Turista questionou a diferença de preços cobrados pelos bilhetes do Museu Nacional da Colômbia. Internet relembrou-a que em França acontece o mesmo.
Uma jornalista francesa causou alvoroço nas redes socais depois de expor o seu descontentamento perante as diferenças de preços cobrados a turistas nacionais e estrangeiros no Museu Nacional da Colômbia, localizado em Bogotá — apesar de esta política ser comum em outras partes do mundo.
Guylaine Roujol, que além de jornalista e estudante na Sorbonne se apresenta como “escritora, vegetariana, animalista”, decidiu não pagar os 48.000 pesos (cerca de 9,20 euros) exigidos aos turistas estrangeiros em protesto contra o que ela considerou ser um ato de “discriminação” e “xenofobia“.
Roujol disse sentir-se “humilhada“, “desprezada” e tratada como uma “louca”, e que “os colombianos deveriam aprender o que é a igualdade”.
Este conjunto de afirmações gerou uma série de reações dos utilizadores. Muitas vezes sem sucesso, foi lhe explicado que estava a exagerar, ao passo que outros simplesmente ridicularizavam as suas queixas.
Na publicação, começou por elogiar a remodelação do Museu Nacional da Colômbia, que foi criado em 1823 e é um dos mais antigos das Américas, mas depois procedeu a criticar o seu descontentamento com os valores cobrados.
“A discriminação é lei na Colômbia e eu fiquei aterrorizada ao ver isto vindo de um governo progressista. No passado, a admissão era gratuita aos domingos (…) mas continua a ser gratuita para os estudantes das universidades públicas. Também eu sou estudante de uma universidade pública que é a Sorbonne, em Paris, e mostrei o meu cartão. Mas porque sou francesa, queriam cobrar-me mais“, disse ela.
Roujol considerou que os preços distintos representam uma contradição num governo progressista como o encabeçado por Gustavo Petro e que, além disso, afetam o turismo, que neste momento poderia ser uma importante fonte de rendimento.
Vários utilizadores explicaram-lhe que a sua informação está incorrecta, uma vez que, sem ir mais longe, o Museu do Louvre também cobra taxas mais baixas aos cidadãos da União Europeia.
Esclarecimentos
“Em muitos museus do país, os estrangeiros pagam mais e os locais entram de graça, o que lhe aconteceu não é discriminação, sendo um investigador deve saber isso”, retorquiu um utilizador, pois a jornalista disse que está a investigar crimes de estado cometidos pelo exército colombiano.
Outra apontou que é muito grave a utilização incorreta de termos como ‘discriminação’ e ‘xenofobia’, especialmente se, como ela diz, está a fazer trabalho académico na Sorbonne.
“Estás a estudar seriamente numa universidade que se diz ser maravilhosa e não sabes o que é a xenofobia? Devia recuperar o seu dinheiro [investido nos estudos], madame, porque é pena”, disse outra utilizadora, citada pela RT.
Vários recordaram-lhe que em quase toda a Europa existem taxas diferenciadas para nacionais e estrangeiros, não só nos museus, mas em todos os tipos de serviços, nomeadamente nos transportes públicos.
“O estrangeiro normal que viaja sabe que em muitos países paga mais por algo que um local não paga. Não compreendo o alarido, é o problema mais branco que já vi em muito tempo”, avisou um deles. “É melhor procurar no seu país“, disse outro.
Entre as respostas, houve quem advertisse que a queixa respondia a uma visão colonial. “Está a usar palavras grandes para qualificar um facto que é normal em todo o mundo. Está provavelmente habituada aos privilégios oferecidos aos estrangeiros pelas pessoas que foram colonizadas durante muito tempo”, disse um utilizador.
“Pobre pequena França oprimida por aqueles poderosos interesses económicos latino-americanos, que a França que sofreu tanta exploração nas mãos do Sul global”, ironizou outro.