas livremente – que correspondem até um terço do comprimento da asa”, acrescentou.
A nova aeronave da Airbus faz parte de um “bando” de designs da empresa aeroespacial que foram inspirados em pássaros. O projeto de demonstração de voo fello’fly está a investigar se a eficiência aerodinâmica pode ser aumentada se as aeronaves comerciais voarem em formação, imitando os padrões de voo dos pássaros.