“Pizzas e batatas fritas com ketchup” deixam turismo no Algarve abaixo das expetativas

bigdmia / Flickr

Praia dos Pescadores, Albufeira

O aumento do custo de vida veio estragar os planos a muitos turistas e, em consequência, aos comerciantes algarvios. No entanto, esse não é o único responsável pela quebra do setor. Os comerciantes queixam-se do tipo de turismo que está a ser praticado na região.

O turismo no Algarve, no mês de julho, ficou aquém das expetativas.

Diz quem o sente – os comerciantes, e quem tem negócios direcionados para o turismo, que garantem que os meses anteriores foram “bem melhores” do que está a ser julho.

As previsões diziam que, este ano, o setor podia ultrapassar os números de 2019 – pré-pandemia (e inflação) – que foi o melhor ano de sempre para a região.

À TSF, uma comerciante de Albufeira admitiu que, nos meses anteriores, se fez “uma caixa muito melhor”, e atribui a culpa, principalmente, ao tipo de turismo.

“É só grupos de jovens, ingleses, alemães ou holandeses, não os consigo distinguir. É só para fazer desacatos“, lamentou.

Dos turistas estrangeiros também se queixou um chefe de sala de um restaurante em Albufeira, abordado pela TSF.

“[Os estrangeiros] é só pizzas e batatas fritas com ketchup, é mais do mesmo”, ao contrário dos portugueses que gostam de comer bem e consumir.

Com uma visão um pouco diferente, os hoteleiros queixam-se do atual panorama económico e que, graças a ele, os aviões não estão a ir cheios, para o Algarve.

“As pessoas preferem perder o dinheiro do bilhete, porque não têm para o resto, para a gastronomia e hotelaria”, considerou o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).

Hélder Martins atribui culpas à inflação. Em declarações à TSF, o dirigente disse que a culpa “não se pode pôr nos hoteleiros porque eles aumentaram os preços, porque tudo o que os hoteleiros compram, para produzir um produto turístico, aumentou“.

“O Governo tem no turismo a galinha dos ovos de ouro, se não fosse o turismo, a economia não estaria a recuperar como está, tem de olhar para isto de outra maneira”, recomendou o dirigente hoteleiro.

Miguel Esteves, ZAP //



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