Uma espécie de “alfaiate de programas turísticos para cicloturistas” – é assim que Pedro Barbosa apresenta a rede bikotels, atualmente com mais de 40 unidades de alojamento em Portugal, que têm de cumprir pelo menos sete requisitos.
Cofundador da A2Z Adventures, que está na base da bikotels, Pedro Barbosa explicou à agência Lusa que o projeto foi lançado há dois anos na Feira Internacional de Turismo de Lisboa e em março será divulgado pela primeira vez numa feira estrangeira, na Holanda.
Depois da experiência em turismo ativo (com atividades ao ar livre) e consultadoria, nomeadamente na criação de percursos, a empresa decidiu “não reinventar a roda”, mas importar modelos de sucesso internacionais para quem prefere fazer férias de bicicleta.
Através do site bikotels.com, os interessados marcam estadia em locais à medida da “sua bolsa, disponibilidade e condições físicas”, daí Pedro Barbosa descrever o projeto como um alfaiate.
Para ser certificada como alojamento ‘amigo’ dos ciclistas, a unidade, que pode ir desde um parque de campismo até um hotel de cinco estrelas, tem de apresentar pelo menos dois percursos que começam e acabam nesse local.
A lista de exigências inclui também uma minioficina, lavagem de bicicletas, lavagem de roupa, um parque exterior e um compartimento fechado e coberto para acondicionar as bicicletas.
“Estamos a falar de público com bicicletas às vezes de cinco mil/seis mil euros e que vai querer dormir com ela”, brincou Pedro Barbosa para justificar os requisitos obrigatórios, que ainda incluem fornecimento de uma alimentação específica, entre hidratos de carbono, vegetais e fruta.
Os serviços opcionais podem ser massagens, uma loja associada e que tenha revisões ou reparações mais complexas, guias especializados para acompanhar os clientes, aluguer de bicicletas e de GPS ou uma linha de apoio telefónico para garantir, por exemplo, assistência em caso de furos nos pneus.
A ‘bikotels’ tem entre os seus objetivos colocar Portugal no mapa mundial de destinos para férias de cicloturistas e garantir que atualmente há já condições para opções de uma semana ou 15 dias.
O objetivo mais idealista, mas que funciona numa escala sub-regional, é apresentar um construtor de percursos, como já existe nas Aldeias de Xisto, onde se concentram 15 unidades.
Os atuais 45 alojamentos devem em breve tornar-se 70, com a entrada de pelo menos mais dois destinos: a Rota Românica (no Norte) e da Naturtejo (cujo geoparque abrange concelhos do Centro e do Alto Alentejo), ficando com uma oferta do Minho ao Algarve.
/Lusa