Italianos querem continuar a ver muitos turistas na cidade dos canais. Por isso, estão contra o “bilhete” de 5 euros.
Há quem esteja farto de ver turistas na sua cidade. Há quem queira continuar a ver turistas na sua cidade.
Em Veneza também houve manifestação no 25 de Abril. Não para assinalar os 50 anos da Revolução dos Cravos, como aconteceu em Portugal; ou para assinalar a ‘Festa da Libertação’ de Itália – a 25 de Abril de 1945 começou a retirada dos últimos soldados nazis e fascistas de Milão e Turim.
Esta manifestação foi uma forma de assinalar um protesto sobre o turismo.
Veneza vive, acima de tudo, do turismo. A nível económico. É uma das cidades mais visitadas do planeta – algo que começou a cansar habitantes locais, que deixaram a bela cidade italiana.
Já se viu que, sem turistas, Veneza é uma cidade “morta”. E é esse cenário que (outros) habitantes locais estão a tentar evitar.
No ano passado, foi anunciada uma taxa de entrada para os turistas, que passam a pagar 5 euros para entrar na cidade. Para evitar o “excesso” e a “sufocação”.
A manifestação desta quinta-feira foi contra essa taxa. Centenas de manifestantes alegam que as autoridades locais estão a ignorar “problemas reais”, lembrando que muitos dependem do turismo para sobreviver economicamente.
O canal Euronews cita a local Anna Ippolito: “Podemos salvar Veneza se simplesmente dermos casas aos residentes locais e as repovoarmos. O bilhete só pode travar os turistas diurnos, mas não tem qualquer influência sobre os grandes fluxos que vêm do Leste, da China e dos Estados Unidos. Não vai mudar absolutamente nada”.
Os manifestantes acham que o essencial é melhorar a habitação e os serviços públicos, além de travar legalmente a proliferação “incontrolável” de serviços de alojamento e de pequenos-almoços.
Mas os políticos de Veneza acreditam que os turistas que só passam umas horas em Veneza contribuem “pouco ou nada” para a economia da cidade, enquanto “entopem” ruas e praças. Por isso, preferem a taxa, para evitar a chegada de alguns desses turistas.