Um estudo da easyJet antecipa que os passaportes acabem em 2070 e que sejam substituídos por sistemas de identificação à base de dados biométricos.
Os passaportes tradicionais têm os dias contados. Foi esta a conclusão de um novo estudo feito pela companhia aérea easyJet, que procurou antecipar como será viajar daqui a 50 anos.
O relatório antecipa que, em 2070, os passaportes serão substituídos pelas assinaturas biométricas que são únicas a cada pessoa, como os batimentos cardíacos.
“Os novos passaportes vão acelerar a segurança do aeroporto, já que, tal como as impressões digitais e a íris, a assinatura cardíaca de cada pessoa é única”, revela o estudo, que estima que será criado um sistema global de armazenamento destes dados, tal como a tecnologia actual de identificação de impressões digitais.
Karoli Hindriks, fundadora da Jobbatical — empresa dedicada a facilitar os processos de deslocação e migração — concorda.
“Usamos o passaporte como a verdade sagrada. Algo que temos nas nossas mãos quando atravessamos fronteiras e que acreditamos ser a forma de atravessar fronteiras. Mas o passaporte, e a forma como o sistema foi criado, remonta ao pós-Primeira Guerra Mundial no Ocidente. Portanto, se um passaporte nos permite viajar com facilidade ou não, foi definido há um século. E essas são as mesmas regras que se aplicam hoje em dia”, afirma ao Expresso.
Hindrinks afirma ainda que o sistema “não está funcionar para nenhuma economia” e lembra que é discriminatório e foi criado num contexto muito diferente do actual.
“Nessa altura, a crença era a de que os países ocidentais eram altamente qualificados e o resto do mundo não. Se olharmos para onde vêm os migrantes mais qualificados hoje, então o top três não tem nada a ver com o Ocidente. São a Índia, China e Filipinas. Isto embora os seus passaportes digam logo à partida que estes não são bons países para deixar entrar no nosso país”, afirma Karoli Hindriks.
Táxis voadores e comida impressa a 3D
A morte dos passaportes não é a única mudança prevista pelo estudo da easyJet. Os bancos dos aviões terão sensores biométricos que se vão adaptar ao corpo de cada passageiro e haverá opções de entretenimento optoelectrónico transmitido directamente para os olhos dos viajantes. Os porteiros também passarão a ser totalmente digitais.
A pesquisa antecipa ainda que serão distribuídos aparelhos auditivos que farão a tradução em tempo real e nos ajudarão a comunicar em línguas que não dominamos. As estadias nos hotéis também serão personalizadas, com os turistas a chegar aos quartos já com as camas feitas a seu gosto, as suas temperaturas ideais e até músicas pré-escolhidas.
A impressão em 3D também vai ser usada para reduzir o desperdício alimentar, com os hotéis a permitir que os hospedeiros imprimam apenas aquilo que lhes apetece no buffet do hotel. As roupas usadas nas viagens também podem ser impressas a 3D e recicladas, prevê o estudo.
Caso esteja com dificuldades a escolher um destino, será possível fazer uma “viagem no tempo” e usar sistemas de realidade virtual para ter uma ideia de como é cada lugar antes de poder escolher.
Casado do trânsito até ao aeroporto e de ter de pagar estacionamento ou arranjar boleia? O estudo antecipa uma solução para este problema — no futuro, haverá táxis voadores que poderão transportar 85% dos passageiros directamente de casa até ao terminal do aeroporto.