Com a chegada do coronavírus, os europeus com mais posses perceberam que as casas de férias são o refúgio perfeito para passar a quarentena. Casas em lugares tranquilos e perto da Natureza são os principais requisitos.
“No interior de Cannes, só tínhamos visto uma ou duas transações acima dos 10 milhões de euros na última década”, conta ao site Business Insider Fredrik Lilloe, CEO da Knight Frank Riviera, uma imobiliária de luxo focada na Riviera Francesa. Nos últimos dois meses, porém, este número subiu para cinco.
“As pessoas já não estão interessadas em apartamentos. Procuram um bom terreno, a segurança, o estar perto da Natureza e poder fazer atividades como caminhar, pedalar, correr e praticar desporto”, acrescenta.
Em toda a rede desta agência, as consultas sobre apartamentos caíram 50%, enquanto as pesquisas por propriedades rurais subiram a mesma percentagem. E por propriedades rurais entenda-se casas, tanto no interior como no litoral, que ofereçam “espaço ao ar livre, vegetação, piscina, estacionamento fácil e distância dos vizinhos“, explica Lilloe.
Para além destes pedidos, o agente imobiliário refere que, nos últimos tempos, outro dos requisitos que se tornou habitual é que as propriedades tenham um espaço onde seja possível fazer uma horta.
“Saúde e bem-estar são essenciais hoje em dia e estes clientes podem dar-se ao luxo de contratar chefs pessoais para cozinharem os alimentos fantásticos que foram cultivados nos seus próprios jardins”, declara.
A poucos quilómetros de distância, em Itália, regista-se a mesma tendência. Lodovico Morano, dono da Sotheby’s International Realty Italy, explica ao mesmo site que as hortas, as piscinas e os espaços ao ar livre são exigências comuns.
“Agora, um terraço ou um jardim contam mais do que uma localização privilegiada no centro histórico. A palavra de ordem é tranquilidade, embora também seja importante estar perto de uma vila ou cidade e, no máximo, a uma hora do aeroporto“.
Outras questões que os compradores estão a colocar é se as propriedades têm, pelo menos, dois escritórios para conseguir trabalhar em casa sem problemas e se as divisões são suficientes para todos os membros da família, incluindo as amas que tratam dos mais novos.
“Algumas pessoas estiveram três meses em isolamento com marido/esposa, filhos e ama sob o mesmo teto. Na vida normal, isto nunca aconteceria”, justifica Guy Bradshaw, colega de Morano, mas na Sotheby’s International Realty UK.