Sábado, Junho 7, 2025
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Itália está a pagar 700 euros por mês a quem se mudar para uma aldeia

Há mais propostas italianas para atrair habitantes. Agora, a região de Molise está a oferecer 700 euros por mês durante três anos a quem se mudar para uma aldeia.

Mas há requisitos para preencher: a aldeia escolhida não pode ultrapassar os dois mil habitantes e o recém-chegado terá de se comprometer a abrir um negócio.

“Queremos fazer mais. Queremos que as pessoas invistam aqui. Quem vier pode abrir qualquer tipo de negócio: uma padaria, uma papelaria, um restaurante, qualquer coisa. É uma maneira de dar vida às nossas terras e também de aumentar a população”, justifica Donato Toma, presidente da região, localizada no sul de Itália, ao The Guardian.

O objetivo é dinamizar as regiões subpovoadas, por isso, também há outras medidas que vão ser adotadas. Cada localidade com menos de dois mil habitantes irá receber dez mil euros por mês para investir em infraestruturas e atividades culturais.

“Não se trata apenas de aumentar a população”, disse Toma. “As pessoas também precisam de infraestruturas e de um motivo para ficar, caso contrário, voltaremos onde estávamos há alguns anos”.

De acordo com o jornal italiano La Repubblica, os detalhes serão publicados no site da região a 16 de setembro. O projeto deverá representar um investimento de cerca de um milhão de euros.

Molise é uma das regiões italianas com maior perda de residentes nos últimos anos. Com cerca de 350 mil habitantes, perdeu nove mil desde 2014 e, só em 2018, pelo menos 2.800 morreram ou mudaram-se.

Esta é mais uma das propostas de Itália para atrair habitantes. Recentemente, o país colocou à venda casas abandonadas por um euro. Em contrapartida, os compradores tinham de entregar uma caução, cujo valor varia consoante a zona, para garantir que renovam as propriedades dentro de três anos. Caso não consigam cumprir o prazo estipulado, arriscam-se a perder o valor da caução.

ZAP //



O pico mais alto da Suécia foi destronado por causa da sinistra remodelação das montanhas

Os suecos tiveram um novo exemplo da alteração do clima do nosso planeta, com a notícia de que o ponto mais alto do país já não é o mesmo.

Em apenas 60 anos, o pico sul da montanha Kebnekaise, no extremo norte da Suécia, 150 quilómetros acima do Círculo Polar Ártico, perdeu 24 metros, e com eles o título de topo do país.

O pico norte roubou-lhe a designação de pico mais alto da Suécia, posicionando-se agora a 1,2 metros acima do irmão, nos seus 2096,8 metros. A principal diferença entre estes picos é o facto de este último ser de rocha, enquanto que o do sul é um glaciar fustigado pelo aquecimento global.

Esta alteração vai obrigar a alterar os compêndios de geografia suecos, segundo a equipa de investigadores responsável pela medição do Kebnekaise. “Isto é um marco, um sinal muito óbvio e muito claro para todos na Suécia de que as coisas estão a mudar” e que “é preciso fazer alguma coisa quanto a isso”, disse a geógrafa que liderou o projeto, Gunhild Ninis Rosqvist, da Universidade de Estocolmo, ao The Guardian.

A equipa assume uma margem de erro de apenas alguns centímetros. “Quase toda a redução deu-se nas duas últimas décadas, em que o glaciar perdeu uma média de um metro por ano“, explicou a cientista.

Rosqvist acredita que os picos norte e sul vão andar a disputar o primeiro lugar do pódio nos próximos anos, devido à neve e aos invernos que se avizinham. Ainda assim, a prazo, o destino do pico sul está traçado e é “muito claro”.

As medições do pico foram realizadas no dia 3, concluído o degelo do verão, num ano em que a Suécia registou os meses de maio e julho mais quentes da sua história. A localidade de Markusvinsa, a norte do Circulo Polar Ártico, registou 34,8 ºC no dia 26 de julho.

ZAP //



Beja 360°. Câmara lança mapa interativo onde é possível conhecer 24 monumentos

A Câmara de Beja lançou um mapa interativo que permite conhecer a cidade, apresentando 24 pontos de interesse que podem ser visitados a 360 graus.

O Beja 360º é um mapa interativo que pode ser consultado online através de computador ou smartphone, e inclui 24 pontos de interesse da cidade que podem ser visitados a 360 graus.

A autarquia explicou em comunicado que “a divulgação do património através deste tipo de plataformas permite valorizar o concelho de Beja, destacar o que temos de melhor e promover o conhecimento da sede de concelho a munícipes e a turistas”.

O mapa interativo permite consultar a posição relativa do ponto de interesse num mapa do Google, aceder à agenda de eventos da cidade e utilizar o ícone “máquina fotográfica” para captar o melhor ângulo dos pontos de interesse, descarregar a fotografia e partilhá-la através das redes sociais.

Ao Público, Paulo Arsénio, presidente da autarquia, explicou que o projeto teria que respeitar dois critérios: ser uma “ferramenta comportável financeiramente e simultaneamente intuitiva para o utilizador”.

Segundo o autarca, esta “é uma ferramenta muito inclusiva, pois em alguns destes locais, nomeadamente em monumentos, nem sempre é fácil criar acessibilidades para todos”. A plataforma “permite a algumas pessoas, que por um ou outro motivo não podem desfrutar do local ao vivo, sentirem-se envolvidas em cada um dos espaços retratados”.

Apresentado em junho em fase de testes, o mapa ficou disponível oficialmente no início desta semana. O projeto foi lançado no âmbito da candidatura “Cidades que se Contam” (Alentejo 2020).

ZAP //



Serralves vai ter um passadiço junto à copa das árvores

A Treetop Walk do Parque de Serralves vai ser inaugurada no próximo sábado, com entrada gratuita durante todo o dia para todos os visitantes.

A Fundação de Serralves, em colaboração com o Fundo Ambiental do Estado português e com o apoio da Ascendi, inaugura, no próximo dia 14 de setembro, a Treetop Walk, um percurso elevado ao nível da copa das árvores.

A instituição recorda no seu site oficial que a inauguração deste percurso ocorre no ano em que comemora 30 anos de existência e que vai permitir “dinamizar ainda mais o seu já muito relevante papel a nível da educação para a sustentabilidade ambiental e proteção da biodiversidade”.

O projeto foi concebido pelo arquiteto Carlos Castanheira, em colaboração com o arquiteto Álvaro Siza Vieira, e irá ainda permitir “uma impactante experiência de observação e estudo da fauna e flora de Serralves”.

O percurso tem 260 metros de extensão, entre 1,5 metros e 15 metros de altura. No dia da sua inauguração, a entrada no Parque de Serralves será gratuita durante todo o dia para todos os visitantes.

ZAP //



“Muito mau”. Austrália baixa classificação do estado da Grande Barreira de Coral

Keith Ellenbogen

A agência governamental australiana que gere a Grande Barreira de Coral baixou a classificação do estado dos corais de “mau” para “muito mau”, devido ao aquecimento global.

O relatório da Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Coral, que é atualizado a cada cinco anos, é a mais recente má notícia para os mais de 345 mil quilómetros quadrados de recife que se estendem ao longo da costa nordeste da Austrália, à medida que se agrava o impacto das alterações climáticas e do branqueamento de corais, provocado pelo aumento da temperatura da água.

O documento, divulgado esta sexta-feira, revela que a maior ameaça ao recife continua a ser a mudança climática. As outras ameaças estão associadas ao desenvolvimento costeiro, escoamento de águas de terrenos agrícolas e atividades humanas como a pesca ilegal. “Ações globais significativas para lidar com as alterações climáticas são cruciais para retardar a deterioração do ecossistema”, lê-se no relatório.

“Tais ações completarão e aumentarão muito a eficácia das iniciativas de gestão local nos recifes e na bacia hidrográfica”, frisam os relatores. Este é o terceiro relatório da agência e a deterioração continua desde o primeiro, em 2009.

A deterioração dos recifes reflete-se essencialmente na expansão da área de corais mortos ou danificados pelo branqueamento.

O documento aponta também que as ameaças — que incluem a estrela do mar Coroa de Espinhos (Acanthaster planci) espécie predadora dos pólipos dos corais — são “múltiplos, cumulativos e crescentes”. “A acumulação de impactos, através do tempo e numa área crescente, está a afetar a capacidade de recuperação, com implicações nas comunidades e indústrias dependentes dos corais”, afirmou o presidente da autoridade, Ian Poiner.

Um estudo recente, publicado no passado mês de abril na revista científica Nature, dava conta de uma uma descida histórica no surgimento de novos corais na Grande Barreira de Coral, apontando o aquecimento global como o principal culpado.

ZAP // Lusa



Portugal é o melhor destino turístico do mundo para pessoas com deficiência

Portugal é o primeiro país a receber o prémio “Destino Turístico Acessível 2019” da Organização Mundial do Turismo (OMT), que reconhece o esforço na promoção de acessibilidades, anunciou esta terça-feira o Governo.

“Portugal é o único país a receber esta distinção, que é atribuída pela primeira vez este ano pela OMT em parceria com a Fundação ONCE, e que reconhece o esforço de Portugal na promoção da acessibilidade no Turismo”, avançou, em comunicado, o Ministério da Economia. A distinção foi na terça-feira entregue durante a 23.ª assembleia-geral da OMT, em São Petersburgo, na Rússia.

De acordo com o Governo português, só na Europa existem 90 milhões de turistas com necessidades específicas de mobilidade, “pelo que esta distinção é muito importante para posicionar Portugal como líder na acessibilidade”.

Para a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, citada no mesmo documento, este prémio constitui “um grande impulso para que Portugal se torne o destino mais inclusivo do mundo”. Apesar de considerar que esta é “uma questão de cidadania”, a governante admitiu que “ainda há muito a fazer”, sublinhando que “quem perde esta carruagem perde o comboio”.

Por sua vez, a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, defendeu que este é o reconhecimento “de um trabalho sólido e estruturado” que Portugal tem realizado em matéria de acessibilidades.

Promoção de acessibilidades

Esta governante destacou ainda o programa Mais Acesso, que irá apoiar projetos de promoção de acessibilidades em cerca de 50 municípios num valor global de 15 milhões de euros, bem como a realização de levantamentos globais das condições de acessibilidade do edificado público.

“Este Governo tem dado passos seguros no sentido de transformar Portugal num verdadeiro país inclusivo. É um caminho sem retorno, pois a isso nos obrigam todos aqueles para quem trabalhamos”, afirmou Ana Sofia Antunes.

Paralelamente, em 2016 foi lançado o programa All for All (tudo para todos), com o objetivo de capacitar a oferta turística portuguesa e de criar roteiros acessíveis em todo o país. Segundo os dados do Ministério da Economia, até ao momento foram apoiados 116 projetos, que representam um investimento de 20 milhões de euros e que receberam um apoio de 14 milhões de euros.

Entre estes encontram-se a criação de acessibilidades no Castelo de São Jorge, em Lisboa, no Convento de Cristo, em Tomar e nas Caves Calém, em Vila Nova de Gaia.

Neste âmbito foi também lançado o portal Tur4All (turismo para todos), que permite conhecer a oferta hoteleira, de restauração e cultura para pessoas com “necessidades específicas de mobilidade em Portugal e Espanha“.

Nas escolas de Turismo, por seu turno, passou a ser incluído um módulo dedicado ao turismo acessível e, além do programa Praia Acessível, foi este ano lançado o Festivais + Acessíveis, que visa distinguir eventos que apresentem “condições de acessibilidade para pessoas com necessidades específicas”.

// Lusa



“Incomparável beleza e autenticidade”. New York Times rasga elogios ao Alentejo

Digitalsignal / wikimedia

Um artigo do jornal norte-americano New York Times, assinado pelo jornalista Eric Lipton, rasga largos elogios ao Alentejo, região que considera ser de “incomparável beleza e autenticidade”.

A publicação fala de Melides, que Lipton observa que fica apenas a “uma hora de Lisboa”, e da Comporta, mas é a primeira freguesia que arrecada mais elogios.

Melides é uma “aldeia simples”, a “a meio de um processo de transformação, à medida que uma onda de super-ricos descobre este local extraordinariamente bonito”. O jornalista escreve que a freguesia tem cerca de “quatro restaurantes, uma igreja, algumas lojas pequenas e um supermercado”.

E há ainda as praias: “Situa-se a meio de um trecho de 64 km de praias quase intocadas e próximo de centenas de quilómetros quadrados de campos de sobreiros, vinhas e arrozais”.

A aldeia, “quase vazia”, é como “Saint-Tropez costumava ser nos anos 1950, antes de Brigitte Bardot, ou Ibiza, antes da primeira vaga de festas de Verão ter ouvido falar daquele hot spot no Mediterrâneo”, compara.

O jornalista e a sua família – que chegaram ao Alentejo quase por acaso, impulsionados por um desconto da TAP – ficaram alojados em Melides, onde o designer Christian Louboutin se prepara para construir o primeiro hotel da aldeia.

Outros nomes têm procurado este “paraíso português“: a produtora de vinhos Noemi Marone Cinzano, o do designer Philippe Starck, o artista alemão Anselm Kiefer, o pintor inglês Jason Martin, elenca o semanário Expresso. “O Alentejo é uma região sem paralelismo na beleza e na autenticidade”, frisa o repórter.

Já a Comporta, no entender do jornalista está transformada “numa mini-versão dos Hamptons”. “Carros luxuosos enchem as estradas, casais vestidos de modo boémio passeiam pelas galerias de arte, as lojas de decoração e utilidades domésticas, bares, discotecas e esplanadas. Na descrição não são os esquecidos os ataques dos mosquitos à noite na localidade construída em cima dos campos de arroz”.

“Toda a gente sabe que isto dificilmente poderá durar, com gente rica a acorrer a uma comunidade rural imaculada em busca de natureza e solidão. Mas, pelo menos por agora, o Alentejo é uma região de incomparável beleza e autenticidade”.

ZAP //



O primeiro hotel espacial low cost poderá abrir em 2025

A Estação Espacial Von Braun, que pode acomodar 400 pessoas ao mesmo tempo, poderá receber os primeiros turistas dentro de alguns anos.

“O objetivo da Gateway Foundation é que em 2025 Von Braun já esteja em funcionamento e que 100 turistas a visitem por semana”, disse , disse Tim Alatorre, arquiteto sénior da Gateway Foundation, empresa responsável pelo design da estação, ao portal Deezen.

Segundo o designer, a estação, que terá a forma de uma enorme roda de 190 metros de diâmetro, girará constantemente, criando uma gravitação artificial comparável à da Lua e tornando a estadia nela muito mais confortável do que na Estação Espacial Internacional, onde não é possível ter sentido de direção.

A presença de gravidade significa que muitos problemas que astronautas na EEI sofrem não afetarão a Estação Espacial Von Braun. Os visitantes poderão ir à casa de banho de maneira normal, os chuveiros usarão água reciclada e os alimentos serão servidos em restaurantes comuns.

“Estamos a planear cozinhas com serviço completo com todos os pratos que se esperaria num navio de cruzeiro de luxo ou num grande hotel”, disse Alatorre. “Muitas questões logísticas para serviços de alimentação foram resolvidas há anos pela indústria de navios de cruzeiro”.

Alatorre disse que, além dos quartos, o hotel apresentará “muitas das coisas vistas em navios de cruzeiro”, como restaurantes, bares, concertos de música, exibições de filmes e seminários educacionais, e que o interior não terá nada a ver com a esterilidade das estações espaciais nos filmes de ficção científica.

“Como seres humanos, estamos intimamente conectados com materiais e cores naturais. O uso de tecidos, iluminação e tintas de cores quentes e materiais texturizados ajuda-nos a conectar e a sentirmo-nos em casa”, explicou o arquiteto, embora tenha admitido que materiais pesados, como madeira e pedra, serão substituídos por “substitutos para materiais naturais leves e fáceis de limpar”.

O projeto, que pressupõe a criação de hotéis espaciais ainda maiores, tem como objetivo acabar com os altos preços atuais do turismo orbital, tornando-o acessível a amplos setores sociais e facilitando a exploração extraterrestre.

“Como os preços são tão altos, a maior parte das pessoas assume que o turismo espacial só está disponível para os super-ricos. A Gateway Foundation visa tornar as viagens espaciais abertas a todos“, explicou Alatorre.

Depois de 2030, a estação Von Braun será uma prova de conceito para o próximo projeto da Gateway Foundation, que abrigará mais de 1.400 pessoas. O próximo projeto da empresa será uma “verdadeira cidade no Espaço que será um porto de escala para quem vem e vai da Lua e Marte”.

ZAP //



 

A ilha de Santa Helena está à procura de um novo Napoleão

A ilha de Santa Helena, onde Napoleão Bonaparte terminou os seus dias, está a iniciar as comemorações do bicentenário da sua morte, que se assinala em 2021.

O imperador francês, derrotado na histórica batalha de Waterloo, foi exilado numa pequena ilha na costa atlântica de África: Santa Helena. Napoleão Bonaparte chegou ali a 15 outubro de 1815 e viveu lá os seus últimos seis anos de vida.

Apesar de não ter sido o único habitante da ilha, foi, certamente, o mais célebre. Por esse motivo, ainda hoje as autoridades de Santa Helena exploram a imagem de Napoleão, em prol do turismo.

Segundo o The Guardian, a ilha está agora a oferecer um “Bona-part-time”. As autoridades locais publicaram no Twitter um anúncio que diz: “O Turismo de St. Helena procura uma pessoa do sexo masculino disposta a atuar como imitador de Napoleão para aparecer em eventos ao longo das celebrações do bicentenário. Espera-se do candidato adequado que funcione como embaixador de St. Helena e sobretudo do bicentenário”.

O cargo não é pago e as autoridades vão dar primazia aos habitantes da ilha, uma vez que não é para ser desempenhado todos os dias.

O anúncio esclarece que a pessoa em causa “deve estar disponível para todos os futuros eventos em 2019, 2020 e 2021, ter boa apresentação e a capacidade de engajamento com indivíduos de todos os níveis, em especial dignitários. As pessoas interessadas devem contactar Sophia Joshua”.

Sophia Joshua é a responsável do turismo local e já adiantou, segundo o Expresso, que já existe um fato disponível para o efeito e um chapéu bicórnio, em tempos usados por outro imitador que, entretanto, deixou a ilha.

Os interessados podem candidatar-se, com a nota de que o primeiro evento será já no próximo dia 15 de outubro, dia de celebração da chegada de Napoleão – o original – à ilha.

ZAP //



A Rússia tem cinco novas ilhas (e isso é má notícia)

Investigadores encontraram cinco novas ilhas nas águas geladas da costa norte da Rússia. Embora novas descobertas sejam tipicamente algo para comemorar, desta vez, é má notícia.

As ilhas encontradas na Rússia só foram reveladas graças ao derretimento glacial acelerado das mudanças climáticas.

A presença de novas ilhas na área foi sugerida pela primeira vez por uma estudante universitária que estudava imagens de satélite enquanto escrevia o seu trabalho final no fim de 2016. A presença de pelo menos cinco novas ilhas foi confirmada esta semana pelo Ministério da Defesa da Rússia após uma expedição recente pelo Vizir, um navio de investigação da Marinha Russa.

“Foi realizada uma investigação topográfica nas novas ilhas”, disseram os militares em comunicado. “Foram descritos em detalhes e fotografados.” As novas ilhas, com tamanho entre 900 a 54.500 metros quadrados, podem ser encontradas perto de Novaya Zemlya e Franz Josef Land, no Oceano Ártico, dois arquipélagos de centenas de ilhas habitadas apenas por militares.

Todas as ilhas foram anteriormente engolidas pelo gelo do glaciar Nansen, também conhecida como Vylka. No entanto, foram expostas após o recuar do gelo devido ao aumento da temperatura do ar e do oceano.

O Círculo Polar Ártico está a experimentar alguns dos aumentos mais acentuados no clima mais quente do mundo, especialmente no ano passado, que registou um calor recorde em grande parte do Ártico. Num exemplo particularmente chocante, as temperaturas numa vila sueca no Círculo Polar Ártico atingiram 34,8°C em 26 de julho de 2019. O noroeste da Rússia também viu as temperaturas subirem para 29°C..

Com as temperaturas quentes, vem o degelo do gelo e o derretimento dos glaciares. Os principais episódios de derretimento de superfície ocorreram em muitas partes do Ártico este ano, principalmente na Gronelândia, onde cerca de 197 mil milhões de toneladas de gelo derreteram apenas no mês de julho.

Um estudo de 2018, publicado na revista especializada Remote Sensing of Environment, analisou os glaciares em redor do arquipélago de Franz Josef Land e descobriu que a perda de massa de gelo entre 2011 e 2015 duplicou em comparação com os intervalos de tempo anteriores.

“Atualmente, o Ártico está a aquecer duas a três vezes mais rápido que o resto do mundo, por isso, naturalmente, glaciares e calotas polares reagirão mais depressa”, disse Simon Pendleton, da Universidade do Colorado, no Instituto de Pesquisa Ártica e Alpina de Boulder, que não está envolvido nesta nova descoberta, em janeiro.

Além da descoberta de novas terras, as dramáticas mudanças no Ártico estão a causar um efeito devastador na biodiversidade e assentamentos humanos na área e fora dela.

ZAP //



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