No bairro de Manchester, em Houston, os moradores culpam as refinarias pela poluição. Apesar de não haver evidências científicas concretas, um estudo mostrou que crianças que vivem na zona são mais suscetíveis a ter leucemia.
Alguns residentes do bairro de Manchester, do lado Este de Houston, nos Estados Unidos, dizem que o ar cheira a químicos, mas que o cheiro desaparece assim que se distanciam alguns quilómetros. De acordo com os habitantes, a poluição está a prejudicar a saúde de todos os que lá vivem.
Uma porta-voz da Valero Energy Corp, uma das refinarias existentes na área, afirma que a empresa tem trabalhado para reduzir a poluição desde que esta foi comprada, em 1997. A verdade é que, desde que foi adquirida, os níveis caíram cerca de 63%.
“Há a narrativa de que a qualidade do ar está a ficar pior, mas isso não é o que os dados sobre as emissões mostram”, afirmou Lillian Riojas, citada pelo Público.
A Comissão do Texas para a Qualidade Ambiental atribuiu à refinaria Valero o nível máximo no que toca ao cumprimento das leis, enquanto que as outras refinarias das redondezas e instalações químicas conseguiram apenas uma pontuação satisfatória.
Das restantes instalações que envolvem Manchester, a segunda melhor pontuação é atribuída à Goodyear Tire e Rubber Co. A LyondellBasell Industries, TPC Group e Flint Hills Resources, que operam na mesma área, não responderam às questões da Reuters sobre a poluição na zona de Manchester.
Uma das maiores queixas dos moradores é o facto de a poluição estar a prejudicar a sua saúde. Um estudo da Universidade do Texas, datado de 2007, mostra que, numa amostra de mil crianças, aquelas que viviam a três quilómetros do Houston Ship Channel tinham um risco 56% maior de contrair leucemia do que as crianças que vivem a 16 quilómetros do canal.
Os investigadores acreditam que existe uma ligação entre a leucemia em crianças e a poluição do ar, apesar de o estudo não ter conseguido provar quais os poluentes que causam a doença.