Domingo, Maio 25, 2025
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O verão ainda se compôs para os empresários. Portugueses nunca tinham pagado tanto para viajar

cingularite / Wikimedia

Praia de Sagres, Algarve

Quanto aos que vieram de fora para dentro, ao início esperava-se mais, mas, no final, não desiludiram. O verão de 2023 acabou por ser o melhor de sempre para os empresários algarvios. Em sentido inverso, os portugueses gastaram como nunca em viagens para fora (e assim irá continuar, até ao final do ano).

Os portugueses nunca tinha viajado tanto e nunca tinham pagado tanto para viajar, como este verão, disse o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, à rádio Renascença.

“Tivemos o melhor ano de sempre com mais turistas e preço mais elevado”.

É o balanço de 2023, até ao momento, com Pedro Costa Ferreira a acreditar que este registo se irá manter, até ao final do ano.

Apesar da entrada de novos destinos no mercado- como Sardenha, Zanzibar e Senegal – os turistas continuam a preferir os tradicionais – Tunísia, Marrocos, Caraíbas, Cabo Verde, Espanha, Açores e Madeira.

“Em agosto deste ano, as agências de viagens bateram o recorde de emissão de passagens aéreas em voos regulares, incluindo as low-cost. Foram mais de 80 milhões de euros”, detalhou o presidente da APAVT.

O verão começou mal, mas compôs-se

As receitas dos hotéis portugueses aumentaram, este verão: não por ter havido um aumento das dormidas, mas sim devido ao aumento dos preços.

O verão de 2023 foi o melhor de sempre para os empresários algarvios, informou, à Renascença, o presidente da Região de Turismo do Algarve, André Gomes.

E a época balnear até tinha começado mal para os empresário das terras algarvias.

De acordo com Bernardo Trindade, presidente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), a única região onde o comportamento das dormidas foi pior, nos meses de junho e julho, em comparação a 2022 (que a par de 2019 foi o melhor ano de sempre no setor do turismo), foi o Algarve.

Mas o verão ainda se conseguiu compor, para os empresários da região.

“O verão turístico correu bem, tivemos muitos clientes, aumentamos o número de clientes e aumentamos proveitos”, garantiu, à RR, o presidente da Associação de Hóteis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Hélder Martins.

TAP negligenciou o Algarve

Hélder Martins acusou a TAP de não dar a devida atenção à região algarvia.

“O que a TAP devia ter para o Algarve era uma linha de voos com aviões mais pequenos, que fizesse uma ligação Lisboa – Algarve com mais frequência. Há pessoas que fazem um voo da TAP dos EUA e ficam várias horas à espera para vir para Faro”, considerou o presidente da AHETA.

Já partir de Faro, atualmente, a transportadora aérea tem apenas uma ligação – que tem como destino Lisboa.

No ano passado, passaram pelo aeroporto mais de oito milhões de pessoas.

Miguel Esteves, ZAP //



“Novo luxo” é apanhar lapas ou caminhar com um pastor. Há turistas a gastar 3 mil euros por dia

nborges / Wikimedia

Alto Douro Vinhateiro

Há um novo turismo de luxo crescer em Portugal – e o seu grande potencial são as tradições nacionais. Estes novos turistas querem viver o país real, seja apanhar lapas com um pescador, ou caminhar com um pastor, e estão dispostos a gastar 3 mil euros por dia.

Há cada vez mais turistas norte-americanos a deixarem-se conquistar por Portugal.

Os europeus continuam a ser os principais turistas em solo nacional, com uma representação de 68,9%. O continente americano representa apenas 9%, mas em Junho, verificou-se uma “subida de 11,7%” face ao ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) citados pelo Dinheiro Vivo.

Este dado é um bom indicador, segundo o secretário-geral da Associação Portuguesa de Marcas de Excelência (Laurel), Francisco Carvalheira, que salienta à publicação económica que os turistas norte-americanos gastam mais do que os europeus.

“Um americano de topo pode gastar à vontade em Portugal dois ou três mil euros por dia“, analisa Francisco Carvalheira, sublinhando que este tipo de turista procura “viver a região”, “descobrir o destino”.

E isso pode passar por “caminhar com um pastor”, ou “andar na praia e apanhar lapas com um pescador“, destaca ainda.

É uma “busca” pelas “raízes e a origem das coisas”, explica o dirigente da Laurel ao Dinheiro Vivo, frisando que “compram saber fazer, apreciam ir a um restaurante e verem que a comida é natural” e “pagam o que for preciso para isso”.

“Luxo é tempo, é silêncio, é andar descalço”

Este tipo de turismo está a dar origem ao conceito de “novo luxo” que é, basicamente, a procura por locais únicos e pela exclusividade.

“O luxo hoje é algo completamente diferente do que era há 20 anos”, analisa Ana Cristina Guilherme, da consultora hoteleira ABC Hospitality, em declarações ao Dinheiro Vivo.

Luxo é tempo, é silêncio, é sentir, é andar descalço, como dizia o designer Philip Starck“, explica Ana Cristina Guilherme, frisando que este novo turismo procura “uma imersão no destino”.

E isso passa também por escolher hotéis mais pequenos que “quase que se diluem na autenticidade do local onde escolhem nascer ou reabilitar”, acrescenta.

Estes turistas procuram, sobretudo, “o que é simples, orgânico e que devolve tradições e legados da sabedoria ancestral portuguesa, das nossas avós e bisavós”, salienta ainda Francisco Carvalheira.

O dirigente da Laurel repara que é um novo mercado com enorme potencial para Portugal, mas, para o poder aproveitar, o país precisa de “saber vender” a sua História.

“Temos 800, 900 anos de história, de saber fazer. Não podemos ser copiadores. Portugal, com tudo o que tem de bom, com o seu património, tem que conseguir fazer o seu caminho nas marcas de excelência e de luxo”, defende.

“Os americanos vêm comprar naturalidade, simpatia, ou mesmo um peixe grelhado. Vêm também comprar o nosso sol, a nossa alegria. Tudo isso, mais a nossa originalidade, não tem preço para eles”, conclui.

Susana Valente, ZAP //



Uma das cidades mais visitadas do Mundo vai começar a cobrar bilhete de entrada aos turistas

Diego Rosso / Fotos Públicas

A cidade de Veneza está a planear cobrar uma taxa de entrada de 5 euros aos visitantes de um dia, a partir do próximo ano, numa tentativa de gerir o fluxo de turistas atraídos pelos seus canais históricos, informou este terça-feira a câmara municipal da cidade.

Segundo agência Reuters, a taxa será aplicada experimentalmente, durante 30 dias, no início do próximo ano, e será aplicada a todos os turistas com mais de 14 anos que visitem a cidade durante apenas um dia.

A medida visa principalmente moderar o acesso à cidade nos feriados da primavera e nos fins de semana de verão, quando o número de turistas está no seu pico.

O objetivo é encontrar “um novo equilíbrio entre os direitos dos que vivem, estudam ou trabalham em Veneza e os que visitam a cidade”, disse o vereador do turismo de Veneza, Simone Venturini.

“Não se trata de uma medida para angariar dinheiro“, acrescentou o vereador, que explica que a taxa servirá apenas para cobrir custos administrativos.

As datas exatas do plano e a forma como será gerido serão acordadas após a aprovação final do conselho camarário, prevista para a próxima semana.

O plano, inicialmente proposto em 2019, foi adiado inicialmente devido à COVID-19, que afastou os turistas, e mais tarde por razões técnicas e procedimentais.

Entretanto, os visitantes estão regressado em massa a Veneza, muitas vezes superando em grande número os cerca de 50.000 residentes do centro da cidade, sobrecarregando as suas estreitas ruelas.

O excesso de turismo tem sido há muito um problema para a frágil cidade , famosa pelos seus canais, mas também para outras cidades europeias, que estão a tomar medidas para afastar visitantes. Uma dessas cidades é Amesterdão, que recentemente proibiu os cruzeiros de entrar na cidade.

Em julho, especialistas da UNESCO recomendaram que Veneza e a sua lagoa fossem adicionadas à sua lista de Património Mundial em Perigo, alegando que a Itália não estava a fazer o suficiente para proteger a cidade do impacto das mudanças climáticas e do turismo de massa.

ZAP //



Engenheiros estão a construir a primeira ponte sobre um glaciar rochoso em movimento

NPS

A estrada de Pretty Rocks dá acesso ao Parque Nacional de Denali, no Alasca

Numa iniciativa pioneira, uma equipa de engenheiros iniciou a construção da primeira ponte do mundo sobre um glaciar rochoso em movimento, no Parque Nacional de Denali, no Alasca.

É a primeira ponte do mundo sobre terras em movimento, e vai ser construída no Pretty Rocks Landslide, uma área de deslizamento de terra localizada na estrada do Parque Nacional de Denali, no Alasca, Estados Unidos.

O local é conhecido por ter um terreno instável e em constante movimento, o que leva a desafios na manutenção da estrada que o atravessa e na segurança dos visitantes e trabalhadores do parque.

As terras estão a afundar-se alguns centímetros por ano, desde os anos 1960, originando pequenas fissuras na estrada.

No entanto, o derretimento do permafrost acelerou os deslizamentos de terras e o afundamento da estrada, que está a abater vários metros por ano desde 2014 — provocando o seu encerramento frequente e causando impacto no turismo e atividades científicas no parque.

A estrada principal do parque foi inicialmente escavada na década de 1920, na encosta íngreme,  120 metros acima do vale, sem se saber na altura que sob a estrada havia permafrost — que está agora a descongelar devido às alterações climáticas.

O Parque Nacional de Denali registou um aumento de 2°C na sua temperatura média anual ao longo das últimas três décadas.

O solo sob a estrada é tecnicamente classificado como um glaciar rochoso — uma mistura de rochas e gelo. A proeza de engenharia visa garantir acesso estável e ininterrupto à metade ocidental do parque.

Ryan Anderson, comissário do Departamento de Transportes e Instalações Públicas do Alasca, explica à New Scientist que este tipo de solução de engenharia complexa se tornará cada vez mais comum à medida que o estado enfrenta o seu crescente problema de permafrost.

Para contrariar o derretimento do permafrost, os engenheiros vão utilizar 23 termossifões — tubos selados a vácuo preenchidos com dióxido de carbono líquido — para ajudar a manter a vida útil da ponte, estimada em 50 anos.

Durante o inverno, os tubos irão absorver o calor latente do solo e libertá-lo para a atmosfera, ajudando a manter o solo congelado.

A ponte, que terá um vão de 145 metros, deveria estar concluída até 2025. No entanto, requisitos adicionais adiaram a data de conclusão para 2026, inflacionando o orçamento inicial de 120 milhões de dólares em mais 30 milhões.

O projeto gerou alguma controvérsia, uma vez que as autoridades do Alasca têm tido dificuldades em alocar fundos de apoio às 73 aldeias indígenas que necessitam de reconstruir infraestruturas ou ser realojadas, devido ao descongelamento, erosão e inundações induzidas pelo clima.

Críticos como Louise Farquharson, investigadora na Universidade do Alasca, em Fairbanks, consideram que é uma “ideia ridícula” gastar este montante quando a profundidade e a velocidade do descongelamento não podem ser previstas com exatidão.

No entanto, o Parque de Denali continua a ser uma atração turística crucial para o Alasca, gerando até 600 milhões de dólares anualmente em receitas para o estado.

A maioria dos turistas chegam ao parque através desta mesma estrada, tornando a sua reparação e manutenção uma empreitada crítica para a indústria turística do estado.

ZAP //



O “caminho do amor” está de volta, mas é preciso ter cuidado…

PROPOLI87 / Wikimedia

Via dell’Amore / Caminho do Amo / Siena, Itáliar

A Via dell’Amore, um dos trilhos pedestres mais icónicos de Itália, está de volta, mas continua a enfrentar os desafios – e os perigos – do excesso de turismo.

Após uma década de reabilitação, a Via dell’Amore, em Itália, volta a estar aberta aos turistas.

O “caminho do amor” é manifestamente perigoso e, por isso, são agora esperadas novas regras de acesso, que confiram mais segurança aos turistas.

O percurso, que liga Riomaggiore a Manarola, na província de La Spezia, foi inaugurado nos anos 1920, para facilitar a comunicação entre as duas aldeias.

Contudo, com cerca de três milhões de turistas a visitar este caminho pertencente a uma área que é Património Mundial da UNESCO, o local, que tem cerca de 4.000 habitantes, está sob “pressão excessiva sobre os moradores”, como referiu a presidente da câmara de Riomaggiore, Fabrizia Pecunia, à National Geographic.

“Há uma pressão excessiva sobre os moradores. Temos de tentar encontrar o equilíbrio. Se formos apenas atrás do número de turistas, implodiremos”, considerou.

Fabrizia Pecunia lançou então um plano para gerir o número de turistas. Embora incapaz de limitar o número total de turistas devido à lei italiana, vai passar a controlar a entrada na Via dell’Amore.

O percurso será encerrado durante a noite e o acesso diurno permanecerá gratuito para os habitantes.

Os turistas poderão aceder aos primeiros 160 metros do trilho, até 30 de setembro, num sistema de reserva piloto.

Por uma taxa de cinco euros, os visitantes podem garantir um lugar numa visita guiada de 30 minutos, multilingue, que parte a cada meia hora, como detalha o National Geographic.

Turismo responsável e educacional

O sistema de reservas visa encorajar um turismo mais informado e faz parte de uma estratégia mais ampla para mostrar o património cultural da Cinque Terre.

O guia turístico local Gianluca Pasini, que também servirá como um dos guias do percurso, disse que o sistema ajudará a preservar a importância histórica do trilho.

Pecunia sublinhou a importância do equilíbrio no turismo, criticando os visitantes de um dia que “chegam, tiram selfies, comem um gelado e vão embora”, sem apreciar a rica cultura e história da área.

O guia, nascido e criado em Riomaggiore, argumenta que o novo plano também servirá como uma ferramenta educacional, permitindo aos turistas “contar a história da Cinque Terre de uma forma diferente”.

Pecunia espera que a transformação da Via dell’Amore numa espécie de museu ao ar livre forneça uma narrativa contextual a esta famosa costa, promovendo assim um turismo responsável.

O excesso de turistas resultou em algumas situações graves, incluindo o encerramento do antigo cemitério à beira do penhasco de Manarola, que se tornou um local popular para piqueniques e sessões fotográficas.

À medida que as comunidades procuram formas de equilibrar os benefícios económicos do turismo com a preservação dos ativos naturais e culturais, a Via dell’Amore serve como um caso de estudo no uso de medidas direcionadas para gerir o excesso de turismo, ao mesmo tempo que melhora a educação dos visitantes.

ZAP //



Acesso às grutas mais populares do Algarve pode vir a ser pago

photo2go.albufeira / Flickr

Grutas de Benagil, em Lagoa, no Algarve

A famosa e enorme abertura na parte superior, por onde entram os raios solares, diferencia este local algarvio. Não se chega lá por terra, só por água e, neste momento, sem quaisquer restrições — mas tudo pode mudar em breve.

O Governo criou um grupo de trabalho para definir as condições de acesso às Grutas de Benagil, no Algarve. O espaço natural tem visto um crescimento exponencial do turismo e é agora o foco de vários organismos estatais que procuram estabelecer regras que visam preservar a sua integridade e segurança, avança o Público.

Em 2010, havia 120 licenças marítimo-turísticas para a região, número que subiu para 528 no último ano — uma saturação de visitantes tem sido considerada “caótica” por várias entidades. Atualmente, o acesso às grutas é livre, mas o grupo de trabalho surge com o intuito de alterar essa situação.

Coordenado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, o grupo tem sete objetivos principais. O estabelecimento de novas regras para o acesso às Grutas de Benagil — entre as 10 mais populares da Europa — torna-se imperativo face ao aumento descontrolado do número de visitantes, alerta o novo grupo de trabalho.

O mais imediato é definir a “capacidade de carga humana” que as grutas podem comportar, levando em consideração fatores como a estabilidade da estrutura e segurança dos visitantes. Será ainda determinado o tipo de embarcações autorizadas e as condições em que o acesso poderá ser feito.

As novas regras poderão ter um impacto significativo tanto para os turistas como para os operadores turísticos locais. O Presidente da Câmara de Lagoa já havia referido que, devido à covid-19, a praia de Benagil chegou a ter um limite de 80 pessoas, mas que agora acolhe centenas de visitantes simultaneamente. Uma taxa única de acesso faz parte das possibilidades abrangidas pelas novas medidas.

O grupo é composto por representantes de várias secretarias de Estado e organismos como o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. Têm até ao final do ano para apresentar as suas conclusões, e os representantes devem ser indicados num prazo de dez dias a partir da publicação do despacho que formaliza a criação do grupo.

O desafio agora é encontrar um equilíbrio que satisfaça todas as partes envolvidas, assegurando que as grutas continuem a ser uma atração turística sustentável.

ZAP //



À espreita do top 10: hotéis portugueses já são dos mais caros da Europa

Portugal está a gerar receitas recorde dos alojamentos turísticos, e já tem dos hotéis mais caros da União Europeia (UE). O aumento dos preços do turismo está acima da inflação.

A nova onda de preços altos impulsionados pelo turismo pode complicar os esforços dos bancos centrais para controlar a inflação. De entre todos os custos, as dormidas são o que mais pesa à carteira (ou o que a deixa menos pesada…).

De acordo com os dados da consultora STR, especializada em hotelaria, a que o Jornal de Negócios teve acesso, os preços dos hotéis, em Portugal, aumentaram 31% no primeiro semestre, em relação ao ano passado. Atualmente, o preço médio de um quarto está nos 65,04 euros.

No final de junho, Portugal estava no 16.º lugar, entre 48 mercados europeus, dos destinos com preços mais caros, e em em 11.º entre os 27 países da UE.

A subida é, no entanto, inferior à que se tem verificado, na maioria desses países:

  • A Turquia teve um aumento médio de 57%;
  • Islândia, Bélgica e Israel registaram aumentos de quase 50%;
  • Na Alemanha o aumento foi de 44%; enquanto Itália subiu 38%;
  • Grécia e França subiram, respetivamente, 35,2% e 31,2%;
  • Espanha teve um aumento médio de 23,3%.

Portugal está a ficar bem posicionado

De acordo com os dados mais recentes do INE, consultados pelo matutino, no primeiro semestre deste ano, as receitas recorde dos alojamentos turísticos em Portugal passaram os 2,5 mil milhões de euros.

Foi uma subida de 31,8% face a 2022 e e 38,3% em relação a 2019 – este números são, fundamentalmente, explicados pela subida dos preços e não tanto pelo aumento do número de turistas (que no Algarve até teve quedas).

A CEO da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, disse, ao Negócios, que houve um aumento dos proveitos, em todo o tipo de alojamento: hotéis, turismo rural e alojamento local.

“Se ainda há espaço para crescer? É um bocadinho aquilo que os empresários vierem a determinar em razão da procura. Mas estamos a atingir algum ponto de maturação. Por comparação com outros destinos, estamos já a ficar francamente bem posicionados”, disse Cristina Siza Vieira.

Miguel Esteves, ZAP //



Restaurantes franceses exigem consumo mínimo de 5000€ (e cada vez mais gorjetas)

Groupe Floirat / Wikipedia

Restaurante La Rivea no Hotel Byblos, St-Tropez

Em Saint-Tropez, restaurantes de elite estão a selecionar clientes de acordo com a espessura da sua carteira, e recorrem a uma técnica muito própria: os gastos dos clientes regulares são registados em bases de dados — e convém que sejam avultados.

Alguns restaurantes de elite em Saint Tropez, França, estão alegadamente a impor um consumo mínimo de 5.000 euros por mesa e a negar reservas a clientes habituais que não tenham gasto generosamente nas suas visitas anteriores.

Além de consumos mínimos por mesa e por pessoa, cada vez mais restaurantes estão a recorrer à cobrança de taxas extra por serviços que habitualmente estão englobados na conta.

Segundo o jornal francês Nice Matin, a generalização dos sistemas de pagamento por ecrã tátil digital levou a um aumento nos pedidos de gorjeta, que alguns estabelecimentos usam para compensar custos mais elevados de salários — sem efetivamente aumentar os salários dos empregados.

Entre as taxas extra cobradas aos clientes, incluem-se a “taxa de segurança”, “taxa de cartão de crédito” e taxas administrativas.

De acordo com uma reportagem do The Guardian, alguns dos mais famosos restaurantes da cidade da Riviera francesa  estão a dar prioridade nas reservas  clientes que gastam mais — indo ao  extremo de exigir 1.500 euros por pessoa para aceitar reservas.

Alguns estabelecimentos, diz o jornal britânico, estão também a exigir aos clientes que deixem gorjetas mais elevadas — ou simplesmente a recusar reservas a clientes com base nos seus gastos anteriores.

A Presidente da Câmara local, Silvia Siri, tomou nota destas práticas e expressou profundas preocupações.

Saint Tropez, conhecida pela sua opulência e como um ponto de interesse para celebridades internacionais, corre o risco de manchar a sua reputação com estas práticas controversas.

Siri descreve o comportamento como “odioso” não só para os turistas mas também para os habitantes locais, muitos dos quais já sentem a pressão dos elevados custos de vida da estância balnear.

Já fomos expulsos dos nossos apartamentos e, em breve, seremos expulsos dos nossos restaurantes também – incapazes de jantar fora“, afirmou Silvia Siri.

A autarca, que planeia iniciar discussões com os proprietários de restaurantes,  alertou-os de que poderiam enfrentar “revogações de licença por extorsão e delinquência organizada” e manter bases de dados ilegais de clientes.

ZAP //



Alojamentos portugueses querem “todos os dados” e deixam turistas desconfiados

Os alojamentos turísticos portugueses têm alguns requisitos de entrada, estipulados pelo Governo, que causam estranheza a alguns turistas. Principalmente aos que não são do sul da Europa.

No momento de uma reserva, em qualquer alojamento nacional, são pedidos um conjunto de dados pessoais, como o nome completo, a data de nascimento, a nacionalidade, a morada e do documento de identificação.

Ao Escape, Dilvin Yasa conta que reservou um apartamento em Portugal, através do Airbnb e estranhou que, além disso, o proprietário lhe tivesse solicitado o número de passaporte, o número do voo e o país de origem.

São “requisitos de entrada do Governo Português”, explicou a escritora de viagens, que encarou aquilo com alguma estranheza e questionamento.

“Nos alojamentos pedem o nome completo, data de nascimento, nacionalidade, morada e detalhes de um documento de identificação do hóspede. A maioria dos proprietários pede a informação assim que a reserva é feita. Informação do voo? Suspeito que isso seja para benefício deles“, atirou Dilvin Yasa.

Portugal não é, contudo, o único país que exige este tipo de informação pessoal, antes de uma estadia. Espanha e Itália também pedem os mesmos detalhes.

Dilvin Yasa critica essas regras e revela preocupação, na partilha dos dados.

“Há hesitação em partilhar a informação pessoal, mas, se nos recusarmos a cumprir, é provável que cancelem a reserva. Aqueles que continuam com a reserva após a sua recusa (e alguns fazem-no) estão a violar a lei”, disse.

ZAP //



Portugal é o segundo maior destino mundial de enoturismo (à frente de França)

Os vinhos portugueses conquistam, todos os anos, cada vez mais fama internacional e Portugal já é o segundo maior destino mundial de enoturismo, ultrapassando países como França, Espanha e Argentina.

Portugal é o quinto país europeu com maior área de vinha plantada e o nono a nível mundial, mas é o segundo maior destino mundial de enoturismo, como adianta o Dinheiro Vivo com base em dados da Associação Portuguesa de Enoturismo (APENO).

À frente de Portugal neste “campeonato”, surge apenas Itália, enquanto países como Espanha, França, Nova Zelândia, Argentina ou Austrália, ficam atrás.

O mercado do enoturismo deverá render, em 2030, 30 mil milhões de euros a nível global. Este valor ganha relevo se notarmos que, em 2020, gerou cerca de 9 mil milhões de euros. Destes, Itália contribuiu com 745 milhões, e Portugal com quase 700 milhões, como nota a APENO citada pelo Dinheiro Vivo.

Em 2030, e considerando o peso actual no mercado, Portugal pode “ganhar” algo como 2,1 mil milhões de euros, segundo a APENO.

Actualmente, esta associação tem 110 associados que representam “70% do sector vitivinícola“, segundo o vice-presidente da APENO, Luís Sá Souto.

No maior grupo vitivinícola nacional, Sogrape, que trabalha, sobretudo, com vinho do Porto, designadamente nas caves de Vila Nova de Gaia e no Douro, o enoturismo ainda só representa seis milhões de euros numa facturação que, em 2022, foi de 347 milhões de euros, segundo dados divulgados pelo Dinheiro Vivo.

Mas o Sogrape tem previstos “investimentos significativos” nesta área, nomeadamente para a “eventual abertura de outros negócios”, como salienta à publicação económica o responsável do enoturismo Pedro Sottomayor.

No Grupo Bacalhôa, outro importante player do sector do enoturismo, 2022 foi “o melhor ano de sempre” e 2023 está a correr da mesma forma, destaca o administrador Paulo Costa ao Dinheiro Vivo, frisando que é “uma actividade rentável, e com grande potencial”.

“Esta é uma atividade em crescendo. Os turistas identificam Portugal com vinho e boa comida e aproveitam para saber mais dos vinhos portugueses”, destaca, também no Dinheiro Vivo, o administrador do Grupo Parras, Luís Vieira, que actua igualmente na área do enoturismo.

ZAP //



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