Trata-se do aeroporto em Santa Helena, uma ilha tão remota e isolada, que foi considerado por Napoleão Bonaparte um lugar apropriado para viver depois do exílio e onde acabou por morrer em 1821.
Este sábado, o “aeroporto mais inútil do mundo” recebeu o seu primeiro voo comercial e, importante destacar, regular. Para o aeroporto na ilha britânica de Santa Helena, uma das mais isoladas do planeta, a abertura desta via aérea, que vai melhorar as ligações da ilha e impulsionar o turismo, foi um grande acontecimento, ao qual acorreram muitos jornalistas para testemunhar o momento.
O voo SA8131 da companhia aérea sul-africana Airlink partiu desde Joanesburgo e aterrou na remota ilha, depois de fazer uma escala em Windhoek, na Namíbia. De acordo com o site da transportadora, a partir de agora a companhia vai operar voos semanais, de seis horas de duração, a cada sábado.
Santa Helena está agora ligada a Joanesburgo e à capital sul-africana, Cidade do Cabo, de uma forma mais rápida, já que antes eram precisos vários dias de barcos para lá chegar. Os preços dos bilhetes oscilam entre os 1.068 e 2.107 dólares.
A companhia aérea vai usar para estes voos aviões Embraer E 190-100IGW, que dão apenas para transportar 68 passageiros. A Airlink optou por estas aeronaves mais pequenas e menos populares do que os aviões Boeing 737 para reduzir riscos, já que o aeroporto de Santa Helena é um dos mais perigosos do mundo. Em causa estão os ventos que sopram em direções opostas ou com velocidades diferentes.
O Governo britânico decidiu construir este aeroporto, com um custo aproximado de quase 285 milhões de libras, para dar mais acessibilidade a esta ilha vulcânica de 4.500 habitantes entre o continente africano e a América do Sul e para que mais turistas possam visitar o lugar.
Foi aqui que, após ter sido exilado em 1815 e depois de dez semanas de viagem, o imperador francês Napoleão Bonaparte decidiu viver e acabou por morrer, em 1821.