O ministro do Turismo da Grécia, Harry Theoharis, afirmou que “se quisermos pensar na possibilidade de viajar este ano, tem de ser sob novas regras específicas”. O país já está a preparar medidas para começar a salvar o setor.
“Temos que ter novas regras para hotéis, novas regras para praias, novas regras para piscinas, novas regras para buffets de pequenos-almoços, novas regras para autocarros de turismo”, disse o ministro ao Guardian, citado pelo Observador. Esta segunda-feira, a União Europeia (UE) discute a reabertura do setor.
Theoharis revelou ao Guardian que insistirá “num acordo sobre um conjunto comum de regras” para a UE. “Precisamos destas [normas] para começar a transportar pessoas de um país para outro por estrada, ar ou mar. Regras temporárias que terão que fazer sentido económico”. Mas, “se, por exemplo, só se pode voar com dez pessoas num avião para ser considerado seguro, obviamente não haverá voo”.
Se as linhas aéreas continuarem fechadas, a Grécia – onde um em cada cinco empregos é no turismo – terá que mudar o público alvo de turistas – normalmente franceses, britânicos e alemães – para países da Europa de Leste e Central, que podem fazer viajar de carro. Theoharis indicou que, em 2020, o país não terá um terço dos turistas que teve em 2019.
A vice-presidente da associação grega de hotéis, Christina Tetradis, indicou que “ninguém quer ser responsabilizado por colocar a equipa em risco ou pôr em risco vidas”, frisando: “Vai ser complicado, especialmente para hotéis maiores. Existem muitas perguntas, como quantas pessoas é que se pode ter numa piscina, estão os buffets fora de questão o que se faz se alguém fica doente?”.
A Grécia tem 2.517 casos confirmados do novo coronavírus, tendo registado 134 mortes e 577 recuperados. No final de fevereiro, já se cancelavam todos os eventos e, a 10 de março, fecharam as escolas e universidade.
Um estudo da Oxford Economics divulgado no domingo mostra que o sul da Europa vai ser a região mais afetada pelo recuo do turismo, caindo ao todo 40% em 2020.