Os terraços do Mosteiro da Batalha abrem pela primeira vez ao público este verão, após uma intervenção na ordem dos 750 mil euros que vai permitir também que os visitantes passeiem pela cobertura do monumento Património da Humanidade.
“Esta intervenção estava prevista há alguns anos pela Direcção-Geral do Património Cultural e proporcionou-se em 2013 todo este contexto de obras de conservação e requalificação”, disse à agência Lusa o director do mosteiro, Joaquim Ruivo.
Os trabalhos, que começaram em setembro e terminam este mês, incluem “a limpeza dos terraços, colocação de juntas novas, consolidação de elementos pétreos e o restauro de alguns pináculos” e do Coruchéu da Cegonha.
“Na sequência desse projecto de conservação, seguiu-se um de requalificação, a instalação de rampas que vão permitir a visita aos terraços”, explicou Joaquim Ruivo.
O responsável esclareceu que estes espaços têm sido visitados “pontualmente”, sobretudo no âmbito de trabalhos de investigação, mas a partir do verão o público vai poder conhecer mais da história do monumento nacional da Batalha, no distrito de Leiria.
“Têm que ser visitas guiadas, exigem pessoal, e, portanto, todo esse contexto tem que ser gerido ainda com os serviços centrais, mas eu gostaria, o mais cedo possível, de ter meios e, de algum modo, mecanismos que permitam a visita aos terraços com a maior brevidade”, referiu, acreditando que “a partir de julho, agosto” tal será possível.
Para Joaquim Ruivo, a visita será uma “experiência memorável”, porque é uma “oportunidade de ver o monumento noutra perspectiva”, mas também a vila da Batalha: “É uma visão única”, resumiu.
“Num contexto mais patrimonial, subimos por escadaria que raramente é utilizada e acabamos por caminhar sobre espaços de um valor histórico imenso”, observou.
Considerando que “quanto mais se usufruir, mais existe capacidade no futuro de salvaguardar o património”, Joaquim Ruivo, que dirige o mosteiro há quase um ano, exemplificou que ao visitante é possível ver “de outra maneira todos os elementos decorativos”, realçando também a possibilidade de ver as Capelas Imperfeitas ou o Claustro a partir de um local superior.
Para o responsável, a abertura dos terraços aos visitantes é mais um fator de atração ao mosteiro que foi o terceiro monumento mais visitado do país o ano passado de entre os espaços sob a tutela da Direcção-Geral do Património Cultural, com quase 300 mil turistas.
“Temos aqui a possibilidade de concretizar uma visita de acordo com as novas tendências turísticas”, declarou, explicando que não se trata de uma visita para grupos conduzidos pelas agências de viagens, mas para os turistas que querem “usufruir intensamente do espaço e passar aqui algumas horas”.
“Essa experiência singular sob o ponto de vista patrimonial é aquela que as dinâmicas do turismo mais recentes apontam como essenciais para consolidar o visitante, para o fazer permanecer na região”, observou, explicando que as visitas guiadas, limitadas até 15 pessoas por grupo por questões de segurança obrigam a marcação prévia.
Mandado erguer por D. João I para assinalar a vitória na Batalha de Aljubarrota, a 14 de agosto de 1385, o Mosteiro de Santa Maria da Vitória integra, há 30 anos, a lista do Património da Humanidade da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.
/Lusa