Quarta-feira, Junho 4, 2025
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De passagem secreta a cemitério de carros. Túnel sob Nápoles “esconde” veículos enferrujados da II Guerra

No centro de Nápoles, em Itália, há veículos e motocicletas abandonados e enferrujados dos anos 1940 alinhados num túnel a mais de 30 metros abaixo dos seus pés.

A Piazza del Plebiscito foi nomeada após uma votação em outubro de 1860 que decretou a anexação do reino das Duas Sicílias, que governava todo o sul da Itália. Depois, o país foi unido para se tornar o Reino da Itália e o palácio real foi construído num lado da praça. Do outro, a igreja de San Francesco di Paola ergue-se majestosamente.

Sob esta praça fica o túnel Bourbon, que foi encomendado em meados de 1800 pelo rei Ferdinando II de Bourbon. O rei, que governou a Sicília e Nápoles, precisava de uma passagem secreta para a família real viajar do Palácio Real para o quartel militar.

O túnel revestido de rocha vulcânica serpenteia através do sistema de aqueduto Carmignano existente que a cidade construiu no início de 1600 – e foi projetado para durar.

A passagem parcialmente acabada – o rei morreu antes da sua conclusão – serviu como abrigo antiaéreo durante a II Guerra Mundial.

Quem percorrer os túneis encontrará objetos pessoais como escovas de cabelo, brinquedos e camas. De acordo com o The Drive, durante a limpeza massiva após a guerra, o túnel tornou-se um cemitério para carros e motocicletas apreendidos juntamente com outros escombros e entulho.

Além disso, estátuas de diferentes períodos foram descobertas no túnel, incluindo um monumento funerário descartado em homenagem ao Capitão Aurelio Padovani, fundador do partido fascista napolitano.

Geólogos que trabalhavam no túnel em 2007 descobriram uma passagem murada que levava a outro acesso ao abrigo antiaéreo. Setenta e cinco degraus e uma escada estreita levam a uma sala atrás da igreja na praça. Foi lacrada e esquecida nos anos 70 antes da redescoberta em 2007, quando surgiram dezenas de automóveis, scooters e motocicletas antigos e enferrujados.

Agora restaurada e aberta para passeios ao fim de semana, a Galleria Borbonica pode ser percorrida a pé.

No local onde o governo de Mussolini construiu um abrigo antiaéreo e um hospital de guerra, duas palavras italianas estão rabiscadas na parede: Noi vivi – ou “vivemos”.

Aqui, escondidos da luz do sol, estes carros enferrujados vivem para sempre.

ZAP //



Voos low cost podem ser solução para a retoma do turismo em Cabo Verde

(dr)

A crise provocada pela covid-19 obrigou o operador turístico Barracuda Tours, gerido por portugueses e com início de operações em Cabo Verde nos anos 1990, a encerrar delegações e a reduzir trabalhadores, mas está a contar com a retoma turística com voos ‘low cost’.

A empresa de excursões começou a operar no arquipélago há cerca de 30 anos, com a primeira operação ‘charter’ oriunda do mercado português, por iniciativa do operador Abreu, também pioneiro na programação de viagens turísticas para Cabo Verde nos mercados de Portugal e Espanha.

Na altura, havia apenas dois hotéis na ilha do Sal com características para receber turistas – Morabeza e Belorizonte -, como recorda à agência Lusa o fundador e gerenta da empresa, Ernesto Simões Carneiro.

Mas tarde, apareceram outras unidades hoteleiras que dinamizaram o mercado turístico na ilha do Sal, que se tornou no principal destino dos turistas – 819 mil em 2019 – que chegam ao arquipélago.

Mas com a crise provocada pela epidemia da covid-19, o empresário constata que a indústria turística de Cabo Verde, seguindo o que acontece em todo o mundo, ficou “praticamente reduzida a zero”.

As perspectivas de recuperação não são muito animadoras, até face ao “descontrolo actual da pandemia nos mercados tradicionalmente emissores de turistas para Cabo Verde”.

A empresa foi obrigada e encerrar a sua sucursal em Portugal, bem como delegações nas ilhas cabo-verdianas da Boa Vista, Santiago, São Vicente e Santo Antão, reduzindo o seu pessoal, que era 90% cabo-verdiano, a um número mínimo de colaboradores.

Segundo Ernesto Carneiro, foram negociados acordos de rescisão, facultando aos trabalhadores despedidos a posse de material, móveis e utensílios, informática e viaturas das delegações, para poderem criar empresas em nome individual através das quais farão a gestão de operações futuras garantindo a sua sobrevivência económica.

Entretanto, a empresa continua a manter o ‘lay-off’, de acordo com as decisões governamentais, para os poucos trabalhadores com quem manteve o vínculo laboral.

Desde 12 de Outubro que Cabo Verde reabriu o arquipélago a voos internacionais comerciais, algo que não acontecia desde 18 de Março, na sequência da decisão tomada pelo Governo para travar a pandemia.

Para o gerente da Barracuda Tours, a abertura do tráfego aéreo com destino e a partir do arquipélago é “uma boa notícia”, mas o maior obstáculo à reactivação de fluxos turísticos para Cabo Verde são as poucas ligações aéreas.

Ernesto Carneiro lembra que a TAP tinha 17 voos semanais para Cabo Verde a partir de Lisboa e a Cabo Verde Airlines (CVA) tinha também voos a partir de Lisboa e do Sal para vários outros pontos da Europa, Brasil, Estados Unidos e África.

Tudo isso está parado. A TAP mantém apenas alguns voos para Santiago e São Vicente, mas que “não serão suficientes para ocupar as milhares e milhares de camas no Sal e Boa Vista e outras ilhas”.

Quanto à parceria da Cabo Verde Airlines e da Icelandair, o gerente entende que “morreu”, pelo que não acredita que o gestor islandês reactive a sua programação anterior ou qualquer tipo de parceria com a companhia de bandeira cabo-verdiana.

“Também não creio que o Estado de Cabo Verde tenha recursos financeiros para manter uma companhia nacional de bandeira quando todos os outros países se estão a tentar desfazer delas reduzindo custos operacionais, vendendo aviões, despedindo tripulações e dezenas de milhares de trabalhadores”, salienta Ernesto Carneiro.

Por isso, no seu entender, o Estado deve procurar alternativas rapidamente, frisando que os voos ‘low cost’ [a baixo custo] podem ser a solução se alguém for negociar com elas e apresentar propostas aliciantes de garantias por parte de Cabo Verde.

“Deveriam ser negociadas parcerias com companhias ‘low cost’ internacionais que, em negociação directa com o Governo de Cabo Verde, que teria de assumir riscos, garantam ligações aéreas e tarifas acessíveis para Cabo Verde a partir dos principais mercados emissores”, afiança o empresário.

Com poucas ligações aéreas, Ernesto Carneiro diz que as perspectivas de recuperação do sector turístico de Cabo Verde apresentam-se “muito pessimistas, mesmo para 2021”. Mas nota que a Barracuda Tours espera “começar em breve” e “renascer das cinzas”.

Cabo Verde regista um acumulado de 7.800 casos de covid-19 diagnosticados desde 19 de Março, com 87 mortos por problemas associados à doença.

ZAP // Lusa



Turismo de mergulho? Submarino da “frota perdida” de Hitler aguarda o seu destino no fundo do Mar Negro

Coberto por “redes fantasmas” deixadas por pescadores, os destroços de um submarino U-20 enviado para o Mar Negro pela Alemanha nazi tornou-se recentemente tema de um documentário produzido na Turquia.

Localizado a uma profundidade de 20 metros ao largo da costa Karasu da província de Sakarya, no norte, o submarino U-20 fazia parte de uma frota de seis submarinos para dominação naval no Mar Negro durante a II Guerra Mundial.

Mehmet Emin Birpınar, vice-ministro do meio ambiente e planeamento urbano, partilhou uma fotografia do submarino na sua conta do Twitter e disse que o submarino é uma “testemunha da guerra” e deve ser “preservado e aberto ao turismo de mergulho“.

Atualmente, o navio está a ser examinado por mergulhadores, que afirmaram que a embarcação não será trazida à superfície.

Tahsin Ceylan, um cineasta, filmou um documentário em duas partes sobre a frota nazi e recentemente mergulhou novamente na área, tendo visto apenas redes que cobrem o corpo externo do submarino, de acordo com o Daily Sabah.

Em declarações à Demirören News Agency (DHA), Ceylan disse que a frota tinha como objetivo deter o domínio soviético sobre o Mar Negro.

“O transporte deles até aqui é realmente um sucesso de engenharia. Foram desmontados e levados para o rio Elba e, de lá, caminões especialmente projetados levaram-nos para o Danúbio. Foram remontados novamente em Constanta, na Roménia, e colocados no mar”, explicou.

Estes submarinos afundaram muitos navios soviéticos, mas quando a União Soviética dominou Constanta, conseguiram afundar um dos navios.

A tripulação de dois outros submarinos “afundou os próprios navios para evitar que caíssem nas mãos dos soviéticos”. Os outros três submarinos também foram afundados pela Alemanha após a sua derrota na guerra.

Os seis submarinos – U-18, U-19, U-20, U-21, U-22 e U-23 – motivaram ao longo dos anos sucessivas explorações marítimas para encontrá-los.

O U-20 foi encontrado pela Marinha turca em 1994 e o U-23 foi identificado recentemente, em 2019, com base nos estudos do engenheiro naval Selcuk Kolay.

Por encontrar está o U-19, que se supõe estar algures ao largo da província de Zonguldaque, no norte da Turquia.

ZAP //



Cidade inca de Machu Picchu reabre em novembro

A histórica cidade inca de Machu Picchu, grande atração turística do Peru, vai reabrir no sábado para os habitantes locais, e em novembro para os restantes peruanos e estrangeiros.

O Peru iniciou, esta quinta-feira, uma reabertura progressiva dos seus museus e sítios arqueológicos após sete meses de encerramento devido à pandemia covid-19, que tem afetado o acesso de visitantes ao património cultural em todo o mundo.

Os habitantes da região de Cuzco poderão visitá-la novamente a partir de sábado, enquanto os outros peruanos e os estrangeiros serão autorizados a entrar a partir de 1 de novembro.

Na quinta-feira foram reabertos 18 museus em todo o país a uma capacidade de 50%, indicou o ministro da Cultura, Alejandro Neyra, falando no templo pré-hispânico de Pachacamac, no sul de Lima.

A entrada nestes espaços culturais – abertos apenas três dias por semana – será gratuita durante um mês, segundo o responsável, para “estimular a retoma cultural e económica da região e do país”.

No entanto, serão exigidos rigorosos protocolos sanitários para os visitantes: medição de temperatura, máscara obrigatória, distanciamento físico, grupos limitados a oito pessoas, com pré-reserva.

Machu Picchu, classificado Património Mundial da Humanidade, vai ter entrada limitada a 675 turistas por dia, quando na estação alta os números ascendem a 5.000 entradas diárias. Com 33 milhões de habitantes, o Peru é o terceiro país da América Latina com maior número de mortes por covid-19, depois do Brasil e do México.

ZAP // Lusa



Porto na Turquia está a transformar-se num cemitério de cruzeiros de luxo

Vários cruzeiros do Reino Unido e dos Estados Unidos estão a ser desmantelados num cais turco depois de a indústria que gerava milhões anualmente ter sido fortemente afetada pela pandemia de covid-19.

O porto de Aliaga, perto de Izmir, na costa oeste da Turquia, está a tornar-se num verdadeiro cemitério de cruzeiros, com vários trabalhadores a desmantelar as embarcações: removem paredes, janelas e grades de pelos menos cinco navios.

À medida que o SARS-CoV-2 se foi espalhando um pouco por todo o mundo, começaram a ser canceladas várias viagens e atividades turísticas. Também os cruzeiros, onde foram detetados alguns surtos, acabaram por ser afetados pela pandemia.

Em março passado, as autoridades dos Estados Unidos emitiram uma ordem de proibição de embarque para todos os cruzeiros e muitos outros países, como o Reino Unido, emitiram recomendações nas quais aconselham os seus cidadãos a não viajar nestas embarcações, que outrora eram um setor muito procurado.

Um dos cinco navios no porto turco é o Carnival Fantasy, antigamente operado pela gigante norte-americana Carnival Cruise Line. Fez a sua viagem inaugural em meados de 1990 e, no ano passado, deixou oficialmente de operar.

Em julho, o CEO da Carnival Corporation, Arnold Donald, disse que iria remover 13 navios das suas frotas durante 2020, insistindo, segundo escreve o jornal britânico Daily Mail, que o desmantelamento seria um processo de “reciclagem”.

A pandemia e consequente o travão no setor do turismo terão agravado a situação.

O portal News Au frisa ainda que a situação pandémica mundial está a afetar alguns dos navios de cruzeiro mais notáveis do mundo: não só o Carnival Imagination, o Carnival Inspiration, o Carnival Fantasy, mas também o primeiro “mega cruzeiro” do mundo, o Sovereign of the Seas da Royal Caribbean.

“A principal razão para [os proprietários] dos navios de cruzeiro nos procurarem é a crise de covid-19 (…) Cada vez que ocorre uma crise na indústria do turismo marítimo, a crise é sentida no nosso setor”, disse o gerente geral da Associação de Recicladores de Navios da Turquia, Ersin Kaptan, em declarações ao 7 News.

A Cruise Lines International Association prevê que a indústria global tenha perdido 107 mil milhões de dólares e cerca de 518.000 postos de trabalho até o final deste mês.

ZAP //



 

Turista japonês é o primeiro (e único) a visitar Machu Picchu após sete meses de encerramento

Hostelworld.com

Caminho Inca – Machu Picchu (Peru)

Depois de um longo período em confinamento quem é que não gostaria de ir visitar umas das maravilhas do mundo? Nem todos têm essa sorte, mas depois de ter viajado para o Peru para concretizar o sonho de visitar as ruínas incas, Jesse Takayama foi o primeiro – e único – turista a voltar a contemplar Machu Picchu.

Jesse Takayama conseguiu visitar Machu Picchu depois de ter feito um pedido muito especial. É que o turista japonês viajou até ao Peru com um propósito: realizar o sonho de visitar a “velha montanha”.

Depois de estar encerrado há quase sete meses, o sítio arqueológico voltou a abrir portas para receber Takayama que tinha viajado até ao Peru, mas foi apanhado pela pandemia do novo coronavírus.

Takayama é professor de boxe em Osaka, e chegou a Aguas Calientes a 14 de março, vindo de Cusco. O viajante tinha bilhete para visitar Machu Picchu a 16 de março, mas o estado de emergência no Peru tornou impossível a entrada no local.

O japonês, que planeava ficar apenas alguns dias antes de continuar viagem por outras paragens sul-americanas, acabou por permanecer cerca de sete meses em Aguas Calientes na expectativa de poder ver as ruínas, conta a agência de viagens Andrean Roots, com sede em Cusco, na sua página do Facebook.

Retido na localidade de Aguas Calientes, o japonês de 26 anos pediu para visitar o local antes de regressar ao seu país. Este pedido (muito especial) foi aprovado pelo Ministério da Cultura peruano e a visita concretizou-se no domingo. De acordo com o The Guardian, o turista visitou o Machu Picchu acompanhado pelo responsável do complexo.

Neste sentido, Alejandro Neyra, ministro da Cultura, adiantou que as ruínas irão reabrir em novembro para turistas os nacionais e estrangeiros, mas não referiu uma data concreta.

No local, serão permitidos 30% dos visitantes habituais, sendo que a lotação máxima do local é de 675 pessoas por dia. “Ainda estamos no meio de uma pandemia. A reabertura será feita com todos os cuidados necessários”, garantiu o ministro.

O Peru conta com 851.171 casos confirmados de Covid-19 e 33.357 mortes relacionadas com a doença, segundo a Johns Hopkins University. É o país com a maior taxa de mortalidade per capita e uma das nações sul-americanas mais afetadas pela pandemia.

ZAP //



Maldição de Pompeia. Turista devolve artefactos roubados após ter sofrido azar durante 15 anos

Uma mulher do Canadá devolveu cinco artefactos arqueológicos que roubou de Pompeia em 2005, alegando que a atormentaram com azar durante 15 anos.

De acordo com a CNN, a mulher, identificada apenas como Nicole, enviou dois mosaicos brancos, dois pedaços de vaso ânfora e um pedaço de parede de cerâmica para o Parque Arqueológico de Pompeia, juntamente com uma carta a explicar a sua decisão.

Eu queria um pedaço da História que não pudesse ser comprado”, escreveu a mulher, que se disse “jovem e burra” na época.

Desde que voltou para o Canadá, Nicole sofreu dois surtos de cancro de mama, resultando numa mastectomia dupla, e a sua família está, segundo a turista, com diversos problemas financeiros.

“Parece que nunca conseguimos progredir na vida”, escreveu Nicole, culpando o azar nos cinco artefacto arqueológicos.

“Roubei um pedaço da história capturado numa época com tanta energia negativa ligada a ele”, escreveu. “Pessoas morreram de uma forma horrível e eu levei ladrilhos relacionados com esse tipo de destruição.”

Nas proximidades de Pompeia, o Monte Vesúvio entrou em erupção em 79, cobrindo a cidade com rochas quentes, cinzas vulcânicas e gases nocivos e matando grande parte dos seus residentes.

A mulher contou que deu uma peça a uma amiga e contou-lhe sobre a decisão de enviar os seus artefactos de volta, mas disse que não sabe se a amiga devolverá os dela. “Somos boas pessoas e não quero mais passar esta maldição para minha família, os meus filhos ou para mim mesma”, escreveu. “Por favor, perdoe o meu ato descuidado que cometi há anos”.

Pompeia é um dos locais históricos mais famosos do mundo e os arqueólogos continuam a trabalhar nele. Em fevereiro, a famosa House of Lovers reabriu pela primeira vez em 40 anos após um projeto de restauração. O prédio, um dos locais mais conhecidos de Pompéia, foi fechado para visitantes em 1980 após sofrer danos num terremoto, mas agora foi reaberto como parte do projeto Grande Pompeia, lançado em 2014 com o objetivo de salvaguardar a antiga cidade.

ZAP //



Avião esgota lotação depois de oferecer refeições a bordo (mas em terra) por 400 euros

Jetstar / Flickr

A pandemia trouxe consigo a inibição de viajar de avião, e há quem esteja a passar por uma verdadeira “febre da cabine”. Os sintomas são um desejo incontrolável de fazer uma viagem de avião com tudo a que se tem direito —  incluindo pagar para comer a bordo — mas sem levantar voo. O fenómeno está a crescer.

Podia tratar-se de um restaurante, mas não, estamos mesmo a falar de um avião. Em Singapura, uma aeronave parada esgotou a sua lotação para jantar, e os “passageiros” pagaram cerca de 398 euros por uma refeição a bordo. Tudo para recriar a experiência de viajar.

A ideia surgiu da companhia Singapore Airlines e, apesar de parecer estranha, teve muita adesão acabando por esgotar em menos de meia hora. Segundo o The Guardian, num curto espaço de tempo, todos os bilhetes para o “pop-up Restaurante A380” estavam vendidos.

Durante dois fins-de-semana, metade dos 471 assentos disponíveis em cada um dos aviões estacionados no aeroporto de Changi foram ocupados. No final do jantar, os participantes da experiência podiam ainda assistir a um filme.

A oferta da transportadora aérea apresentava duas opções: uma refeição do menu padrão, no valor de 398 euros por pessoa com serviço de suite, ou 33 euros para a bandeja em classe económica.

Devido ao sucesso da iniciativa, a companhia aérea teve de abrir listas de espera. Para os que não puderam comer a bordo, a empresa preparou uma refeição de primeira classe a ser desfrutada em casa, mas para isso, os interessados tinham de pagar 554 euros.

Esta é a última de uma série de iniciativas de aumento de receita por parte de companhias aéreas que sofreram quedas financeiras abruptas com o confinamento causado pela pandemia de covid-19.

Os “voos para lugar algum” são uma tendência com elevada adesão na Ásia, incluindo em Taiwan e no Japão. Na Austrália, a Qantas esgotou recentemente uma “viagem paisagística” num 787 Dreamliner, que voou pelo país, partindo e chegando a Sydney.

ZAP //



Depois do voos, Singapura avança com cruzeiros “para lado nenhum”

Singapura acaba de receber luz verde para pôr no ativo os seus primeiros “cruzeiros para lado nenhum”, cuja data de arranque está marcada para o início de novembro com muitas restrições por causa da pandemia de covid-19.

Tal como o próprio nome indica, estas embarcações não terão portos de escala, isto é, farão a viagem de ida em volta sem quaisquer paragens.

Os passageiros podem nestes cruzeiros desfrutar da experiência, mas sem sair nunca do navio – o grande objetivo destas viagens é experiência em si, que foi travada durante meses por causa da pandemia, e não o destino ou paragens do percurso.

As viagens terão muitas restrições por causa novo coronavírus: a lotação do navio estará limitada a 50% e é destinada apenas para os residentes de Singapura.

O Conselho de Turismo de Singapura desenvolveu uma certificação CruiseSafe obrigatória a que as empresas devem aderir, estabelecendo medidas rigorosas, que incluem a testagem de todos os passageiros antes do embarque, protocolos de limpeza e higienizarão a bordo; garantia de 100% de ar fresco em todo o navio, bem como planos de resposta de emergência para incidentes relacionados com a doença.

Também a tripulação terá uma série de medidas exigentes: os que viajam do exterior devem fazer uma quarentena de 14 dias no seu país de origem e devem depois testar negativo para a covid-19 antes de partirem para Singapura.

Serão novamente testados em Singapura, farão novamente quarentena e serão depois novamente testados ao fim de duas semanas, explica o jornal britânico The Independent.

De acordo com o mesmo diário, viagens começam a partir de 6 de novembro a bordo do navio cruzeiro World Dream da Genting Cruise Lines.

Uma iniciativa semelhante aconteceu recentemente na aviação: a companhia aérea australiana Qantas anunciou planos para um voo panorâmico de sete horas que fará um loop gigante em Queensland e Gold Coast, New South Wales e os remotos centros do interior do país – os chamados voos “para lado nenhum”.

ZAP //



 

Praia no Chipre reabre após 46 anos fechada. Tornou-se símbolo da divisão do país

Katia Christodoulou / EPA

As autoridades pró-Turquia no Chipre reabriram parcialmente, nesta quinta-feira, a praia de Varosha. A praia encontrava-se fechada desde 1974, altura em os turcos invadiram a ilha num confronto com tropas pró-Grécia que causou a divisão do país, localizado no leste do Mediterrâneo.

Centenas de pessoas entraram em Varosha esta quinta-feira – acompanhadas por controlo policial – perto da cidade portuária de Famagusta, informaram os jornalistas da agência France Presse.

Desde os anos 70 que parte da ilha – o Chipre do Norte – é controlada por turco-cipriotas, mas é reconhecida pelo governo da Turquia como país independente. No entanto, a comunidade internacional reconhece apenas a República do Chipre.

Na altura, os habitantes cipriotas gregos de Varosha fugiram após os avanços das tropas turcas em 1974. A zona ficou sob controle militar turco, isolada e abandonada, acabando por ficar devastada com tempo. A praia tornou-se assim um símbolo da divisão do país. O local fica perto da fronteira entre norte e sul, diz o The Guardian.

A “invasão” foi vista como forma de chamar à atenção para as eleições presidenciais do Chipre do Norte, marcadas para este fim de semana e que contam com o apoio da Turquia. O próprio presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, comemorou a reabertura de Varosha.

Na eleição, o primeiro-ministro do Chipre do Norte, Ersin Tatar, — não reconhecido pela comunidade internacional — enfrenta Mustafa Akinci.

Contudo, Nicos Anastasiades, o presidente de Chipre que é reconhecido internacionalmente, classificou a medida como “ilegal”. O presidente condena assim a ação e diz que vai entrar com um recurso junto do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Também a Rússia já se manifestou, e considerou a reabertura da praia “inaceitável”.

António Guterres, o secretário-geral da ONU, e Josep Borrell, diretor de política externa da UE, expressaram preocupação com uma ação que, segundo eles, pode aumentar as tensões na região.

Ainda assim, as autoridades cipriotas turcas insistem que a medida é benéfica para todos e que os direitos dos proprietários de propriedades cipriotas gregas não são afetados, uma vez que apenas a praia foi aberta.

ZAP //



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