Irlandeses estão a marcar consultas dentárias em Tenerife para contornar a proibição de viajar

Vários turistas irlandeses estão a marcar consultas dentárias em Tenerife para conseguirem desfrutar de umas férias na ilha espanhola sem violar as proibições de viagem decretadas por causa da pandemia de covid-19.

De acordo com relatórios citados pelo jornal britânico The Independent, dezenas de viajantes que partem do aeroporto de Dublin têm apresentado documentos aos oficiais de fronteiras nos quais asseguram que a sua viagem até à ilha espanhola, um destino de férias famoso entre os irlandeses, se deve a uma consulta odontológica.

As consultas médicas são uma das exceções previstas pelo Governo irlandês para viagens ao exterior sob as atuais restrições para conter a propagação do SARS-CoV-2 .

“Estamos acostumados com irlandeses que nos procuram para tratamento, mas temos achado estranho o número de pessoas que nos está a pedir uma confirmação por escrito da sua consulta e depois não aparece”, disse Roberta Beccaris, rececionista de uma clínica dentária na ilha espanhola, em declarações à RTE Radio 1.

“Agora entendemos que era apenas uma desculpa para virem cá passar umas férias. Estão a tirar consultas a pessoas que realmente precisam delas, que estão com dores”.

Funcionários dos serviços de imigração do aeroporto de Dublin relataram que até 40% dos viajantes para destinos de sol tinham com cartas para consultas dentárias.

De acordo com o mesmo jornal britânico, a muitas destas pessoas decidiram avançar com a viagem mesmo depois de serem avisadas que, caso as marcações de consultas se viessem a provar falsas, poderiam ser multados em até 2.000 euros.

Entretanto, as autoridades já avançaram que vão alterar as suas abordagem.

“Avisamos as pessoas que podem ser processadas se continuarem com a viagem e não consideramos razoável uma consulta no dentista em Tenerife. Dizemos: “Esse não é um motivo razoável para viajar e estamos a dar instruções para que não o façam. Se continuarem com a viagem podem, na verdade, cometer dois crimes diferentes”.

A pandemia já matou pelo menos 2.384.059 pessoas em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Desde que foi conhecida a doença, em dezembro de 2019, mais de 108.151.590 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados, dos quais pelo menos 66.091.900 já são considerados curados.

Os números, divulgados pela agência France Presse, são baseados em relatórios diários das autoridades de saúde de cada país. Os países que registaram o maior aumento de mortes foram os Estados Unidos, com mais 5.527 óbitos, México (1.323) e Brasil (1.288).

ZAP //



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