A pandemia ainda não deu tréguas, mas Itália já tem forma de revolucionar o turismo

Itália é um dos países mais procurados da Europa pelos turistas. Contudo, o excesso de visitantes em algumas cidades pode tornar a experiência menos agradável, por isso surgiu uma ideia que pode revolucionar o turismo no país.

Antes da pandemia de covid-19, Florença estava a lutar contra o excesso de turismo. A Galeria Uffizi – um dos museus mais conhecidos do mundo – era dos locais que mais visitantes recebia.

Nos meses mais movimentados, o museu chegava a receber cerca de 12 mil visitantes por dia. Na maior parte das vezes os turistas vão até ao local histórico para poderem ver grandes obras de arte, como é o caso da Sagrada Família de Michelangelo.

Porém, conseguir entrar no museu não é uma tarefa fácil. Todos os dias, os turistas encontram grandes filas de espera e a experiência cultural que os visitantes tanto desejam pode tornar-se num verdadeiro tormento.

Para além das filas intermináveis, a direção do museu disse à CNN que muitos visitantes tinham alguns comportamentos menos próprios dentro do local e, como tal, tiveram que instituir uma campanha de bom comportamento.

No entanto, a pandemia fez destes problemas questões não prioritárias. Ainda assim, com a esperança de uma recuperação do turismo já no próximo verão, o diretor da Galeria Uffizi está a desenvolver um plano para ter certeza de que as coisas não vão voltar a ser como no passado.

Interior da Galeria Uffizi, Itália

Com a necessidade de dispersar os turistas da região, e sobretudo do famoso museu, surgiu o projeto Uffizi Diffusi. Este é uma reconstrução do conceito de “hotel disperso”, no qual “quartos” individuais estão localizados em diferentes casas de uma aldeia.

Neste projeto, as obras de arte de Uffizi serão exibidas na região da Toscana, transformando a zona num grande museu “disperso”. Para já, as cidades e as vilas ainda estão a nomear edifícios que podem vir a tornar-se espaços de exposição.

O diretor da Uffizi, Eike Schmidt, disse à CNN que a ideia surgiu durante o confinamento de 2020, por isso passou a maior parte do tempo a trabalhar em potenciais locais e a analisar combinações de obras de arte.

O objetivo é “criar um turismo diferente”, referiu, acrescentando que, para a região, vai “alicerçar a cultura ao quotidiano das pessoas”.

Schmidt considera que “a arte não pode sobreviver apenas com grandes galerias. Precisamos de múltiplos espaços de exposições em toda a região – especialmente nos lugares onde a própria arte nasceu”, frisou.

Não é a primeira vez que o diretor “empresta” obras de arte do museu a outras cidades. Em 2019, o responsável enviou uma pintura de Leonardo da Vinci para a cidade natal do artista, no 500.º aniversário de sua morte.

Os detalhes do novo projeto Uffizi Diffusi ainda estão guardados, mas Schmidt avança que deverão existir “pelo menos 60, talvez até 100 espaços de exposição” em toda a Toscana.

O projeto Uffizi Diffusi visa enviar a arte de volta para o lugar de onde veio, ligando as pessoas diretamente à sua herança, refere o CNN.

A primeira fase do projeto deverá começar no próximo verão, mas para já o país ainda está a lutar contra a subida diária de novos casos de covid-19.

Ana Isabel Moura, ZAP //



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