Depois de locais como Veneza, em Itália, e a ilha dos dragões de Komodo, na Indonésia, também Miyajima, a “ilha dos deuses” do Japão, irá cobrar bilhete de entrada aos turistas.
A ilha localiza-se a uma curta viagem de ferry a partir de Hatsukaichi, Património da Humanidade pela UNESCO, e é célebre pelos veados que passeiam livremente, pelos templos, santuários e, muito particularmente, por uma grande porta laranja no meio das águas e, ao fundo, um santuário do séc. XII que parece flutuar.
Considerado um dos locais mais belos do Japão, Miyajima é visita obrigatória entre os turistas. Milhares passam pela ilha diariamente. Em 2018, o número de visitantes ultrapassou os 4,3 milhões. Com Tóquio a receber os Jogos Olímpicos em 2020, recorda o jornal Público, é provável que os números aumentem significativamente.
Entre o controlo das massas e a necessidade de fundos para a manutenção do local, o presidente da câmara local, recém-eleito e que defendeu nos debates o pagamento, quer passar a implementar entrada paga para a ilha. O valor deverá ser quase simbólico: 100 ienes – o equivalente a 83 cêntimos.
“É necessário assegurar novos recursos financeiros para podermos manter continuamente a qualidade da ilha como ponto turístico”, resumiu Taro Matsumoto, que dirige agora Hatsukaichi, em declarações à CNN.
De acordo com o jornal japonês The Asahi Shimbun, taxas semelhantes já são cobradas em vários locais em ilhas da região de Okinawa (casos de Izena, Iheya, Tokashiki e Zamami), pelando a uma contribuição para o ambiente.
Estas taxas não são exclusivas do Japão. Atualmente, os turistas que queiram visitar a Ilha de Komodo, o famoso lar de mais de 5.000 dragões de Komodo, na Indonésia, têm de pagar entre 9 a 11 euros. Porém, no futuro, os bilhetes poderão chegar aos 900 euros.
Já em Itália, a partir de 2020, Veneza vai cobrar uma taxa de entrada aos turista, como forma de controlar o sobreturismo. A partir do verão, os turistas que cheguem à cidade e às ilhas da laguna em visita de passagem pagarão até 10 euros. O custo base de acesso será três euros em época baixa. Em época alta, o valor poderá subir aos oito euros. Em períodos “críticos”, como o Ano Novo, Carnaval e Páscoa, a taxa a 10 euros.