Os moradores da capital grega estão a colocar avisos falsos referentes a pragas de percevejos devido à crise habitacional.
Os atenienses estão a recorrer a um método inusitado para afastar os turismas dos estabelecimentos de Alojamento Local.
Tal como em Portugal, o mercado de habitação na Grécia está a tornar-se incomportável para a maioria dos gregos, com as rendas a disparar e a gentificação do centro de Atenas, devido à conversão de muitos apartamentos em alojamentos de curta duração para turistas.
Além disto, os preços das casas também dispararam em parte devido a políticas governamentais que oferecem residência a investidores estrangeiros em troca de investimentos imobiliários.
Desta feita, os habitantes frustrados decidiram tentar eles próprios reduzir a procura e afugentar os turistas. No centro da capital grega, há agora avisos falsos de infestações de percevejos a ser colocados nos edifícios.
Os avisos, mal traduzidos para inglês, afirmam que as autoridades de saúde ordenaram a evacuação dos edifícios para proteger os residentes, ameaçando ainda a cobrança de uma multa de 500 euros a quem não cumprir a ordem e ironicamente desejando uma estadia agradável na Grécia.
O Ministério da Saúde da Grécia já refutou publicamente a existência destas pragas e avisou que os avisos são infundados e falsos. As autoridades de saúde estão ainda a colaborar com a polícia para pôr fim a este embuste, que envolve o uso de logótipos de entidades oficiais nos avisos, escreve o Euronews.
A declaração do Ministério enfatiza ainda que ninguém deve intimidar os visitantes ou espalhar desinformação sobre a saúde pública, especialmente porque a Grécia não teve problemas maiores com percevejos.
Este embuste dos percevejos parece ter sido influenciado pela recente praga de percevejos que avassalou França. As redes sociais foram inundadas com imagens e vídeos de percevejos nas camas, comboios e cinemas parisienses, levando a preocupações de que estas pragas se pudessem espalhar para outros países. Já chegaram até a haver relatos de pragas em certas zonas de Portugal.
Este incidente é mais um a demonstrar como a dependência económica do turismo pode ser um pau de dois bicos — por um lado, há a importância que este sector tem a economia e os milhares de empregos que cria, por outro, há a crise na habitação que o boom no alojamento local inevitavelmente traz às cidades.