Domingo, Junho 8, 2025
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Turistas descuidados estão a destruir a árvore mais antiga do Reino Unido

O Teixo de Fortingall é a árvore mais antiga do Reino Unido e potencialmente de toda a Europa. No entanto, turistas descuidados estão a destruí-la aos bocados.

Para se ter uma ideia de quão antiga é esta árvore, é importante saber que ela já existia enquanto as Pirâmides e o Stonehenge ainda estavam a ser construídos. Com uns estimados 5 mil anos, a árvore cresceu dentro de uma igreja na vila de Fortingall, na Escócia. Agora, é visitada por milhares de turistas que vêm para ver a árvore milenária.

Segundo os cuidadores da árvore, a presença invasiva de turistas, que tentavam pendurar fitas nela, levou a que alguns dos seus galhos fossem arrancados.

O Teixo de Fortingall tem cerca de 16 metros de largura e sete metros de altura. Com o passar do tempo, segundo explica o All That’s Interesting, aparentemente cresceram troncos separados, que se dividiram e reuniram-se num grupo mais pequeno de árvores. Apesar de parecer bizarro, este comportamento é considerado normal.

Os cientistas não conseguem precisar quantos anos tem o teixo, uma vez que o interior da casca apodreceu, mas de acordo com cálculos feitos no século XIX, a árvore terá entre 2 mil a 5 mil anos.

A sua longevidade, contudo, pode estar agora sob ameaça dos turistas mais descuidados. Na tentativa de pendurar lembranças no teixo, alguns dos visitantes danificam a árvore e põe em risco a sua conservação.

Placa de metal do Teixo de Fortingall que, entretanto, foi derrubada por turistas.

O impensável aconteceu em 2015, quando a árvore “mudou de sexo”. O teixo, que durante muito tempo foi tido como “masculino” começou a dar frutos, uma característica que é típica de árvores “femininas”. Os cientistas ainda não conseguiram perceber totalmente o fenómeno, mas acreditam que esta “mudança de género” terá a ver com o stress ambiental.

É uma estratégia para a longevidade“, disse Brian Muelaner, presidente do Ancient Tree Forum, em declarações ao jornal britânico The Guardian. “O Teixo de Fortingall é tão fragmentado que se pode ter tornado sexualmente ambíguo”, acrescentou.

Num esforço para preservar o ADN da árvore, os seus cuidadores lançaram uma iniciativa chamada Church Yew Tree Project, que tem como objetivo criar e distribuir sebes de árvores de teixo noutros cemitérios.

“Se tivermos a sua progenitora, temos os clones a crescer noutro lugar. Assim, o ADN será protegido e salvaguardado, e teremos mais teixos importantes”, explicou Catherine Lloyd, coordenadora do Tayside Biodiversity Community Partnership.

ZAP //



“Turistas do Instagram” multiplicam-se em Chernobyl. Escritor da série pede respeito

O escritor da série da HBO Chernobyl condenou a multiplicação de selfies e fotografias inapropriada tiradas por turistas e influencers que visitam o local do maior desastre nuclear da Ucrânia. Craig Mazin pediu respeito para todos os que sofreram com a catástrofe que atingiu a cidade em 1986. 

A produção norte-americana, que é já a série com melhor pontuação no IMBD, fez disparar o turismo na região entre 30 a 40%. Deu-se um boom turístico na cidade de Chernobyl e as fotografias nas redes sociais começaram a proliferar.

Vários influencers e turistas têm sido criticados nos últimos dias por utilizarem o local onde ocorreu um desastre para encenar fotografias para as redes sociais. Numa das publicações mais recentes, é possível ver uma jovem a pousar para a fotografia em fio dental. É este tipo de imagens impróprias que Mazin lamenta.

“É maravilhoso que Chernobyl tenha inspirado uma onda de turismo para a Zona de Exclusão (…) Mas sim, eu vi as fotografias que andam por aí”, escreveu esta quarta-feira na sua conta oficial no Twitter.

“Se visitarem o local, lembrem-se que uma tragédia horrível aconteceu lá. Comportem-se com respeito por todos aqueles que sofreram e se sacrificaram”, pediu.

Fazendo uma pesquisa nas redes sociais por localização ou tag com as palavras Pripyat e Chernobyl, as zonas mais afetadas pelo desastre, é possível ver inúmeras fotografias de pessoas a pousar no local do desastre. A Roda Gigante de Pripyat, que está dentro do parque de diversões abandonado da cidade, é um dos cenários mais populares, a par dos prédios abandonados e em ruínas.

Apesar das críticas, há também vários internautas que alertam que nem todo o turismo na zona é inapropriado ou protagonizado por influencers ou “turistas do Instagram”.

Atualmente, a zona é uma “cidade-fantasma” e não será habitável durante vários séculos. Os cientistas estimam que a concentração de elementos radioativos só deverá desaparecer em 24.000 anos. Chernobyl parou no tempo, sendo agora o espelho de uma das mais modernas cidades da antiga União Soviética.

Restam prédios abandonados num cenário pós-apocalíptico, onde a vegetação e a floresta invadem os edifícios. Em 1980, antes dos desastre, viviam na zona 50 mil pessoas. Hoje, vivem lá alguns animais selvagens.

Não há números certos sobre as vítimas do desastre de Chernobyl. As Nações Unidos estimaram 9.000 mortes devido a cancros relacionados coma. exposição à radiação, já a Green Peace estima 200.000 mortos em consequência de outros problemas de saúde associados à explosão. 31 pessoas morreram quando reator nuclear explodiu, sendo este o número oficial da União Soviética, que permanece inalterado desde 1987.

ZAP //



A primeira piscina infinita com vista de 360º vai nascer em Londres

A Compass Pools revelou na passada semanas um dos seus projetos mais ambiciosos: o Infinity London. A empresa pretende construir um prédio que terá no seu topo a primeira piscina do mundo com vista de 360 graus.

Em causa esta um novo arranha-céus de 55 andares que vai ser construído na capital britânica e “coroado” por uma piscina infinita, isto é, uma piscina sem fronteira e com todos as laterais da construção transparentes, precisou a Compass Pool.

Com uma capacidade de 600.000 litros, as paredes e o piso da piscina serão de acrílico fundido em vez de vidro, o que permitirá aos visitantes do andar térreo observar os banhistas que estão no topo do edifício.

Para conseguir o design perfeito, os arquitetos projetaram uma solução inovadora para chegar até à piscina: uma porta submarina. Na prática, os banhistas que queiram ir à piscina terão que percorrer uma escada em espiral que vai atravessar a água a partir do fundo da construção.

Entre as tecnologias da piscina existirá um aparelho para monitorizar a velocidade do vento, que será depois ligado a um outro sistema para garantir que a água está na temperatura correta e que esta não será derramada para a rua. O sistema de aquecimento vai utilizar a energia residual do sistema de ar condicionado do arranha-céus.

A piscina terá ainda um conjunto de luzes que farão com que o edifício se assemelhe a uma lanterna brilhante durante a noite. De acordo com a companhia, e se todos os parceiros e empreiteiros forem confirmados, a construção arrancará em 2020.

ZAP //



O medo de voar pode levar ao fim das companhias aéreas

Jetstar / Flickr

O medo de voar e o crescimento e difusão do mercado dos carros autónomos pode levar à ruína das companhias aéreas. Estas são as conclusões de uma investigação às preferências de viagem dos consumidores.

As companhias aéreas podem ter os seus dias contados e tudo graças à prosperidade do mercado dos veículos autónomos, que tem crescido de forma galopante. À medida que a tecnologia vai evoluindo e tornando-se mais segura e capaz, as pessoas podem deixar de viajar de avião — pelo menos é o que sugere um estudo publicado no ano passado na revista International Journal of Aviation, Aeronautics, and Aerospace.

O Fast Company dá o exemplo de uma viagem entre Atlanta e Washington, que de carro demoraria cerca de dez horas. De avião, o voo seria de duas horas, mas há várias condicionantes que aumentam o tempo da viagem. Com atrasos, check-in, controlo de segurança, levantar as malas, alugar um carro e conduzir até ao destino, o tempo total pode ser entre quatro e cinco horas.

Com o surgimento dos carros autónomos, o veículo evita todos os diferentes estágios burocráticos de uma viagem de avião. Além disso, o condutor pode fazer o que quiser durante a viagem, com o veículo a assumir controlo da condução.

Atualmente, há ainda um certo receio quanto aos veículos autónomos, com a tecnologia a ainda não estar desenvolvida o suficiente para dar 100% de garantias a todos. No entanto, com o tempo, os investigadores acreditam que o ceticismo vá passar e que haja uma maior aceitação da automatização dos veículos.

Os investigadores mostraram aos voluntários do estudo viagens de diferentes comprimentos e pediram que escolhessem se prefeririam conduzir, viajar de avião ou serem levados por um carro autónomo. Em geral, os dados indicaram que as pessoas preferiam veículos sem motorista do que serem eles próprios a conduzir.

A ideia de viajar de carro autónomo ficou ainda mais atraente quando as pessoas soubessem que, depois de voar, precisariam de um carro alugado na sua cidade de destino.

Em viagens curtas, com uma viagem de cinco horas, dois terços das pessoas preferem conduzir sozinhas. Isso não mudou muito quando lhes foi oferecido um carro autónomo, a menos que lhes dissessem que precisariam de um carro alugado na cidade de destino. Aí, quase três quartos das pessoas preferiram um carro autónomo ao voo.

Como poderia afetar as companhias aéreas

Perder até um em cada dez clientes reduziria substancialmente a receita das companhias aéreas. Um menor rendimento provavelmente faria com que elas reduzissem o seu serviço, voando menos rotas com menos frequência.

O problema não seria apenas os clientes que optaram por não voar. Alguns passageiros podem dividir viagens entre carros autónomos e aviões, o que reduziria ainda mais a receita das companhias aéreas. Por exemplo, uma pessoa em Savannah, na Geórgia, que queira ir a Londres, pode optar por mudar de avião em Atlanta — ou ir de carro autónomo para o aeroporto de Atlanta e saltar a escala.

Estas mudanças podem mudar substancialmente a indústria da aviação, com as companhias aéreas a pedir menos aviões aos fabricantes, aeroportos com menos voos diários e menores receitas de estacionamentos, e até mesmo hotéis de aeroportos a hospedar menos pessoas. O futuro dos carros autónomos é atraente para os consumidores — o que significa que o futuro do voo comercial está em perigo.

ZAP //



Em Nova Iorque, há sacos de boxe espalhados pelas ruas para aliviar o stress

Para ajudar as pessoas a lidarem com o stress e as frustrações, há sacos de boxe espalhados pelas ruas de Nova Iorque. Uma ideia de um gabinete de design que está a ser muito bem acolhida por quem vive na cidade dos EUA.

Foi no âmbito da Semana do Design de Nova Iorque que um estúdio de design resolveu espalhar sacos de boxe pela “cidade que nunca dorme”. Um epíteto que encaixa na perfeição a Nova Iorque, cidade onde os níveis de stress estão também em níveis elevados dado o constante reboliço de pessoas.

Para ajudar os nova-iorquinos a ultrapassarem a tensão do dia-a-dia, o estúdio de design Donttakethisthewrongway (Não leves isto a mal na tradução para Português) desafia os habitantes a esmurrarem os sacos de boxe que se podem encontrar por várias ruas.

Nas redes sociais, já várias pessoas publicaram imagens com estes sacos de boxe, elogiando a ideia, como é o caso da actriz e artista Anna Kyra Hooton.

Esta actriz pouco conhecida até pede ainda mais destes equipamentos “por cada dono de cão cretino que não apanha o que ele faz, por cada pagamento de renda gigantesco, por cada dingo que pára à entrada de uma estação de metro para ver o seu telemóvel, pela falta geral de ar fresco nesta ilha”, desabafa. Ela também lamenta que há “tanta raiva” e “tão pouco tempo” para libertar toda essa tensão.

O gabinete de design que teve a ideia alega que se inspirou num estudo recente divulgado pelo The New York Times (NYT) que revela que os norte-americanos estão entre os povos mais stressados do mundo.

Neste inquérito realizado com mais de 150 mil pessoas em todo o mundo, cerca de 55% dos adultos norte-americanos inquiridos disseram sentir-se stressados durante “grande parte do dia”. A nível mundial este indicador ficou-se pelos 35%.

Na mesma pesquisa, 45% dos norte-americanos alegaram ter estado “muito” preocupados no dia anterior ao inquérito – a percentagem mundial ficou-se pelos 39%.

Este inquérito realiza-se há cerca de 10 anos e o número de pessoas que relataram sentir raiva, stress e preocupação atingiu neste ano os níveis mais elevados de sempre, de acordo com o NYT.

SV, ZAP //



São Francisco poderá ser a primeira cidade a proibir venda de cigarros eletrónicos

Se esta decisão for aprovada pela FDA, São Francisco vai tornar-se a primeira cidade a banir a venda de cigarros eletrónicos.

De acordo com o Observador, a Câmara de Supervisores de São Francisco, nos EUA, aprovou uma portaria que proíbe o fabrico e a venda de produtos de tabaco na cidade, nos quais se incluem os cigarros eletrónicos.

Os supervisores foram unânimes na votação, considerando que os cigarros eletrónicos são uma “epidemia”, sobretudo entre os mais jovens, e que têm “apagado o progresso feito na redução do tabaco” nessa faixa etária.

O governo de São Francisco considera que, com esta decisão, se reafirma “a recusa em permitir que a cidade seja usada para atividades que contribuam para o peso do uso do tabaco”.

Tal como recorda o jornal online, há um ano a mesma cidade já tinha proibido a venda de tabaco aromatizado, incluindo os cigarros de mentol e os líquidos aromatizantes para cigarros eletrónicos.

A medida está a levar preocupações junto dos comerciantes e, por isso, a Câmara decidiu criar um grupo de trabalho para os auxiliar nos problemas que possam vir a ter no futuro.

Entre os argumentos utilizados para contestar a medida está, por exemplo, a ideia de que estes cigarros eletrónicos são “uma alternativa mais saudável aos cigarros tradicionais” e o facto de esta proibição deixar “os cigarros tradicionais nas prateleiras como única escolha para os fumadores adultos”.

Esta decisão ainda vai ser alvo de votação final na próxima semana e tem de ser aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), agência federal que regula alimentos e medicamentos nos EUA.

ZAP //



Há uma “Cidade do Futuro” inacabada no deserto do Arizona

No deserto do Arizona, nos Estados Unidos, há uma cidade experimental projetada para milhares de pessoas que agora contém apenas algumas dezenas de habitantes.

Durante quase cinco décadas, um grupo chamado Fundação Cosanti tem trabalhado na construção de uma cidade que inspiraria um novo futuro ao design urbano. Hoje, o projeto está apenas 5% concluído.

Chamada Arcosanti, a cidade foi projetada pelo arquiteto italiano Paolo Soleri, cujo sonho era criar um laboratório urbano avançado onde as atividades quotidianas pudessem ser alimentadas pelos recursos naturais da Terra.

Soleri chamou a sua visão de “implosão urbana” – referindo-se ao design que promoveria densidade e reduziria a expansão, eliminando carros e estradas. Em vez de lâmpadas, os quartos seriam iluminados pelos raios naturais do sol e, em vez de ar-condicionado, a vegetação forneceria sombra natural.

Mas, à medida que a construção da Acrosanti se deteriorou, outras cidades e designers começaram a superar as ideias de Soleri. De acordo com o Business Insider, nações como o Qatar e a Arábia Saudita estão a desenvolver cidades com tubos de lixo pneumáticos, trabalhadores robôs, drones-táxis e pontes aéreas movidas a energia solar.

A Malásia quer construir uma cidade com plantas auto-irrigantes e janelas auto-reparadoras. Se a comunidade planeada da Alphabet, em Toronto, for concretizada, poderá apresentar estradas para veículos sem motorista e sensores subterrâneos.

Em comparação com estes projetos, as estruturas baixas de Arcosanti, com cúpulas e fachadas cor de areia agora parecem partes de uma antiga aldeia hippie, de acordo com a Science Alert.

Mas as ideias de Soleri estão longe de ultrapassadas. O arquiteto foi um dos primeiros proponentes do abastecimento local de alimentos, energia solar e vizinhança viável – conceitos que agora são considerados paradigmas do design urbano. Com uma visão inclusiva e o financiamento certo, os conceitos ainda têm o potencial de ajudar a abordar questões como a mudança climática e a superlotação.

Na época em que Soleri imaginou Arcosanti no final dos anos 1960, tinha sido aclamado como protegido de Frank Lloyd Wright e membro do Museu de Arte Moderna. Ele e a esposa também fundaram a Fundação Cosanti, uma organização sem fins lucrativos que possui a terra onde Arcosanti começou a ser construída. Em 1970, Soleri começou a trabalhar nas primeiras estruturas.

A terra foi comprada com um empréstimo. Soleri conseguiu seguidores como estudantes, arquitetos, jornalistas, cineastas e outros que se voluntariaram para ajudar a dar vida à sua visão. Soleri morava no local e frequentemente trabalhava com eles. Mas muitos dos conceitos do arquiteto revelaram-se caros e difíceis de financiar. O financiamento diminuiu e a construção desacelerou. Com o tempo, os seguidores de Soleri começaram também a desaparecer.

“As pessoas originais que trabalham lá ou ficaram frustradas e foram embora ou ficaram lá, ficaram mais velhas e instalaram-se nos seus apartamentos projetados por Soleri para viverem uma vida agradável”, escreveu James McGirk, ex-participante do projeto, no Wired.

As opiniões sobre o caráter de Soleri variam – algumas pessoas descreveram-no como generoso e modesto, enquanto outras disseram que era arrogante e fechado. Mas a maioria dos relatos parece concordar que não estava disposto a comprometer a sua visão. Quando Soleri morreu em 2013, um novo edifício tinha sido concluído em Arcosanti durante quase 25 anos.

A vida na “Cidade do Futuro”

A maioria dos 80 moradores de Arcosanti ganha o salário mínimo a trabalhar para a Fundação Cosanti, que mantém a cidade a funcionar. Os residentes são obrigados a trabalhar 40 horas semanais em áreas como manutenção de terrenos, construção ou administração.

Alguns lidam com o arquivo, onde restauram e catalogam os velhos desenhos e modelos de Soleri, enquanto outros trabalham no café ou na galeria da cidade. Outros ainda trabalham para a Cosanti Originals Inc. Grande parte do financiamento atual da cidade vem da venda de sinos de bronze produzidos no local.

Em troca de uma taxa semanal de 75 dólares, os moradores recebem um desconto em alimentos e acesso ilimitado a moradias, serviços públicos e instalações como uma piscina e uma biblioteca de música. Os residentes têm a opção de participar em discussões filosóficas, festas e workshops e é comum encontrar animais de estimação locais.

Fiéis à visão de Soleri, alguns moradores de Arcosanti vivem sem aquecedores, confiando numa estufa solar que liberta ar quente nos seus apartamentos através de um alçapão. Embora os carros não sejam exatamente fora dos limites, a natureza compacta da cidade incentiva as pessoas a andar, reduzindo assim a sua pegada ambiental.

Mas Arcosanti está muito longe de uma utopia sustentável. As suas oliveiras fornecem pouco alívio do calor do deserto e os moradores ainda compram alimentos do supermercado.

Cerca de metade da população de Arcosanti é “semi-transitória”, o que significa que provavelmente permanecerão durante cerca de seis meses a cinco anos. Cerca de 30% são “semi-permanentes”, o que significa que viverão lá durante cerca de cinco a 15 anos.

O festival anual de música Form de Arcosanti ajuda a manter a notoriedade da cidade. O festival, que começou em 2014, apresenta-se como um “retiro criativo” de três dias, que inclui ioga, instalações de arte e uma programação de músicos eletrónicos e indie-rock.

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Cidade japonesa cria guia de etiqueta para turistas

A cidade japonesa de Quioto está a distribuir cartilhas, guloseimas e lanternas de papel para tentar ensinar aos turistas como se comportar no bairro histórico de Gion.

Clientes e lojistas reclamaram da superlotação e do comportamento inadequado de visitantes nos últimos anos, apesar das tentativas anteriores de incentivar boas maneiras. O conselho local de Gion decidiu atacar a situação com cortesia, escreve a BBC.

Os estudantes da Escola de Design da Universidade Feminina de Quioto foram incumbidos de criar uma cartilha didática e atraente em japonês, chinês e inglês a ser colocada em sacolas com guloseimas. Grupos de polícias, estudantes e maiko – aprendizes de gueixas – foram formados para entregar o material aos visitantes.

As mensagens vão desde pedidos comuns para não se sentar ou fumar na rua, até demandas mais específicas, como a necessidade de pedir autorização antes de tirar selfies com as famosas gueixas de Gion e a proibição de lhes tocar sem consentimento.

Há diversas outras recomendações, como deixar as casa-de-banho limpas, não passar a frente nas filas, não cancelar reservas em restaurantes em cima da hora e deixar o lixo nos caixotes adequados.

O Departamento de Turismo de Quioto publica orientações para visitantes sobre como se comportar desde 2017, com base na palavra local “akimahen” – “é proibido”, ilustrado com gráficos alegres e promovido com um vídeo em sites populares de classificação de visitantes.

A cidade já tinha instalado câmaras e destacado guardas para impedir que visitantes entrassem em locais proibidos, espalhado viaturas para patrulhas e criado um sistema de áudio público em várias línguas que lembra os turistas das regras da área que devem ser respeitadas. Mas a estratégia não surtiu o efeito esperado.

O turismo de massa é um fenómeno relativamente novo no Japão, que chegou a um recorde de 31 milhões de pessoas em 2018. Há cinco anos, eram 10 milhões, principalmente do leste da Ásia. A meta da Organização de Turismo do Japão é de 40 milhões para 2020, ano em que Tóquio sediará os Jogos Olímpicos. Além da entrada substancial de recursos, o fenómeno resultou em problemas.

Caso os sacos com guloseimas e recomendações de bons modos não funcionem, Quioto quer também limitar o número de turistas nos seus distritos históricos.

Um projeto experimental que recolhia informações sobre o fluxo de pessoas foi bem-sucedido no distrito de Arashiyama em novembro e dezembro de 2018. O projeto registou o número de smartphones que acedem à Internet no popular site da Bamboo Grove, permitindo que 22.623 pessoas verificassem as atualizações e evitassem os horários de pico, relata o jornal Mainichi Shimbun.

A cidade também tem promovido seis locais próximos a Quioto, incluindo o Santuário Fushimi Inari, para estimular o turismo noutras atrações da região sem prejudicar o estilo de vida local.

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Museu do Prado precisa de ajuda para descobrir onde fica esta paisagem

(dr) Museo del Prado

“Paisagem”, quadro de Agustín Riancho

O Museu do Prado, em Madrid, está a pedir ajuda para identificar onde fica a paisagem retratada pelo pintor cantábrico Agustín Riancho no seu quadro “Paisagem”.

Segundo o El Confidencial, uma obra do pintor Agustín Riancho, um dos paisagistas espanhóis mais importantes do século XIX, está a ser partilhada, nos últimos dias, vezes sem conta e sempre acompanhada da pergunta “Reconheces esta paisagem?”.

Em causa está o facto de o Museu do Prado, em Madrid, ter pedido ajuda a geólogos e especialistas na área, a pouco mais de duas semanas de apresentar esta nova aquisição, para tentar identificar a paisagem retratada no quadro do pintor cantábrico.

A pintura a óleo, apelidada de “Paisagem” e com medidas de 125 por 75 cm, foi oferecida ao museu espanhol proveniente de uma coleção particular e o mistério começou quando chegou às mãos do restaurador Pedro José Martínez Plaza, especializado no século XIX.

O funcionário do museu entrou em contacto com um geoparque de Cantábria para perceber se a paisagem pintada correspondia a algum lugar desta zona geográfica mas não obteve uma resposta satisfatória. Tentou assim contactar outros geoparques que, por sua vez, colocaram a mesma questão a outros especialistas. Resultado: ninguém consegue dar-lhe uma localização exata, por isso, o museu decidiu lançar este pedido de ajuda.

O geólogo Luis Collantes, citado pelo jornal espanhol, acredita “pessoalmente” que se trata do Salto del Gitano, em Monfragüe, porque “coincide com o curso do rio”. Alguns arriscam dizer, no entanto, que a paisagem fica no Parque Natural de Despeñaperros, enquanto outros falam de Riba de Santiuste, em Guadalajara, Cuchillos del Río Cabriel, em Cuenca, Molinucos del Diablo, em Valle del Saja, ou Vega de Gordón, em León.

Além disso, em conjunto com todos estes palpites, dezenas de pessoas já partilharam fotografias originais dos lugares que se assemelham a este quadro de Riancho. Resta agora saber se o museu vai conseguir resolver o mistério.

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Há uma cidade que quer abolir o tempo

Todos os dias, a Terra gira em torno de si própria. O Sol aparece no horizonte de manhã e, passado umas horas, deita-se. A vida humana está construída em volta desta periodicidade, com os dias divididos em horas, minutos e segundos.

Mas, em alguns lugares do planeta, o Sol só nasce uma vez por ano. Com o conceito de “dia” já tão distante do resto do mundo, uma população do Ártico começou a pensar: e se abandonássemos completamente o conceito de tempo?

Essa é a ideia do norueguês Kjell Ove Hveding, que vive ao norte do Círculo Ártico numa cidade chamada Sommarøy. A ideia já descolou e foi apresentada pela agência de notícias estatal da Noruega e pelo menos por um dos grandes jornais nacionais do país.

Hveding encontrou-se com o seu membro local do parlamento para entregar uma petição para se livrar do tempo na cidade. O objetivo é fazer de Sommarøy um lugar onde as pessoas possam fazer o que quiserem quando quiserem.

“Temos que ir trabalhar e, mesmo depois do trabalho, o relógio toma o seu tempo”, disse Hveding ao Gizmodo. “Tenho que fazer isto, tenho que fazer isto. A minha experiência é que as pessoas esqueceram-se de como serem impulsivas, de decidir que o tempo está bom, o Sol está a brilhar, posso simplesmente viver. Mesmo que seja às três da manhã”.

No entanto, a proposta escasseia detalhes. Está ligada à discussão sobre a utilidade do horário de verão, que a União Europeia descartou este ano. Essas discussões não têm nenhuma importância para Sommarøy, cidade com 321 habitantes em 2017, já que o Sol só se põe uma vez por ano.

Sem tempo, as lojas estariam abertas sempre que o lojista quisesse, as pessoas poderiam sair quando quisessem e, em vez de marcar, as pessoas poderiam encontrar-se impulsivamente.

Mas podem os humanos abandonar os relógios? Vivemos numa sociedade que depende de dias divididos em horas e minutos. Remover os relógios pode fazer as coisas parecerem mais flexíveis para um grupo que escolhe viver fora das regras, mas, em última análise, o trabalho, a escola e o transporte dependem do tempo.

“O problema é que os seres humanos não evoluíram no Ártico”, disse Hanne Hoffman, professor assistente de ciência animal que estuda o ritmo circadiano, ao Gizmodo. “Os nossos corpos adaptaram-se ao ciclo de 24 horas gerado pela rotação da Terra. Não podemos ir contra a evolução e é isso que está a acontecer nesses locais”.

Normalmente, as pessoas no Ártico compensam, apagando a luz nas suas casas durante o que seriam horas da noite. Uma série de hormonas e processos metabólicos respondem à luz e ao tempo, dizendo ao corpo como se comportar em diferentes pontos durante o dia. Mesmo os processos em que se pode não pensar, como a digestão e a temperatura corporal, estão ligados a esse ritmo. O desalinhamento do ritmo circadiano, onde o corpo está a trabalhar numa programação separada da mente, é um fator de risco para a doença.

Hoffman está especialmente preocupado com o facto de as crianças, que já enfrentam mudanças no seu ritmo circadiano ao entrarem na puberdade, poderem sofrer na escola em tal ambiente.

Experiências anteriores mostraram que os humanos não perdem o ritmo, mesmo na ausência de luz. Exemplo disso é Michel Siffre, explorador subterrâneo francês que se escondeu numa caverna escura durante dois meses. Embora a sua agenda lentamente tenha saído da sincronia do resto do mundo, ainda mantinha um ritmo de 24 horas.

ZAP //



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